Mūgen no Ēgaō escrita por Nightow


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

fanfic ainda em fase de teste/rascunhos inacabados. permanecerá aqui enquanto eu me decido sobre o destino dela



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  “Fico pensando na minha vida se eu não fosse feiticeiro. E se fôssemos reencarnações em um anime? Eu seria...” 

“Hm.” Getou resmunga. Seria um personagem clichê de isekai overpower e útil só pelo fanservice.

“Que tipo de personagem você seria?”

Um vilão.

Getou pensou automaticamente.

“O figurante que nunca morre.”

“Que brega.”

“Ah, bem. E se eu não tivesse esses poderes, eu...” pensou por um momento. “Queria, não sei, tentar estudar psicologia.”

“Oh. E por quê?”

Porque eu quero saber que porra tem de errado comigo.

“Ah, sei lá.”

“É por interesse naquele tal de Freud?”

“Ele era psiquiatra, não psicólogo.”

“É a mesma coisa.”

“São coisas diferentes.”

“... Nah.”

“Não seja teimoso.”

“O que você é, minha mãe?”

Eles estavam no jardim dos fundos da escola, onde as árvores criavam uma espécie de dossel natural, lançando sombras suaves sobre o solo coberto de grama. O crepúsculo tingia o céu de tons quentes de laranja e rosa, criando uma atmosfera mágica e tranquila.

Geto e Gojo, permaneceram sentados lado a lado em um banco de pedra, uma distância curta separando seus ombros, foram abordados por uma Shoko extremamente chateada.

“Então era aqui onde os pombinhos estavam.”

“Eai, Shoko.”

“Fala.”

Ela cruzou os braços, evitando se aproximar demais. “Sabe, vocês estão cada vez piores.”

“Como assim?” Gojou boceja.

“Eu tive que fazer o relatório dessa última semana sozinha porque você e seu namorado estavam muito ocupados pra responder sequer uma ligação ou uma mensagem minha.”

Getou franziu o cenho.

“Mas eu respondi a sua última mensagem.”

“Você me enviou uma foto do seu gato.”

“Você não gosta de fotos de gatos?”

“Porra.” Ela grunhe e se vira para Satoru “E você!”

“Eita, lá vem.”

“Você não tem disciplina alguma, ou compromisso com suas responsabilidades. Você procastina o dia inteiro e perde seu tempo com besteiras usando a desculpa de que é pro seu bem-estar momentâneo sendo que você tem consciência de que está negligenciando seus deveres deixando pra última hora- simplesmente porque você quer.”

“Meh. Obrigado pelo feedback. É um mecanismo de defesa sabe, devido eu carregar o peso de herdeiro do clã mais foda e o mais lindo também.” o albino deu um risinho “Mas desde quando você liga?”

“Não ligo, só não quero ficar com a parte do trabalho de vocês dois.” ela volta para Getou. “Como se deixa influenciar por ele? Se você é tão calmo, taciturno e quieto.”

“Não sou.” Getou boceja “Apenas acostumado com o caos.”

“Satoru é o próprio caos encarnado. Se merecem mesmo.” Shoko saiu pisando duro, deixando os dois de volta ao conforto do silêncio.

“...”

“...”

Em certo momento, Suguru diz “Nunca tinha visto a Shoko brava. Vamos ter que comprar um estoque inteiro de cigarros e pirulitos pra ela.”

“Fora o trabalho extra que ela vai jogar pra nós e a taxa paga pra evitar que sejamos amaldiçoados.”

“Eu tô gostando de alguém. Tipo, genuinamente. Não quero ser mais amaldiçoado que isso, obrigado.”

“É mesmo? Você nunca me contou.” Gojou abre os olhos em curiosidade “Quem é?”

Getou tropeça em pensamentos e palavras ao mesmo tempo, ponderando...

“Meu gato. Encontrei ele na chuva um dia desses.”

“Ah ...”

“Melhor ele do que gente.”

“Oh...”

Suguru observou-o, estranhando o súbito silêncio.

“Que foi? Surpreso por eu não fazer sexo?”

“Que?”

“Você fez uma cara de 'eu nunca pensei que você fosse virgem Getou-kun' ."

“Não é isso, sua besta. E pra sentir uma paixão sempre tem que tá relacionado a sexo? Tsc.” Gojo virou o rosto e se calou.

“Então qual o problema?”

“...”

“Ei.”

