Diary of a Juliet escrita por xulia


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fic escrita para o amigo secreto de HP com músicas da Taylor Swift.



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Diary of a Juliet.
“It’s a love story, baby just say yes.”

Harry se sentou perto da lareira se aconchegando no grande sofá. A velha caixa redonda e vermelha em seu colo e uma xícara de chocolate quente em mãos. Roubou um biscoito de gengibre do prato que Lily Luna, sua filha mais nova, havia deixado em cima da mesinha de centro para o Papai Noel na noite anterior e molhou-o no conteúdo de sua xícara comendo-o em seguida.

 A casa inteira estava decorada para o Natal. Uma grande árvore no canto da sala, luzes de natal decorando cada mobília, um presépio na estante do corredor e até um raminho de azevinho em cima da lareira que o mantinha aquecido naquele momento. 

Era manhã do dia 25 de dezembro e consequentemente um dia muito especial para Harry. E não só por ser Natal (Harry sempre tivera um grande espírito natalino) mas também porque no dia 25 de dezembro há quase 50 anos atrás seus pais, James e Lily Potter, haviam se tornado noivos. Harry não era sequer nascido, é óbvio, mas era uma memória que levava consigo tão vívida que para ele era como se estivesse lá.

 Abriu então a caixa vermelha com lembranças de seus pais, fotos tiradas na antiga Polaroid de James, um pequeno cordãozinho com um pingente de corça e, é claro, o diário de Lily.

 — Papai? — Uma pequena cabecinha ruiva chamou a atenção de Harry ao apontar no último degrau da escada. — Eu achei que fosse o Papai Noel comendo meus biscoitos… 

— Lily, você sabe que o Papai Noel avisou que viria mais tarde esse ano… — Harry revezava com Ron, seu cunhado e melhor amigo, quem se vestiria de bom velhinho a cada ano e aquele ano era a vez de Ronald, mas ele e Hermione só chegariam após o almoço do dia 25.

— E o que você está fazendo? —  Indagou a pequena curiosa chegando mais próximo do pai.

— Eu estou vendo umas lembranças dos seus avós… — Harry respondeu com um sorriso vendo o quanto a garota estava intrigada. Lily pulou no sofá ao lado do pai abraçando seu pequeno paninho de dormir.

— E o que é isso? — Ela apontou para o diário de Lily, sua avó, um caderno médio de capa vermelha e, na opinião de Harry, bastante chamativa.

— É o diário da sua avó… — Ele respondeu pegando o caderno em mãos.

— E o que tem dentro? —  A pequena ainda permanecia curiosa.

— Bem… Histórias. Da sua vovó com as amigas, com o vovô… — Harry respondeu sem saber ao certo o que dizer.

— Histórias são legais. — Ela coçava o olho claramente com um pouco de sono. Provavelmente já estava acordada há um tempo de olho na movimentação da casa para pegar o Papai Noel na espreita. — Pode ler uma história da vovó  pra eu dormir? — Lily perguntou, bocejando.

Harry folheou o diário sem saber se aquilo seria uma boa ideia mas quando olhou os olhinhos verdes e pridões de Lily Luna ele não resistiu. 

— Tudo bem… Vejamos, por onde começo… — Harry respirou fundo procurando uma história que tanto gostava, a de como seus pais se conheceram.

 

Godric's Hollow, 1971. 

Olá, meu nome é Lilian Evans, mas meus amigos me chamam de Lily. Quer dizer, meus antigos amigos me chamavam de Lily. Eu acabei de me mudar pra essa nova cidade e ainda não tenho amigos aqui e por isso papai me deu esse diário, diz ele que a melhor companhia é a nossa própria. Enfim, vou escrever algumas coisas aqui quando tiver vontade… Hoje foi até um bom dia, conheci um garoto da minha idade, o nome dele é James,  James Potter e ele é… engraçado e muito corajoso.

 Lily tinha os olhos verdes arregalados, havia saído para brincar contra a vontade da mãe. Pulou a janela baixa do quarto e andou até uma pequena pracinha no final da rua, ou pelo menos ela achava que era no final da rua. A verdade é que naquele momento, Lily não fazia a menor ideia de onde estava. Talvez não tenha sido a sua mais brilhante ideia ter saído de casa escondida às dez da noite. Mas seu pai sempre fora um tanto quanto superprotetor ainda mais depois da morte de sua mãe.

 — Você é nova aqui. — Ela ouviu uma voz vinda de trás de si e se virou com medo. 

 Lily for treinada por seu pai para desconfiar de tudo e ser sempre cautelosa. Não respondeu nada ao garoto e continuou caminhando sem rumo. Ele, porém, não pareceu entender aquilo como um gesto rude para mantê-lo longe e seguiu a garota de cabelos ruivos.

