Esse homem usando um terno de 5 mil doláres? Esse é o Sr. Pietro Carbonara. A não ser pelo nome engraçado ele é um homem muito sério. Um executivo muito importante e dono da Garbo inc.

Eu sou Jenny, sua secretária.

Nossa relação era totalmente profissional até que um dia algo aconteceu. 

Nunca percebi o padrão tão consistente no prédio e na casa do Sr. Carbonara. Sempre achei que era apenas um agrado estético. Os ambientes enormes e bem iluminados sempre frequentes na arquitetura, principalmente em seu escritório: Uma sala de 5 metros de altura com uma grande luminária, uma janela que vai do chão ao teto e de uma parede a outra, lhe dando uma vista incrivel da cidade.

Seu apartamento não é diferente: Vários comodos são conjunto e inumeras janelas gigantes abrem a vista.

Um dia eu percebi o por que disso tudo.

Estavamos no elevador, entramos pelo térreo e logo pressionei o botão para o ultimo andar. Ele sempre olha o celular e fica em silencio quando estamos no elevador. Ele é realmente um homem quieto, mas eu notei algo: Suas mãos tremiam levemente.

O elevador para de repente.

O susto que levei foi pequeno comparado ao dele. Sua respiração ficou ofegante e as mãos nao paravam de tremer fazendo o celular cair e desmontar, mas ele nem ligou. Apenas olhava para todos os cantos como se procurasse pra onde fugir.

Eu segurei a mão dele.

Ele olha para mim e eu tento o acalmar

—Está tudo bem. Eu estou aqui.

Ele fecha os olhos e respira fundo. Logo abre os olhos novamente e mantem o silencio. Ficamos de mãos dadas até o elevador voltar a funcionar e chegarmos em nosso andar de destino.

Desde aquele dia, quando estamos juntos em algum lugar apertado, ficamos de maos dadas para ele se acalmar.

Ele é o mesmo homem de sempre. Quieto, calmo, centrado... Mas nunca vou me esquecer da unica vez que, após sairmos do elevador e ele conseguir respirar aliviado, ele me disse:

—Obrigado.