Neighbours escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2: Os Cullen




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Capítulo 2: Os Cullen

— Quer entrar para conhecer os outros querida? – Esme me convida.

Eu sei que eles dois iriam me proteger se necessário, por isso não tenho medo de entrar numa casa cheia de vampiros.

— Posso mesmo?

— É claro que sim.

Ela me conduz pelo hall de entrada e eu fico deslumbrada com a mansão olhando tudo como se tivesse memória fotográfica. Inesperadamente, Alice não se contem e é a primeira que vem me saudar:

— Seja bem vinda Carol! – ela diz me abraçando. Ela já me conhece, é claro.

Eu olho para ela esperando por algum comentário do tipo “Que cheiro bom você tem!”, mas ela não diz nada mais.

— Obrigada – eu agradeço.

— E, a propósito, você tem um perfume gostoso.

Demorou, mas ela disse o que eu esperava. Acho que ela viu que eu não iria me espantar se ela dissesse algo assim. Eu não estou usando perfume, então é o cheiro do meu sangue mesmo. E se eu tivesse com perfume o aroma ainda seria perceptível.

— Você está falando sério? – fico um pouco preocupada agora que ela mencionou que meu sangue é apelativo.

— Claro que sim, mas vocês humanos sempre tem um cheiro atrativo para nós.

O que ela diz explica, porém não me faz ficar mais tranquila. Eu sei o que pode acontecer, estou plenamente ciente. No entanto, espero que não ocorra.

— Alice, assim você vai assustá-la- repreende Esme.

Mal sabe ela que nem precisava Alice dizer nada por que eu já sou a encarnação do medo. Mais medrosa do que eu não existe ninguém.

Contudo estou ali, numa casa de vampiros! A curiosidade vencendo o medo. Acho que sou mais curiosa do que medrosa.

— Tudo bem Esme, eu sei disso. Os mosquitos sempre adoraram me picar, acho que isso prova que tenho o sangue doce – eles três sorriem e eu mesma me surpreendo com minha reação. Como eu posso ser tão fria e falar da minha possível morte tão despreocupadamente?

— Vamos entrar – Alice puxa meu braço, com cuidado para não me machucar, e me leva para a sala.

— Oi Carol, seja bem vinda – diz Edward, mantendo uma certa distância. – Não se preocupe.

'Ah claro, não é ele quem está arriscando o pescoço!'

Ele sorri levemente com meu pensamento.

— Não tenha medo.

— Sem querer parecer rude, mas um pouco de medo é saudável - digo.

— É sim Carol, é verdade. Mas não o medo que paralisa - ele responde.

Bem, eu estou ali então não estou petrificada. Ainda não.

— Os humanos reagem assim perto de vocês, instintivamente, você sabe - argumento.

'Como eu tenho coragem de conversar com ele assim?' hoje eu estou me surpreendendo comigo mesma.

— Sim, eu sei. Fique tranquila que nenhum de nós vai atacá-la.

— Edward! – Esme fica zangada com o filho mais novo.

— Esme, ela tem que ouvir – diz Carlisle.

— Eu sei, não quero dizer que por vontade iriam me fazer alguma coisa, mas eu sei o que são... Bom, não adianta me preocupar, eu vou confiar em vocês e seja o que Deus quiser! – olho em volta, mas nenhum deles fica bravo por eu ter mencionado Deus.

— Deixe nas mãos dEle, querida. E nas nossas. Que Ele nos ajude – diz Esme.

— Vocês acreditam em Deus então?

— Mas é claro que sim – diz Carlisle. – Por que motivo seríamos bons se não acreditássemos?

— É, faz sentido – concluo.

— Oi – Bella se aproxima lentamente para me abraçar. Eu aceito seu gesto, mesmo sabendo que ela poderia me esmagar. Não só ela, mas todos eles.

Deduzo que a menina ao seu lado é Renesmee:

— Oi tia – ela me abraça depois que a mãe me solta.

A temperatura dela é mais parecida com a minha e sei que ela não iria me machucar.

Mas eu não me importo com a temperatura de Esme porque eu sei, era o que esperava e nem senti quando nos abraçamos.

— Onde estão os outros? – olho em torno sabendo que se eles se escondem eu não iria encontrá-los nunca.

— Rosalie, Jasper e Emmett foram caçar – responde Alice.

— Ah, eu preciso ir para casa. Meus pais não sabem onde estou e vão ficar bravos ou sei lá, talvez colocar a polícia atrás de mim e eu não quero complicar a vida de vocês aqui. Sejam muito bem-vindos.