“Meio que eu não quero mais falar com você agora.”

“Você que tá corando igual uma donzela que nunca deixou os tornozelos à mostra.”

Gojou se levantou primeiro. Caminhando pra fora dali, Getou lançou-lhe olhares furtivos. O rosto de Gojou ainda estava emburrado, e ele caminhava com passos duros, os lábios num bico.

Ele aumentou o passo para coincidir com o ritmo furioso de Gojou.

“Por que você ficou puto comigo de repente?” Ele perguntou com uma expressão sincera, mantendo seu tom suave e tranquilizador.

“Não tô puto.”

Getou arqueou uma sobrancelha, não enganado pelo disfarce de indiferença do outro.

“Claro que não, essa cara azeda e essas bochechas de pokémon murcho, é tudo uma ilusão.”

Gojo bufou, soltando todo aquele ar das bochechas rosadas, mas ele não disse mais nada.

No meio de toda Shibuya, encontraram uma pequena garota de cabelos encaracolados e olhos marejados, vestida com um vestidinho de flores. Ela esfregava os olhos com os punhos, claramente assustada, no canto de um poste.

“Ah, não.” Getou notou o que Satoru pretendia. Ele se aproximou mais. “Espera aí, deixa que eu vou.”

“Não. Você é feio, vai assustar a menina e piorar a situação.”

“... pelo jeito você tá puto mesmo.”

“Não tô puto!”

Satoru chegou perto e se abaixou para ficar no nível dos olhos dela, sorrindo da maneira mais boboca que conseguiu.

“Fala aí, cria. Tá chorando por quê?”

“...”

“Queridinha, se ficar aí parada no meio da rua, vai virar uma melancia espocada assim ó” ele estalou os dedos. “Rapidinho. Se um velocípede te atropelar, não vai ser nada bonito.”

“Satoru! Que insensível” Getou chegou mais perto, ajoelhando-se também. “Olha, ficar aqui é perigoso. Sabia que vai dar trabalho pra um monte de gente até recolherem seu corpo?”

“É, se toca, menininha. As pessoas tem mais que cuidarem das suas vidas. Acredite, Shibuya não é fácil.”

E a menina não parou de chorar, até que Gojou se frustou.

“Ela não entendeu o que eu disse? Deve ser caipira.”

“Ou burra igual você. Tá todo mundo olhando pra gente como se estivéssemos batendo nela.”

Satoru fez biquinho, até que foram interrompidos pela menina:

“É que... Eu... Eu me perdi.” respondeu, engolindo choro.

“Ah. Dos seus pais, ne? Vou te ajudar a encontrá-los, beleza?” Satoru disse, tendo a certeza de que poderia se aproximar diante do aceno da outra, passando um braço reconfortante ao redor dos ombros dela. Ele, então, lançou um olhar travesso para Getou e acrescentou “Esse cara aqui ao meu lado é meio assustador, mas não se preocupa. Sou muito mais forte do que ele.”

Getou franziu a testa, mas antes que pudesse se defender, Satoru continuou:

“Além disso, ele é irritante, e essa franjinha dele tá completamente fora de moda, então só tenta não prestar atenção nele.”

Getou lançou um olhar afiado para Satoru, só que a garota soltou uma risada leve, distraída de seu medo anterior.

“Ele parece um pouco...mau” ela murmurou, escondendo o rosto atrás das mãos de Satoru.

“Não é o que você tá pensando, garotinha” retrucou Getou antes que sua mente registrasse, tentando parecer o mais inofensivo possível, o que apenas fez a garotinha se afastar e Satoru rir.

“É, ele só tem essa cara, mas é um grande teddy bear por dentro” Satoru provocou.

A criança pareceu um pouco mais relaxada agora, rindo das brincadeiras entre os dois.

“Obrigada por ajudar, ojiichan” ela disse, sorrindo timidamente. Suguru engasgou com uma risada.

Ojiichan!? Escuta aqui, pentelha, eu tenho idade pra ser seu irmão!”

“Mas o seu cabelo branco...”

“Só porque é branco, não significa que sou velho!”

“Ah...”

“Acredite ou não, ele tem 66 anos.” Getou disse, um pouco sério demais.

“Meu deus! Um pouco mais novo do que eu achei...tadinho”

“É que ele tá conservado.”

“Ha-ha” sarcástico, Gojo ajeitou seus óculos escuros. “Você é tão engraçado que acho que posso ouvir sua cabeça rolando daqui há pouco, Getou-kun.”

