Me Encontre escrita por SouumPanda


Capítulo 21
Traições




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Acordei cedo o sol queria começar a apontar no horizonte, olhei John dormindo e fui até a janela observando o condomínio silencioso que apagava as luzes dos postes conforme o céu clareava, minha cabeça estava a milhão, não conseguia raciocinar direito. Olhei brevemente para a cama e John me olhava sorrindo, forjei meu melhor sorriso, ele estava fugindo de mim, achando que não o amava, mas não era verdade, o sentimento que tenho por ele, é puro e genuíno, não me casei com ele atoa. John veio em minha direção me abraçando por trás e ambos olhando em silencio para fora, seu corpo apertava o meu fortemente, sentia ele como um cobertor em minha volta, entrelaçando nossas mãos e fazendo uma breve dança com os corpos unidos. Me virei para ele o olhando, ele tinha os olhos radiantes, engoli seco, queria pedir desculpas, queria dizer que o amava, não queria que me deixasse. Abri os lábios tentando dizer algo, quando ele com seu dedo indicador me calou, selando nossos lábios lentamente que logo se tornou um beijo mais intenso, ele apertava meu corpo ao dele, seus braços fortes me envolviam, quando me afastei o suficiente para olhar seu rosto.

— Não vá para Londres agora. – Foi tudo que consegui falar, ele sorriu com meu pedido.

— Tenho que ir. – Ele acariciava meu cabelo para trás da orelha. – Tenho deveres com meu país e coroa. – Ele suspirou. – Voltarei para você daqui 15 dias.  Poderemos saber o que queremos até lá, poderei pensar e você também.  Quando voltar, daremos um rumo em nossa vida e ver o que é melhor para nós dois, tudo bem? – Ele falava baixo e sorridente, apenas balancei a cabeça confirmando. – Volte para cama comigo, vamos dormir, está cedo ainda.

Ele me conduziu para cama se deitamos um de frente para o outro, nos olhando, até que ele se aproximou iniciando um beijo intenso, me puxando para ele, John me abraçava forte assim como me beijava, como se fosse uma despedida, lagrimas rolaram pelo meu rosto, estava saudosa, com a cabeça a mil, não conseguia entender tudo que estava acontecendo, minha cabeça e minhas emoções estavam uma bagunça, mas John era minha única segurança e certeza neste momento e queria ele comigo, como nossos votos, para sempre. Quando o despertador tocou ao longe, John não estava na cama, coloquei o hobbie e desci o vendo com Louise no colo enquanto tomava café e lia o jornal, pelo menos ele tentava ler algo. Me aproximei beijando Louise, selei meus lábios ao de John, me sentando ao seu lado.

— Pensei que tivesse ido, me assustei achando que não conseguiria me despedir de você. – Falei me servindo café e vendo Katarina vir pegar Louise, ela continuava com o sorriso de deboche, olhando John acariciar minha mão.

— Não faria isso com você, vou apenas após o almoço. -  Ele beijou minha mão e sorrimos um para o outro. – Poderíamos almoçar e depois você me deixa no aeroporto. – Ele sugeriu e apenas concordei.

— Claro, me mande mensagem do local e estarei lá. – Eu disse sorrindo e selando nossos lábios. – Irei me trocar tenho uns assuntos para resolver até no almoço tudo bem? -  Me levantei selando nossos lábios novamente e beijando o topo da cabeça de Louise.

Tinha passado a manhã toda atrás de informações dessa tal Sra Wilson, minha cabeça doía de ficar lendo tanto na internet e achar poucas coisas, a mulher era conhecida, mas ao mesmo tempo era um fantasma. Saí do escritório com certa fome, indo em direção da cozinha pegar uma fruta antes do almoço com John e pude ouvir Katarina exaltada no telefone, me senti má pessoa em ouvir uma conversa particular dela, mas sua irritação me despertava curiosidade.

