Pré-natal: o nascimento de dois amores escrita por Typewriter


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ingrid Santana, desculpa a demora, espero que você goste ❤️

Boa leitura pra vocês!



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(Anastasia)

 Era para o meu cunhado estar aqui, mas recebemos uma ligação da companhia para qual ele trabalha como piloto de avião, avisando que ele não conseguiria voltar à tempo para o natal, pois os voos vindo da Noruega foram cancelados devido às fortes nevascas na região. 

Ana Maria, minha irmã passou à ter contrações e a bolsa estourou, devido à preocupação causada pela ausência do marido — que não viria, não só para o natal, mas também para o nascimento de Natália, a primeira filha que eles esperavam. 

Guiar minha irmã e dirigir com ela gritando devido às dores das contrações. 

Por sorte as ruas da capital estavam desertas às dez horas da véspera de natal. 

Os gritos de Ana fizeram com que enfermeiros viessem que com uma cadeira de rodas em auxílio. 

—Quais são dados da paciente? — o enfermeiro de cabeça raspada me perguntou. 

—Ana Maria Lima de Oliveira, nascida em dois de junho de 1972, casada com Raimundo Silva de Oliveira. — respondei ofegante, deixando a chave do Corsa sobre o balcão de atendimento. 

— O cartão do plano de saúde? — o homem pediu e lhe entreguei após revirar minha bolsa. 

(...)

— O que uma garota tão bonita tá fazendo numa sala de hospital sozinha numa véspera de natal? — tive bastante dificuldade para entender as palavras do homem bêbado que se dirigiu à mim, chegando tão perto que o cheiro de cachaça poderia impregnar minhas roupas. 

— Anastasia, querida, desculpa te deixar esperando, mas terminei meu plantão agora, vamos? — o rapaz embriagado afastou-se de de mim ao mesmo tempo em que eu virei dando de cara com o enfermeiro que me atendeu no balcão. 

— Muito obrigada. — agradeci, ainda espantada com a atitude de Alaor, nome que só descobri graças ao crachá dele. 

— Não tem de quê.— ele disse me dando um sorriso tímido. — Reparei que você não comeu nada desde que chegou aqui, então, você aceitaria uma coxinha e refrigerante da cantina? É por minha conta. — ofereceu gentil. 

Acertei com um movimento de cabeça e em seguida caminhamos até a cantina. 

— Você é irmã da última mulher que entrou pra dar à luz hoje né? Qual o seu nome? — perguntou enquanto esperávamos na fila. 

— Anastasia, o seu é Alaor, né? Ou esse crachá não é seu? — ótimo quando parar de passar vergonha perto de quem acabei de conhecer? 

— O crachá é meu mesmo. — ele disse dando uma gargalhada, que me fez rir também. 

— Duas empadas de frango e duas latas de Coca-Cola, por favor, Katia. — Alaor pediu quando chegou nossa vez. 

— Opa! É pra já! Daqui à pouco levou lá pra mesa. — a atendente avisou animada. 

— Você trabalha aqui há muito tempo? — questionei, numa tentativa de quebrar o silêncio que se instalou quando sentamos numa mesa. 

—Faz três anos, dei sorte de ser efetivado depois do estágio, sabe? Mas passei no concurso do hospital municipal da cidade e você, faz tempo que mora há muito tempo? 

— Como você sabe que não sou daqui da região da capital? — perguntei curiosa. —Há, eu vim pra cá esse ano mesmo, morar com a minha porque passei no concurso pra professora infantil na prefeitura daqui. — disse simplesmente. 

— Você puxou a letra "r" ao dizer meu nome. Olha, ano que vem nós dois seremos concursados. — Alaor afirmou animado. 

— Aqui, bom apetite pra vocês. — Katia disse ao colocar os pratos e as latas de refrigerante na nossa frente. 

— Obrigada. — agradeci antes dela sair. 

A refeição foi feita em silêncio. 

— Vem comigo, já é quase meia noite. – o enfermeiro disse antes de me puxar pela mão. 

— Pra onde estamos indo? — perguntei quando passamos pela porta dupla onde estava escrito "somente pessoal autorizado. 

— Comemorar o natal. — ele disse simplesmente. 

Depois de atravessarmos mais algumas portas como aquela chegamos na ala infantil do hospital.

Entramos numa ampla sala com sofás, puffs, uma grande TV e um aparelho de fita VHS e uma prateleira lotada delas 

— Tio, Lo! — as seis crianças assistiam à um filme ali e clamaram ao vê-lo. 

—Rápido! Quem quer soltar bexiga hoje? —ele perguntou e todos levantaram as mãos. 

Não me atrevi a perguntar os motivos que faziam aquelas crianças a estarem ali, apenas comecei a ajudar Alaor à encher os balões de ar. 

Após termos quatorze bexigas cheias, ele abriu a porta que dava para o jardim de inverno e todos fomos lá pra fora. 

— Dez. — Alaor começou a contagem regressiva para a meia noite ao olhar o relógio, sendo seguido pelas crianças, ao chegarmos no um todos soltamos os balões vermelhos, que foram levados pelo vento.

— Feliz natal, Anastasia . —ele desejou antes de beijar minha bochecha esquerda.

— Feliz natal, Alaor. — desejei de volta, completamente envergonhada. 

O falatório das crianças, que nos desejavam feliz natal, parecia algo realmente distante naquele momento, pois eu só podia ouvir os batimentos frenéticos do meu coração. 

(...) 

— Muito obrigada por me alimentar, me distrair e por me dar uma virada de natal diferente de todas as outras. – agradeci sorridente. — Como posso retribuir? — perguntei antes de me dar conta. 

— Eu não costumo fazer isso, mas eu gostaria do seu telefone, quero te conhecer melhor. — ele disse tímido. 

— Claro. — concordei e anotei numa das folhas de desenho da molecada, com giz de cera mesmo, que dei pra ele, só para vê-lo guardar o pedaço de papel no bolso da calça. 

(...) 

— Me conta, o que foi que aconteceu, eu conheço essa sua cara, Anastasia. — essa foi a primeira coisa que minha irmã disse assim que entrei no quarto de hospital dela. 

— O enfermeiro da recepção me salvou de um bêbado, pagou um salgado e uma lata de Coca-Cola pra mim, me levou pra soltar balões na ala infantil durante virada pro natal, me pediu o meu telefone e eu dei. — contei num fôlego só. 

— Ótimo! Você já tem vinte e quatro anos e nunca namorou, já se formou e passou no concurso público. — ela disse da forma da forma mais animada que foi capaz. 

— Você não tá brava por eu ter dado o telefone da sua casa pra um estranho? — questionei chocada. 

— Claro que não, você merece ser feliz, maninha. 

— Eu prometo que farei o meu melhor para fazê-la feliz. — Alaor disse entrando no quarto com Natália. 

— É bom mesmo e apareça para 9 almoço de natal mais tarde. — Ana Maria decretou antes de pegar e amamentar minha linda sobrinha pela primeira vez. 

E foi, no natal de 1.995 que eu ganhei mais dois amores para vida toda: minha sobrinha Natália e Alaor, que atualmente é meu marido e pai dos meus filhos, mas essa é uma história pra outra hora. 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem❤️
Comentem e me façam feliz ❤️
Beijinhos e até mais ❤️



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