Table 23 escrita por Rose blu


Capítulo 1
You are in love


Notas iniciais do capítulo

Essa one-shot foi escrita para o amigo secreto de jily com músicas da Taylor Swift e eu espero que gostem, principalmente a minha amiga secreta, Jacke :)



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“— Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo abobadamente.”

Abobadamente? Não, isso não está certo.

Lily Evans se forçou a abrir os olhos novamente, mesmo com sono e encarou novamente o exemplar de orgulho e preconceito em sua mão.

“...e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente.”

Mr. Darcy proferiu para Elizabeth e dessa vez, a ruiva leu corretamente. Fechando o exemplar, a ruiva coçou os olhos, ainda não era nem mesmo 6 da manhã, mas ela já estava no metrô a caminho do trabalho, e o livro não estava a ajudando a ficar acordada, mesmo que ela estivesse muito interessada no romance de Darcy e Lizzie, tudo que a Evans queria era chorar e voltar para sua cama quentinha, mas ao invés disso, ela encarou o letreiro que dizia que sua estação era a próxima.



A verdade é que Lily estava exausta, não era grande coisa se pensar que ela se sentia cansada várias vezes durante a semana, mas chega a um momento, em que você atinge o ponto de exaustão, e ali naquele elevador, esperando chegar no seu andar, ela havia atingido o seu. A rotina não costumava mudar muito, sempre acordava antes de Marlene e em alguns dias, a amiga ainda toma café da manhã junto dela, então ia de metrô até o trabalho, tinha aula de tarde e algumas noites trabalhava na lanchonete, era simples, bom, mais ou menos.

As portas do elevador se abriram revelando o escritória amplo, era dezembro então nevava nas ruas de Londres e estar no nono andar com uma janela enorme, dava a visão mais bela da neve que alguém poderia imaginar, a parede perto das mesas que era feita totalmente por uma estante de livros e o cheiro do café feito por Frank Longbottom, algumas vezes valia a pena.

A ruiva desabotoou seu casaco, o carregando até sua mesa, ser a estagiária a fazia ficar no cantinho, mas o cantinho era perto da janela enorme.

 

Não deve ter passado muito mais de uma hora, mas em algum momento, a ruiva se levantou cansada de revisar papelada e de ter servido cafezinho para cerca de 15 pessoas e se dirigiu até a copa. Então ali estava a ruiva de pé, e mesmo que ela não tivesse noção, transbordando a xícara de café dela.

— Ei, cuidado. — a voz grave surgiu atrás dela, fazendo com que ela se assustasse.

A ruiva abriu os olhos percebendo que havia cochilado em pé, o líquido que agora estava menos do que morno, encharcou sua mão e ela parou de se servir mais café e se afastou contente por seus sapatos ainda estarem limpos, então alguém surgiu ao seu lado com papel toalha tentando, inutilmente, secar tudo. Lily correu atrás de mais papel toalha para ajudar a pessoa que tentava secar sua bagunça, então ele se virou para ela com aqueles olhos castanho esverdeados que brilharam e deu um sorrisinho simples e de alguma forma, aquilo foi muito mais do que um olhar.

Lily se afastou para jogar no lixo os papéis já encharcados e sorriu, aquele era o Potter, trabalhava na editora, se sentava na mesa 23 e bem, ela tinha uma quedinha por ele desde seu primeiro dia.

— Foi um belo acidente, estava dormindo em pé? — o tom que usava demonstrava que estava sentindo graça disso.

— Na verdade, sim. Devo ter cochilado em pé e isso aconteceu.

— Poderia ter sido pior, poderia ter molhado seus sapatos ou criado uma inundação de café. — o Potter sorriu para ela.

Ele levantou a garrafa de café e constatou que estava vazia agora, uma verdadeira pena na opinião dele. Ele a conhecia de longe, era uma das estagiárias que ficavam perto da janela, ele sentia inveja disso.

— Acho meio difícil uma inundação com apenas parte de uma garrafa.

— Lily Evans, correto? — de alguma forma, o sotaque dele que era bem diferente do dela, os olhos brilhantes por trás dos óculos e o cabelo arrepiado, eram todo o charme que a Evans nunca achou ser possível alguém ter e ali, com ele sorrindo e estendendo a mão para um cumprimeto, a ruiva se sentiu como uma adolescente idiota.

— Correto, Potter.

Então ambos apertaram as mãos antes que a ruiva decidisse voltar para sua mesa, afinal, ainda tinha coisas para fazer, mas ainda sem esquecer o carinha da mesa 23. Mas James continuou ali por mais um tempo, ainda com seu típico sorriso no rosto.

— O que aconteceu para você estar sorrindo feito um idiota pro nada? Claro que idiota você já é, mas isso é estranho. — Remus Lupin que também trabalhava ali indagou ao entrar na copa e encontrar seu amigo.

— Nada não. — então James apenas retornou para sua mesa.




“O homem relembrava a frase dita por sua terapeuta na consulta da tarde anterior enquanto andava pela times square com uma música alta nos fones, ele já estava realizando um sonho, não julgava precisar ir atrás de um agora. Entrou no prédio e pegou o elevador sozinho, o que ele julgou estranho então apenas tocou com sua guitarra imaginária ao ritmo da música, o som dos beatles preenchiam a cabine do elevador por completo, bom, ao menos para ele.”

 

Lily encarou pela quinta vez o que havia escrito já havia apagado cinco vezes e ainda não se sentia contente com o resultado. Era de madrugada e a ruiva coçou os olhos cansada e decidiu desligar o computador, tentaria voltar a escrever amanhã, quando não estivesse cansada, afinal, alguma hora seu livro iria sair, não?

 

. . .

 

Começou em uma quarta-feira perto do horário de almoço, quando Molly apareceu com uma caixa cheia de papéis para o amigo secreto anual da equipe, não era muita gente, então James conhecia quase todos havia um bom tempo, mas quando pegou o pequeno papel escrito “Doe”, foi como se o nada pairasse por ele, já que, o que se dava para uma das poucas pessoas que ele não conversa ali?

Então como uma luz, Lily passou por ele com vários papéis na mão, a ruiva conhecia todos ali, além de que Doe Meadowes, que se recusava a responder por Dorcas, era a chefe da maioria ali, então era quem cuidava da seleção dos estagiários. A ruiva andava em direção a sala de arquivo provavelmente guardando as coisas antes de ir para casa, afinal, essa era geralmente a última tarefa do dia para todos. O lugar já estava quase vazio com todos saindo almoçar, então o moreno apenas a seguiu.

— Lily.

— Oi? — A Evans se virou e logo, sorrindo para ele.

James entrou junto dela na sala de arquivo e pegou parte da papelada, a ruiva acenou com a cabeça como se o dissesse “obrigada” e passou a organizar tudo com calma.

— Você é amiga da Doe?

— Sim, ela é uma pessoa gentil, engraçada e inteligente. Porquê? — a Evans o encarou enquanto pegava parte dos papéis que estavam com ele para colocarem no lugar certo.

— Eu tirei ela no amigo secreto e não faço ideia do que comprar, achei que teria sorte de tirar o Remus pelo segundo ano seguido. Você sabe quem é o Remus, certo?

— Ele é responsável pelos livros de ficção científica e fantasia, além de que é sempre gentil e já me ofereceu chocolate. Mas então, quer ajuda com o presente dela?

— Sim, quer dizer, sei que conversamos pela primeira vez dois dias atrás por causa do incidente com o café, mas você parece legal e… — o Potter passou uma das mãos pelos cabelos os bagunçando mais ainda e a encarou. — Não me ache completamente louco.

— Seu dia de sorte. — a ruiva pegou os últimos papéis e colocou na pasta correta, então se encostando na parede e o encarando de braços cruzados. — Eu não acho, você tem a minha ajuda, Potter.

— Nossa, obrigada mesmo Lily.

Então a porta da sala foi fechada e um clique foi ouvido, a Evans e o Potter se encararam por um instante antes que ele corresse até ali para confirmar que sim, alguém havia trancado eles ali. Provavelmente Argo Filch, que era responsável pela limpeza, havia passado ali como sempre no horário de almoço para limpar, James desconfiava que algumas salas ele apenas ignorava e dizia que limpava, mas não se sentia agradecido no momento por estar certo.

Lily suspirou e colocou as mãos no rosto, mas que droga, aquilo parecia a merda de um livro de romance. Quer dizer, era incrível quando os protagonistas ficavam presos juntos e ela mesmo já havia escrito cenas assim, mas porque justo com ela?

— Acho que vamos ter que ficar aqui. — James se sentou no chão perto da porta com uma calma que irritou Lily. — A menos que tenha seu celular aí, porque o meu tá na minha mochila lá fora.

A ruiva respirou fundo e negou com a cabeça. — Vamos ficar aqui muito tempo?

— Só mais ou menos o horário de almoço, quando voltarem alguém vai precisar entrar aqui e abre a porta. Aconselho se sentar um pouco. — James viu Lily caminhar até perto dele e se sentar ao seu lado, então ele a empurrou de leve com seu ombro. — Não pode ser tão ruim ficar presa comigo.

— Não é, mas é que eu tenho aula.

— Faz letras? — o Potter parecia realmente empenhado em manter uma conversa ali, a ruiva apenas assentiu com a cabeça. — Eu gostava do curso, saudades de estudar.

— Eu não sabia que era possível sentir falta do inferno, Potter.

James riu por um tempo até se tocar de algo. — Porque você sempre me chama de Potter, Lily. Quer dizer, eu te chamo pelo seu nome já que trabalhamos juntos, mas você sempre me chama pelo sobrenome.

— Bom… É que meio que…

— O que Lily?

— Eu não sei ele.

Então o moreno explodiu em uma gargalhada, ele se contorceu por um instante e a encarou, ela tinha as bochechas vermelhas. — Você não sabe meu nome? Então porque não perguntou?

— Não tem um motivo, eu apenas não perguntei.

— Então prazer novamente Lily, meu nome é James.

— É um prazer finalmente saber o seu nome, James. — então o homem riu novamente. — Fala sério, nem é uma coisa tão engraçada assim.

— É um pouquinho.

— Talvez um pouco. — ela se rendeu e sorriu pra James. — Podemos mudar de assunto? Acho que vamos ficar um tempo aqui.

— Claro, então ruiva, me conte mais de você.

— É sério? — ele apenas assentiu, então ela pensou por um instante antes de começarem uma conversa sobre eles. — Bom, eu tenho 22 e você sabe que eu faço letras. Mas quando eu não estou morrendo de sono ou derramando café por aí, eu gosto bastante de ler e ver filmes.

— Qual o seu favorito?

— Livro ou filme?

— Fala ambos.

— Bom, a resposta é a mesma, orgulho e preconceito.