— Não entende meu lado? Você prometeu que hoje iria ficar comigo e agora marca esse almoço? Não sou essas que você pode brincar, ou se encontra comigo ou vou fazer da sua vida um inferno, está me entendendo? – Ela fez uma pausa bufando, como se escutasse algo, logo ela voltou a falar alto alterando a voz de maneira rude. – Você nunca será plenamente feliz com ela, essa felicidade é arranjada, falsa, já te disse isso. Ela não te ama, assim que você sair ela vai correr para ele, ela não se interessa em nem te dar um filho após o tratamento, eu posso te dar isso. Não me deixe falando sozinha, John, John, John. – Ela desligou o celular e era como se tivesse jogado sobre a ilha, meu coração ia sair pela boca, mas tinha que manter as aparências, me recompus, mas não conseguiria olhar para a cara de sínica dela sem chorar, mudei o rumo, indo para a porta e saindo de casa. Andei por um tempo sem rumo, sem saber exatamente para onde ia pelo condomínio, coloquei as mãos apoiadas no joelho puxando o ar rarefeito que me rondava, não conseguia entender o que tinha ouvido, John e Katerina? Ele estava me traindo? Mas porquê? Me coloquei a andar e notei que o condomínio tinha uma praça não longe de casa que nunca reparei, lagrimas involuntárias rolavam pelo meu rosto, sentia um soco na boca do estomago, porque ele faria isso comigo? Da pequena praça conseguia ver minha casa e sentia vontade de apedrejar ela inteira, engolia seco o amargor da boca, quando senti dedos firmes apertar minha cintura, meu corpo gelou, senti calafrios pelo corpo todo, meu cérebro parou de funcionar e o ar nos pulmões parece que não chegava, me virei vendo Caleb sorrindo, mas com o olhar preocupado ao ver minha situação.

— Zoey, viu um fantasma? Está bem? -  Ele me olhava preocupado, mas seu olhar ainda conseguia ser sexy, seu sorriso torto e cordial me fazia sentir a garganta seca, meus olhos estavam estalados neles.

— Caleb. – Eu disse com certa dificuldade, era tudo que eu não precisava nesse momento. – O que está fazendo aqui? – Ele segurou meu pulso me tirando da visão da minha casa, me arrastando para uma arvore. Sentia meu corpo gelar como uma adolescente fazendo algo muito errado. – O que quer?

— Sou seu vizinho agora, não sabia? – Suas palavras não processavam no meu cérebro e me atordoavam, não podia ser verdade, era uma brincadeira de mal gosto dele. Era notável minha expressão de espanto, podia ver o humor em seu sorriso e olhos, olhei em direção de casa vendo se ninguém me procurava. - Darei uma festa para o condomínio como você fez, porém resolvi te convidar pessoalmente.

— Perca de tempo seu achar que irei a essa festa. – Ele via o pânico em meu olhar, eu não sentia minhas pernas, estava com medo delas cederem a qualquer momento, olhei para minha casa novamente, vi Isaac sair com uma bola nas mãos acompanhado de um amigo que tinha feito. Me virei para Caleb suspirando profundamente. – Se me der licença tenho que ir para casa.

— Zoey não me trate assim. – Ele segurou meu braço suavemente quando tentei ir embora, me fazendo o encarar franzindo a testa. – Sei que errei mentindo para você sobre seu pai e que trabalhava para ele, mas o que eu sentia era real. Não foi justo você se casar com John, construir uma família assim, tão rápido como se não tivéssemos nada, porque sabíamos o que tínhamos, sabíamos que era real. Quero por tudo que sentimos e passamos, possamos pelo menos sermos amigos. – Ele franzia a testa me encarando, nossos olhos estavam vidrados um no outro, quando sabia que se piscasse choraria, meus olhos já estavam marejados, respirei fundo mordendo o lábio.

