SPIN OFF - A Bruxa escrita por Miris


Capítulo 1
A Sacerdotisa


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas!!
Esse é o meu texto do Desafio Amigo Secreto organizado por uma das minhas melhores amigas ficswriter! [@Angel45, @SnowFlake_Frost, @ScayWester]

A ideia e elaboração foi TODA da @Angel45 que cuidou de um sorteio online secreto de música e de uma das quatros; A mininah é criativa!

Agora eu vou falar da minha Amiga Secreta! Ela é muito divertida (todas são) e tem meu carinho eterno! Ela me deu o MELHOR presente de aniversário/Natal que alguém já poderia já ter feito pra mim! Emocionei demaaais!
Minha amiga é a linda da @ScayWester que odeia saia rosa de babados e eu vou dar uam pra ela porque eu AMO provocar os outros, rsrs! ♥

Minha música selecionada foi: Castle da Halsey ♥

Eu atrasei porque havia perdido o arquivo, mas consegui colocar tudo NUM S?“ capítulo de QUASE 4.000 palavrinhas. Hehe.

Bom proveito!



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Cansada destas pessoas falando, cansada do barulho

Cansada de todas as câmeras piscando, de manter a pose

E agora meu pescoço está exposto

Implorando por um punho à sua volta

Já estou me engasgando em meu orgulho

Então não há por que chorar por isto

 

Estou caminhando em direção ao castelo

Eles querem me fazer sua rainha

E há um velho homem sentado no trono

Dizendo que eu provavelmente não deveria ser tão má

Estou caminhando em direção ao castelo

Eles aprisionaram este reino

E há um velho homem sentado no trono

Dizendo que eu provavelmente deveria calar minha boca

Em direção ao castelo

 

Todos os minutos passando

Estou cansada de me sentir usada

Se você quiser derrubar estas paredes

Você vai se machucar

E agora meu pescoço está exposto

Implorando por um punho à sua volta

Já estou me engasgando em meu orgulho

Então não há por que chorar por isto

(...)

***

            O Império de Baerean era um dos mais conhecidos do continente. Um reino extremamente forte e sábio, além de detentor de um vasto conhecimento em magia. O castelo era imenso, parecia quase impossível acompanha-lo com o olhar, além de ter uma estrutura bem detalhada: janelas grandes e arejadas, todas trabalhadas em cristais coloridos e outras pedras.

            O seu interior era bem claro até mesmo nas noites mais escuras, graças aos cristais que durante a noite cediam luz própria bem clara. O objetivo era iluminar os corredores de uma maneira bem singela, para não atrapalhar os outros cômodos.

            Durante uma manhã, uma jovem considerada fascinante – para não ser dito outra coisa— e sombria caminhava pelos corredores tranquilamente. Toda a sua roupa era trabalhada em preto com detalhes vermelhos e poucos acessórios prateados. A adolescente também possuía um poder intimidador para todos que a olhassem, sem necessitar usar seus verdadeiros poderes para alcançar tal façanha.

            A garota parou em frente em uma das janelas, bem perto da borda que não dispunha de nenhuma segurança para evitar uma queda de vários metros, apenas para sentir o vento atingir o seu corpo. Acompanhado dele, um aroma fresco vindo das montanhas e da floresta há alguns quilômetros. O cabelo preto da garota tinha algumas finas tranças laterais que se uniam no cabelo preso em um rabo de cavalo. Sua franja estava penteada para frente, quase cobrindo os olhos tão brilhantes e dourados, mais até que o ouro mais puro das estrelas cadentes.

            Respirou fundo aquele ar puro que a natureza lhe proporcionava. Era o seu calmante natural e era o que mais precisava no momento, sentia os primeiros sinais de suas dores de cabeça se aproximando. O motivo de seu estresse era bem simples: acabara de sair de uma reunião com o Conselho que estava decidindo os últimos detalhes de sua coroação. Sim, logo seria Rainha e mal podia esperar. Seu maior desejo era mandar cortarem a cabeça de algumas pessoas indesejadas.

            Quanto mais pensava nisso, mais tentava se acalmar e mais seus poderes atingiam as cortinas brancas – quase transparentes— que começavam a se mexer mais violentamente por conta da movimentação atípica de seus ilhós de madeira. Só parou para se acalmar após longos segundos, não gostaria de perder seu controle e rasgar cortinas tão bonitas. As cortinas favoritas de sua mãe.

            A natureza e seu aroma haviam penetrado inteiramente nos pulmões da jovem bruxa, as cortinas já haviam sido deixadas em paz e o corpo da adolescente já estava relaxado. Realmente, aquele homem asqueroso a tirava do sério e seu desejo em matá-lo quando pegasse a coroa apenas aumentava.

            Passos foram ouvidos no começo do corredor e pelo jeito de andar, sabia exatamente quem era. Tentou manter a calma para não quebrar nada.

— Aí está você! – Lorelei abriu os olhos e o olhou com ódio, fazendo com que recuasse três passos mesmo estando há dois metros de distância. – Seus olhos estão vermelhos. – A sua íris havia sido consumida pelo seu ódio.

— O que deseja – Lorelei olhou para frente e sentiu seus olhos deixarem de arder, provavelmente voltavam ao normal – Sua Majestade? – O cinismo era perceptível em sua voz.

— Não seja rude comigo, sou o rei. – A garota deixou uma risada debochada escapar, fazendo o... Pai a olhar com reprovação.

— O que quer Trevil? – Lorelei jogou o peso do corpo em uma das pernas e cruzou os braços, sentindo a brisa continuar a bater em seu corpo.

— O velho ancião está aqui. Ele quer vê-la com urgência. – A garota se vira para o mais velho, mas não o olha. Sentia nojo.

— O mago não disse sobre o que se tratava?

— Por algum motivo, ele não parece confiar em mim para falar sobre.

— Mas é claro. Porque será? – Lorelei provocou e passou diretamente por seu progenitor sem olhá-lo. Tinha vontade de arrancar sua garganta com as garras que tinha em suas luvas prateadas – com detalhes circulares que diminuíam para seu interior— que apenas cobriam o dorso da mão.

            Na luxuosa sala do trono decorada com ouro, pedras preciosas e mais cristais, Lorelei reconheceu o velho mago do Império que conversava com sua irmã mais nova, Gardênia. No meio da câmara haviam colocado uma mesa de vidro baixa e duas almofadas para que se sentassem e comessem.

— Lore. – A garota de treze anos se levantou e correu em direção à irmã mais velha para abraça-la. – Que saudades!

— Eu também, minha flor. – A mais velha apoiou as mãos nos joelhos para ver melhor o rosto da mais nova. Moravam no mesmo castelo e seus quartos eram de frente para o outro, mas quase nunca se viam. – Mas o que faz aqui?

— O mago pediu para me chamarem. – O olhar caloroso de Lorelei se tornou assustado. Levantou-se aos poucos encarando a irmã e logo olhou o velho homem que bebia seu chá.

— Groneus... – Lorelei o chamou.

— Sente-se minha princesa. – A mais velha pegou firme na mão de Gardênia e andou até a mesa, sentando-se na frente do mago, ao lado da irmã.

Groneus, por favor...— Lorelei murmurou.

— O que foi irmã? – Gardênia questionou e a mais velha apenas apertou sua mão, pedindo silêncio.

— Ela é apenas uma garota. Não merece esse destino. – O velho apenas continuava a tomar seu chá. – Não vou permitir que façam nada com ela.

— E eu nem seria imprudente de tentar enfrentar a bruxa mais poderosa do nosso Império. Seria suicídio.

— Então o que querem com ela? – O homem fez um estalo com os lábios após terminar de beber.

— Lorelei, eu andei estudando as estrelas. Principalmente as Ivluzlets, da Organização de Groigsolt. – As Ivluzlets são espécies de estrelas que mostram o futuro e contam verdades como um Oráculo, só que mais precisas. E a Organização de Groigsolt é uma das que possuem estrelas Ivluzlets. Essa Organização é a mais precisa, porém mais difícil de ler; além de ser a mais insensível por mostrar muitas coisas.

— E o que elas lhe contaram? – O velho parou por alguns segundos e olhou a jovem.

— Você não pode ser a Rainha de Baerean. – A bruxa franziu o cenho.

— Corro risco de virar uma... Imperatriz? – Como Baerean era um Império, era normal que o título fosse de Imperadores, porém... Todos os antigos governantes que se autodeclararam isto traziam consequências terríveis para todos. Então era preferível o título simples de Rei e Rainha, aparentemente há uma “maldição com o título de Imperadores e Imperatrizes”.

