Apenas Mais Um Clichê escrita por DragonaCelestial334


Capítulo 1
Capítulo 2 - Uma amizade. Duas marcas. Um crush?..


Notas iniciais do capítulo

Oi povo mais um capítulo de Apenas Mais Um Clichê para vocês.
Espero que gostem, pois demorei um ano pra terminar esse capítulo, se é que me entendem. Haha.

Não me culpem se ficou uma bosta. Quer dizer. Pode me culpar.

Até o próximo episódio.

Com amor, uma mal-sucedida que ainda tenta.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786139/chapter/1

Aquela frase me deixou impactada.

 Mas o que eu podia fazer. Ou eu não aceitava e ficava de boa com outro interesseiro, ou eu poderia ficar com esse bad boy e ter vantagens com a diretora. Mas, se eu não aceitasse, a diretora não me confiaria mais nada desse tipo de situação, e talvez, isso não me desse créditos com ninguém. A garota que não aguentou um moleque qualquer. Não. Não posso arriscar ter esse título nessa escola de mimados.

 - Alguém se feriu? – perguntei a diretora, para quebrar o silêncio.

 - Ah – ela se surpreendeu comigo, como se eu não estivesse ali – Bom, ao certo, ainda não sei. Teremos que esperar até ele chegar. E nos dar explicações.

 Ficamos esperando por uns 3 minutos, ou até menos que isso, enquanto eu fitava o chão e a diretora observava as câmeras. Até ouvirmos umas três batidas na porta e um garoto entrou sem a permissão da diretora. Ele era mais ou menos assim:

 Seu tom de pele era um branco bem pálido, era até um pouco assustador, e era alto para um garoto de 15/16; seu cabelo era um tom de castanho bem escuro – quase preto –, um pouco comprido e bem bagunçado; seus olhos, por Deus, lindas íris azuis-escuros, como um céu nublado (até pareciam sem brilho), mas eles estavam fundos, com olheiras bem escuras; e seu rosto tinha um risco bem avermelhado na parte superior de seus lábios – como um corte – e parecia ser bem mais fundo do que parecia; ele não usava uniforme, ao invés, usava um moletom preto com um capuz, uma calça jeans escura e tênis cano-alto vermelhos.

 Ao abrir a porta, a primeira coisa que ele viu de estranho naquela sala fui eu, me fitando em seguida. Ele adentrou a sala e tivemos uma troca de olhares. O que havia sido suficiente para me deixar corada por alguns segundos.

 - De novo Erik? –  sem paciência – Com quem foi agora?

 - Desculpe Sra. Diretora – disse com um tom de ironia – Mas dessa vez não fui eu.

 - Nunca é você, não é Erik – disse a diretora, mas até se acalmou por um tempo – Vou repetir: Com quem você brigou agora?

 - Com o idiota do James. – ele começou a se exaltar – Ele começou a me zoar, até o momento que ele me chamou de órfão. Aí eu perdi minha linha de vez. – ele abaixou nas últimas palavras.

 Eu fiquei quieta na minha durante toda essa conversa. Assim que ficou um tempinho em silêncio, a diretora dirigiu seu olhar a mim e depois voltou o olhar ao Erik.

 - Certo – ela disse se endireitando a coluna – depois eu dou um sermão nele e em você. Agora tenho que falar um assunto com você que envolve vocês dois.

 Ela deu um tempo na fala. Me deixando mais nervosa do que eu já estava. E se ele não concordasse? E se ele, mesmo aceitando, começasse a me chamar de mimada e me... batesse? Não. Acho que não chegaria nesse ponto. Ou pelo menos não deveria.

 - Bom, vocês dividirão o mesmo dormitório, mas não se preocupem, vocês ficaram com o maior quarto, para não ter briga. Vocês concordam  com isso? – disse ela por fim.

 - Bom... – a primeira coisa que eu falei desde que ele entrou na sala – Por mim, não tem problema. – a frase saiu meio pronta, mas tentei não demonstrar isso.

 Ele ficou quieto por um tempo, parecia indeciso, porém conscientizado da situação. Eu vou dizer que fiquei com medo da resposta dele, mas o que eu podia fazer.

