Avó é mãe com açúcar! (ABO) escrita por Deby Costa


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Agradeço as minhas queridas, Ariane e Kaline pelas sugestões de nomes para os gêmeos. Meninas, vcs são 10/10.

Boa leitura e espero que gostem.



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O remake. 

 

Pela porta entreaberta os irmãos Inuzukas assistiam a cena que se desenrolava na cozinha da casa de Kiba. Hana segurava o riso. Parecia estar revendo um filme, só que dessa vez estrelado por novos personagens.  Entendia e se solidarizava com a indignação do irmão caçula, conquanto fosse hilário ver sua revolta dirigida a Tsume.  

− Kiba, fale mais baixo, a mamãe acabará nos ouvindo – Hana sussurrava, na tentativa de acalmar o rapaz – E se isso acontecer...  

− Pode parar mana. Eu quero mais é que ela nos ouça – Kiba resmungou, atrás da irmã mais velha. Não podiam falar alto, se Tsume os descobrisse ali o tempo fecharia para os dois. – E-eu não acredito no que meus olhos estão vendo.  A mamãe, ou melhor, a dona Tsume é uma traidora.

Hana arqueou a sobrancelha de modo interrogativo: − Dona Tsume, pivete? É sério mesmo?

− Sim, dona Tsume. É assim que irei chamá-la a partir de hoje. ‘Grrr!  Ai que raiva – Enfurecido, Kiba fechou os punhos.  – Ela jamais me deixar... − calou-se ao se dar conta do que a mãe pretendia fazer. 

A irmã sentiria pena, se não conhecesse o jeitinho dramático de seu irmãozinho. Okay. Ele já não era mais tão “zinho”, embora continuasse o mesmo crianção de outrora. Kiba já tinha vinte e um anos e dois filhos que completariam quatro aninhos naquele fim de semana.  Sora, um rapazinho de comportamento impulsivo e agitado igualzinho ao seu papai ômega, e Himeko, uma linda princesinha de fisionomia séria e temperamento calmo, que em tudo lembrava ao pai alpha. Os gêmeos não haviam sido planejados. Na época Shino e Kiba namoravam e mal haviam terminado o ensino médio. Contudo, após o choque inicial da descoberta de uma gravidez precoce, o casal teve apoio total de ambas as famílias e a felicidade de Aburames e Inuzukas se intensificou  assim que descobriram se tratar de dois bebês ao invés de um só. Uma das maiores provas disso, era a cena digna de cinema que transcorria na surdina, bem debaixo de seus narizes.   

− Sua mãe não é uma traidora, Kiba − Um terceiro elemento juntou-se a tocaia montada no corredor para observar a interação entre avó e netos na calada da madrugada.   Shino chegou sorrateiro, ocultando sua presença alpha e a cunhada o agradeceu mentalmente pela gentileza, do contrário estariam mortos e enterrados, e não era exagero, em se tratando de Tsume. – Minha sogra agora é avó e pelo visto está muito confortável nessa condição. 

− Marido, você acha isso justo...  – Kiba começaria sua defesa, no entanto desistiu ao sentir o olhar penetrante de Shino sobre si – Eu só queria entender por que mães depois que viram avós se esquecem das próprias regras?

− Não existem respostas para essa pergun... 

O papo dos espiões foi interrompido por sons de risadinhas infantis que ecoaram corredor adentro.   Alpha, ômega e beta voltaram a espionagem.  No outro cômodo viram quando Tsume colocou o indicador direito sobre os lábios num claro pedido para que os netos fossem mais silenciosos. Feito uma ninja a mulher aproximou-se de uma travessa que encontrava-se sobre a mesa.    

− Moleques, esse será o nosso segredo – simulou zanga, mas não convenceu.  Sora e Himeko continuavam se divertindo. Tsume manteve a expressão séria enquanto retirava a tampa de acrílico e deixava exposta a linda de morango que havia preparado para celebrar o aniversário dos pequenos no dia seguinte.   O aroma dos morangos tomou conta do ar, neste meio tempo, a duplinha atenta a ação bateu palminhas, mas se entreolharam e colocaram as mãos sobre os lábios lembrando que precisavam ficar quietos para não acordar os pais e a tia.   A Inuzuka continuou a encenação.  − Não digam a ninguém o que aconteceu aqui, senão levarão umas belas palmadas no bumbum. Entenderam?   

− Hum-hum  – afirmaram em uníssono. 

