Mais um dia que se findava no Santuário de Athena, e assim como em todos os outros o Sol se punha em seu esplendor, despedindo-se e dando a vez para que as estrelas assumissem o espetáculo naquele céu azul infinito.
E não diferente de todos os outros finais de tarde, Afrodite assistia à este espetáculo da natureza do alto de seu templo. A quem visse aquela cena tão solitária, o acharia certamente melancólico e triste. Mas não era bem assim.
Afrodite gostava muito dessa hora do dia e fazia questão de estar sozinho neste momento em que deixava sua mente vagar livremente para tão longe dali. Era o seu momento e não o perdia por nada. Sentia-se livre para viajar por lembranças que lhe eram tão preciosas, lembranças que guardava no fundo de seu coração.
Naquela mesma hora, Saori saiu na varanda de seu templo de onde podia ver todo o Santuário, inclusive as doze casas zodiacais.
Foi quando uma brisa soprou em sua direção transportando o doce e agradável perfume das rosas do jardim de Afrodite. A jovem deusa baixou seu olhar esmeraldino encontrando os cabelos turquesa que voavam ao sabor da doce brisa.
Era uma visão magnífica! O perfil perfeito do cavaleiro era parcialmente iluminado pelos últimos raios solares enquanto os cabelos dançavam livremente. Haviam várias pétalas de rosas pelo ar, o que lhe emprestava uma aura romântica e delicada, e com esse quadro, Saori sentiu uma sensação que jamais experimentou em sua jovem vida.
Ao mesmo tempo em que seu coração batia descompassado, um friozinho se instalou em sua barriga enquanto um calor subia por seu pescoço alcançando a face alva da deidade.
Como que hipnotizada, Athena assistia àquela bela cena sem saber como controlar a onda de sentimentos que a invadia naquele momento.