 — Eu sei que você é nova aqui porque eu e meus amigos somos a patrulha do bairro, a gente anda por tudo aqui de bicicleta e a gente nunca viu você, então você é nova… — Ele continuou falando e andando atrás de Lily. Ela permaneceu em silêncio, mas, novamente, isso não pareceu ser um empecilho para James.  — Meu nome é James, James Potter. 

 Lily suspirou entendendo que o garoto não a deixaria em paz. 

 — Meu nome é Lily Evans. — Disse por fim, se dando por vencida.

— Lily? Igual a flor, lírio? — O garoto parecia extremamente curioso.

Lily estava surpresa, ele conversava como se conhecesse a garota há tempos. Ela sempre fora mais retraída e tinha poucos amigos, mas James parecia um espoleta que gostava de brincar e fazer novas amizades. 

— É… — Lily voltou a falar, ainda um pouco tímida. — Minha mãe gostava muito de flores, lírios eram os preferidos dela… 

— Combina com você. É legal ter nome de coisas, meu amigo se chama Remus Lupin, que é basicamente Lobo Lobo. — Ele riu andando até o coreto que tinha ali na companhia de Lily. — Mas ele é uma pessoa legal, você vai gostar dele…

— O que te faz pensar que eu vou conhecer seus amigos? — Perguntou a ruiva desconfiada.

— Você agora é minha amiga. Eu te salvei você estava perdida. — O pequeno garotinho respondeu com tanta que convicção que fez Lily rir. 

O riso da ruiva logo se perdeu e seu rosto ficou tenso quando ouviu a voz de seu pai lhe chamando.

— Lily! — A figura austera de seu pai entrou no campo de visão da garota e ela cerrou as mãos em punho, endireitando a postura. Sabia que ele brigaria por ela ter fugido e estava com medo.

James pareceu perceber e tocou as costas da mão da menina com a sua, sorrindo para ela. — É o seu pai? — Lily apenas respondeu com um meneio de cabeça. — Tudo bem, a gente explica para ele que você se perdeu e eu te encontrei...

— Ah, Lily, ai está você. — O pai da garota se abaixou puxando-a pelo braço e a envolvendo em um abraço. — Já lhe disse para não sumir assim Lily, você sabe que é perigoso. — Suas mãos percorriam o cabelo ruivo da garota.

— Me desculpe, papai. — Ela disse, torcendo os lábios, esperando por uma briga maior do que aquela.

— Não precisa se preocupar, ela está bem, eu a encontrei... — James disse despreocupado e dando de ombros, ainda sentado no coreto.

— E você quem é? — O Pai de Lily indagou, uma sobrancelha erguida, extremamente desconfiado.

— James Potter senhor. — O garoto disse sorrindo.

— Potter? Filho de Fleamont Potter? — O pai de Lily perguntou incrédulo. Lily olhou desconfiada para o pai. Como ele conhecia esse tal de Fleamont que ela nunca ouvira falar?

— Sim ? — James respondeu. Seu tom soava quase como uma pergunta.

— Vamos embora Lily, não quero você perto desse pestinho filho daquele homem de merda. — O pai de Lily nunca fora muito de xingamentos, então ela se assustou com a forma a que ele usou para se referir ao pai de James.

— Ei! — James se levantou. — Meu pai não é um merda... — Ele tinha as sobrancelhas franzidas e os dedos ossudos do garoto apontavam no rosto do Sr. Evans.

— Claro, você deve ser da mesma laia... — Sr. Evans respondeu e puxou Lily novamente. — Vamos embora Lily! — Disse com veemência arrastando a garota para fora da praça.

Lily olhou por cima do ombro para James, seus olhos brilhando com lágrimas que logo rolariam por seu rosto em um tom de desculpa. O garoto sorriu e acenou.

E foi assim que eu descobri que já havíamos morado ali e que meu pai odiava o Sr. Fleamont, pois ele foi o pioneiro em levar um shopping para Godric’s Hollow, o que fez lojas pequenas como a de papai falirem, nos obrigando a mudar dali. Mas, mesmo com papai me pedindo para ficar longe de James, eu achei ele legal sabe? Enfim, é isso diário. Talvez eu escreva mais amanhã.

— Então o pai da vovó não gostava do pai do vovô? — Lilu, como Harry a chamava, perguntou. Os olhinhos curiosos e a sobrancelha unida, como se estivesse confusa.

— Exatamente. — Harry acariciou os cabelos ruivos da garota que estava totalmente entretida na história.

— Mas então como eles ficaram juntos? — Lily Luna parecia muito confusa.

Harry riu e foleou algumas páginas do diário para frente. Sua mãe não escrevia todos os dias, mas quando escrevia era quase sempre sobre James. Quando chegou às anotações de 1977 ele procurou a sua favorita, o dia que seus pais se beijaram pela primeira vez.