 - Eu, concordo com isso. – respondeu ele secamente, mas me dando um grande alívio – Nos dê a chave do nosso dormitório para a gente já indo arrumar as coisas, e nos conhecermos melhor.

 - Que bom ouvir isso de vocês! – disse a diretora para nós – aqui está a chave do dormitório de vocês. – falou nos dando uma chave com o número: 501— o quarto que ficava no último andar, o que continha a melhor vista de todo o internato.

 Ele pegou a chave, se levantou e, cavalheiramente, pegou a mala que estava do lado da minha cadeira e indicou o olhar para a porta. Por um momento fiquei sem palavras mas logo em seguida o agradeci, me levantei e fui em direção a porta. Havia sido um pouco estranho, mas o que eu podia reclamar, ele foi gentil comigo, e parecia ter começado a melhorar. Ou não. Pois no momento em que saímos da sala da direção, ele me encurralou contra a parede, próximo à uma estante de troféus do internato.

 - O que você tá fazendo? – o perguntei com um pouco de medo nos olhos.

— Olha só vou falar uma vez: eu não quero uma mimada enchendo meu saco, O.K.? Eu sei que a diretora só me colocou com você pra ver se você me concertava. – ele falou com uma certa... não sei dizer ao certo, tristeza nos olhos, como se fosse indignação, talvez. – Então, não tente ser boazinha comigo só por que tem pena de mim. Fica longe de mim.

 O que ele tinha acabado de me dizer, me deixou um pouco triste. Mas aconteceu exatamente o que eu não queria que tivesse acontecido: ele me chamar de mimada. Como isso pode acontecer? Caramba, duas discussões em uma manhã. Mas eu não ia deixar por isso mesmo.

 - Cara. Quem você acha eu sou? E antes que responda: “Uma mimada como as outras?” ou então “A mais rica dessa escola?” me conheça melhor! – falei com algumas lágrimas nos olhos prestes a cair pelas minhas bochechas – Eu não sou como as outras. – disse empurrando ele, com algumas lágrimas já descendo pela minha face, tomei a chave de suas mãos  – Pense bem antes de falar. – disse isso por fim e sai correndo pelo corredor.

 Como um cara consegue fazer uma garota chorar com algumas frases? Mas, eu nem devia ficar chorando por meninos como ele. O que ele é afinal? Um zé ninguém talvez. Parei perto da escada, e por incrível que pareça não tinha ninguém próximo a mim. Ou era o que eu imaginava.

 Uma garota, de lindos cabelos longos e castanho-claros, apareceu atrás de mim. Não queria ninguém, mas, se eu fizesse algum desagrado a essa pessoa, certamente ficaria sozinha nesse internato. De novo.

 - Ei – a figura que agora estava mais nítida, uma garota de tom claro, olhos bem clarinhos que eram escondidos por um óculos preto, se juntou a mim, com cara de quem quer ajudar – Tá tudo bem com você?...

— Ah, claro... – na verdade, nesse momento eu só queria me abrir com alguém – Não... na verdade não... – comecei a derramar mais lágrimas.

 - Bom, se quiser falar, eu estou aqui -ela me disse com um sorrisinho acolhedor em seus lábios.

 Aí eu desmanchei e comecei a explicar tudo a ela. Desde meus pais até o que havia acontecido alguns minutos atrás. Assim que terminei aos soluços, ela me abraçou para me consolar.

 - Me desculpe – disse ela me abraçando mais forte.

 - Não se culpe por erros que não cometeu. – a respondi, limpando as lágrimas de meu rosto – Mas não se preocupe comigo. Já estou acostumada.

 - Bom, - ela começou a falar, se afastando cuidadosamente de mim – se você quiser um ombro amigo, eu vou estar aqui.

 - Obrigada ... – esperei um pouco – Senhorita?

 - Cadence MiAmore – se apresentou – Mas não precisa me chamar de senhorita, pode me chamar de amiga.

 Nesse momento, achei que ia chorar de novo. Talvez aquele pudesse ser um novo começo. Será que finamente consegui uma amiga de verdade?

 - Adelaide. Adelaide Khannerberg – respondi, mas achando que ela fosse se surpreender por estar falando com a garota mais rica da escola.

