It's a Match! escrita por mandy


Capítulo 1
Imaculadas famílias ricas




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— Vocês acham que o Regulus é gay?

Foi assim que tudo começou.

 

Nós estávamos viajando com o Colégio, um campo numa cidade interiorana que simulava um acampamento de verão, rodeado por árvores e imensa zona verde. Se limitados a isso eu compraria a ideia, mas nenhum daqueles estudantes estaria disposto a ficar três semanas no meio do mato – mato de verdade, com mosquitos, sem luz elétrica ou sem sinal de internet. Não, ali era um acampamento burguês, com cabanas de madeira e aquecedores, piscinas na área de lazer, monitoramento nos arredores. E ainda assim havia quem reclamava.

A verdade é que pais ricos não tem tempo para seus filhos mimados. Enchiam os seus rabos de besteira, lhe davam tudo o que queriam, mas nenhum deles suportava de fato um adolescente no ensino médio que batia o pé exigindo o último modelo de iPhone do ano. Então a viagem de férias veio a calhar, afinal, eram três semanas a base de Chardonè e cocaína, longe de se preocuparem se o filho de dezesseis estava, naquele momento, trepando com a empregada ou não. Ou bêbado demais para dirigir um carro. Ou tendo uma overdose da cocaína que roubara da gaveta da penteadeira.

Eu não suportava a maioria deles.

Existiam exceções extremas, claro, como eu. Como Evans. Bolsistas em período integral, ela filha de uma antiga funcionária do colégio que, mesmo depois de pedir demissão, a inteligência notória fez com que o diretor pessoalmente assinasse a carta de readmissão da filha. Eu, advindo de colégios públicos, campeão de noites em claro diante de livros com conteúdos para além da minha idade, admitido depois de uma prova - uma das piores da minha vida. Éramos os fodidos do colégio, mas depois de um tempo eram poucos os que se importavam.

E existiam as exceções não tão divergentes assim. Como os meus melhores amigos.

Quando chegamos, Peter Pettigrew estava metido em roupas sociais, um cardigan amarelo amarrado por sobre os ombros e a cara vermelha emburrada. Nos conhecíamos a sete anos e eu poderia afirmar, com toda a certeza, que a mãe escolhera a roupa para a viagem, assim como fizera a sua mala. Peter dizia que lhe odiava com todas as forças, o que na minha opinião poderia ser um grande exagero se não em dias como aquele, em que todos nós estávamos a vontade e ele, metido em roupas sociais. James, por sua vez, parecia um desses adolescentes despegados da aparência, mesmo quando o estilo desleixado parecia mesmo uma fraude. A calça rasgada deveria ter custado uma fortuna e o sapato surrado deveria ser mais confortável do que o meu all star novo. A única coisa que não era pensada na aparência de James eram os óculos, já que sem eles o meu amigo não enxergava nada. Miopia. Mas James tinha dinheiro. Muito dinheiro. E era descolado, as meninas gostavam dele, ainda mais com aquele maldito violão nas costas, que atraía olhares. E havia Sirius Black, calça surrada, camisa de banda de rock, cabelos compridos. Eu poderia associá-lo facilmente a um desses mendigos gourmet, com jeans surradas, caras. Surpreendentemente as meninas também adoravam aquilo, ao passo que os pais odiavam, mas ele fazia de propósito.

No meio deles estava eu: alto demais, magro demais. Pobre demais. Se as calças estavam surradas era realmente devido ao tempo e minha mãe teve de comprar meias novas para uma viagem como aquela, já que, de tanto esfregar, todas as minhas tinham um buraco no dedão. Se eu me destacava no grupo, aos olhos externos, era apenas devido a minha condição financeira. Alguns ainda lhes perguntavam o que diabos eu fazia no meio deles? Eram garotos populares, não tinha como negar: Black e Potter estavam no time de futebol, eram as caras esportistas do colégio. Peter, apesar de não muito chamativo, estava agora namorando Mary MacDonald! E eu me virava. Me virava o triplo para conseguir me destacar em minhas notas e não perder a bolsa, para liderar o Clube do Livro com somente três inscritos e agora para pagar a metade daquela maldita viagem, que me custaria períodos extras trabalhando na biblioteca do Colégio.