Godric’s Hollow, 1977

Olá diário, às vezes me pergunto se já não estou um pouco velha demais para isso, mas aparentemente escrever aqui se tornou um hábito. Hoje James estava impossível, andou comigo até uma quadra antes de minha casa empurrando a bicicleta e me convencendo a ir à festa de Frank Longbottom. Alice (agora namorada de Frank e minha amiga desde a oitava série, você se lembra dela certo?) já havia tentado me convencer, mas meu pai estava muito esquisito com o aniversário de morte de mamãe chegando e eu não queria arrumar motivos para brigas. Mas hoje na hora do almoço conversei com ele.

— Papai? — Lily chamou a atenção do Sr. Evans que cortava a carne despretensiosamente. Ele murmurou algo tipo “hm” indicando que ela deveria continuar a falar. Lily respirou fundo.

— Você se lembra da Alice, certo? — Perguntou voltando sua atenção para seu próprio prato.

— Claro. Ela é uma ótima garota. — O pai respondeu.

— Então... — Lily parou de mexer nos talheres, tensa. — Hoje é aniversário do namorado dela e ela queria muito que eu fosse... — A voz da ruiva ia diminuindo aos poucos.

— Hm... — Sr. Evans levantou os olhos para encarar Lily. — E onde vai ser essa tal festa? — Perguntou desconfiado.

— Na casa do Frank mesmo, os pais dele vão estar lá e não é muito longe daqui... — Respondeu.

— Ok, deixe o endereço e um telefone na geladeira antes de sair hoje e não volte tarde. Quando chegar do trabalho às onze quero que já esteja em casa e dormindo, ouviu bem mocinha? — Lily já tinha dezessete anos, mas seu pai ainda a tratava como se ela fosse uma eterna garotinha de sete.

Desde que perdera a mãe ele tinha se tornado extremamente protetor. Lily achou que conforme fosse crescendo as coisas melhorariam, mas para a sua surpresa, nada mudara. Ela ainda tinha poucos amigos, seu pai ainda a proibia de sequer chegar perto de James e qualquer um de seus amigos e Lily ainda tinha medo (ou talvez fosse pena?) de enfrenta-lo.

Pelo menos conseguira permissão para ir à festa à noite e estava animada. Assim que o pai saiu para o trabalho (Sr. Evans trabalhava em uma fábrica das três da tarde às onze da noite) Lily deixou um bilhetinho na geladeira com o endereço de Frank e o telefone da casa e então saiu pra casa de Alice onde passaram o dia conversando e experimentando roupas para a festa.

Quando era umas sete horas, elas já estavam prontas.

— James vai morrer quando vir que você realmente está indo à festa. Quer dizer, nem eu acreditava, imagina ele... — Alice riu e retocou o batom uma última vez.

— Para de graça, Lice. — Lily retrucou. — Se bem que ele veio hoje me perguntar se eu iria à festa...

— Eu sabia que você não estava indo só porque eu pedi. — Alice deu um empurrãozinho de leve no ombro da amiga. — Ele é caidinho por você Lily e aparentemente só você não nota isso.

— É complicado, Alice e você sabe. — Lily respondeu enquanto as duas desciam as escadas da casa da morena em direção ao carro.

Alice havia tirado carteira há uns três meses, depois de quatro tentativas e não era lá a melhor motorista do mundo, mas ela já havia melhorado bastante. E bem, desde que não batessem em nada, tudo ficaria bem.

Pouco tempo depois já estavam as duas na festa. Lily percebeu em pouco tempo que os pais de Frank não estavam ali, ou se não estavam trancados no quarto fazendo silêncio e fingindo que não havia adolescentes de dezessete anos pulando bêbados na piscina do jardim dos fundos.

Alice logo se juntou a Frank e estavam todos se divertindo, bebendo e conversando. Algum tempo depois, enquanto todos se distraiam com uma piada que Marlene contara, Lily aproveitou para sair um pouco dali. Ela não tinha tanto costume de ir em festas e já havia tentado beber aquela mistura horrível que entregaram a ela mesmo seu estômago tendo embrulhado apenas  com o cheiro. Assim, ela decidiu ir tomar um ar e andou até a varanda se apoiando na mureta, perdida em pensamentos enquanto observava o jardim. 

James acompanhou com os olhos quando viu a cabeça ruiva de Lily se afastar e não conseguindo se segurar, fez seu caminho por entre a multidão e andou até o lado de fora da casa vendo a garota na varanda.

—  Olá. — Ele disse assim que chegou perto o suficiente. Lily deu um pulinho discreto acordando de seus pensamentos.