Um quarto personagem revelou-se no cenário.   O velho Akamaru, que dormia até o momento sob o tampo de granito do balcão, achegou-se, todo saliente abanando o rabinho, contagiado pela alegria dos pequenos. Tsume riu e pegou duas frutas viçosas, de um vermelho vivo, espetados por cheirosas folhas verdes.  Após dar um para cada neto ajeitou a parte borrada da cobertura para disfarçar a traquinagem.  “São iguaizinhos aquele moleque. ” lembrou-se do caçula antes puxar de uma cadeira e sentar-se despreocupadamente. 

Fulo da vida, Kiba abriu a boca num Ó perfeito, enquanto Shino e Hana somente ergueram os cantos dos lábios, surpresos com o que tinham acabado de ver.   

− Ela deu morangos aos dois?   − Chocado, quase elevou a voz. 

−Sim, ela deu morangos aos dois, Kiba – Hana confirmou divertida. 

− Marido? – perguntou. Queria uma segunda confirmação. Aquilo era uma miragem, não era? 

 Era compreensível a perplexidade do ômega, eles estavam falando de Tsume. De Tsume!

  Para entender melhor a questão era preciso voltar ao início daquele dia, quando Sora e Himeko protagonizaram um dramalhão mexicano merecedor de um oscar! Os dois fizeram birra. Chorando e esperneando naquela mesma cozinha.  Tentavam com o drama convencer a avó a lhes dar alguma das frutas destinados a decoração da torta, mas antes que Tsume se manifestasse a favor ou contra aos pedidos insistentes deles, Kiba pulou a frente dizendo, com autoridade, que os morangos eram para o bolo de aniversário.  Nem os biquinhos lindos que fizeram convenceram o papai ômega a voltar atrás em sua decisão. Em nenhum instante Tsume passou, muito menos passaria, sobre uma ordem do filho  dada aos rebentos. Nessas situações mantinha-se sempre imparcial, sabia que a educação dos gêmeos competia somente aos pais. 

− Se fosse comigo... − O rapaz falou, mas ficou confuso ao sentir o toque suave da mão do esposo em seu ombro. Só entendeu o porquê da interrupção quando, ao olhar nos olhos de Shino, este, num pedido mudo lhe pediu que olhasse a cena por outro ângulo. E foi o que Kiba fez, então sua ficha caiu: − Ó! – exclamou.  Sua postura, arredia até o momento, mudou por completo e o toque em seu ombro lentamente transformou-se num abraço carinhoso.   

Tsume tinha um sorrisão largo e tranquilo a adornar-lhe o rosto enquanto admirava Sora e Himeko se lambuzando com as frutas vermelhas. Lançava de si tanto zelo através do olhar direcionado aos pequenos, que emocionou o ômega.   Ele então compreendeu tudo. A matriarca era uma mulher extremamente forte e não deixava que ninguém dissesse o contrário.  Criou dois filhos, sozinha.  Na maior parte do tempo aparentava carregar sobre os ombros o peso do mundo. Era beta, mulher, mãe solteira e provedora do lar.   Talvez esse tenha sido o motivo da Inuzuka ter sido tão rigorosa na educação dele e de Hana.  Em especial dele, por dar mais dor de cabeça.  Eram raros os instantes em que a mãe relaxava e revelava-se tão frágil daquele jeito. 

− Vem, é hora de voltarmos para nossa cama – Shino o chamou de modo gentil. Pelo vínculo notou quando a emoção dominou seu esposo marejando-lhe os olhos, além disso, aquele era um momento íntimo demais para que invadissem sem permissão.  

Como se combinassem deram um longo suspiro, em seguida olharam para Hana e se despediram num aceno. Ela retribuiu igual, porém antes de  também deixar a cena do crime permitiu-se um último olhar para Tsume.  Assim como o irmão, nunca viu tamanha serenidade na face já marcada pelos sinais do tempo de sua mãe.  Sora e Himeko ainda não tinham idade para entender o quanto eram privilegiados por ver a avó “tão nua. ”  

Os olhos de Hana também se encheram de lágrimas. Por ser a filha mais velha, testemunhou muitas das aflições da mãe ao longo dos anos.  Seu coração se aqueceu.  

 De fato seu cunhado tinha razão.  Tsume estava feliz. 

  

 

 

 

 Erros de gravação.

 

 −Torune acabou de ligar. Será impossível chegar com a gata a tempo de partir o bolo – Shino comunicou assim que adentrou na sala. 

−Hello Kitty, Shino-kun! – A correção partiu da madrinha dos gêmeos, Hyuuga Hinata, mas não abalou o alpha. 

Exagerado frente ao trágico anúncio do esposo, Kiba, que já estava a ponto de acionar o exército, gelou. Como assim?! O jardim já estava pronto, repleto de crianças eufóricas. A ornamentação temática havia ficado linda! Graças a Hinata e Hana, que fizeram tudo com muito capricho. Aquele imprevisto seria um desastre!

