P.O.V Do Beck

Distante... Jade estava distante, o nosso relacionamento não era mais o mesmo, tinha esfriado. E o sexo acabou caindo na rotina e com o tempo foi ficando raro, e nossas discussões aumentaram e ficaram constantes. E eu sabia que aos poucos estava perdendo-a, e que uma hora o que construímos com muito esforço iria acabar.

Do que iria adiantar termos lutado tanto para darmos certo? Éramos diferentes, apostos e nunca foi fácil. Nossa relação sempre teve altos e baixos, discussões por bobagens, seus ciúmes tolos e seu jeito possessivo, dominante... Jade sempre foi difícil de lidar.

Cinco anos de namoro, cinco anos entre idas e vindas. E agora seria o nosso fim? Eu estava preparado para deixá-la seguir em frente e eu tocar a vida sem ela? Não, claro que não. Eu era louco por aquela morena e jamais viveria sem ela.

Tudo começou com o meu primeiro trabalho como ator na época, conseguindo um papel importante. O assédio das garotas em relação à mim, segundo a Jade havia aumentado e seu ciúme duplicou, começando a me sufocar e com isso, começamos a nos desentender bastante.

O que era mais importante para mim? Minha carreira ou a minha namorada?

"Eu não quero ser famoso

Eu não quero, se eu não posso ficar com você

Tudo o que eu como é sem sabor

Tudo o que eu vejo não se compara a você"

Não... Jade jamais me pediu para escolher. Ela sempre teve orgulho de mim, da minha profissão, e era mútuo, sempre me orgulhei dela e da sua carreira como roteirista de Curtas-metragens de terror que estavam fazendo sucesso.

E mesmo sendo o ator do momento, tendo meu próprio mérito e reconhecimento na Mídia, do que adiantava ter fama, dinheiro e mil garotas me idolatrando, se isso fosse me afastar da mulher que eu amo e sempre amei?

"Paris, Mônaco e Vegas

Prefiriria ficar com você

Se eu tivesse que escolher

Baby, você é o melhor

E eu tenho tudo a perder

E eu só quero ficar com você

E eu não posso nunca ter o suficiente"

Viagens, viagens e mais viagens.  Conhecendo outros lugares sem ela, o vazio se instalava em meu peito... Só ia por obrigação, viajar sem ela não tinha graça e se eu pudesse voltar no tempo, eu não teria feito nenhuma delas sem a minha morena... Ela sempre foi importante para mim, a metade do meu coração, parte do meu mundo e quando viajava sozinho, me sentia vazio, incompleto...

Cancelei a última viagem para ficar com ela e acabamos brigando, ela foi dormir na casa da melhor amiga, e eu fiquei sozinho sem saber o porquê do surto repentino... O problema era eu ou ela? O que fiz de errado se escolhi ficar com ela?

Se fosse para escolher de novo, sempre seria ela... Viajar sozinho era uma tortura para mim.

"Baby, eu jogaria tudo para o alto, alto

Eu jogaria tudo para o alto, se eu não puder ficar com você

Isso tudo é uma droga, yeah, isso tudo é uma droga

Se eu não puder ficar com você"

Trancada no mini-escritório, concentrada no computador, trabalhando árduamente no novo roteiro, movida à café, com a inspiração à mil... Não estava mais me dando atenção, como se estivesse me evitando de propósito, o que havia de errado entre nós, agora?

Paciência... A minha já estava se esgotando.

Ela não sentia mais nada e estava arrumando algum motivo para terminar, era isso? Talvez, coragem? Ou alguma desculpa?

Por Deus, eu só precisava entender o que se passava por aquela linda mente brilhante e diabólica... 

Precisava conversar. Olhá-la nos olhos. Saber o porquê dela estar agindo assim.

Droga... Eu não poderia ficar sem ela. 

"E 

Sem Oscar

Sem Grammy

Nada de mansão em Miami

O sol não brilha, o céu não é azul

Se eu não puder ficar com você"

Era uma noite de sexta-feira, o café tinha acabado e ela foi preparar mais, aproveitei para abordá-la na cozinha... Seja lá o que fosse, ela tinha que me falar e acabar logo com o meu tormento.

— Você está insatisfeita e quer terminar comigo? - Fui direto ao ponto.