— Ah, olá James. — Ela deu um leve sorriso quando percebeu que era o garoto. As palavras de Alice lhe ecoaram na mente. Seria mesmo que James Potter estava caidinho por ela?

— Fiquei feliz que veio. — James sorriu, uma das mãos na nuca e o rosto vermelho e sem graça. 

— Sim, nem eu acreditei que meu pai me deixou vir… — Ela respondeu, igualmente sem graça.

— Eu não posso ser o único que acha que isso é um absurdo certo? — Ele perguntou se apoiando na mureta ao lado da garota. — Quer dizer, essa rixa entre os dois já durou anos demais. Por mim já está mais do que na hora de pôr um fim ao ódio entre os Evans e os Potter, o que acha?

Uma nota sobre James Potter: ele era um grande galanteador. Por mais que eles tivessem crescido com uma espécie de amizade escondida, onde eles raramente se falavam quando não estavam rodeados de pessoas e amigos em comum, Lily sabia da fama de James com as garotas. E bem, ele estava no time de futebol da escola, era um dos melhores alunos da classe e ganhou a votação que Emmeline Vence fizera como o sorriso mais bonito de Hogwarts High, verdadeiramente um partidão.

Lily manteve os olhos fixos na grama recém aparada dos Logbottoms.

— Meu pai é um velho amargurado, James. Isso não vai mudar. — Ela disse por fim. Tentou mais uma vez beber do conteúdo não identificado do copo em suas mãos e quando não conseguiu, jogou o líquido na grama e apoiou o copo na mureta, se virando e apoiando as costas na mesma em seguida. 

— Mas bem, pois então cabe a nós mudarmos essa tradição… — James copiou seu gesto, se virando e encostando as costas na mureta. — Você não precisa me odiar, Lily.

— James, acho que você já bebeu demais… — Ela disse e deu um empurrãozinho leve no ombro do garoto. — Eu não te odeio.

— Ok, já é um começo… — James se aproximou e Lily tinha certeza agora de que ele já havia bebido um pouco mais do que o necessário para ficar "alegre".

— Eu espero que você volte pra casa de carona com alguém e de preferência alguém que também não esteja bêbado… — Lily começou a dizer mas quando os olhos de James a encararam ela ficou muda. 

Era óbvio que Lily já tinha notado que o olhar de James lhe causava, mas ela sempre tentou enterrar aquele sentimento. Mordeu o lábio inferior vendo James se aproxima ainda mais.

— Sabe qual seu único defeito, Lily? — Ele levou uma das mãos até uma mecha de cabelo de Lily, colocando-a atrás da orelha. Depois, aproveitou que a mão já estava por ali e lhe acariciou a bochecha. — Você pensa demais no depois…

Lily corou. James estava mais perto do que jamais esteve desde que o conhecera na praça do bairro. 

— Talvez fosse melhor se você apenas… — James sorriu. Estavam tão próximos que suas respirações se misturavam e os corpos estavam praticamente colados. — Aproveitasse o agora… 

 A mão de James segurou o rosto de Lily, aninhando-o na palma de sua mão enquanto voltava a acariciar a bochecha da garota com o polegar. 

— Por exemplo, agora eu quero muito beijar você e se você estivesse aproveitando o agora… — Ele deu ênfase nas últimas palavras. — Você poderia me responder se você quer ou não que eu te beije…

Lily se esticou na ponta dos pés até que seu rosto estivesse na exata altura do de James. Uma de suas mãos tocou o rosto do garoto e ela sorriu.

— Você pode me beijar James…

O garoto finalmente venceu a distância entre seus lábios envolvendo-os em um beijo delicado e ao mesmo tempo repleto de desejo. Eram claramente dois corpos que a há muito queriam aquilo.

Ao fundo Lily ouvia vivas e aplausos, ela tinha certeza que estavam todos olhando e comemorando.

E a Marlene e a Emmeline ficaram horas me atazanando pelo James. Mas foi uma noite boa. Nos beijamos outras vezes durante a festa e bem, eu não sei ao certo o que pensar ou o que vai acontecer. Fato é que meu pai não pode nem sonhar com isso. É isso. Volto depois com mais detalhes. 

— Alice e Frank? — Lily Luna se inclinou no sofá para encarar os olhos verdes de Harry. — Tipo os pais do tio Nev?

— Exatamente. — Harry riu.

— Uau. — Lilu fez uma cara engraçada. — Eu preciso contar pra Alice que nossas vovós eram amigas. 

— Eu acredito que ela já sabe querida… — Ele respondeu.

— Ah, droga. — Harry a olhou com uma expressão séria. — Desculpa. — Ela sorriu amarelo, mostrando a janelinha pela falta de um dos dentes da frente. — Mas é que eu sou sempre a última a saber de tudo…

— