Transição escrita por elda


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu comentei com alguns usuários que traria essa UsoLu de volta um dia. Transição foi minha primeira fanfic que eu escrevi e que cheguei a postar aqui. Naquele tempo eu não tinha noção nenhuma como era o mundo de um escritor de fanfic. Termos como fujoshi, drabble, OC ou OOC, eu não fazia ideia o que era e minha escrita era uma merda maior do que agora. No entanto, Transição conseguiu ser a única fic daquele tempo que conseguiu me agradar.
Obviamente que fiz alterações nessa nova, mas a ideia é a mesma.
Peço aqui, faça uma força pra dar uma moral pra quem acabou de entrar nesse mundo. Lembro que em 2013 cheguei num nível que eu fui atrás de beta pra betar uma longfic, eu acabei me estressando... E por isso n desejo isso a ninguém. Digo aqui também que essa será a última fic que vou escrever. Porém ainda darei sinal de vida nas fics que acompanho!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786274/chapter/1

Transição

O Thousand Sunny seguia velejando pelo mar do Novo Mundo calmamente. Nami dissera que não haveria uma tempestade e todos ficaram felizes com isso, pois durante a noite tiveram que enfrentar um perigo costumeiro, mas que mesmo assim os deixavam cansados. Portanto, o céu era azul, pelo menos Luffy averiguava que ele realmente era azul quando estava deitado na relva de seu navio. Usopp estava ali perto preparando uma isca para pescar, mas ele não pôde ignorar seu capitão meio perdido com os braços pra cima.

— Por que tá aí deitado com os braços pra cima, Luffy? – Ele perguntou depois de tomar a vista do céu azul de seu capitão. Luffy deu um leve sorriso ao sentir sua sombra sobre ele, que fez o atirador ficar ainda mais intrigado.

— Estou observando que minhas mãos estão maiores.

Usopp deu um suspiro com essa resposta, ultimamente seu capitão só falava coisas vagas e sem sentido e o pior era que o resto do bando não notava. Por isso pensou que era realmente azarento por perceber, porque teria que dar um jeito no Luffy sozinho. – Levanta daí e para de dizer coisas sem sentido. Preparei uma isca pra ti, venha pescar comigo!

— Não quero. – Luffy o respondeu seco e Usopp achou isso estranho, já que o mesmo adorava pescar com ele.

— Alguma coisa te incomoda, Luffy?

Luffy se sentou depois de ouvir essa pergunta, mas ainda fitava suas mãos. Depois levantou seu olhar para o de Usopp e notou que seu amigo parecia preocupado. – Me dê sua mão.

Usopp não entendeu de imediato, mas quando compreendeu, não perdeu tempo de lhe dar uma de suas mãos depois de se sentar em frente ao Luffy. Ele já sabia o que seu capitão iria fazer, e por isso a palma da mão já estava aberta. Luffy sorriu com esse ato, pois isso reforçava que seu atirador entendia o que pensava, mas sem demora ele juntou sua palma na de Usopp.

— Ora, você também cresceu. – Observou que os dedos de ambos tinham o mesmo tamanho.

— Sério mesmo, Luffy?! – Tombou a cabeça para o lado, pensando que se visse em outra perspectiva daria pra ver alguma diferença. – Pra mim parece a mesma coisa.

Luffy separou sua mão da de Usopp e se levantou. – Desculpa, Usopp, mas não quero falar contigo hoje.

Usopp ficou espantado com sua costumeira transparência fora do normal, mas que de fato ainda não se acostumara. – Como assim?!

— Você não fez nada de errado, eu só não quero conversar...

Sanji apareceu com uma cesta de roupas e chamou Luffy para ajudar antes que Usopp dissesse algo para ele, só lhe restou ver seu capitão se distanciar cada vez mais dele. O atirador ficou ainda mais preocupado e perguntando para si mesmo que bicho havia lhe mordido.

— Luffy, pega essa corda e amarre como sempre! – Ordenou Sanji depois de jogar a corda para o seu capitão, que imediatamente amarrou nas colunas do parapeito interno do navio.

Sanji costumava ficar responsável pelas tarefas domésticas, além de cozinhar. Como todos os caras eram uns porcos que não faziam nada direito e como ele nunca deixaria uma dama fazer serviços tão grotescos, acabava que ele fazia tudo sozinho. Mas quando pendurava as roupas no varal, ele chamava Luffy para ajudá-lo.

— Comece me dando as peças maiores como sempre. – Ele disse num tom rabugento enquanto tinha um cigarro apagado num canto de sua boca.

Luffy lhe obedeceu até restar as peças menores. – Toma! – Ele disse suspendendo uma calcinha de renda para Sanji, que imediatamente teve um sangramento nasal. Luffy via essa cena regularmente e se lembrou das vezes que Zoro o chamava de tarado por isso. Para ser sincero, o chapéu de palha não sabia o que exatamente deixava Sanji assim e por que exatamente Zoro o chamava de tarado. - Sanji, por que você é tarado? – Perguntou inocentemente.

Sanji que havia recuperado a postura ficou exasperado novamente. Luffy nunca fizera tal pergunta pra ele antes. – Eu não sou tarado! – Respondeu rispidamente a ponto de pegar a calcinha das mãos de Luffy e pregar a mesma no varal sem ter outro sangramento nasal. – Bem... – Tentava pensar nas melhores palavras para explicar ao seu capitão inocente (na sua concepção pelo menos) o que era. – Eu apenas sinto um ‘calor’ quando vejo certas mulheres. – Pigarreou. – Por que quer saber disso?

Luffy piscou os olhos com a resposta de seu cozinheiro. – Como é esse calor?

Sanji enterrou as mãos no bolso da calça meio estressado por Luffy ter ignorado sua pergunta, mas respondeu ele mesmo assim. – É uma coisa carnal... Um calor que te faz ter vontade de fazer sexo.

— Sexo? – Perguntou ainda sentado no chão ao lado da cesta de roupas. E o loiro praguejou novamente, não estava nada disposto a dar uma aula de educação sexual naquele momento e não se lembrava de ser bom nisso de alguma forma.

— Você tem sentido isso, Luffy? – Ele resolveu dar um xeque-mate naquela discussão para acaba-la de vez e com essa pergunta, Luffy ficou imediatamente rubro e confuso. Sanji riu por notar a tempo. – É algo parecido com isso que você acabou de sentir! – Voltou a pregar as roupas, porém ficou curioso com algo. – Sente isso aleatoriamente ou por alguém específico?

O capitão se levantou do chão e apertou seu peito, e foi nesse momento que Sanji também notara que ele parecia triste. – Sinto pelo meu melhor amigo. – Confessou e passou a fitar o chão.

O cozinheiro piscou os olhos meio surpreendido com a transparência de seu capitão, apesar dela sempre lhes surpreender, aquela ainda assim veio de uma forma mais inesperada que o esperado. Esboçou um sorriso franco e largou as roupas pra se aproximar de Luffy. – É normal sentir isso. – Pousou uma de suas mãos sobre o chapéu de palha que seu capitão usava para lhe dar um carinho. – Até mesmo você sentiria isso.

— Como assim até mesmo eu?

— O amor não perdoa ninguém, Luffy. E ultimamente você tem ficado mais alto, eu reparei. – Acendeu o cigarro que segurava na boca, ele pensava que fazia sentido o capitão sentir isso logo pelo seu melhor amigo. – Mais cedo ou mais tarde sentiria esse calor. – Sorriu gentilmente para seu capitão, que retribuiu o sorriso, mas timidamente. – Quando começou a sentir isso por Usopp?

— Acho que depois que ele retornou pro bando... – Luffy voltou a ficar triste aos olhos de Sanji. – Na verdade, Sanji... Eu perdi Nami, Robin e até mesmo você... Mas com Usopp foi uma experiência horrível que até hoje me arrependo e não sei lidar com isso direito...

Sanji o escutava e pensava que Luffy estava começando de fato a ser mais racional por dizer algo tão sentimental e por reconhecer seus limites. – Você está amadurecendo.

— Oi?! – Luffy piscou os olhos, confuso.

— Parece que o Novo Mundo tá fazendo bem pra sua cachola, mas um estrago terrível aqui. – Sanji deu um leve soco no peito esquerdo de Luffy. – Irá se confessar pra ele?

Com essa pergunta, Luffy abriu o olhar antes de desviá-lo para um ponto qualquer que não fosse o rosto de seu cozinheiro. – Esse obstáculo não vou superar como os demais... – Disse ainda triste e Sanji continuou a ouvi-lo. – Vou guardar para mim.

Sanji ao ouvir isso pensou que seria doloroso, mas também pensou que talvez um dia ele dissesse. Talvez depois de se envolver com outras pessoas, quem sabe... E ainda talvez pudesse simplesmente esquecê-lo com o tempo, sabe é o primeiro amor. – Te compreendo, Luffy. – Sorriu gentilmente para seu capitão depois de pousar uma de suas mãos num dos ombros dele. – Agora chega de papo e vamos terminar logo com isso! – Ele apontou para cesta e imediatamente mandou Luffy continuar a lhe mandar mais peças de roupa.