Mas valia a pena estar com eles. Porque James, Sirius e Peter me haviam dado a mão quando, aos treze anos, eu havia me afundado no pior dos períodos depressivos da minha vida. Foi James quem encontrou a cartela de remédios vazio no banheiro, enquanto eu agonizava em convulsão. Foi Sirius quem meteu os dedos em minha guela, me fazendo vomitar todo aquele veneno. Foi Peter quem correu para chamar o diretor, me impedindo de morrer no banheiro do Colégio, quando tentei o suicídio pela primeira vez.

Transtorno bipolar.

Na época ninguém sabia, mas com o acompanhamento necessário - boa parte dele paga pelos pais de James - as coisas começavam a caminhar bem. Uma doença mental combinada a uma pressão muito grande pode, literalmente, levar alguém à morte. Era bem injusto, na verdade, porque aos treze anos a única coisa que eu entendia era que deveria ser bom em tudo. E que não bastava ser somente bom quando não se tem dinheiro. Mas eles entendiam. E continuavam a ser o meu suporte, aos dezessete anos de idade.

— Eu inscrevi os quatro para a cabana vinte, a última do conjunto – James anunciava enquanto largava a mochila no chão, olhando ao redor com os olhos comprimidos detrás dos óculos.

Eram pares de cabanas não muito grande, que seguiam num caminho de pedras até se perderem ao fundo, onde algumas árvores e cercados protegiam o campo. Haviam regras a ser seguidas, mas o que mais lhes deixava empolgados era o momento de quebrá-las. Típico.

Peter se apoiava na mala de rodinhas e, enfim, arrancava o cardigan do pescoço, amarrando-o desajeitadamente na cintura, o que só o fazia parecer um rico mal arrumado. Eu gostava mais daquele jeito. Sirius, por sua vez, ficava na ponta do pé para enxergar ao redor. O grupo das pessoas que eu conhecia, gostava e desgostava - mais desgostava do que gostava, na realidade - estava composto por Lily Evans, acompanhada de um mauricinho de cabelos sebosos que atendia por Severus Snape, Marlene McKinnon que tagarelava com McDonald, a namorada de Peter que não conseguia tirar os olhos dele com um sorriso bobinho estampado no rosto e, mais adiante, Bartemius Crouch Jr., o muito admirado estudante que parecia nunca ter pisado em lugar tão verde, junto de Regulus Black, o irmão mais novo de Sirius.

Desde a viagem Sirius não havia tirado os olhos do mais novo. No começo, achei que estava olhando para Snape, por conta da última briga dos dois e de James no colégio, mas era claramente Regulus quem tinha a sua atenção. Era curioso, porque desde o ingresso de Regulus no colégio, os dois pareciam querer manter distância considerável. Eram completamente opostos, afinal. Enquanto Sirius era o astro do rock de aparência rebelde, Regulus era alinhado, tinha postura e carregava consigo a arrogância que sustentava a pose de toda a família Black. Ou quase toda.

Sirius acenou uma vez para o irmão então que, num movimento retraído, arqueou as sobrancelhas.

— Ei, Reggie! Não quer dividir a cabana conosco?

A surpresa não abateu somente ao rapaz. Nós três, ao lado de Sirius, lançamos a ele olhares questionadores. Eu, pessoalmente, não achava que ele iria se encaixar num grupo como o nosso, então respirei aliviado diante da careta de Regulus.

— Eu vou ficar com Barty, não se preocupe – era uma resposta educada, apesar da expressão fechada em seu rosto.

Dando de ombros, Sirius seguiu na frente para o corredor de pedras, ao que nós três o acompanhamos, Peter atrás arrastando a mala barulhenta. James estava com a chave então, depois de passar por todas as cabanas idênticas, identificamos o número vinte na porta de onde estaríamos hospedados.