— Antes fosse, mas não creio que isso aconteceria.

— Então por quê?

— As Estrelas me contaram. Gardênia é uma Sacerdotisa, ela deve tomar o seu lugar no trono. – Lorelei parou de respirar naquele momento. Não sabia o que a incomodava mais: perder seu trono – para o qual se preparou à vida toda— ou sua irmã ser a nova Sacerdotisa.

— C-como assim? O que é isso? – Gardênia estava confusa e começou a balançar seu braço, tão congelado quanto à dona. – Lore, o que está havendo? Porque eu tenho que ser a Rainha?

— Eu tive um sonho, Lorelei. É necessário. – O mago explicou. A princesa arqueou a sobrancelha e agarrou a irmã mais forte em sua cintura. Devia proteção a ela pela mãe ter morrido cedo.

— Sonho? – A voz sarcástica da princesa deixou o velho assustado, a garota era sempre gentil com ele. – Normalmente anciões sonham com sacrifício de garotas. – O homem negou com a cabeça.

— Sonhei com a Sacerdotisa. – Ele dizia maravilhado com a notícia. – Você não pode ser a Rainha, Lorelei. Tem que ser a Gardênia!

A Gardênia.— Lorelei murmurou fechando os olhos com força. A garota de olhos dourados olhou a irmã sem compreender como faria para conseguir protegê-la agora. Gardênia não poderia assumir o trono para o qual nunca havia sido preparada.

— No sonho eu vi – o homem continuou – Gardênia é a nova Sacerdotisa. – Os guardas cochichavam, alguns empregados presentes se assustavam e desmaiavam.

            Desde jovem Lorelei prometeu a mãe que iria tomar o trono e vingaria toda a sua infelicidade. A bruxa seria a Rainha para proteger a mãe e a irmã, os cidadãos e a herança da família. Mas depois que a mãe morreu misteriosamente, Lorelei tinha certeza de quem havia feito isso. Jurou que quando se tornasse Rainha mandaria investigarem de verdade e traria vingança.

            Porém, se sua irmã mais nova se tornasse Rainha não poderia fazer tudo o que havia prometido. Olhou ao redor e notou que ninguém ali queria a garota mais nova se tornando Rainha, duvidavam de sua capacidade. E Lorelei também. Seu sonho estava escapando entre seus dedos e ela não poderia fazer nada. Ou até poderia, mas não seria capaz de machucar a irmã.

— Groneus... – A bruxa chamou o mago. – Pode provar o que diz?

— Sim, minha princesa.

— NÃO! – Lorelei não sabia quando a cobra asquerosa entrou na sala, mas sabia que ele aprontaria algo. – Lorelei é a futura Rainha, ela governará. Gardênia é só uma garotinha tola, nunca traria honra ao nosso império.

— Cale a boca, Trevil. – Lorelei ordenou. Respirou fundo, pois o que diria pedia a sua coragem. – Se Gardênia for a Sacerdotisa, ela tomará meu lugar!

***

            Lorelei não podia acreditar no que via. Naquela mesma noite o Mago havia realizado um ritual que comprovou o que havia dito a ela. A luz azul da Lua cobriu o corpo adormecido de Gardênia na pedra de oferendas na torre mais alto do Castelo.

            Gardênia foi banhada pela luz que desenhou runas antigas e belas sob sua pele, além de seus olhos se colorirem do mais belo azul claro. Lorelei ficou encantada com a comprovação do ancião. Sua irmã era a Sacerdotisa!

Sim. Gardênia era a Sacerdotisa e ela tomaria o trono de Lorelei. A bruxa não seria a Rainha de Baerean, mas ela poderia superar isso. Sua maior preocupação agora era se tornar uma bruxa mais forte do que já era. Sua irmã mais nova sempre fora inocente e fraca demais, sempre necessitando de proteção.

            O Rei apenas praguejava e resmungava quando viu que Lorelei abriria mão do trono com muita facilidade, tudo por causa de Gardênia. A verdade, era que a Bruxa desconfiava das reais intenções do progenitor para quere apenas ela no trono. Apenas sabia que não era boa coisa.

            Depois daquele dia, Lorelei dedicou sua vida a duas coisas: se tornar mais forte e sabia do que nunca, e treinar a sua irmã para se defender e se tornar a Rainha que ela quis ser um dia. A garota fazia a irmã amis nova estudar o dobro de magia e defesa pessoal, história, geografia, estratégia, linguagem, administração; e tudo que ajudaria ela a governar um Império como Baerean.