A conversa prosseguiu por mais um tempo, era impressionante para Lily como era parecida com James, não era sempre que ficava trancada alguém com a mesma música favorita, que tinha um gosto pra filmes parecido e que era tão bonito quando ela achava James bonito. E não que ela pudesse saber ou sequer imaginasse, mas o Potter também a achava muito bonita. Não tardou até que ele encostasse a cabeça no ombro da ruiva já sonolento, fazendo com que ele dormisse ali, sem ninguém para conversar, não tardou até que ela dormisse também.

Então quando finalmente alguém voltou a ir para sala de arquivo, ambos dormiam naquela posição estranha de quando um abraçava o outro dormindo, no caso, Lily tinha James entre seus braços enquanto ele tinha a cabeça encostada no ombro dela.

— Vejo que estavam trancados aqui. — a voz de Minerva ecoou pela pequena sala, acordando ambos.

— Olá Minnie, fico feliz que finalmente nos encontraram. — um sonolento, ainda coçando os olhos, James proferiu encarando a chefe.

— Sinto muito que tenham ficado presos aqui, mas que bom que tenho a oportunidade de falar com ambos hoje, achei que teria que esperar até amanhã já que a senhorita Evans já poderia ter ido embora há uma hora e meia. — McGonagall começou seu discurso, enquanto ambos se levantaram do chão ainda com sono.

— Infelizmente Filch nos prendeu aqui. — Lily disse encarando a chefe que apenas balançou a cabeça, parecia estar acostumada, assim como James, será que ele fazia muito isso?

— Você é boa senhorita Evans, nossa melhor estagiária, por isso irá auxiliar o senhor Potter no editorial do nosso novo livro de romance.

— Verdade?

— Porque eu mentiria, senhorita Evans? — então a ruiva avançou na direção da senhora e a abraçou forte, tirando um riso abafado de James.

— Muito obrigada senhora McGonagall, não irei decepcionar.

— Sei que não. — a senhora apenas se afastou e ajeitou as roupas, se recompondo do abraço surpresa, mas o Potter pode jurar que viu um sorrisinho no canto de seu lábio, então foi embora.

Lily continuava radiante, todo café servido e pilhas de recados para entregar de namoradas raivosas dos homens que trabalhavam ali finalmente valeu a pena, trabalharia no editorial de um livro de romance. A ruiva se permitiu fechar os olhos e apreciar o momento de vitória.

— Parabéns, Lily. Vai ser um prazer trabalhar com você.

— Muito obrigada. — a Evans pensou por um instante se o abraçava ou não, acabou optando por não. — Agora eu acho que vou pra casa contar pra minha amiga, já que parece que ficamos mais de uma hora aqui eu já perdi a aula mesmo.

— Onde você mora? Acho que vou poder ir almoçar agora, posso te dar uma carona dependendo de onde for, talvez seja no caminho.

— Cornelia street.

— Tudo bem, podemos ir, só vamos pegar nossas coisas e eu te deixo em casa. — ele passou por ela saindo da sala.

— James. — o chamado dela o fez parar e se virar em direção a ruiva. — Você não ia para perto de lá, né?

— Bom, é um pouquinho longe, mas agora eu acho que vou.

O Potter apenas sorriu docemente e isso fez a ruiva revirar os olhos para ele, mas quando ele se virou novamente para ir até sua mesa, ela não pode evitar sorrir, fazer o que? Ainda tinha uma quedinha por ele.

 

. . .

 

O trabalho de edição no livro começou bem, no dia seguinte Lily chegou no escritório e foi direto até a mesa de James, que já estava lá ajeitando suas coisas, antes mesmo que a maior parte dos funcionários chegasse, ambos já haviam começado.

— Vai querer mais café? — o Potter perguntou em alguma hora enquanto Lily fazia a primeira leitura do capítulo 15.

— Quero. — ele começou a se afastar, mas ela chamando o nome o fez parar e a encarar. — Foi só para mim, ou também achou isso estranho? Porque eu me acostumei a ser quem serve café aqui.

— Para uma dama como você? Trago quantas xícaras você preferir.

— Você é um bobo, sabia disso?

— Bobo? Prefiro o termo gênio da comédia.

— Prefiro o termo “cara não tão engraçadinho.”

James colocou a mão no peito como se tivesse sido atingido. — Assim você me magoa, Evans.

— Fazer o que? Não é mesmo, Potter.



Quando ele voltou com as xícaras de café, apenas estendeu a ela e se sentou na sua cadeira, olhando para o teto por algum tempo com a bebida ainda na mão.

— Já reparou que tem uma infiltração no teto?

— Que? — a ruiva o encarou sem sentir que realmente havia entendido o que ele quis dizer.

— Olha, bem em cima da gente. — então apontou para o teto e Lily encarou junto teto a mancha meio amarronzada que havia ali. — Alguém devia consertar isso, sabe, eu realmente não quero que um pedaço do teto caia na minha cabeça, se bem que isso me traria um atestado e indenização.

— Porque estamos falando disso?

— Eu não sei. — ele deu uma pausa e um gole no café. — Estou apenas puxando papo, quando suas aula acabam?

— Hoje, vou para última aula e então recesso de final de ano.

— Que maravilha, realmente incrível. — então Lily riu, ela não sabia o motivo disso, apenas riu, e isso era algo incrivelmente bom, apenas rir por aparentemente nada.




“O sinal sonoro era o que indicava que já iriam começar, então todos foram para perto do palco ouvir um pequeno discurso da diretora do musical de como estava orgulhosa do trabalho de todos. Era isso, “The Sun” não era mais apenas um sonho, era real.