O espaço era simplório. Tinha três cômodos: quarto, uma cozinha minúscula com frigobar, pia e mesa, e banheiro. No quarto haviam duas beliches e um armário pequeno, com regras e horários fixados na parede de madeira. Exausto, eu arrastei minha mochila para a cama de baixo e me joguei no colchão, me deixando fechar os olhos por um momento. Nos meus cálculos tínhamos, ao menos, uma hora e meia para não fazer nada e eu bem poderia dormir naquele meio tempo.

— Oh, Sirius. Que diabos de ideia foi essa de chamar Regulus para dividir a cabana? – Foi James quem questionou enquanto guardava o violão encapado ao lado de um do armário e, naquele mesmo momento, eu me sentei na cama, observando o outro com curiosidade.

Peter, enquanto tentava subir na beliche acima da minha, complementava:

— Nem teria onde ele dormir. Quatro camas! Você é doido?

— Eu sei, eu sei… – Sirius interferia enquanto acenava a mão, como se quisesse cortar o assunto no ar – Eu estava somente testando. Eu andei pensando numas coisas nesse tempo e só queria testar.

Em silêncio, aguardamos a explicação. Calmo, Sirius abria uma das portas do armário e colocou, lá dentro, algumas garrafas de vodca - o que era comportamento típico de Sirius Black - e cobrindo-as com as roupas na sequência, seguindo para o outro par de beliche, na parte de cima, no qual James já estava sentado. Então, respirou fundo.

— É que sei lá, ele tem andado muito com aquele garoto Crouch.

No mesmo momento intuí: besteira. Voltei a me deitar na cama então, fechando os olhos.

— Você tem andado muito com a gente também. – Intervinha a sua argumentação que não tinha sentido na minha cabeça – E Lily anda com o Seb…

— Ah, cala a boca, Remus! – James lançou, de cima da beliche, um travesseiro que acertou o chão, mas tenho certeza de que aquele não era o alvo.

James andava um pouco… sensível, por conta das preferências de Lily Evans. Era compreensível até certo ponto, porque Severus Snape não era só um nariz fino com cara oleosa que andava com a garota mais brilhante do colégio, mas era um falso burguês mesquinho - porque ele não tinha tanto dinheiro assim - que não perdia a oportunidade de nos provocar. Ou provocar, mais propriamente dizendo, os meus amigos, que também não eram almas santificadas, mas Lily Evans o havia escolhido. E por muito tempo James ficou muito puto com isso, porque ele era claramente melhor do que Snape, mas agora só estava… chateado.

E decidido. Mesmo que eu não colocasse muita fé em suas palavras, James viera a viagem inteira dizendo que estava pronto para esquecê-la. Que se divertiria conosco. Que não era problema dele.

Mas de qualquer forma eu me calava. E o silêncio no quarto se fazia presente, corrompido apenas pelas conversas do lado de fora, de alunos que tentavam encontrar suas barracas. Não era incômodo de fato. Eu poderia dormir deveras se não pela voz de Sirius Black que me fizera sentar novamente, quase num sobressalto. 

— Vocês acham que Regulus é gay?

Revirava os olhos automaticamente.

— Espera. Você acha que o seu irmão pode ser gay porque ele tem andado demais com um garoto? – questionava, somente para entender melhor o que se passava na cabeça de Sirius.

— Você por um acaso é gay por andar comigo, pra cima e pra baixo? – era um alívio ter James concordando comigo.

Isso porque os dois sempre concordavam em tudo. Se o conceito de irmandade fosse realmente levado a sério, James pareceria mais irmão de Sirius do que o próprio Regulus. 

Em resposta, Sirius sorria para James e levava uma das mãos ao seu queixo, segurando-o por um momento.

— Por você eu sou super gay, Prongs.

Peter ria na cama de cima e eu balançava a cabeça numa negativa, prendendo o riso na garganta. Mas aquele tipo de coisa acabava por me irritar, por dois motivos. Há dois anos atrás, quando Sirius e James eram mais inseparáveis do que o que são hoje – e, acredite, é possível – alguns alunos mais velhos começaram a fazer piada quanto a sexualidade dos meus amigos. Eles eram ótimos diantes das “câmeras”, andavam de mãos dadas somente para desestabilizar os demais, mas Sirius realmente havia ficado muito puto com as fofocas. Afinal, como ele conseguiria perder a virgindade se todos acreditavam que ele estava transando com James Potter? Era ridículos por diversos fatores e, principalmente porque estar transando com um homem não impedia de estar também transando com uma mulher, mas valor moralista nenhum deixava os estudantes daquele colégio associarem uma coisa a outra.