— Pera, - ela parou por um momento com olhar assustado. Já estava me preparando para ela começar a me bajular, mais uma como os outros... – seu sobrenome tem nome de queijo! – ela começou a rir.

 Pela primeira vez apareceu uma pessoa com que não se importasse com quanto eu ganhava ou com quem eu era. Pela primeira vez eu ri com vontade. Agora sei que encontrei uma melhor amiga.

 Ela me ajudou a levantar e juntas fomos para meu dormitório. Fomos conversando pelo resto do caminho, ela me fazia rir alto às vezes, com várias pessoas nos olhando, mas eu não me importava com mais ninguém além de mim, ela, e nossas conversas aleatórias.

 Pela primeira vez, me sentia feliz naquele internato. Sem nenhuma preocupação. Nenhuma até alguém bater na porta do quarto.

 Infelizmente, eu sabia quem era o que estava atrás daquela porta. Erik. O barulho na porta só aumentava. Talvez ele quisesse entrar para poder arrumar a parte do quarto dele. Cadence parou para olhar para mim e para a porta.

 - Eu vou um pouco na varanda! – disse ela se levantando e indo em direção á varandinha que tinha no dormitório, a mesma que mostrava uma linda vista de todo o internato e mais além dele. – Abre aí! – gritou rindo.

 É, parecia que eu estava sozinha nessa. A não ser pelo cara que estava atrás daquela porta de madeira, com lindos detalhes nas bordas. Fui até a porta, a destranquei, e a abri. Não imaginei que aquilo estava acontecendo. A seguinte cena me impressionou bastante: um cara de quase 1,80 de altura, estava de cabeça baixa, com um olhar de desculpas tão arrependido que até fiquei com remorso, estava com uma coisa nas mãos dele – uma malinha de mão, branca, porém com cuidadosos traços, o que a deixavam delicada. Ele estava com a minha mala em suas mãos, a mesma mala que eu havia deixado para trás. Assim que levantei a meu olhar para seu rosto de novo, ele parecia estar com os olhos totalmente marejados.

 - Eu... – ele começou, mas com uma voz falhada – queria me desculpar com você...

 Eu fiquei paralisada olhando para ele. Aquilo, aquilo havia sido a primeira coisa mais fofa que eu havia ouvido – por anos. Se eu não o perdoasse, ficaria com o maior peso na minha consciência.

 - É claro que... – dei uma pausa, olhei de novo para o rosto dele – Sim, idiota! – falei logo pulando para abraçá-lo, só que eu não sabia que eu ia derrubá-lo no chão.

 Quando caímos no chão eu, acidentalmente, acabei caindo em cima dele. Nesse mesmo momento, Cadence apareceu atrás de nós.

 - O que aconteceu? – logo que nos viu, começou a rir e fazer “hmmm” para nós dois. Eu instantaneamente corei que nem um pimentão bem vermelho – Desculpe, não queria atrapalha-los, mas, antes que alguém chegue, façam isso aqui dentro! – disse ela nos alertando, mas rindo ao mesmo tempo.

 No mesmo instante, eu me levantei com um pulo. Pude ver ele se levantar rapidamente também, e por incrível que pareça, o bad boy estava corado pior do que eu. Eu me desculpei e juntos entramos para dentro do dormitório. Como era o primeiro dia, não tinha aulas, assim tivemos tempo para arrumar nossas coisas. Uma pena, pois assim Cadence teve que ir arrumar o dela também, e aí fiquei sozinha com o Erik.

 - Então, garotinha... – ele tentou puxar assunto – gosta de pão? – ele perguntou com um sorriso Colgate na boca.

 - Ha ha – ri com ironia – Mas prefiro croissant. Agora por favor, não me chame de garotinha.

 - Tá bom, Amendoim. – ele respondeu rindo ainda mais.

 - Desculpe, senhor Slender. – cortei sua risada com as minhas risadas.