De repente, talvez rápido demais, chegou o momento e todos entraram ao mesmo tempo para o número de abertura em “a hard day’s night” e era o grande e glorioso começo de tudo, não havia mais como parar.”

 

Naquela noite, em seu quarto, Lily Evans escreveu por horas, era como um surto de inspiração e dessa vez, talvez pela primeira em meses, quando Marlene acordou de madrugada para ir na cozinha beber água e achou a amiga na mesa de jantar com o computador, a ruiva tinha um sorriso no rosto, finalmente havia encontrado as palavras certas, o jeito certo, a inspiração certa.

 

. . .

 

Naquela manhã James Potter colocou os olhos ainda cedo na ruiva, mas apenas uma hora depois, enquanto ela fazia alguma coisa em seu computador, que foi quando ele se levantou de sua mesa indo em direção a ela. O Potter se sentou na beirada da mesa dela, tinha um caderninho em sua mão e sorria para ela, Lily apenas levou sua xícara aos lábios enquanto o encarava esperando que se pronunciasse.

— Eu tenho uma proposta para você.

— Infelizmente James, eu não mexo com drogas ou prostituição. — a Evans disparou fazendo com que ele risse, porque sempre parecia tão fácil fazer o Potter rir? Ela não era um palhaço de circo.

— Sei disso ruiva, por isso é outra proposta.

— Por isso? Se eu mexesse você me proporia algo desse tipo?

— Vai me deixar falar? — quando ela não falou nada, James viu que poderia continuar a falar. — Suas aulas terminaram e estamos quase terminando de editar o livro também, o que acha de se sentar na minha mesa e a gente termina hoje?

— Quase terminando? Potter, pra gente terminar hoje iremos levar o dia todo.

— Tenho quase certeza que Minnie pagaria suas horas extras, que tal?

— Arranje uma cadeira, vou ir pra sua mesa e vamos terminar hoje. — Lily terminou de beber o café em sua xícara e se levantou.

Ela de pé tinha a mesma altura de James sentado em sua mesa, mesmo que estivesse com seus saltos azuis favoritos. O Potter sorriu novamente para ela, estendendo a mão para ela, assim que a ruiva aceitou, o homem a guiou até sua própria mesa, onde a sentou em sua cadeira, então voltando e empurrando a cadeira de rodinhas dela pelo escritório até que chegasse na mesa 23. Remus, Doe, Frank e a maior parte dos funcionários daquele andar encaravam a cena, enquanto James colocava a cadeira ao lado da qual Lily estava sentada e começavam a trabalhar.



— Os dois vão ficar aqui? — Remus perguntou terminando de arrumar suas coisas, já era de noite e haviam sobrado apenas os dois e provavelmente Filch.

— Sim Remus, desculpa não te dar carona hoje.

— Tudo bem, acho que eu vou para casa da Dora mesmo. — o Lupin comentou com as bochechas um tanto coradas.

— Dora é nossa amiga e namorada do Remus. — James sussurrou para Lily, antes de virar para o amigo. — Os dois pombinhos, tão lindos juntos.

— Cala a boca, James.

— Tá na defensiva porque? Tenha uma boa noite.

— Vocês também. — o Lupin gritou já saindo do escritório, deixando para trás, uma Lily e um James rindo da vergonha dela.

 

 

A tarde havia sido longa, já era quase meia-noite e mesmo assim, estavam um tanto longe de terminar. Já haviam tomado mais xícaras de café do que qualquer um julgaria saudável e uma hora Lily teve que sair para comprar algo para comerem, o que rendeu uma bela meia hora rindo e conversando ainda dentro do escritório. Mas as horas passavam mais devagar ali dentro, era como se estivessem presos em uma bolha e não importava que estivessem trabalhando, era bom ter a companhia um do outro, ter o outro para fazer piadinhas sobre o cansaço e revisar os erros, na verdade, era muito bom para James ter Lily ao seu lado e vice versa.

Alguma hora, eles não sabiam quando, mas em algum momento, a porta principal foi aberta e um miado pode ser ouvido, seguido por resmungos.

— Os dois ainda vão demorar muito aqui, eu quero ir para casa. — Argo Filch se fez ser ouvido, e ambos não puderam fingir que não tinham escutado.

— Não iremos demorar muito, Filch. É só que..

— Na verdade, acho que já podemos ir. — Lily cortou a fala de James, terminando de digitar algo e sorrindo. — Acabamos de terminar.

— Acabamos? Sério?

— Sim, então perdão por atrapalharmos o senhor. — a ruiva começou a juntar suas coisas encarando James, até que ele se tocasse e começasse a colocar suas coisas em sua mochila.

— Tenha uma boa noite. — o Potter disse enquanto ambos passavam por ele para ir embora.

Os dois andaram até o elevador e foi possível ouvir Filch soltando um “esses jovens que só servem para atrapalhar”, que fez com que os dois passassem toda a viagem de elevador rindo.

— Eu não sabia que a gente já estava terminando. — James comentou se encostando na parede do elevador.

— Na verdade, só faltava alguns detalhes e enquanto você falava com Filch eu dei uma olhada rápida, conseguimos James, terminamos.

— O alívio e são apenas… — ele olhou para o relógio em seu pulso se espantando com o horário. — Duas da manhã, caralho eu não imaginava que era tão tarde.

— Se ajudar, pode pensar que em algum lugar ainda tá cedo. Na verdade, tô com fome.

— Quer ir comer algo? Mesmo que eu duvide que algo esteja aberto.

— Eu na verdade, conheço o lugar perfeito.

— E onde seria?

O elevador abriu, e Lily saiu dele, deixando James para trás com sua pergunta pairando no ar, quando ela se virou e acenou para que ela o seguisse, o homem sorriu e apenas o fez.

— Você verá.

— E vamos de metrô? Porque é isso ou você me conta.

— Ou eu dirijo. — a ruiva disparou fazendo com que James abraçasse o molho de chaves onde ficava a do carro.

— Eu espero senhorita, que você tenha cuidado com o meu filho, o Harry é muito especial para mim.

— Você chama seu carro de Harry? — James apenas fez que sim e Lily riu com isso, não acreditava que um homem que conversava a apenas cerca de um mês iria entregar as chaves de seu carro assim tão facilmente, mas parecia que com James, nem tudo era o esperado. — Eu irei cuidar do Harry, como se fosse meu filho.

O homem entregou as chaves para ela e apontou para um carro antigo na cor preta, era sem dúvida um charme se você ignorasse o leve amassado na lateral direita. Foi um caminha silencioso, ao menos da parte de Lily, porque em menos de dois minutos ali dentro o Potter ligou o rádio do carro e cantou Taylor Swift até o final.

— Eu acho que realmente não esperava você saber a discografia da Taylor dessa forma.

— Eu poderia mentir que são todas do meu melhor amigo e eu conheço apenas por conviver com ele, mas você me viu cantando “all to well”, quem eu quero enganar?

— Você não apenas cantou James, você performou aquela música. — Lily riu, saindo do carro.

— Realmente sou incrível com performances, onde exatamente estamos? — ele questionou perante ao fato de que a mulher encarava uma lanchonete com um estilo antigo, mas que estava inegavelmente, fechada.

— Na lanchonete dos meus pais onde eu trabalho. — ela andou em direção a porta, pegando as chaves no bolso e destrancando a porta.

— Você trabalha em dois lugares?

— Tipo isso, a diferença é que eu não recebo por quando eu ajudo aqui, é só um auxílio. Fique a vontade. — Lily colocou sua bolsa em cima de uma das mesas e tirou o blazer que sempre usava indo até as luzes.

Logo o lugar se iluminou, era decorado com as cores rosa chiclete e azul claro, tinha luzes neon e até uma jukebox, era uma verdadeira volta no tempo. O paletó de James já havia sido guardado há um tempo na mochila, mas agora ele desabotoava os pulsos da camisa para dobrar as mangas, enquanto a Evans tirava os sapatos de salto, a verdade, era que ele nunca havia entendido porque se vestiam tão formal para trabalharem com livros, com certeza algo que Minerva gostava de ver então todos usavam.

— Quem trabalha aqui já foi embora faz um tempo, mas eu sei onde ficam as coisas e sei fritar hambúrguer como ninguém, quer?

— É sempre um prazer conhecer um novo talento de Lily Evans.

— Você nem imagina os meus outros talentos, James. — ela disse baixo, já indo em direção a cozinha, então o homem nunca teve certeza se havia escutado isso mesmo, ou se foi impressão dele.



James acabou não escapando do serviço e ajudou a montar os hambúrgueres, a ruiva trouxe uma garrafa de refrigerante que achou e ambos se sentaram na mesa rodeado por suas coisas, era um belo jantar.

— Então você tem dois empregos e estuda, como consegue?

— Com cafeína e em alguns dias, bem menos horas de sono que o indicado? — Lily tomou um gole de seu refrigerante. — Eu não sei, só que meus pais precisam de ajuda então eu me ofereço, mas preciso de grana por morar sem eles e preciso me formar para não ser mais a estagiária.

— Você tem uma irmã, certo? Ela ajuda também?

— Petúnia mora no interior da Escócia, além de que ela está ocupada demais cuidando da morsa e educando mal meu sobrinho.

— Morsa? — James questionou ainda com comida na boca, o que fez a ruiva rir.

— É como eu e meus pais chamamos o marido dela, ele realmente parece uma morsa. Além de que é uma pessoa horrível. Mas você nunca me contou se tem irmãos.

— Eu tenho o Sirius que está mais para o meu cachorro, mas sim, ele é meu irmão.

— Como assim?

— Ele é meu amigo e foi praticamente adotado pelos meus pais desde que temos 16, eu amo ele como a um irmão, mas adoro as piadas de que ele é um cachorro.

— Se ele é um cachorro, que animal você seria?

— Segundo ele, um cervo.

— Um cervo? — a ruiva não pode evitar rir e tomou um gole do refrigerante para tentar parar. — Porque?

— Ele ainda não superou a vez que eu fui traído na faculdade.

— Faz sentido, a galhada te representa.

— Cadê o respeito aqui? — James questionou finalmente terminando de comer e encarando a ruiva.

— Perdão, mas ele não existe.

— Onde já se viu? Até você ruiva.

— Fazer o que? — Lily deu de ombros também terminando o seu hambúrguer.

— A gente devia lavar os pratos?

— Quer lavar?

— Tem sorte da minha mãe ter criado um cavalheiro. — James recolheu tudo e começou a ir em direção a cozinha.

— Obrigada cavalheiro. — Lily gritou para ele enquanto o via se afastar.