“Os ouvidos desse vovô aqui são bons, vê?” Suguru comentou e a garotinha riu mais.

“Ele usa esses óculos velhos porque não consegue enxergar direito?” ela perguntou.

“Sim, devido a cirurgia de catarata-”

“Vamos encontrar seus pais agora, tudo bem? Antes que um carro acabe encontrando um corpo de verdade” Satoru falou ríspido, entre dentes e vermelho, começando a caminhar com a garota em direção à área mais movimentada, com Getou os seguindo de perto.

“E como você pretende acha-los?”

“Se toca, Franjinha. Não é tão difícil, eu que sou lindo e inteligente, não preciso pensar tanto.”

Até porque você nem conseguiria mesmo, Getou crispou os lábios.

“Você poderia chamar seu motorista com o carro pra facilitar a busca pelos pais dela.”

“É um carro de luxo, não uma viatura.”

“Vocês brigam igual meus tios” A garota soltou uma risadinha. Antes que eles retrucassem, ela continuou: “Devem se gostar bastante”

“Tsc. Até parece.” Gojo grunhiu.

“E eu não tenho pais, podem ficar tranquilos”

'Isso não tranquiliza em nada' Getou bugou.

”Mesmo assim você já é meio grandinha já pra tá perdida. Quantos anos tem?” Satoru perguntou. 

“12 anos...”

“E ainda chora assim? Sua chorona bobona”

“Vovôs velhos enrugados não entenderiam meu pânico. Não sou da cidade grande! Sou do interior de Kyoto!”

“Ah, por isso o sotaque...” Getou comentou olhando bem para ela. A garota corou de vergonha. “Desculpe.”

“Tudo bem...”

“O que achou da cidade grande?” O moreno indagou.

“Terrível. Se dependesse de mim, moraria no topo de uma montanha e todo contato humano seria por meio de cartas. Também teria pelo menos sete cachorros e dois gatos.”

'Essa se daria bem com Kento Nanami', Satoru achou graça.

“E vocês dois estão brigados por quê?” 

'Eu também queria saber', Getou murmurou em pensamento.

Ela não recebeu nenhuma resposta. “Deveriam fazer as pazes logo”, continuou, sorrindo em frente “Amigos continuam sendo amigos, independente das suas brigas. Um pede desculpa ao outro e faz as pazes.”

Gojou pigarreou, levemente desconcertado. “Por que isso agora? Aposto que você não tem nenhum amigo, julgando pela sua cara.”

“Realmente não tenho...” Getou fez um 'ouch' lá atrás. “mas eu sei que devemos valorizá-los.” Eles pararam de andar, e a garota pontuou a direção que ela deveria seguir. “Por ali já é meu caminho! Muito obrigada pela ajuda!” Ela acenou e correu. “Façam logo as pazes e se abracem!”

“Cala a boca!” Gojo retrucou infantilmente, amostrando a língua.

“Você magoou ela” Getou comentou, em um tom monótono. “Pra quem não tinha ninguém antes de mim e da Shoko, você estaria em posição de apontar um ser solitário?” 

“Eu tenho Mei-san e Utahime pra atazanar agora, cê sabe”

“Uma só quer seu dinheiro e a outra quer te ver morto. Isso é amizade?”

“Depende do ponto de vista.”

Enfim deu tudo certo com a garotinha, Gojo respirou em alívio. Suguru pairou ao seu lado, observando o movimento constantes de pessoas. Não querendo mais silêncio entre eles, propôs algo que Satoru pudesse gostar.

“Quer beber alguma coisa? Eu pago.” Como um pedido de desculpas, Suguru pensou, ganhando um olhar de expectativa do albino agora.

“Beber? Agora?”

“Sim, Ojiichan. Quer dizer, em alguns meses você é mais velho que eu, então-”

“Eu não sou tão velho!” Gojo choramingou, andando às pressas. “Eu vou pra casa dormir.”

“Mas não são nem seis da-”

“Eu sou velho, não sou!?” ele resmunga. “Vou tirar uma soneca!”

“Mas...”

“E você—! ...” aponta o dedo com raiva. “Pode ir se ferrar.”

Se não fosse o aluno prodígio, estaria no topo de mais dramático, Getou suspirou.