  − Como falaremos isso para as crianças, Marido? - O Inuzuka soou desesperado. 

Sora e Himeko eram apaixonados pela personagem infantil, estavam ansiosos por sua chegada, sequer sonhavam que a cidade estava um caos devido às fortes chuvas que caíram durante boa parte da manhã sobre a mesma. Como explicar aos filhos que a Hello Kitty estava presa em engarrafamento a quilômetros dali e que não chegaria a tempo para o ápice da comemoração?   

− Eu disse ‘pra deixarem por minha conta −Naruto murmurou, jogando-se no sofá. −  Afinal sou padrinho do Sora, mas vocês não confiaram em mim – rosnou, ao cruzar os braços atrás da cabeça. – Preferiram deixar a cargo do esquisitão, achando que eu faria merda. 

− Naruto, meu primo tem nome, além do mais, ele é padrinho da Himeko, possui os mesmos direitos que voc...

− Ah não!  Vocês não vão brigar agora, né?  − Kiba os repreendeu – Naruto! – Voltou-se para o compadre. – O Torune não é o culpado pela obstrução no centro de Konoha. E Shino, por favor, deixa o Naruto em paz.  Não vê que ele está com ciúmes?  − Uzumaki e Aburame se entreolharam. Aqueles dois não tinham jeito— Temos de pensar no melhor jeito de contar aos meninos que a Hello Kitty não poderá vir.. 

O ômega sabia que a intenção de Torune havia sido das melhores, ao contratar uma das melhores cosplayers da cidade para animar a festa, mas pelo visto...  

− Ela chegou!   −  Hinata interrompeu a discussão dos amigos. A ômega estava atenta a movimentação no jardim, quando Hana lhe sinalizou quanto a chegada da convidada ilustre.   

− Como assim? – Shino, Kiba e Naruto disseram juntos.  Estavam surpresos, tinha acabado de atender a ligação de Torune dizendo que aquilo seria algo impossível.

− Mas isso é impossível – Naruto, que já se encontrava de pé, encaminhou-se rápido para fora.  

− Depois eu explico tudo a vocês, venham – Hinata chamou o casal. 

 Boquiabertos, diante da figura fofa que apresentava-se alegremente em meio a uma dúzia de crianças em polvorosa,  Shino e Kiba procuraram por Tsume, a única adulta que não estava a vista, no entanto a Inuzuka materializou-se às suas costas servindo refrigerante para algumas crianças.    

− Vai dar tudo certo – Hana disse assim que parou perto deles, porém teve dúvida assim que a enorme Hello Kitty tropeçou nos próprios pés, ao agachar para abraçar Himeko  – Bem, assim eu espero. 

 Desconfiado, Kiba segurou a irmã pelo pulso assim que a beta  tentou passar por eles:  − Mana?  

A mulher deu de ombros e riu antes de partir em auxílio da pobre gatinha. 

 

 

 

 

 

  Cenas pós créditos (ou quem sabe dos próximos capítulos.)

 

− Acho, que agora merecemos uma cervejinha − Tsume sentou-se no fundo do jardim ao lado de Shibi e estendeu-lhe uma long neck estupidamente gelada. O homem encarava as flores, estoico como sempre, no entanto recebeu a bebida de bom grado. O sogro de seu filho havia chegado de viagem no início da tarde, quando toda família estava em desespero por conta do bolo dado pela bendita Hello Kitty. Sasuke, namorado de Naruto, foi quem foi buscá-lo no aeroporto. O entomologista, já estava a seis meses no exterior viajando a trabalho, mas não perderia a festa dos netos por nada nesse mundo. 

− Obrigado – O alpha agradeceu simplista, sem olhar para a Inuzuka. 

− Eu que agradeço. 

 Tsume o olhou de soslaio, enquanto o homem abria a garrafa e dava um grande gole no saboroso líquido.   O amigo de longa data, ainda usava a parte de baixo da (nada discreta) fantasia de Hello Kitty.  A enorme cabeça de pelúcia jazia a sua direita no chão.  Gostaria de se conter para não constranger o alpha, afinal ele salvou a festa dos netos, no entanto preferia perder o amigo, que perder aquela piada:   

— Você deveria considerar trocar de profissão.

Recebeu em troca um olhar enviesado, que a fez soltar a gargalhada guardada até aquele momento. 

 

The end!


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Notas finais do capítulo

A ideia para essa história surgiu a partir de outra que escrevi há um tempinho, o link está no corpo do texto para quem tiver interesse em conhecer.
Espero que tenham gostado.



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