            Era normal ver Gardênia quase desmaiar de cansaço pelos treinos puxados, que eram assistidos de perto pelo mago do reino. E durante as aulas teóricas, Lorelei era bastante rígida, até mesmo com os professores que contratara para transformar a vida de sua irmã. A garotinha costumava a ter fortes dores de cabeça e dormir feita pedra.

— Para quê tudo isso? – A garota agora tinha quatorze anos e tentava se ficar de pé apoiada no bastão de luta.

— Porque você é a Sacerdotisa. – Lorelei a olhava com superioridade e rigidez.

— Isso não explica nada. – Gardênia tentava se endireitar e enfrentar a mais velha com palavras ofegantes. Lorelei apenas sorria de canto.

— Não se lembra das histórias?

— Quais das milhares que me conta? – A bruxa revirou os olhos e com um movimento rápido puxou uma das pontas de seu bastão na curvatura do joelho, fazendo Gardênia cair ajoelhada.

— Não aprendeu nada ainda irmãzinha? – Gardênia olhou nos olhos da mais velha, agora a chamavam de filha do mal por seus olhos dourados estarem mais intensos do que nunca. Lorelei sorriu de canto e empurrou o peito da irmã com o pé coberto pelas botas que usava, fazendo a garotinha cair de costas.

— Arg! – Gardênia gemia de dor. – Apenas que gosta de me torturar por ter pegado seu trono. – Lorelei revirou os olhos em desgosto, enquanto a irmã se contorcia no chão.

— Por favor – a bruxa dizia entredentes – quando comecei a ser treinada era mil vezes pior do que faço com você. Acho que sou boazinha demais.

— Me lembre de nunca querer ver o seu lado ruim. – Gardênia finalmente conseguiu se sentar no chão.

— Toda vez que uma Sacerdotisa nasce, significa que algo ruim está a se aproximar da nossa sociedade. – Lorelei olhou para o alto da cúpula que mostrava o céu para aqueles que estavam em um dos pequenos jardins dentro do castelo. O seu alaranjado mostrava algumas estrelas próximas e planetas. – Ruim e grande! – Lorelei se aproximou e pegou o braço da irmã, levantando-a de uma só vez.

— ARG!

— Se você é a Sacerdotisa, significa que correrá perigos a todo o momento. Até o fim da vida!

— Mas pode não acontecer desta vez. – Lorelei e Groneus se entreolharam e o mago assentiu.

— Não adianta tentar se enganar, Gar. Nasceu uma Sacerdotisa, vem problemas dos grandes. Não se nasce uma como você atoa, para dizer: Olá sociedade, Sacerdotisas ainda existem. – O sarcasmo ainda marcava sua voz, mesmo com o passar dos meses. – O ancião ordenou que eu te treinasse da forma mais dura possível para te tornar forte o bastante.

— Eu odeio vocês. – A menina suspirou e Lorelei sentiu pena.

— Vá se banhar, iremos comemorar seu aniversário de 14 verões. – A garota concordou e foi até a porta, onde suas amas a aguardavam. – Sejam precavidas, atenção total! – Lorelei ordenou as mulheres.

— Sim alteza. – Elas responderam.

— Só vou para meu quarto. – Gardênia estava indignada e Lorelei revirou os olhos.

— Conhece a estrutura do nosso Castelo Gardênia, algumas janelas grandes sem vidros. Arquitetura mágica. Qualquer um poderia lhe atirar uma flecha.

— Está sendo paranoica. – Gardênia brigou.

— Vá se arrumar, quero vê-la bonita este crepúsculo.

— Como é difícil aturar você! – A garota de cabelos claros bateu o pé e saiu andado forte. Fazia pirraça por conta da proteção exagerada que recebia da irmã.

            Enquanto Lorelei ouvia as más criações da irmã mais nova, ela cuidava da proteção da garota e do castelo que dava muito trabalho. Ainda tinha que aturar o suposto progenitor querendo tentá-la a tomar o trono e dizendo que não precisavam dá-lo a Gardênia. Além de ouvir de outros serviçais que ela deveria ser a Rainha e a Sacerdotisa, não a irmã mimada.

Eu concordo— Lorelei dizia em frente ao espelho se arrumando sozinha – de certa forma...— Suspirou.