Terminar... Só podia ser isto. 

Deixou a pequena garrafa térmica sobre o balcão e virou para mim... Os cabelos negros e sem mechas coloridas amarrados num coque simples. Vestida com uma regata marrom e uma calça cinza de moletom, descalça e sem maquiagem... Os olhos azuis num tom cinza cravaram em mim, pareciam nublados... 

— É o que você quer? - Cruzou os braços ao me retrucar. 

— Não! Claro que não! De jeito nenhum. É você que têm me evitado. - Acusei.

"Posso navegar ao redor do mundo inteiro

Ainda assim não vou encontrar um lugar

Tão belo como você garota

E sério, quem tem tempo a perder?

Eu nem posso nem ver um futuro

Sem você nele, cores iriam desaparecer"

Ela riu numa mistura de ironia e deboche. Como se eu tivesse dito algo absurdo.

— Se não percebeu, estou muito ocupada. Olha para mim, Oliver, estou parecendo uma morta-viva! Trabalhando dia e noite no meu primeiro Longa-metragem e você está achando que quero terminar com você? - Parecia indignada.

Foi como um balde de água gelada bem na minha cara... Então, era só aquilo? Ela estava atolada no trabalho e por isso estava me deixando de lado?

— Por quê não me disse que estava trabalhando num Longa-metragem? - Me senti como um bobo.

— Foi mal... Pensei que soubesse... - Deu de ombros.

Apenas neguei.

— Você também têm adandado ocupado e eu não estou pegando no seu pé. - Sorriu sarcástica.

— Me desculpe. - Murmurei envergonhando.

"Não há nenhuma maneira de eu te perder

E ninguém no mundo jamais poderia tomar o seu lugar

Você é o tipo que você não pode substituir

E eu não posso nunca ter o sucifiente"

— Eu que peço desculpas, amor. Tudo isso está me estressando, e eu esqueci de te falar e como estou focada no roteiro, acabei, você sabe... Quando foi a última vez que nos beijamos? - Se aproximou. 

Eu tinha passado 4 dias fora de casa e acabei cancelando uma viagem para poder dar atenção à ela.

"Baby, eu jogaria tudo para o alto, alto

Eu jogaria tudo para o alto, se eu não puder ficar com você

Isso tudo é uma droga, yeah, isso tudo é uma droga

Se eu não puder ficar você"

— Parece uma eternidade sem tocar em você. - Será que exagerei?

A puxei pela cintura e seu corpo se chocou contra o meu. Cara à cara. Olhares cruzados... Azuis nos castanhos e castanhos nos azuis.

Nossas bocas se uniram com urgência.

Saudades. Paixão. Ansiedade. Amor...

Lábios macios... O gosto do café... O beijo mais viciante e gostoso do mundo.

"E 

Sem Oscar

Sem Grammy

Nada de mansão em Miami

O sol não brilha, o céu não é azul

Se eu não puder ficar com você"

Mãos afoitas... Toques desesperados... Corpos ardentes.

"Oh oh oh, oh oh oh

Se eu não puder ficar com você

Oh oh oh, oh oh oh

Se eu não puder ficar com você"

Roupas no chão, aos nossos pés... Pele com pele. Corpos colados, o seu contra o balcão da pequena cozinha de nosso Loft.

"Se eu não puder ficar com você

Oh, se eu não puder ficar com você

Se eu não puder ficar com você

Oh, isso tudo é uma droga

Se eu não puder ficar com você"

Desejo. Excitação... O calor da carne... Corpos unidos, matando a imensa saudade.

"Isso tudo é uma droga, yeah, isso tudo é uma droga

Se eu não puder ficar com você

E

Sem Oscar

Sem Grammy

Nada de mansão em Miami

O sol não brilha, o céu não é azul"

Sussuros sôfregos. Gemidos. Prazer e calor... Amor. Amor. Amor.

"Se eu não puder ficar com você

Oh oh oh, oh oh oh

Se eu não puder ficar com você

Oh oh oh, oh oh oh

"Se eu não puder ficar com você

Com você"

E naquela noite nos entendemos da melhor maneira, e minha morena também deixou claro que não viveria sem mim... Que tudo não valeria à pena, se ela não pudesse me ter... O nosso amor era o que importava acima de tudo.