— Oh obrigada sweetie— Esme agradece.

— Obrigado pela preocupação criança – diz Carlisle.

Ainda bem que eles três não estão porque são os que mais tenho medo. Rosalie por causa da personalidade. Jasper devido ao jeito dele, aparência. E eu acho o tamanho de Emmett intimidador. Eu sei por que meu irmão é grande como ele.

Esme e Carlisle me levam para fora:

— Pode vir amanhã querida? – ela me pede.

— Posso sim, vou avisar onde estou. Eu sei que sou maior e poderia ir onde bem entendesse sem dar satisfação a ninguém, mas prefiro avisar para minha mãe não ficar preocupada.

— Ela parece que gosta de você.

— Talvez. Mas se ela amasse de verdade não teria permitido que meu pai tivesse me espancado daquele jeito. Ela viu tudo e não movia uma palha. Acho que ela também me bateria se pudesse. Vontade dela acho que não faltava.

Sweetie, vocês eram três crianças. Ela não poderia simplesmente sair de casa com os filhos pequenos!

— Esme, não acredito que você, logo você, está me dizendo isso. Você fugiu de casa para proteger seu filho. Imagine que meu pai era como Charles, você saiu de casa para seu filho não apanhar, pois se tivesse ficado ele iria sofrer algo parecido com o que eu passei... Se quiser me matar aqui, agora pelo que eu disse tudo bem. Acabe com essa dor de uma vez!

— Querida, eu jamais faria isso! – diz Esme magoada. Como eu pude pensar isso dela?

Provavelmente Alice já sabia que eu iria reagir assim. me envergonho de minha atitude.

— Criança, você não queria que eu ou minha esposa a transformássemos? – pergunta Carlisle confuso.

— Queria, ainda quero. Mas eu sei que vocês não fariam isso. E vocês demoraram demais para me encontrar, se tivessem aparecido há alguns anos...

— Eu poderia ajudá-la, assim como ajudei Esme a superar seu passado – diz Carlisle. – Eu posso ser o pai que você sempre quis.

— Eu tenho medo.

— De quê? Depois se apaixonar por mim? Você é diferente das outras mulheres e não me percebe dessa maneira.

— Isso por causa do que meu pai fez comigo. Acho que ele tinha medo que eu gostasse dele ou que ele gostasse de mim por isso me batia.

— Isso querida, coloque tudo para fora – incentiva Esme. – Nós viemos te salvar e vamos começar limpando sua mente e seu coração das mágoas do passado.

Quando ela fala em mágoa eu me lembro do que disse:

— Me desculpe eu não quis te ofender Esme. Jamais farei algo assim novamente.

— Tudo bem querida, não ofendeu. Não disse nenhuma palavra imprópria ou agressiva.

— Eu a maltratei. Logo você que me acolheu e ainda vai fazer tanto por mim. Sou uma ingrata!

— Tudo bem querida, está tudo bem. Nos vemos amanhã?

— Sim - prometo. - Boa noite Esme e Carlisle, Edward e Bella, Alice e Renesmee – eu sei que os que estão dentro também podem me ouvir. Se não fosse pela audição, Edward poderia ler meu pensamento e passar a mensagem para os outros.

Ao me afastar jogo um beijo para Esme que pega no ar e coloca a mão sobre o coração. Ele não bate mais, mas eu sei que ela ainda tem um. Aceno para Carlisle antes de me virar e correr para casa.

...

— Onde você estava filha? – pede minha mãe antes que eu entre pelo portão. – Eu estava preocupada.

— Na casa dos vizinhos novos - respondo.

— Ah! Eles? – ela aponta na direção da mansão.

— Sim.

— Como você teve coragem? Sabe que ricos detestam os pobres.

Nunca tive qualquer ilusão sobre nossa condição financeira, mas nem todos os ricos são iguais. Eu mesma já tive algumas experiências que provam isso, porém não vou deixar de crer na bondade das pessoas por causa de alguns que medem as relações por dinheiro. Isso não é tudo na vida.

— Eu estava olhando os carros deles quando me chamaram para entrar.

— Poderiam ter feito algo com você! – diz meu pai.

Ele está mais certo do que pensa, mas não digo nada.

— Eu estou bem, não aconteceu nada.

— Graças a Deus! – diz minha mãe.

Por enquanto, mas eu queria que fizessem. E espero pacientemente.

...XXX...


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