Cinderella escrita por Alina Black


Capítulo 13
Correspondência


Notas iniciais do capítulo

POV Nessie



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Desde que tia Maeve tomou posse da casa da minha mãe ela sempre inventava uma faxina na sexta-feira, a casa poderia estar limpa e arrumada, mas ela e as filhas, principalmente Mel sempre encontravam algo sujo ou sujavam propositalmente.

— Renesmee venha aqui, preciso que limpe algo em meu closet! Mel gritou da porta do meu antigo quarto, rolei os olhos pegando novamente a vassoura e ao me aproximar da porta o tocar da campainha me fazia parar.

— Renesmee a porta! Tia Maeve gritou da sala.

— Custava ela atender a porta? Murmurei largando novamente a vassoura e corri descendo as escadas de forma apressada, após um novo tocar abri a porta em um homem bem vestido pegava algo dentro de uma pasta.

— Residencia dos Swan’s? ele perguntou de forma gentil.

— Sim! Respondi um pouco surpresa, achei estranho o senhor se referir a Swan’s ao invés de Smith”s, tia Maeve usava o sobrenome do marido falecido.

— Correspondência para Senhorita Renesmee Swann, poderia chama-la?

— Sou eu! Respondi.

O senhor me olhou da cabeça aos pés e franziu as sobrancelhas – Bem, preciso que assine aqui! Ele falou me entregando sua prancheta.

Torci os lábios e assinei no local solicitado e então ele me entregou um grande envelope decorado, em seguida se despediu indo embora.

Fechei a porta olhando para o envelope, era de um tom pastel com letras traçadas em um tom amarelo ouro, parei o abrindo e então tia Maeve me interrompeu .

— Como se atreve a abrir minhas correspondências?

— Você poderia reclamar se fosse para você! Respondi passando por ela – Mas é para mim!

— O que é isso? Ela perguntou me olhando.

A ignorei novamente tirando de dentro do envelope um papel decorado, havia nele a figura de flores seguido do pequeno texto – O baile de primavera! Murmurei.

— Deixe-me ver isso! Tia Maeve puxava o envelope de minhas mãos, a olhei perplexa.

— Você foi convidada para o baile de primavera no salão real de Bruges? Tia Maeve falava em um tom de surpresa.

— Como? Mel aparecia nas escadas e descia as pressas se aproximando da mãe – Como assim ela foi convidada e eu não?

— Pode ter havido um engando querida! Maeve falava para Mel – Com certeza esse convite era para você, erraram na hora de digitação.

Sorri com o canto dos lábios não acreditando no que estava ouvindo, em seguida ergui a mão olhando para as duas – Errado ou não está em meu nome, poderiam fazer o favor de devolve-lo?

— Claro! Tia Maeve me devolvia o envelope sobre os protestos de Mel.

— Você nem vai a esse baile, poderia telefonar e dar a vaga a mim!

— Quem disse que não vou? Respondi guardando o envelope em minha cintura dentro do cós do meu short.

— Você vai? Maeve perguntou surpresa – Tem um vestido para isso?

— Deixarei vocês na curiosidade! Respondi sorrindo e passei por ambas indo em direção a cozinha.

Olhei para o relógio e passava das quatorze horas, com certeza Jake e Honey estavam com fome aquele horário, organizei algumas coisas e aproveitei que tia Maeve e a filhas estavam ocupadas demais realizando ligações para Brusque atrás de convites para o baile e fui para o celeiro.

— Cheguei! Falei após entrar colocando nosso lanche sobre a mesa, Honey latiu animada pulando em minhas pernas, me abaixei a pegando em meus braços e sorri olhando para Jake que estava sentando sobre um dos caixotes que haviam ali – Oi! Demorei muito? Perguntei ao me aproximar.

—Como sempre pontual! Ele respondeu.

Sua resposta foi um pouco diferente das dos dias anteriores, ele parecia sério – Está tudo bem? Sente-se mal?

— Não! Ele respondeu novamente olhando em meus olhos, a resposta seca sem piadas e provocações foi o suficiente para me fazer compreender que havia chego a hora, Jake havia melhorado bastante nos últimos dias, mas cedo ou mais tarde ele nos deixaria.