No barzinho tranquilo e sofisticado, ele encontrou ninguém menos que Nanami e Haibara. Haibara estava desmaiado de bruços no balcão, e Nanami estava tranquilo ao lado. 

“Posso me sentar aqui?”

“À vontade.”

Suguru se sentou entre Nanami e o Haibara morto.

"Que surpresa. Ele ingeriu álcool?”

“Não. Mas ele achou que sim e esse foi o resultado.” 

“....” Em silêncio por vários momentos, Getou tornou a falar. “É impressionante. Mesmo estando localizado bem no centro da cidade, todos os ruídos e vozes horríveis desaparecem aqui dentro.”

“Ou talvez seja o efeito da gralha albina não estar agora acompanhando você.”

“Também.” ele riu sem humor.

“Haibara pode ser bastante barulhento inclusive.”

“Hm.”

“Porém, sim,” Nanami tomou seu Oolong Tea tranquilamente. “este lugar não é ruim.”

*

Ele voltou à Jujutsu High, no mesmo dia. O sol estava se pondo e Shoko ainda estava lá.

“Yo” Suguru levantou uma sacola de presente, escrito 'Miyage'. “Shoko, seus preferidos.”

“Humm.” Ela analisou-o de cima a baixo. “Pensei que seria um pedido de desculpas... duplo.

Suguru suspirou. “Ele foi embora antes.”

“Vocês brigaram?” Getou bufou. Ela sorriu por entre o cigarro, se aproximando para pegar o mimo das mãos dele, dando uma espiadinha dentro “Hum, nada mal. Nada mal mesmo.”

“A parte dele está inclusa também.”

“Que bom. Você se livrou de uma maldição. Fique tranquilo.” Ela abraçou o pacote, dando saltinhos. 

“Fico feliz com isso.”

“Porém aqui vai a punição de vocês.” Ela disse, prontamente. “Façam as pazes ainda hoje.”

“Isso vai ter que esperar.”

“E por que?”

“Satoru não quer me ver agora e, eu tenho um chiclete grudado no meu sapato.”

“Então a sensação estranha acompanhada de você não é coincidência.”

“Provavelmente não.”

 

*** algum tempinho atrás..

“Quer beber alguma coisa? Eu pago.”

Ele tá falando sério? Sem zuerinha?

“Beber? Agora?”

“Sim, Ojiichan. Quer dizer, em alguns meses você é mais velho que eu, então-”

“Eu não sou tão velho!” Hoje deu as costas indo embora. “Eu vou pra casa dormir.”

“Mas não são nem seis da-”

“Eu sou velho, não sou!?” refutou. “Vou tirar uma soneca!”

“Mas...”

“E você—! ...” ele apontou o dedo com despeito. “Pode ir se ferrar.”

Ele andou pra longe deixando Suguru no centro, as buzinas dos carros e caminhões soando com impaciência na medida que ele andava entre eles ignorando o sinal fechado. 
Satoru pôs as mãos nos bolsos e chutou uma pedrinha no asfalto, emburrado o suficiente pra não olhar pra frente. 
“Tsc. Eu nem queria beber nada mesmo.”

Quando viu ele estava seguindo a mesma criança que eles guiaram minutos antes. Não foi difícil para ele reencontrá-la. Ela parou próximo ao parque que daria caminho para chegar na Tōudai, quando o albino se escondeu em um arbusto. 'Desse jeito vão me achar um stalker pedófilo.'

Ele resolveu brotar ao lado dela. “Fala aí, cria.”


“O velhote de mais cedo!” 

“Já disse que não sou velho, sua bebê chorona.”

“Não sou bebê muito menos chorona! Saiba você que já sou universitária.” Ela mostrou sua carteirinha de estudante. “Passei no vestibular de primeira. Vê ali a Tōudai? É onde eu estudo!” 

“Nem ferrando” Ele pegou da sua mão e brincou com o cartão, mordendo-o e tentando parti-lo ao meio. “É de verdade.”

“O que você tá fazendo!? Agora tá só baba de velho” ela choramingou e recusou que fosse devolvida. “Não! Eu dou um jeito de arrumar outra!”

“Tsc. Fresca. Muita gente gostaria da minha baba nos próprios pertences. Inclusive na própria pessoa” 

“Você é uma espécie esquisita de tarado. Vou chamar a polícia tá beleza?”

“Sou tão lindo e charmoso que capaz dos policiais acreditarem que você quem está me sequestrando e não o contrário.” 


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