E eles nem estavam transando de verdade. Nenhum deles o havia feito aos quinze. Mas era extremamente hipócrita desenhar estereótipos em Regulus quando ele mesmo já havia passado por situação parecida. Aparentemente havia esquecido.

— O caso não é só esse… – Sirius dissipou os risos então, explicando o seu ponto de vista com mais clareza agora – O Crouch passou dois dias em casa e, desde então, eu não via mais a cara do Regulus. Quero dizer, eles desciam para o jantar e, logo depois, se trancavam no quarto. Literalmente se trancavam no quarto, eu conferi! E quando o rapaz está lá, Regulus sorri? – o questionamento no final da frase vinha com tons indignados – Quero dizer, quando foi que vocês viram Regulus sorrir?

— Tá, Sirius. E se ele for gay?

Aquele era o segundo motivo que me incomodava. E se fosse? O que diabos ele teria a ver?

— Se for, é. – Siirus encolhia os ombros, como quem não se importava. E, depois de um momento afundado num silêncio xoxo, ele complementou – Eu só queria saber. É o meu irmão, afinal.

Pela terceira vez eu me deitei na cama, agora irritadiço com o assunto, disposto a ignorá-lo. E o fiz por um tempo.

James e Peter discutiam agora formas de descobrir se Regulus Black era gay ou hétero. Peter lhes dava as ideias mais insanas, como empurrar contra ele um garoto bonito, quando a opção mais fácil e óbvia era simplesmente perguntar a ele, mesmo que isso pudesse acarretar discussões. A ideia mais insana de Peter fora procurar em um aplicativo de relacionamentos.

— Vou mudar a sexualidade no meu Tinder. Ver se o encontro.

E Sirius realmente havia comprado a ideia. E realmente estava mexendo no celular agora, o que me fez virar de costas para ele, de frente para a parede, com os olhos fechados e a intenção de me forçar a dormir o mais rápido possível. Não funcionava tão bem no entanto.

— Até que tem gente no entorno… – ouvia-o comentar, enquanto a cama balançava quando Peter pulava para o chão, os passos seguindo para a cama da frente – Olha esse aqui. Não busco relacionamentos, somente uma foda casual! Meu Deus!

Como se héteros não fizessem isso o tempo todo. Era mais honesto, na minha concepção, ser sincero com aquele tipo de coisa, ao invés de simplesmente aliviar as suas necessidades e sumir, sem dar explicações, destruindo expectativas de uma forma cruel.

Ficaram por um bom tempo conversando sobre os perfis masculinos que encontravam ao entorno, e eu não conseguia simplesmente espairecer. Riram quando encontravam, dentre tantos, o perfil ativo de Gilderoy Lockhart, um aluno do quarto ano que estava sempre exibindo um sorriso brilhante pelos corredores do colégio. Eu só queria me afundar na cama e sumir. Ou que um raio que atingisse os ouvidos e, quem sabe assim, eu conseguiria cochilar deveras.

Não há mais ninguém perto de você.— leu a mensagem do Tinder, que indicava que as opções ali eram poucas. – Às vezes esses aplicativos podem ser bem cruéis, não?!

Com impaciência, voltava a me sentar na cama, mirando os três rapazes na beliche de cima, a minha frente.

— Já pararam pra pensar que ele pode ser só amigo do Crouch? Que estão se comportando feito crianças paranóicas procurando o garoto em perfis gays?

Por um momento, o silêncio. E a cada segundo que o silêncio se estendia, eu me sentia aliviado porque eles talvez estivessem entendendo. Mas não era como se eu fosse o membro mais ouvido do grupo e, contrariando todas as minhas expectativas, Sirius sorriu.

— Podemos tentar um perfil de garota.

— Ah, francamente… – resmunguei, voltando a me deixar levar pela impaciência.

