Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 6
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Após Caleb conseguir me fazer entrar no hospital, quando cheguei até Isaac ele já estava em observação, deitado dormindo pelos analgésicos. Me sentei na poltrona ao seu lado e Caleb ficou encostado entre a posta e o corredor nos observando, Peyton passou por ele em disparada, logo olhou para trás para confirmar a presença de Caleb ali o encarando e franzindo a testa, ela me abraçou e eu forjei um sorriso. Me levantei acompanhando Peyton até o corredor para não acordar Isaac com conversas, cruzei os braços parando de frente com ela e vendo Hunter afastado no fundo nos olhando, mas logo se aproximou, beijando ternamente meu rosto e dando um abraço reconfortante. Caleb continuou ali na porta olhando Isaac.

— Ele estava indo para o colégio, quando foram atravessar o cruzamento um cara em uma camionete não respeitou a parada, acertando em cheio o lado do Isaac. – Minha voz chorosa ao olhar para o quarto e ver Isaac dormindo, sentia meu peito se comprimir pensando na dor e sofrimento dele. – Daria tudo para ser eu e não ele. – As palavras eram abafadas pelas lagrimas que começaram a rolar pelo meu rosto, Peyton me abraçou fortemente por um breve momento, quando me soltou fui amparada por Caleb, afundando meu rosto em seu peito e sentindo o carinho que ele fazia em meu cabelo, ouvir as batidas do coração tranquilo de Caleb me reconfortava, olhava entre os braços dele Isaac deitado, escutei os aparelhos apitarem e logo passos apressados vindo da outra direção do corredor, uma voz alta e totalmente descontrolada a falar.

— Quero a cabeça do motorista que fez isso. – Meu pai falava parando diante de nós, Caleb prontamente me soltou e tomou uma postura mais ereta, meu pai olhou nós quatro ali na porta, passou por nós e indo até a cama de Isaac que dormia, o médio olhava os aparelhos, era notável a aflição do meu pai, ele me olhou com certo pesar. – Prometo que vão pegar o motorista que fez isso Zoey. – Eu apenas afirmei desolada, vendo meu pai observar Isaac.

— Vou ir pegar um café, trago para vocês. – Caleb disse olhando o quarto e se afastando indo para a cantina do hospital. Meu pai espreitou o olhar e veio em minha direção me dando um breve abraço, ele sorriu cordial para Peyton que fez o mesmo, Hunter apertou a mão do meu pai em cumprimento.

— Já volto querida. – Meu pai disse passando por mim, apenas afirmei com a cabeça entrando acompanhada de Peyton e Hunter no quarto. Realmente era reconfortante ter alguém do meu lado, me dando esse suporte, estar ali por Isaac também. Caleb estava distante, após trazer o café se sentou no corredor e lá ficou. O médico o liberou após os exames não constar nenhuma alteração em total repouso alertando sobre possíveis dores fortes na cabeça e no corpo. Meu pai já sorria mais aliviado assim como eu. – Vou mandar alguém buscar seu carro, já que não o vi. – Meu pai falava seriamente e me encolhi esquecendo que ele estava ainda no estacionamento do campus. Consenti com a cabeça e logo Peyton e Hunter se despediram vendo Isaac já acordar e meu pai o pegando para levar para casa, Caleb veio em minha direção me abraçando apertado e junto com Hunter e Peyton nos dirigimos até a frente do hospital.

— Obrigada por vocês terem vindo. – Falei abraçando novamente Peyton e Hunter. – É bom saber que tenho vocês aqui. – Hunter sorriu cordialmente e fechava a cara toda vez que olhava para Caleb, era notável o clima estranho.

— Qualquer, qualquer coisa mesmo me ligue. – Peyton disse sorrindo e assim se afastando em direção ao estacionamento do hospital. Caleb me abraçou e estávamos sozinhos novamente na frente do hospital, ele beijou o topo da minha cabeça e respirei profundamente aliviada de tudo estar bem, estar com ele ali.

— Posso te levar para casa? – Ele sussurrou, nos olhamos e sorri consentindo e assim entrei novamente no carro dele, tinha tudo para ter sido um dia lindo, tirando o fato do Isaac ter ficado no hospital por tudo, foi lindo estar com Caleb, nos aproximarmos mais. O caminho foi silencioso, quando parou na frente de casa, olhei as luzes acesas suspirando, tornei a olhar para Caleb que já se encontrava me olhando. – Está bem?

