Uma chance escrita por Hirobelana


Capítulo 2
Chance 2




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O meu próprio mundo, o meu próprio universo me ensinaram que eu deveria ser sempre assim, sempre fechado, sempre na minha, sempre assim, incluso somente na minha própria existência.

Sem aberturas ou brechas, para o meu eu que chora por motivos que não ouso em falar em voz alta, que dirá compartilhar com àqueles que estão a minha volta, e que por algum motivo gostam e até me amam. Nunca vou entender, se quer compreender.

O meu eu me ensinou que é melhor ser assim, dizer que está tudo bem, um sorriso ou dois. Não importa! Somente que eu continue dizendo em voz alta que está tudo bem. E se eles lá de fora conseguem acreditar, quem sou eu pra negar ou revelar, que não é bem assim. Nunca é!

Que o meu coração sangra e a minha alma também, por saberem que a verdade é muito dolorosa, e se dói em mim, quem sou eu pra deixar que outra pessoa saiba e sinta essa dor também?

Jamais faria isso.

Jamais?

Achei que sim, achei que nunca ousaria, se quer iria cogitar essa possibilidade de se fazer, realizar.

Mas aconteceu, eu fiz.

Me expus. De pele até a minha alma, para alguém que não escolhi. Porque se pudesse, talvez não estaria agora sofrendo tanto assim.

Mas fazer o quê, se o meu coração escolheu?

Escolheu amar alguém que volte e meia não está nem aí para mim.

Escolheu outra pessoa pra amar, que já disse que seria o fim.

O meu coração é um tolo, mas quando eu vejo essa pessoa sorrir, nada de ruim ou errado consigo lembrar que essa pessoa tenha feito. A única coisa que quero é ver esse sorriso e imaginar que algum dia serão por mim.

E por amar tanto essa pessoa, me revelei e mostrei o mais íntimo de mim. Minhas dores e os meus medos, na possibilidade e com a intenção de que pudesse me entender, compreender.

E acho que sim, de alguma forma, eu sinto que sim. Que agora ela finalmente está olhando diretamente e somente para mim.

 

— Pai? – o meu filho me chamou, tirando a minha atenção daquela carta que havia terminado de ler - A gente não iria jogar bola? – ele perguntou estando ainda parado no mesmo lugar, na porta do meu quarto.

— Claro filho! – peguei o meu velho diário e o guardei no mesmo lugar que sempre ficava, embaixo de uma caixinha - Vamos? – falei com o meu filho saindo junto com ele, para fora do meu quarto.


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