Não demorou muito para que ele lavasse tudo, só esperava que o cozinheiro não reclamasse da louça secando na pia quando chegasse de manhã, quando voltou, ele viu as coisas de ambos no mesmo local, mas Lily não estava mais ali. Ele olhou ao redor e viu uma porta lateral aberta, ao se aproximar o riso de Lily pode ser ouvido.

A mulher se balançava levemente no balanço que tinha nos fundos da lanchonete, ela tinha os olhos fechados e não prestava atenção nele, bom, foi o que ele achou.

— Me empurra? — a Evans disse ainda de olhos fechados.

— O que?

— Me empurra no balanço? Por favor. — ela abriu os olhos e o encarou, fazendo com que ele se visse indo em direção a ela.

— Aqui é um lugar legal. — James disse após dar o primeiro impulso na ruiva, tentava não ir muito forte, não queria que ela vomitasse.

— É o sonho dos meus pais, me lembro de crescer nesse lugar, eu gosto.

— Já pensou em trabalhar com eles? Tipo, pra valer.

— Sim, mas quando mais nova. Na verdade, acho que meu pai até ficou meio decepcionada por eu não fazer isso, mas trabalhar com livros sempre foi o que eu sonhei.

— Entendo. — após a fala do moreno, um silêncio se instalou entre eles, a única coisa a ser ouvida era o ranger do balanço já velho, era uma sorte não estar nevando hoje, só ventava um pouco.

— Quando criança eu sonhava em dar a volta pelo balanço, você já tentou? Se balançar e fazer o giro completo?

— Eu já tentei, eu consegui uma vez com 11.

— E como foi? — ela se virou para ele e o Potter parou de balançá-la.

— Como voar. Era estranho, mas uma sensação incrível, fiquei uma semana de castigo já que minha mãe viu.

O balanço parou e Lily desceu, o encarando por um instante, foi como se ela fosse falar algo, mas sua boca nem chegou a abrir, então mais uma vez, James nunca pode ter certeza.

— Vamos? — ele perguntou após um instante.

— Claro, vamos pegar nossas coisas.

Lily entrou e calçou seus sapatos, em seguida pegando sua bolsa, James a acompanhou após pegar suas coisas também e a viu trancar tudo.

— Posso dirigir dessa vez?

— Posso deixar isso acontecer. — ela disse devolvendo as chaves que tinha deixado na bolsa. — James…

— Sim?

— Nada não.

— Certeza? — assim que ele disso isso, viu algo estranho acontecer, porque Lily avançou em sua direção.

As mãos de Lily rodearam o rosto de James, suas mãos estavam geladas por conta do vento frio do inverno, isso contrastava com o calor das bochechas do Potter. Antes que ele pudesse questionar como haviam chegado naquele momento, ele mesmo havia abaixado mais a cabeça para que os lábios de Lily alcançassem os seus, os lábios dela eram quentes e beijar Lily Evans era a melhor coisa que James já havia feito, suas mãos rodearam a cintura dela a aproximando mais de si e ele pode sentir as mãos da ruiva deixando seu rosto para irem em direção ao seu pescoço e em seguida sua nuca, onde ela passou a brincar com os cabelos de sua nuca.

Então era isso, eles estavam naquela calçada de madrugada, em uma rua deserta de Londres, se beijando e nada mais no mundo importava.

— Eu estaria mentindo se negasse que queria muito isso. — ele disse assim que se separam, ainda a tinha entre seus braços e queria continuar assim.

— Então “Romeo, take me somewhere we can be alone”. — Lily tinha seus olhos fechados ainda e falava muito perto do rosto dele, então era possível sentir seu hálito quente em sua bochecha.

James sorriu levemente com a citação, em seguida dando mais um selinho nela, abriu a porta do carona finalmente se separando dela e a vendo entrar no carro, em seguida entrou do lado do motorista. A mão de Lily foi até a coxa dela, ela encostava de leve nele, mas mesmo assim o sorriso de James era a de mais pura felicidade, quem diria que a ruiva que ele via encarando a janela da editora a cerca de um ano, sempre tão linda e sonhadora, finalmente o beijaria?

O Potter dirigiu até seu apartamento, Sirius provavelmente já estava dormindo por conta do horário e quando Lily entrou sorridente no pequeno local onde morava, foi como se o ambiente se iluminasse, claro, metaforicamente falando, era como se fosse a coisa certa tê-la ali.

As luzes estavam apagadas e Lily o encarou, então James andou em direção a ruiva a beijando novamente, se em algum momento naquela noite Lily sentou frio, ela não se lembrava mais, porque agora se sentia quente, James a deixava daquela forma, as mãos dele estavam em seu quadril e ela segurava seus ombros, o tempo parecia paralisado ao mesmo tempo que corria rápido demais, os lábios de James desceram para o pescoço dela a beijando em um ponto que a fez estremecer e as mãos dele se espalharam por seu corpo, a Evans agora passava a mão por todas as partes que podia alcançar. Nem um deles sabia o que acontecia depois daquela noite, mas realmente importava?

 

. . .

 

Naquela manhã Lily acordou sozinha na cama, seus olhos demoraram a se acostumar com a luz do ambiente, as cortinas estavam abertas e estranhamente para Londres, o sol brilhava bem forte. Ela vestia uma camiseta larga que não era dela e não reconhecia o quarto, demorou um instante até que ela se lembrasse de estar no apartamento de James e mais outro para se questionar onde estava.

O chão estava gelado quando seus pés tocaram no mesmo e ela andou até o espelho pendurado na parede, seu cabelo estava uma verdadeira bagunça e seu pescoço com manchas roxas, isso fez a Evans sorrir e fechar os olhos lembrando da sensação dos lábios de James em seu corpo.