— Um pouco cansada, psicologicamente falando. – Eu forjei um sorriso torto e ele acariciou meu rosto. – Obrigada por hoje, pelo nosso luxuoso almoço e por ficar até agora comigo. – Falei baixo e sentindo o cansaço fazer meu corpo doer.

— Me ligue qualquer coisa? – Ele disse ainda acariciando meu rosto, afirmei suspirando, sentindo o carinho dele e o olhar terno em mim, era tão bom. Algo me prendia a ele, era diferente, a tempos não sentia as borboletas no estomago, o arrepio pelo corpo em ter alguém assim, próximo. Era realmente diferente, o cheiro dele parecia mais atraente, me peguei mordendo o lábio enquanto nos olhávamos, vi um sorriso mais carinho no rosto dele, Deus como podia ser tão lindo e gentil?

— Melhor eu entrar. – Eu sussurrei, Caleb afirmou com a cabeça e eu engoli seco o vendo se aproximar de mim e puxar meu corpo para um abraço mesmo que sem jeito dentro do carro, era bom até o abraço dele. Respirei profundamente sentindo tudo que podia do perfume dele, quando ele me soltou continuou com o rosto próximo, onde era capaz de ouvir sua respiração e sentir o habito quente que saia da sua boca semiaberta. Logo os lábios dele estavam juntos ao meu, senti sua língua invadir minha boca para um beijo mais intenso,  nossas línguas brincavam uma com a outra, me vi puxando ele para mim, sentia o sabor do café e de uma bala de menta em sua boca, podia ver como até nosso beijo combinava, segurei ele pela gola da jaqueta me afastando com a respiração descontrolada, nos olhamos e um riso malicioso brotou no rosto de Caleb, engoli seco recuperando o folego e selando nossos lábios de forma suave, ouvi uma batida no vidro do carro e pulei olhando para trás meu pai ali, parado, nos olhando. Caleb arregalou os olhos me soltando, quando abri a porta do carro meu pai se afastou para eu descer, acenei para Caleb que tentou sorrir, mas parecia que meu pai o assustava. O semblante do meu pai era como se eu tivesse cometido um crime federal, ele não dirigiu uma palavra a mim. Entramos em casa ele foi reto para o escritório me deixando intrigada.  Mesmo assim subi para o quarto de Isaac, que estava deitado em sua casa vendo filme, sorri ao ver ele ali, era mais tranquilizador, assim como ele sorriu ao me ver na porta o olhando. Me aproximei deitando do seu lado e acariciando seu cabelo.

— Meu corpo dói Zoey. – Ele se queixava e era compreensível, me inclinei beijando o topo do seu cabelo.

— Prometo que logo estará melhor, agora você tem que descansar sabe disso né? – Falei tentando parecer de bom humor. – Quanto mais descansar, mais rápido poderá sair da cama. – Ele tentou sorrir e eu fiz o mesmo, desliguei a TV e fiquei ali até que ele caísse no sono, o que não demorou graças aos remédios. Então saí de fininho do quarto dele e fui tomar um banho.

Penteava o cabelo sentada diante da penteadeira, quando vi o reflexo do meu pai parado na porta do quarto, me olhando. Seu olhar era distante e me virei para poder ver ele certo.

— Zoey, vai levar esse tal de Caleb a Londres para seu aniversário? – Sua pergunta me fez sorrir pensando no beijo que demos, até meu pai nos interromper. Me encolhi pensativa e dei de ombros.

— Não sei ainda, porque a pergunta? – Falava colocando a escova na penteadeira e me levantando, indo em direção a cama para arrumar para dormir. Ele apenas negou com a cabeça como se fosse uma coisa curiosa e foi saindo, não insisti em prolongar essa conversa, não acho que devemos falar disso ainda. Deitei na cama e me peguei olhando para o teto sorrindo como uma colegial, respirei fundo e esperei o sono vir o que não demorou muito.

Depois de um breve café em silencio com meu pai, sai correndo notando que tinha perdido a noção da hora, fui correndo para o campus. Pude ver assim que entrei Peyton e Liam discutindo, não quis interferir e desviei eles indo em direção ao auditório, pela correria sentia o coração na cabeça, engoli seco e me peguei respirando fundo quando cheguei na porta do auditório antes do professor. Annabelle veio em minha direção acompanhada de Hunter, eles falavam exaltados e eu pressionei os olhos e revirei ao mesmo tempo não querendo ter uma discussão logo de manhã.