 Aí começamos a rir muito mais. Até que ele era legal, para um cara que sempre se mete em confusões. Quem sabe ele não fosse uma pessoa boa por dentro, além da casca de durão por fora. Assim que paramos de rir, ele me fitou e depois voltou sua atenção para a mala que estava na minha cama. Ele ficou com uma expressão meio sem-graça. Me aproximei dele para saber o porquê. Até eu fiquei sem-graça com o que ele tinha visto. A maletinha de mão de antes – era uma maletinha que só tinha lingeries de grife minhas. Rapidamente fechei a maletinha, com o rosto quente e vermelho – de novo. Fui correndo guardar ela debaixo da minha cama de casal, e quando olhei pro Erik, ele estava rindo de mim. Ele estava com uma cara de quem gostou do que viu, e quando notei isso, peguei um travesseiro e taquei, com força, na cara dele.

 - Ei! – ele gritou, quando foi acertado na fuça por um travesseiro de penas sintéticas – Aaa, mas isso não vai ficar assim. Não mesmo! – ele disse pegando um travesseiro que estava próximo dele – Toma de volta! – gritou jogando-o em mim.

 - É assim é?! – gritei de volta, já pegando o travesseiro deixado no chão perto de mim.

 - É! É assim sim! – me respondeu, mostrando a língua avermelhada – Vai encarar, Amendoim? – perguntou com sarcasmo na voz.

 - Vou encarar sim, querido Slender! – disse jogando o travesseiro e o acertando na barriga. Ele pegou o travesseiro do chão, mas em vez de jogar de novo ele começou a encarar o piso de madeira. Com o sorriso sumindo aos poucos.

 Por um momento ele estava com um sorriso enorme nos lábios. Mas quando olhei atentamente, ele estava com um olhar distante – e triste.

 Ele parou com a brincadeira e foi rapidamente em direção ao banheiro da nossa suíte, parecia um pouco grogue... Não entendi o motivo, mas mesmo assim fiquei um pouco preocupada com ele. Fui até minha cama  para pegar a maletinha, cuja havia sido o principal motivo da tal guerrinha de travesseiros, e a tirei de debaixo da cama, colocando-a em seguida sob a cama. A abri e comecei a tirar seu conteúdo formado por minhas lingeries de grife, comecei a encará-las. Muitas eram camisolas decotadas, por que?

 Comecei a pegar peça por peça, dobrando e guardando corretamente. Escolhi a segunda gaveta para guardar essas peças no meu armário de portas deslizantes, que tinham espelhos em cada extremidade. Por que eu usaria um robe de cetim? Eu não sei, mas se depender da imaginação de Laura, não duvido de nada.

 Ele tá demorando muito, pensei, O que será que-

 As portas do banheiro se abriram, e assim pude ver Erik com o rosto um pouco molhado, deduzi que tivesse lavado o rosto. Ele foi até sua mala carmim, de cinco bolsos, e tirou duas peças de roupa – adivinha? Tudo preto também – e, de frente a cama dele, começou a tirar o moletom, revelando uma camisa preta com uma estampa de caveira e jogou-a sob a cama, com isso ele começou a levantar a camisa preta – revelando um tanquinho bem definido para um garoto esquelético.

 - Ei! – gritei para ele, apontei para mim mesma com minhas duas mãos para deixar claro que eu estava presente.

 - O que foi? – perguntou, segurando a camisa recém-tirada na mão esquerda.

 - Como assim: O que foi? – fazendo aspas com os dedos, mostrando minha indignação – Cara, eu também estou aqui! Poxa, pelo menos tenha um pouco de consideração comigo! – disse já me exaltando. Cruzei os braços esperando alguma reação, me esforçando ao máximo não encará-lo muito.

 - Desculpe Amendoim – disse colocando uma camiseta escura – Mas eu não tô nem aí. – ele disse por fim me deixando com raiva.

 Ele se sentou na cama, desamarrou seus tênis vermelhos, e começou a desabotoar a calça jeans de costas para mim. Que falta de educação. Mas como não queria ver essa cena desconfortante, me virei para o meu guarda-roupas. O que não ajudou muito, por causa dos espelhos, que pareciam ter se virado na direção dele de propósito. Peguei meu celular e olhei no visor um pouco acima do centro de minha tela.

 8h02

 Nem parecia que eu havia chegado neste internato apenas uma hora atrás.

 Fui checar meu Insta. Mais de 10mil curtidas. Ainda era pouco para só um 1h de postagem.

 Preciso fazer mais Publi, pensei, talvez se...