— Claro, um perfil de garotas. Todas elas te amam, elas com certeza devem deixar você usar o celular delas para procurar – e, por mais que fosse outra ideia absurda, Peter parecia ter mesmo expectativa sobre ela.

— Nah… – Sirius negava.

— Ou a gente cria um perfil fake – James sugeria, encolhendo os ombros na sequência – Mas eu não vou baixar esse negócio no meu celular.

— Eu já mudei a sexualidade do meu Tinder. Não vou, agora, mudar o gênero, a foto e qualquer coisa que me tire a diversão nessas três semanas trancafiado aqui – Sirius igualmente tirava o seu da reta.

— Eu posso fazer isso – Peter se voluntariava.

— Você? – O riso de James foi longo – Você não consegue dar mesmo em cima de uma garota. Se Mary não tivesse convidado você para sair, feito o pedido de namoro, você estaria sofrendo até agora, Pete. O que te faz pensar que pode dar em cima de um garoto?

Peter resmungou, voltando a deixar o próprio celular em cima da cama. Eu continuei a olhá-los, querendo mesmo acreditar que aquela ideia poderia se dissipar uma hora. Mas quando os olhos se voltaram para mim, em conjunto, eu automaticamente recuei. Eu os conhecia há tempo suficiente para saber o que viria a seguir, mas ainda assim, Sirius explanou a ideia.

— Remus! Você faz o perfil e descobre.

— Ah, vai se foder – e era a quarta vez que me deitava na cama.

Sirius pulou da beliche, acompanhado dos outros dois e, tão logo, o espaço apertado onde eu estava esticado era tomado por três corpos intrometidos em cima de mim. Sirius apoiava ambas as mãos no colchão, os cabelos cobrindo o rosto como uma cortina negra e a expressão radiante nos olhos.

— Você só precisa encontrá-lo num perfil feminino. E depois nos dizer. É simples, Remus!

— Não – pontuei.

Mas, igualmente, eles me conheciam. Saber dos pontos fracos dos seus amigos poderia configurar uma vantagem cuidadosa. Se eram eles quem suprimiam as minhas crises difíceis, eram eles também quem usavam contra mim as coisas que eu mesmo havia exposto. Era um jogo constante, eu mesmo entrava nele. Não de uma forma ruim, sabíamos respeitar os nossos limites.

— Você vive reclamando da aparência dos garotos ricos, que vivem com máscaras de perfeição – Sirius falava como quem não queria nada, sentando-se na cama agora, de costas para mim – Esse seria um jeito de provar que nem tudo é perfeitamente moralista na nossa bolha colegial. Provaria o seu ponto. Ajudaria o seu melhor amigo.

Bufei demoradamente, mantendo os olhos fechados e cerrando os punhos com alguma força. Maldita argumentação.

Eu não tinha nada contra Regulus, tirando o fato de ele pertencer a uma família desgraçada como a Sirius, com pompa e moral tão grande que ninguém ousava ir contra a palavra de um Black. Ou o fato de ele sempre caminhar com aquela postura impecável, o nariz em pé e os olhos altivos. Ou o fato de simplesmente não precisar fazer nada para ser um aluno modelo, apenas ter dinheiro e influência.

Não tinha nada a ver com o fato de ser gay ou não.

Mas eu poderia intervir. Inconscientemente sabia que dormiria muito bem a noite se descobrisse, por um acaso, que o irmão perfeito de Sirius Black era, na verdade, um gay reprimido. Era maldade, eu sabia, mas todos eles, garotos ricos, eram naturalmente maldosos com o mundo fora de suas bolhas. E, no final das contas, eu era igual a James, Sirius e Peter.

Lentamente alcancei o celular no bolso. Fiquei mexendo na tela por um momento, antes de decidir.

Baixei o Tinder, então.


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Notas finais do capítulo

Boa noite, possíveis leitores. Espero encontrar vocês no decorrer do que está sendo uma experiência muito gostosa para mim. Faz muito tempo que não escrevo uma long e eu mal posso conter o quão feliz estou por estar postando, enfim, o que já está bem adiantado, então não... eu não pretendo abandonar no caminho, rs.

Espero que gostem tanto quanto eu.

Beijos e até o próximo!



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