— Olá Zoey, já contou para seus amigos quem você é? – Annabelle me encava e eu respirei fundo tentando achar a paz interior que não tinha. Olhei e vi Harper e Ellie passando por nós, elas ainda insistiam em não falar comigo, principalmente Harper, que obviamente influenciava Ellie nas decisões. Peyton veio em outra direção parando no motim na porta, Annabelle a olhou com um riso diabólico que tinha. – Chegou bem na hora Peyton, a Zoey ia contar a todos nós quem ela é.

— Eu já sei de toda história filhote de Lúcifer. – Peyton retrucou e Annabelle a fuzilou. – Ela apenas tem humildade em não querer escancarar isso por aí, porque você não se coloca em seu lugar? Procure sua turma, ou ninguém suporta seu comportamento colegial? – Peyton parecia estar realmente sem paciência, o olhar das gêmeas em curiosidade era evidente. – Agora sai da nossa frente, que você não agrega nada aqui perto de nós. – Annabelle estava perplexa, assim como todo mundo, ela passou por mim para entrar no auditório trombando com meu ombro o que me fez fazer uma careta. A saída de Annabelle fez com que as gêmeas cumprimentassem Peyton e os meninos e Ellie me deu um breve sorriso. Harper apenas me encarava me olhando de cima embaixo, logo eu teria que contar de toda forma, sentia falta de conversar com Ellie, não tinha mais graça nem ser das Cheerios sem ela. Quando íamos entrar Hunter segurou meu braço antes de ir para sua sala.

 - Zoey peça para Peyton pegar leve com a Annabelle, as gêmeas também. – Hunter estava sério e engoliu seco. –  Mas não te segurei aqui atoa, Annabelle me falou algo muito sério. – Eu estava prestando atenção em Hunter, mas meu celular tocou e logo vi que era Angelina e corri para casa.  Estacionei em frente de casa como se estivesse fugindo de alguém, derrapando o carro o que me assustou, entrei correndo e vi Angelina subindo com uma bandeja, passei por ela sendo um tanto rude e parei na porta aberta do quarto do Isaac, vendo meu pai deitado de terno e tudo com ele e lendo um livro de contos. Angelina parou atrás de mim com um riso satisfeito.

— Liguei para seu pai também, ele conseguiu chegar primeiro, o jovem Isaac está com febre altíssima, mas o pediatra já medicou. – Eu a escutei e senti um alivio no peito, e uma alegria enorme no coração vendo meu pai ali, prestativo e cuidando de Isaac, os dois me olharam e sorriram e eu retribui, continuando ali por alguns minutos para fotografar o momento, não me lembro de ter visto meu pai e Isaac assim. Me virei descendo as escadas e indo para a cozinha tomar água para controlar a garganta seca pela ansiedade. – Isaac pode ser parecido com seu pai, mas tem ...

— O sorriso da minha mãe. – Falei pensativa me sentando de frente com Angelina que mexia já no cardápio do almoço, logo a cozinheira chegou e começou a andar por ali, permaneci ali vendo elas e pensativa. – Sinto falta dela nestes momentos Angie, acho que seria tão mais fácil a vida do Isaac com ela aqui. – Eu falei com semblante triste e a voz saudosa. – Meu pai e minha mãe sempre leram para mim, Isaac nunca terá essa lembrança dos dois juntos ali, eu tenho. Lembro dela feliz com a gravidez de Isaac, ele não teve a chance de conhecer o cheiro que ela tinha, nem como ela tornava meu pai um homem doce, sem ela. – Nos olhamos e meus olhos marejados fez com que Angelina me amparasse em um abraço. – Ele se tornou isso. – Respirei fundo terminando o copo de água e escutando a campainha tocar, pisquei limpando as lagrimas e sorri para Angie. – Pode deixar que eu abro Angie. – Fui em direção a porta limpando as lagrimas e respirei fundo me controlando, quando abri Caleb adentrou me abraçando e eu relaxei naquele abraço de urso.

— O que aconteceu? – Eu mal conseguia respirar com ele me apertando quando ele me afastou e começou me analisar, fiz uma careta.

— Isaac estava com febre e vim para casa, e vi uma coisa que me fez lembrar da minha mãe. – Comentei justificando as lagrimas, senti ele beijar ternamente minha testa, fechei os olhos e me concentrei em inalar o perfume dele.

— Estou aqui para te proteger, fui no campus e não te vi, não vi nas Cheerios e Annabelle disse que não assistiu nenhuma aula. – Ele me olhava em tom grosso. – Pense como me senti. – Ele pressionou os lábios, me peguei sorrindo achando fofo toda essa preocupação, ele sorriu de volta gentilmente enquanto selamos nossos lábios suavemente. Ouvi passos na escada que fez com que Caleb me empurrasse longe o suficiente dele, cambaleei e o olhei espantada, meu pai parou no último degrau nos olhando, seu olhar era como se tivesse uma arma a usaria.