            Ela foi criada a vida toda para isso. Sempre quis ser a Rainha do Império Baerean. Sempre quisera tudo isso, porém sua irmã havia lhe tirado tudo e lhe dado o imenso fardo de cuidar de sua proteção. Uma garota mimada como Gardênia não entendia o perigo da situação. Não entendia a dimensão e responsabilidade de seus poderes.

***

            Lorelei assistia ao casamento da jovem irmã. Gardênia tinha apenas dezessete anos e ela não poderia se casar por ser uma Sacerdotisa. A bruxa só sentia ódio de seu pai que havia arranjado o casamento.

            A garota de postura intimidadora assistia o casamento acontecer em uma plataforma de cristal mágico alguns metros acima. Observava tudo ao redor procurando armadilhas. Seu coração doeu quando Gardênia a olhou inexpressiva.

Esse casamento não pode acontecer!— Fez o vento sussurrar nos ouvidos do ancião enquanto o olhava. O velho assentiu.

            Lorelei teve um péssimo pressentimento e olhou o pai que sorria satisfeito. A bruxa tinha certeza que não era por sua filha estar se casando. A morena sentiu algo vir lá do fundo de seu peito, uma agonia. Quando olhou para trás viu homens escondidos na estrutura detalhada do salão, apontando flechas mortais para a princesa.

            Quando atiraram, Lorelei foi rápida o bastante para usar seus poderes e empurrar a irmã da estrutura onde estava, enquanto o príncipe era atingido pelas flechas. A bruxa apenas desapareceu nas sombras de seu poder e surgiu segurando a irmã nos braços e colocando-a delicadamente no chão.

            Assassinos contratados avançaram e todos começaram a correr. Eles vinham diretamente na direção das duas princesas e Lorelei estava pronta para proteger a irmã. Com um agito das mãos, em sua delicada luva prateada surgiram garras pontiagudas e fatais a qualquer um que ousasse enfrentá-la.

            O castelo estava sendo atacado e Lorelei sabia que a missão dos invasores era matar a irmã, então a defenderia.  A bruxa conseguiu lutar contra aqueles que a atacavam usando seus poderes e suas garras. A mulher pegou a irmã pelo pulso e fugiu com ela do salão e procurou uma de milhares das passagens secretas.

— Lore – Gardênia perguntava confusa enquanto era puxada pela irmã – o que está acontecendo?

— Estão aqui para matá-la. – Lorelei disse enquanto prestava atenção no caminho e no local.

— Por quê?

— Não seja idiota, Gardênia. – A bruxa foi ríspida. – Você é a Sacerdotisa.

— Deixe-me voltar. – Gardênia tentou se desvencilhar, mas Lorelei fez mais força em seu pulso e a puxou até o final da passagem. – Meu cavalo? – Lorelei a puxou para ficarem de frente.

— Escuta Gardênia, você vai fazer o que eu mandar agora. – A princesa estava assustada pelo jeito violento da irmã mais velha. – Você irá seguir até o vilarejo de Braithage, como sempre ensinei. – Gardênia estava paralisada e Lorelei a sacudiu com brutalidade. – Entendeu?

— S-sim.

— Quando chegar a Braithage vai até um lugar chamado Alpha Ivory. É um pub. Lá você irá atrás de um homem chamado Reeve Uqiohr. Ele tem a missão de te proteger e você fará tudo o que ele mandar! Sem hesitar. – Lorelei parou por um instante. – Há não ser que não pareça uma coisa que eu mandaria você fazer. – Gardênia franziu o cenho.

— Eu saio de uma governante pessoal para arrumar outro? Quando eu vou poder fazer o que eu quero? – Lorelei revirou os olhos.

— Quando tiver noção nessa sua cabeça vazia. – Disse com um sorriso.

Todos os minutos passando...

— Mas Lore-...

— Vá! – A bruxa interrompeu. – Antes que te peguem.

— Estou cansada de minha vida ser assim. – Gardênia murmurou e se foi.

Estou cansada de me sentir usada

***

— Minha – o Rei fez uma pausa dramática, enquanto levantava os braços e dizia com ironia – filha. Minha amada Lorelei. A... – Desgosto era o que tinha em seu olhar. – Bruxinha do papai.

— O que você quer? – Eu estava tonta e fraca pelo dardo que me atingiu.