O cheiro de algo queimando chegou até o quarto e a ruiva seguiu atrás do cheiro, vinha da cozinha onde tinha um James apenas com calça de moletom indo de um lado ao outro da pequena cozinha.

— Porra.

— Bom dia para você também.

Ao ouvir a voz de Lily, James virou segurando um prato na altura do estômago, com uma cara como se fosse culpado de algo.

— Bom dia. Eu tentei fazer torradas, mas elas queimaram.

A ruiva andou em direção ao homem tirando o prato de suas mãos e deixando na bancada, em seguida rodeando seu pescoço com seus braços e sorrindo.

— Não tem problema, eu cuido disso e te garanto, ninguém usa uma torradeira como eu.

— Agora eu me sinto um idiota por ter usado a torradeira errado. — James segurou na cintura de Lily e passou a beijá-la.

— Bom dia, não sabia que tínhamos visitas. — uma voz surgiu na cozinha, fazendo com que ambos se separassem.

— Bom dia Sirius. Lily, esse é o cachorro.

— Bom dia, você deve ser o irmão do James que ele comentou. — ela se separou do Potter para andar até o cara que ainda estava parado na entrada da cozinha, sorriu e estendeu a mão para ele.

— É um prazer, Lily, correto? — eles se cumprimentaram e ela fez que sim com a cabeça. — Você tem um belo sorriso e James, poderia ter falado que tínhamos mais alguém.

— Você estava dormindo, achou mesmo que eu ia te acordar?

— Achei que teria essa consideração. Queimou o café da manhã de novo?

— Ele sempre faz isso? — a ruiva perguntou andando até a bancada, onde subiu e se sentou.

— Sempre, o Moony geralmente é o responsável pela comida, ele é o responsável da casa.

— Moony é o apelido do Remus, ele também mora com a gente. — James explicou.

— Mas e aí, o que a gente como então? — o Potter jogou um dos panos em Sirius pelo que ele disse, mas o homem apenas o olhou indignado. — Rude. Eu estou com fome, qual o problema disso?

— Ok meninos, se afastem que eu vou mostrar para vocês a minha habilidade em esquentar pão em uma torradeira e passar geléia depois. — Lily disse descendo da bancada e indo em direção a sacola de pão que James tinha deixado perto da torradeira. — Depois do café você me leva até em casa?

— Mas já?

— Se você parar para pensar, é um domingo de manhã faltando dois dias para véspera de natal e vocês não trabalham hoje. Porque não atender a vontade do James que você fique que mais para ver os programas de tv dele?

— Acho que eu posso ficar mais um pouco, só preciso avisar a Marlene. — Lily disse sorrindo, o que fez James sorrir também.



Mas Lily não ficou apenas mais um pouco, ela continuou ali pelo resto do dia. Logo depois do café da manhã, acabaram vendo um filme da disney que começou a passar na tv, mesmo com as piadas de Sirius com o fato do amigo estar sendo “absolutamente, completamente, 100% gado”, ele não falou uma palavra durante o filme, a ruiva descobriu que desenhos da disney era algo sagrado para os irmãos. Mais de tarde acabaram saindo para comprar o presente de natal da Dorcas e passearam pela cidade de, escolha você se é surpreendente ou não, de mãos dadas. Então Sirius os convenceu a pedir pizza para o jantar e após beberem toda a garrafa de vinho que tinha na casa, o Potter convenceu Lily a deixá-lo acompanhar ela até em casa, mesmo que ela morasse um tanto longe e eles fossem de metrô e estivessem bêbados e foi algo incrível para ruiva, como se ela sentisse que estava tudo bem enquanto encostava a cabeça no ombro de James. O que isso queria dizer? Bom, que talvez em pouco tempo, houvessem criado um tipo de dinâmica estranha que os fazia bem.

— Finalmente Lily, já achava que tinha sido sequestrada. — foi a primeira coisa que Lily ouviu ao cruzar, infelizmente sozinha, a porta de casa. A voz preocupada e estridente de Marlene.

— Pode ficar tranquila, eu cheguei. E estou muito feliz. — a ruiva foi até o sofá e largou sua bolsa, e finalmente tirando os sapatos.

— Você sumiu por um dia, me mandou uma mensagem de que estava bem e continuou sumida e agora parece bêbada. Eu fiquei preocupada.

— Então pode se acalmar. — Lily se mexeu no sofá até estar de frente para ela, que estava de pé um tanto longe do móvel. — Eu passei esses dois dias com o James.

— Quem?

— O carinha da mesa 23.

— Meu senhor Lily Evans, ele continua tão gostoso como ano passado na festa de natal da empresa que eu te acompanhei.

— Mais, porque agora eu sei como ele fica sem roupa. — Lily sorriu, levando a mão até os olhos e os fechando se lembrando de James, se sentiu uma idiota apaixonada.

— Você vai tomar banho e em seguida me contar tudo dos seus dias com ele, porque ele deve foder muito bem para você estar com esse sorriso.

A ruiva sacou o exemplar de orgulho e preconceito na bolsa e tacou na amiga, que gritou com o susto. Lily disparou para fora do sofá indo em direção a Marlene e então ajoelhando de frente ao livro, que estava a centímetros dos pés da amiga.

— Você tá bem meu amor? Me desculpa. — a mulher abraçou o livro com força como se fosse seu próprio filho.