— Eu ficaria muito feliz Zoey, se me permitisse conversar a sós com Caleb. – Meu pai foi andando para o escritório e Caleb me olhou com um sorriso torno, seguindo meu pai me deixando ali sem entender exatamente o porque de tal empurrão. Meu pai sempre intimava qualquer pessoa que se aproximasse o que era fato, mas nunca ninguém tinha me atirado para longe. Olhei Angelina que viu toda a cena de longe e respirei fundo a vendo vir na minha direção.

— Isso foi estranho. – Ela disse tentando esboçar um sorriso. – Ele agiu como um soldadinho pronto a servir seu pai o seguindo, primeiro que faz isso. – Angelina foi me acompanhando para a sala e me joguei no sofá. – Capaz de seu pai aprovar isso que vocês têm, se ele continuar assim. – Acabei rindo do comentário de Angelina sobre a aprovação do meu pai, o que poderia realmente acontecer se Caleb continuar a agir como um soldado perto dele. Não demorou para as portas do escritório se abrir e eu me apoiar nos cotovelos vendo ambos apertarem as mãos com riso satisfatórios em seus rostos, meu pai cruzou seu olhar rígido com o meu e subiu as escadas, vi Caleb vir em minha direção e sentei no sofá o vendo sentar do meu lado.

— Que bom que conversaram, agora não precisará mais me empurrar para longe quando ver meu pai. – Comentei rindo, vi um riso torno e discreto se formar no rosto de Caleb. Percebi como ele engolia seco e com dificuldade, estávamos em silencio absoluto, respirei fundo algumas vezes para quebrar o silencio, pude sentir a mão quente e um tanto suada de Caleb tocar meu rosto, virando para ele, sorri cordialmente para ele que selou nossos lábios iniciando um beijo intenso, no qual sentia meu coração pulsar rapidamente, o beijo estava intenso, nossas respirações pesadas, na qual mal conseguia puxar o ar, aproximei nossos corpos esquecendo onde estávamos, mordi lentamente o lábio dele soltando e nos olhamos por instantes, ele abriu um sorriso malicioso.

— Preciso me controlar com você Zoey. – Ele falava afobado, eu abri um sorriso largo sabendo que eu o deixava sem controle e eu estava doida para ver ele sem controle, ele suspirou tentando procurar ar, pressionei os lábios. – Você me deixa louco, seu cheiro, sua voz, seu gosto. – Ele falava passando o polegar pelos meus lábios. – Quando fica corada por vergonha, me encanta. Seu sorriso me hipnotiza e seus olhos. – Ele abriu um sorriso terno. – Seus olhos me prendem, eles me fazem eu não querer olhar para nenhum lugar, apenas você. – Sua voz era rouca, baixa quase inaudível. – Só sinto vontade de estar com você. – Ele aproximou os lábios do meu ouvido, me causando arrepios pelo corpo todo. – Foder você. – Ele disse tão baixo, engoli seco sentindo meu coração disparar e meu sangue esquentar, ele me olhou e ambos sorrimos. Ouvi um pigarro que nos fez pular, meu pai terminava de descer as escadas com sua bagagem de mão sabia que ele já retornaria para Washington e eu esperava que ele ficasse mais.

— Já vai voltar? – Falei me levantando e ajeitando a roupa. Caleb se levantou ficando ao meu lado, o olhar do meu pai era de total negação nos vendo.

— Tenho muito trabalho Zoey, tenho certeza que você vai cuidar de tudo por aqui. – Meu pai passou por nós acompanhado pelo seu motorista que pegou a mala, engoli seco o vendo sair e respirei fundo notando como ele continuava do mesmo jeito, nem o acidente de Isaac mudava meu pai. Caleb o viu sair, se virando para mim e dando um beijo terno na minha testa.

— Amanhã Zoey, depois do jantar está bem? – Ele respirou fundo sentindo seu abraço me esmagar. – Tenho que ir, preciso resolver algumas coisas se vemos amanhã para nosso encontro, posso passar te buscar? – Apenas afirmei o vendo sorrir, logo ele se virou indo embora acompanhado de Angelina que abriu a porta e me joguei olhando para o teto tentando organizar minha mente que parecia uma fábrica que não parava nunca, de tanto cansaço adormeci.


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