 Meu pensamento foi interrompido por um suspiro próximo ao meu ouvido – o que me fez arrepiar da cabeça aos pés.

 - Argh! – gritei me afastando rapidamente – O que você quer?

 - Nossa. Pra que sair correndo de mim? – ele me perguntou com um sorriso prestes a nascer em seus lábios e passando a direita em seu cabelo escuro como... uma flor, uma flor, que não lembro o nome agora, mas uma flor muito bonita e delicada... – Sou tão feio assim? – perguntou com o famoso sorriso Colgate dele.

 Fiquei só encarando ele com cara de deboche por um tempo. Em um momento seguinte, fitei sua roupa. Estava usando uma camisa preta com detalhes em branco; uma calça moletom da Nike com uma jaqueta combinando; agora em vez de tênis vermelhos, estava usando uma bota preta; usava somente um brinco prateado em formato de cruz na orelha direita; e, por mais estranho que parecia, dois anéis de tucum em cada indicador. Eles eram quase invisíveis por causa da blusa, mas eu ainda conseguia ver. Eu deveria perguntar sobre?...

 - Se continuar me olhando muito, vou considerar como assédio. – Erik disse para mim com um tom sério, mas eu consegui ouvir uma leve risada. Aquilo me despertou e me trouxe de volta.

 - Idiota. – passei a mão para arrumar meu cabelo – Hã, vai sair? – perguntei na boa, mas pareceu sair um tom de... tristeza?

 - Não posso nem mais me arrumar? – perguntou com um tom arrogante, porque talvez, ele ainda é o bad boy.

 - Ignorante. Bom se você quiser, eu posso te acompanhar por aí sei lá. O campus é bem grande, deve ter barraquinhas de sorvete, ou...

 - Talvez. – ele me interrompeu – Mas, não ache que vai ser todo dia. Vai se trocar, primeiro dia não precisa de uniforme.

— Certeza?

— Claro. Não confia em mim?

 - Bom, - fiquei tentada a dizer não, mas, acho que vou dar uma chance a ele – talvez. – lancei uma risada curta no ar - Vou me trocar. Vai pra sua parte do quarto.

 - Tá bom, Amendoim. – disse com um tom de ironia. – Mas não garanto nada. – falou por fim, deixando no ar. Eu deveria confiar?

 Escolhi uma roupinha básica. Mais ou menos, acho. Uma camisa de tecido branco e leve, com as mangas até metade dos braços, com flores pretas bordadas pela camisa; uma saia preta com tecido esvoaçante que vinha um pouca acima da altura dos joelhos; botas pretas, cano longo, com salto; meu colar e brincos de Turmalina verde-água. Meu cabelo, eu decidi passar uma escova e prender um laço branco como uma tiara.

 Assim que terminei, chamei Erik para ver se estava bom ou não. Eu não sei se vi direito, mas acho que ele ficou surpreso, e, suas bochechas ficaram rosas.

 - Ficou bom? – perguntei para Erik – Ou eu devo trocar...

 - Você... tá linda assim. – ele falou com uma certa vergonha na voz, ou foi impressão minha mesmo – Agora vamos, a não ser que você queira ficar sem sorvete.

— Espera – pedi para ele esperar, não sabia muito bem o motivo de ter pedido isso a ele... mas alguma coisa me dizia que ou era fútil, ou importante. Ele voltou e ficou de frente para mim. Olhei para o rosto dele, e percebi o que era. – Você não vai sair assim. – era fútil enfim.

 - Mas eu tô bem assim. – retrucou ele.

 - Tira a blusa – tinha soado um pouco estranho, mas não ia deixar na cara – Vai. A calça também. – soou mais estranho ainda.

 - Okay, tá ficando estranho. – mas ele até que me obedeceu. Começou a tirar a blusa, e eu fui até o guarda-roupa dele e peguei uma jaqueta jeans azul escura e uma calça legging preta. – Virou Esquadrão da Moda agora?

 - Quem sabe – disse já pegando meu celular – Bom, vou esperar você lá fora. Não quero falar com mimadas ou com os populares, ou os outros grupinhos que você já sabe de cor e salteado, então, não demore.

— Minha filha, eu sou homem. Já tô indo já. Não se preocupe.