— Tá pedindo desculpas pro livro e não para sua melhor amiga que foi atingida por ele?

— Sim, não tá vendo?

— Ai ai, Lily. — Marlene começou a rir da amiga que agora o livro atrás de qualquer estrago. — Ainda acho que ele deve foder muito bem.

Então Marlene começou a sair da sala, só teve tempo de ouvir a amiga falando. — Sim, ele fode.

 

. . .

 

A véspera de natal finalmente havia chego, naquela manhã iria ocorrer a festa anual de natal da editora. A sala principal, onde ficavam todas as mesas estava decorada com estrelinhas de papel douradas e laços vermelhos, claro que a árvore de natal já estava montada ali durante todo o mês de dezembro, mas agora parecia com mais enfeites, uma música calma tocava e todos conversavam e sorrindo, tinha até mesmo um bolo.

Lily e Marlene passaram pelas pessoas desejando feliz natal para todos, seus colegas pareciam animados e alguns tinham trazido amigos e família, inclusive Molly que trouxe o marido e seus três filhos, Lily teve quase certeza que viu Sirius roubando comida da mesa com alguns doces. Em algum momento em que se afastou da amiga, Lily sentiu uma mão segurar em seu pulso e quando ela encontrou o dono da mão, o mesmo dono dos belos olhos castanho esverdeados que agora a encaravam com doçura, James.

— Feliz natal, Lily.

— Feliz natal, James. — então o Potter a puxou, a guiando até o corredor que levava ao banheiro. — Porque estamos aqui?

— Porque eu não tenho certeza absoluta se você queria que todos me vissem fazer isso. — então ele a encostou na parede e a beijou.

Um beijo calmo e apaixonado e talvez naquele momento, mais do que nunca, ela teve certeza que ansiava por isso, ansiava por ver James sorrir para ela e ambos conversarem sobre qualquer coisa. Já que Lily Evans estava apaixonada por James Potter e qualquer um poderia ver isso, poderiam vê-la dizer isso mesmo em silêncio, ver a ruiva o encarar com paixão o moreno mesmo com as luzes apagadas, era um amor verdadeiro.

E tudo fazia sentido, porque algumas pessoas perdiam a cabeça e mergulhavam na loucura de amor, o que motivava alguns a lutar em guerras e naquele beijo, e enquanto uma das mãos estava em seu quadril e uma em seu pescoço, e Lily se sentia amada, ela finalmente estava entendendo o que ela passou a vida inteira tentando colocar em palavras, o que era estar apaixonada.

— Eu sou apaixonado por você, Lily. — James disse ao parar de beijar a mulher, encarava seus olhos verdes e torcia para ela não achá-lo um idiota.

— Eu também sou apaixonada por você. — então ele sorriu, grandiosamente, verdadeiramente e apaixonadamente e acredite, Lily sorriu da mesma forma.

— Espero não estar atrapalhando vocês. — a voz de Minerva pode ser ouvida no corredor.

— Olá Minnie, não está atrapalhando.

— Olá senhor Potter, fico feliz por isso, olá senhorita Evans.

— Oi. — ela disse simplesmente para a mulher que não tinha expressão alguma no rosto, então ela sorriu de leve para eles.

— Apenas se lembrem de quando voltarmos do recesso de final de ano, não ficarem se beijando no horário de trabalho.

— Não se preocupe Minnie, seremos completamente profissionais.

— Que bom, então aproveitem que estão apaixonados. — então ele seguiu para fora do corredor, deixando um James risonho e uma Lily chocada para trás.

— Onde estávamos? — o Potter indagou já se inclinando para voltar a beijar Lily.

— Espere, eu tenho algo para você.

— O que?

— Um presente de natal, está na bolsa da Marlene. — a ruiva disse segurando a mão de James e começando a puxá-lo para fora dali.

— Lily, espere. — ele pediu a fazendo parar. — Eu não comprei nada para você, desculpe.

— Não tem problema, esse presente é o do amigo secreto, espero que Molly entenda que eu vou lhe entregar agora e não mais tarde.

— Então você me tirou?

— Realmente James, achei que fosse mais esperto do que isso. Sim, eu te tirei, agora venha.

Ambos caminharam de mãos dadas até Marlene, que ficou muito feliz em ser apresentada para James e em seguida entregou o presente que estava em sua bolsa. A Evans o encarou nervosa, tinha o pequeno embrulho segurado na altura do peito.

— Espero que goste, porque bem, não está tão bom assim.

Entregando o embrulho para o rapaz, que o abriu com muita curiosidade, tirando um pequeno caderno. Assim que viu a capa, pode ler “The Sun - Lily Evans”, por dentro estava impresso toda uma história.

— Lily… Você que escreveu?

— Eu tive a ideia um tempo atrás, mas não tinha inspiração para escrever, um tempo atrás, eu conheci alguém que me motivou a fazer e eu reescrevi quase 100%. Eu quero que você fique com o primeiro, não tão bom, rascunho que eu encadernei, do livro escrito com a sua ajuda.

— Lily, isso é… Obrigado. — ainda segurando em uma das mãos o caderno, James segurou com a outra mão a cintura de Lily e a puxou para um longo beijo. — A propósito, você acha que é cedo demais para que eu te peça em namoro?

— Na verdade, acho que é o timing perfeito.

Então a ruiva voltou a beijar James e tudo estava bem, porque os dois estavam apaixonados e tudo bem com isso, já que estavam dispostos a compartilhar isso um com outro e aquela véspera de natal, foi realmente especial para ambos.


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