— Tem razão, foi real. – Eu disse com certa dificuldade. – Mas não é mais, não podemos ser amigos Caleb. – Ele segurou com uma de suas mãos meu rosto firmemente, nos encarávamos. – Não suportaria a ideia de ser sua amiga, de estar próxima de você, de rir com você e não ter você. – Eu disse sentindo meu peito se comprimir conforme sentia a respiração dele próxima.  – Fique longe, tenho uma família e isso é o melhor para nós dois. – Me afastei respirando profundamente virando e indo em direção de casa, o deixando ali parado, de forma inerte me vendo se afastar.

Engolia seco enquanto rumava em direção de casa, teria que encarar Katarina, minha cabeça fervia pensando no almoço com John, que também teria que encarar e ver a tal Sra Wilson que é parecida com minha mãe e agora Caleb, por perto. Um choro de desespero estava entalado na garganta, respirei fundo abrindo a porta e vendo o olhar de Katarina e Angelina se direcionar a mim, Louise estava com Katarina, seu sangue ferveu quando vi ela sorrindo simpaticamente para mim, a fuzilei tomando Louise.

— Está dispensada por hoje, passarei o dia com minha filha. – Ela me olhou assustada pelo tom áspero da minha voz, mas saiu sem questionar, me sentei com Louise no sofá a abraçando contra meu peito, agora com Caleb próximo o que seria de nós duas? Angelina me viu no meu choro silencioso e se aproximou sentando e abraçando nós duas. – Angie, Caleb está morando aqui no condomínio, estou me sentindo perdida. – Eu disse baixo enquanto sentia seus braços em torno de mim e Louise.

 - Querida, tem que se decidir, tem um marido agora, uma família, só que sabemos que ele é o pai de Louise, mas não tem que escolher entre eles, isso não é prioridade em sua vida, sua filha agora é, o bem-estar dela que vai contar. – Angie sussurrava e eu apenas encerrava o choro sentindo a razão em sua voz.

— Não faça alarde. – Sussurrei. – Mas Katarina e John podem ser amantes. – Eu disse engolindo seco e se afastando e vi o olhar triste de Angelina, um desgosto e decepção que era muito perceptível. – Ouvi Katarina no telefone desgostosa com John, mas não quero ser vingativa e permitir que isso traga Caleb de volta a minha vida.

—  E vai deixar John e Katarina te enganar assim?  Zoey querida, não tem que ser assim e não vai ser. Seja dura com Katarina e John, os façam temer a mulher que você é. Faça o que for melhor para você e sua filha, porque isso é o que importa.  – Angie sorriu e ela estava certa, eu precisava me posicionar, eu não precisava financeiramente de John, nunca precisei, muito menos de Caleb, tudo que quisesse fazer, eu poderia fazer. E assim seria, não vou me privar de mais nada, não vou me permitir ser vítima de mais ninguém, seria a mulher que precisava ser e que minha filha poderia se inspirar.

— Obrigada por tudo Angie. – Eu disse cordialmente beijando seu rosto ainda desgostoso. – Vou subir com Louise para o quarto. – Subi ninando Louise em meus braços diante da janela, podia ver Isaac brincar de bola, alguns metros dali vi a pracinha e ao fundo a casa que seria de Caleb, meu coração de comprimiu, conseguia ver a casa dele daqui, e ele me via de lá? Mesmo metros de distância, era como se sentisse a eletricidade pelo meu corpo me puxando para lá, neguei com a cabeça, mas meu corpo se arrepiava mais e mais, Louise adormeceu e a levei para seu quarto, a colocando ali e observando por instantes. Faltava algumas horas para o almoço com John, não sabia como reagir e fazer. – Angie. – Eu disse descendo as escadas. – Observe Louise? Antes do almoço com John, preciso fazer uma coisa. – Eu disse saindo de casa e a vendo me observar, Isaac sorriu ao me ver andando pelo condomínio. – Isaac vai para casa, já. – Eu disse autoritariamente e ele concordou, rumei pela pracinha, meu estomago revirava para o que eu estava prestes a fazer, meu coração ia saltar pela boca e não sentia meus pés pisar no chão. Parei diante da grande porta e apertei a campanhia, o que eu estava fazendo? Quando Caleb abriu a porta intrigado, se encaramos por instantes, era loucura, a pior loucura. Ele abriu então um riso torto, sexy, como ele era lindo assim? Me aproximei dele mordendo o lábio, estávamos próximos e como imã meu corpo colocou ao dele. – Não fala nada. – Sussurrei, nos envolvemos em um beijo profundo e intenso, o vi fechar a porta com o pé e entrei na casa dele. Estava ali, estava acontecendo, como sentia falta dele, do beijo dele, do sabor dele, no final estava ali, na cama dele, sentindo o corpo dele, suando junto ao meu.