 Quando fechei a porta, e estava indo em direção à escadaria, me deparei com três pessoas sentadas nela – duas garotas e um garoto. Como não queria conversa com ninguém, dei meia-volta em silêncio, mas como de costume, meu esforço sempre vai em vão.

 - Ei, garota! – uma das duas figuras femininas me chamou – O que você tá fazendo aqui, no nosso espaço?

 Eu me virei com um pouco de receio, assim que me virei, as três figuras me encurralaram contra a parede. A única figura masculina me prendeu com um de seus braços, me imobilizando. Ele tinha cabelos castanho-claros e curtos; pele branca, mas não como Erik; parecia ter a minha idade e era um pouco maior do que eu e as outras figuras; vestia uma camisa desabotoada e uma calça jeans clara; olhos pretos como carvão; e, não era feio, mas também não era bonito. A figura da direita era uma garota morena; minha altura e idade; tinha cabelos escuros e estavam na altura dos ombros, mais pareciam um Chanel despenteado; tinha olhos verde-pântano; e ela era bonita, mas usava muita maquiagem forçada; usava gargantilha preta e luvas brancas nas mãos, um short branco e uma camiseta marrom com a gola branca. E a última figura, a da esquerda, era uma garota de cabelos castanhos compridos com luzes loiras; se parecia com a outra, pareciam ser irmãs, essa sendo a mais nova entre elas; vestia uma camisa verde-água de mangas que cobriam metade dos braços e uma saia branca com fiapos nas bordas – também com a maquiagem forçada.

 - Eae? Não vai me responder? – perguntou a de cabelo despenteado, com um pouco de arrogância – É isso? – disse se aproximando de mim, com algo pontudo em sua mão – Vai ficar muda certo, então vamos ter que fazer com que você abra sua boca de outro jeito.

 Ela estava calma, como se ela não tivesse pressa com o que pretendia fazer comigo. Aos poucos, ela foi mostrando o que carregava na mão, um canivete.

 - O que você vai fazer com isso? – perguntei com um poco de medo, tentando me encolher, porém não consegui pois eu estava imobilizada.

 - O que você acha, amada? – disse a garota com luzes loiras, falando pela primeira vez desde que eu estive aqui – Que minha irmã vai usar isso pra descascar uma laranja? Claro que não né, sua bobinha. – terminou dando uma risadinha falsa.

 Assim que a risada da irmã terminou ela se aproximou ainda mais de mim com a faca do canivete para fora, e eu não pude fazer nada quanto a isso.

 - Onde eu faço? – perguntou a irmã mais velha para os amigos.

 - Que tal na testa? Ou que tal na bochecha, pra você fazer um “X”. -  disse o cara que estava me segurando, olhando atentamente para mim, como se conseguisse enxergar os novos cortes em meu rosto.

 - Boa ideia James... Mas eu tive uma também, quer dizer... duas. – disse por fim minha breve agressora.

 Ela pegou o canivete e fez um corte na minha mandíbula direita até um terço do meu pescoço. Foi uma dor pouco difícil de aguentar, mas não era tão insuportável assim. Senti um risco de sangue descer naquela região. O segundo corte foi acima do meu joelho, onde a única parte da perna estava exposta da saia. Foi um pouco mais profundo do que na parte do meu rosto, e saiu um pouco mais de sangue também.

 - Vocês são loucos! – gritei, com uma lágrima no meu olho esquerdo prestes a sair – Me soltem! – exigi.

 - Grite o quanto quiser, garotinha. Ninguém vai te ouvir. – disse James com uma cara de pena falsa – Mas, se eu fosse você calaria a boca, a não ser que você queira mais cortes.

 Quando ele disse isso, milagrosamente, a porta do meu lado se abriu e uma figura alta, e com cabelos mais escuros que os meus, se mostrou com os braços cruzados.

 - Não ouviu a “garotinha” James? – perguntou Erik aos agressores – Solta ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei. Ficou muito longo né. Mil perdões. Mas fazer o que. Minha criatividade veio assim. Não precisa ficar dizendo que ficou a bosta que tá.


Perdão mais uma vez.


Com amor, uma mal-sucedida que ainda tenta.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas Mais Um Clichê" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.