— Prender a sua irmã nas cavernas mágicas foi um plano sensacional. – Ele gargalhava. – Agora não preciso me preocupar em matá-la. – Lorelei só sentia ódio do velho.

— Agora vamos, querida. – Ele sorria e logo cantarolou. – Você será a nossa rainha.

***

Cansada destas pessoas falando, cansada do barulho

Cansada de todas as câmeras piscando, de manter a pose

Ela será uma ótima rainha.

Que bom que voltou, senhorita Lorelei.

A nossa verdadeira rainha!

            Eu só podia sorrir e assentir com a cabeça. Desejava que Gardênia e Reeve tivessem entendido o que eu queria prendendo eles nas cavernas. Era a minha chance de virar Rainha, mas eu não o queria mais. Queria a salvação de Gardênia e de meu amigo.

            Eu apenas queria que alguém me sufocasse neste exato momento, enquanto usava o vestido exuberante de coroação. Trevil iria me sacrificar para ser imortal e governar para a eternidade. Ao menos eu pude salvar aquele guarda idiota e sua família.

            Aqueles a quem eu amo, só podem ser mortos por mim. E mais ninguém!

E agora meu pescoço está exposto

Implorando por um punho à sua volta

Já estou me engasgando em meu orgulho

Então não há por que chorar por isto

Olhei para o lado e pude ver aquele guarda por quem era apaixonado me encarar com pena, afinal éramos quase um casal, junto ao ancião que o trouxe escondido para ver a minha execução. Para não chorar pela tragédia que se aproximava, eu me mantinha orgulhosa. Mas estava quase engasgando com o choro e com o orgulho.

            Chorar não mudaria nada...

Estou caminhando em direção ao castelo

Eles querem me fazer sua rainha

E há um velho homem sentado no trono

Dizendo que eu provavelmente não deveria ser tão má

Estou caminhando em direção ao castelo

Eles aprisionaram este reino

E há um velho homem sentado no trono

Dizendo que eu provavelmente deveria calar minha boca

Em direção ao castelo

Estou caminhando de cara fechada em direção aos tronos do grande salão, com várias pessoas me assistindo. Todos eles querem me fazer sua rainha. E no fim do salão e do tapete prateado, há um velho homem me dizendo coisas.

— Você, provavelmente, não deveria ser tão má, querida filha. – Olhei ele com desgosto assim que parei a poucos metros.

— Para que tente me matar como fez com Gardênia? A Sacerdotisa! – A informação que soltei fez Trevil ficar furioso e levantar burburinhos no salão. – Você aprisionou este reino com suas mentiras.

— Provavelmente, é melhor você calar a sua boca, Lorelei. – Ele sorria cinicamente diante tudo.

— Maldito. – Proferi. Diante todos, eu fui ajoelhada no chão e o rei Trevil tirou a espada da bainha.

— Para mostrar a vocês que ninguém, jamais, poderá me enfrentar. – Ele dizia em alto e bom som. – Matarei a bruxa e tomarei seus poderes, me tornando imortal e sendo seu eterno rei.

Não há por que chorar por isto

Não há por que chorar por isto

Não há por que chorar por isto

Não há por que chorar por isto

Não há por que chorar por isto

            Aceitando minha morte, eu desisto de lutar. Só de pensar que Gardênia está bem, eu fico bem. Eu sei que um dia se tornará uma Sacerdotisa de orgulho e acabará com você, Trevil Riddle.

— Você é um babaca. – Proferi com um sorriso cínico.

— Ora sua bruxa maldita! – Trevil ergueu a espada com ódio e eu sorri mais ainda.

— Será um prazer não ver mais essa sua cara nojenta e asquerosa. – Ele se irritou a segurou a espada mais firme.

Não há por que chorar por isto. Eu apenas aceitei a minha morte...

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Notas finais do capítulo

Oláah! Espero que tenham gostado, porque eu gostei do resultado!
Gostou Scay?!

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Linkzinhus:

Meu Presente Maravilhoso [@Angel45]:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/i-want-something-just-like-this-18250825

Nyah!: https://fanfiction.com.br/historia/785756/I_want_something_just_like_this/

Da @SnowFlake_Frost para a @Angel45:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/teachers-pet-18255850

Da @ScayWester para a @SnowFlake_Frost:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/encenacao-18256517



Especial de Aniversário/Natal da @ScayWester:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/os-melhores-piores-presentes-de-natal-15262937



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