Cheguei atrasada ao almoço com John, que estava aflito me olhando. Não conseguia olhar em seus olhos, sentei e pedi uma salada e uma água. Ele estava tão calado quanto eu, quando bebi a água que me serviram nos encaramos.

— Como se sente com a viagem? – Perguntei aleatoriamente, não conseguia nem ouvir a voz dele.

— Ansioso e apreensivo em deixar vocês aqui. – Ele disse cordialmente sorrindo, engoli seco sem esboçar emoção nenhuma, quando me serviram a salada nos encaramos. – Zoey ... – Ele sussurrou.

— Não fale nada John. – Eu disse respirando fundo e limpando a boca da salada que mastigava. – Eu ouvi Katarina no telefone com você. – Ele arregalou os olhos. – Sério isso?

— Não é o que pensa Zoey. – Ele disse se defendendo prontamente. – Ela é maluca, só porque fui educado com ela, a tratei bem ela acha que pode me ameaçar. Como se tivéssemos algo. – Ele falava nervoso e com rapidez em suas palavras, bufei escutando as desculpas. – Eu te amo, sabe disso. Sabe que sou louco por você.

— Acho que foi educado demais, porque apenas não admite o que fez. Vamos ficar alguns dias separados, me de tempo para esfriar a cabeça e você também. – Eu disse pressionando os lábios vendo a têmpora de John pular pelo nervoso. – Ela é linda, provocativa e você caiu em tentação, quem não erra não é mesmo. – Eu sabia que tinha errado, estive com Caleb, podia sentir o toque dele ainda sobre meu corpo.

— Não estou entendo, está querendo me dizer algo? – Ele questionou minha reação. – Tudo bem, uma única vez, quando brigamos, conversamos e desci para o escritório trabalhar, estava lendo alguns documentos bebendo whisky e quando já estava alterado, ela apareceu e aconteceu. – Ele falava com pesar na voz. – Mas não tem um dia que não me arrependo disso.

— Tenho certeza disso. – Disse em ironia, voltando a comer. – Vamos deixar tudo para ser explicado quando você voltar, ambos estamos tensionados e vamos apenas nos magoar. – Eu disse procurando paz, não queria nesse momento me afastar dele, sabendo que ele vá para Londres, sorri cordialmente. – Acho melhor irmos, se não perderá seu voo. – Tornei a limpar a boca, vendo ele fazer o mesmo e nos levantamos, pagando e saindo dali em direção ao aeroporto. Nossa despedida realmente parecia que nunca mais iriamos se ver, o abraço foi demorado, não me contive a se beijamos ternamente, John segurou meu rosto nos encaramos, em silencio ele apenas beijou minha testa e se afastou, o vi passar pelos portões de embarque, John tinha ido, por 15 dias estaríamos separados e talvez quando voltasse estaríamos separados para sempre, meu coração se apertou, então entrei no carro e rumei a casa de Peyton agora era a hora, precisava ver essa Sra Wilson e tirar pelo menos essa dúvida do meu coração.


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