Deixei Honey no chão e puxei um caixote sentando ao seu lado – Você quer me dizer alguma coisa?

— Eu acho que nos tornamos amigos! Ele respondeu.

—Eu acho que sim! Sorri – Está chegando o momento de ir, é isso que quer me dizer?

Jake não falou nada, apenas concordou com a cabeça, senti uma sensação estranha em meu coração, mas disfarcei.

— Bom, eu sabia que esse momento ia chegar!

Jake virou seu corpo no caixote ficando de frente para mim e então suas mãos pousaram sobre as minhas, senti que minhas bochechas coraram – Eu jamais vou esquecer de tudo que fez por mim Nessie! Ele falou olhando em meus olhos.

Não consegui reagir, nunca havíamos ficado tão próximos – Você está bem, isso que importa! Respondi tentando disfarçar.

Então o silencio tomou conta daquele momento.

Jake não era mais o cara estranho esfaqueado, ele era o meu amigo, o único que eu tive desde a morte de minha mãe, eu não sabia quem ele era na verdade, não sabia seu nome real, não sabia se ele era o vilão ou mocinho do meu conto de fadas.

Jake levou carinhosamente uma das mãos ao meu queixo – Quero que me prometa uma coisa.

—O que? Respondi de imediato.

— Que não vai, mas fazer o que fez? Você mora sozinha aqui, é uma mulher linda, já imaginou se eu fosse um cara ruim? Nem todas as pessoas são boas Nessie, me prometa nunca mais trazer um estranho ou quem quer que seja para cá.

— Não podia deixa-lo morrer!

—Eu sei, mas me prometa!

— Eu prometo! Concordei com a cabeça.

Pelo horário deduzi que não demoraria para que o ônibus para Bruges passasse na estrada próxima, levantei do caixote e caminhei até o baú onde guardava algumas coisas importantes para mim e retirei minha bolsinha de economias

— O que é isso? Ele perguntou assim que eu ofereci a bolsa a ele.

— Se vai voltar para Bruges vai precisar de dinheiro para pagar sua passagem, e o ônibus sai as dezesseis horas! Respondi.

— Está me dando seu dinheiro?

— Na realidade é um empréstimo! Respondi sorrindo.

Jake gargalhou – Um empréstimo?

— Sim! Assim você vai ter um motivo para voltar a Camy, me pagar!

Ele pegou a pequena bolsa da minha mão e a guardou em seu bolso em seguida deu alguns passos ficando mais próximo de mim – Eu prometo que nos veremos em breve!

— Eu espero que sim Jake! Respondi.

Então surpreendentemente ele me puxou para os seus braços, fechei os olhos e o abracei forte sentindo seu lábio tocar em minha cabeça, senti que as lagrimas começavam a sair de meus olhos, rapidamente me afastei dando as costas para ele.

—Melhor se apressar senão pode perder o ônibus! Falei limpando as lagrimas.

— É, melhor eu ir, nos vemos em breve Nessie...

—Renesmee! O interrompi.

—Renesmee? Ele repetiu com um tom de surpresa em sua voz.

—Sim, eu me chamo Renesmee! Respondi voltando a ficar de frente para ele e sorri.

—Jacob! Ele sorriu de volta.

— Muito prazer Jacob! Brinquei.

— Eu preciso ir! Ele falou se afastando.

—Tá! Concordei.

Jake se despediu de Honey e então se afastou lentamente caminhando até a porta, me olhou novamente por alguns segundos e então saiu, fechei os olhos e respirei fundo sentindo as lagrimas rolarem insistentemente em meu rosto, então corri até a porta e parei o vendo se distanciar.

Quando chegou ao alto da colina que dava para a estrada ele virou olhando para mim, sorri erguendo uma das mãos em um gesto de Adeus, ele também fez o gesto, em seguida partiu.

Sentei na porta e Honey sentou ao meu lado, e após algumas horas entramos juntas.

De repente o celeiro parecia gigante, mas continuava o mesmo, o que havia aumentado era o vazio em meu coração.


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