No dia seguinte, Thousand Sunny estava tomado por neve. Usopp, Chopper e até Franky brincaram com a neve acumulada no deck do navio. E em meio a muitas guerras de bola de neve, Usopp algumas horas procurava por seu amigo naquele cenário branco. Ele voltou a pensar que seu capitão estava muito estranho, pois o mesmo nunca deixaria de brincar com eles na neve. Era um dos momentos mais divertidos naquele navio... Por um instante sentiu saudades daquele sorriso largo e confiante que seu capitão transmitia e que ele tinha certeza que tudo ficaria bem. E acabou sentindo um aperto no coração, que o fez levar uma de suas mãos até o peito. Luffy estava mudado, concluiu. Será que não via mais graça em pescar, brincar ou até mesmo falar com ele?

— Luffy? - Ele o chamou depois de entrar no dormitório masculino, havia procurado por ele em todo lugar do navio, mas ainda restava aquele. – Você tá aqui? – De repente viu um braço estendido no ar e Usopp entendeu que era seu capitão lhe chamando, e quando o mesmo se aproximou, ficou confuso em vê-lo encolhido no pé de sua cama. – Está tudo bem?

— Sinto frio. – Ele tremia e abraçava com força seus braços.

Usopp notara que ele ainda não vestia roupa de frio e sorriu com isso, de alguma forma aquilo o fez pensar que seu capitão continuava sendo o desligado de sempre. – Espera. – Pegou um cobertor grosso numa das camas e jogou em Luffy, que passou a sentir menos frio. Depois de ver seu capitão sorrindo com o calor que estava recebendo, resolveu deixar o quarto.

— Pera, Usopp! – Ele o chamou quando notou que o mesmo estava indo embora. – Ainda sinto frio, que tal você se sentar ao meu lado pra me esquentar mais? – Ele disse e abriu um espaço debaixo do cobertor para que Usopp entrasse.

— Ora, pensei que não queria falar mais comigo.

— Isso só foi ontem. – Luffy revirou os olhos. – Anda, tá frio!

Usopp imediatamente se meteu debaixo do cobertor e ficou ao lado de seu capitão. No entanto, os dois ficaram alguns bons segundos mudos e sem fazer nada, até Luffy resolver cobri-los por completo.

— O que está fazendo, Luffy? Por que está nos escondendo?  

— Assim parecerá que só existe nós dois. – Ele disse ainda tremendo. – Eu preciso te dizer algo...

— O que? – Perguntou apreensivo com o que poderia ser.

— Ultimamente as coisas perderam as cores... – Ele disse sem fitar os olhos de seu atirador, que, ao contrário dele, o observava. – Não sinto mais alegria com algumas coisas que me divertiam.

— Eu percebi. – Usopp interrompeu seu capitão e depois apertou firme uma de suas mãos, assegurando que estava tudo bem sem precisar por isso em palavras.

Ao ver a mão de seu atirador sobre a sua, Luffy sentiu um sentimento ainda mais novo e energético que os demais. “Calor...” – Ele pôs a outra mão sobre essa de Usopp e sorriu. - Um dia você saberá por que tenho ficado estranho. – Prometeu.

Usopp piscou os olhos achando aquilo a coisa mais estranha que Luffy já havia dito desde então, mas resolveu sorrir e apertar mais forte suas mãos. – Okay, Luffy, estarei esperando por esse dia.

— Mas já adianto, Usopp... – Corou por pensar que diria aquelas palavras. – Você é a razão por eu estar vendo tudo cinza ao meu redor.

Usopp ficou preocupado, imaginou que havia magoado o amigo. – Eu te fiz algo, Luffy?

— Fez. Mas não nesse sentido que você está pensando. – Suspirou e Usopp notou o quanto o seu capitão estava tendo dificuldade para botar pra fora as seguintes palavras. – É porque você roubou todas as cores... Ultimamente só você está colorido nos meus olhares. – Finalmente disse o que queria e se sentiu mais acanhado que o normal. Ele sabia que tudo ao seu redor havia perdido graça porque não se interessava mais em pescar ou brincar no deck do navio. A única coisa que se passava em sua mente era em como faria para alcançar Usopp. Luffy voltou a olhar pro seu atirador que estava com o olhar confuso e sem mais nem menos lhe deu um beijo na sua bochecha. Usopp imediatamente ficou ainda mais confuso.

— Obrigado por ser meu amigo. – Luffy sorria após beijá-lo.

O atirador sorriu mesmo ainda não entendendo aquele beijo, e aproximou mais seu corpo para esquentar mais ainda seu capitão que ainda tremia. – Que bobeira, Luffy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Transição" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.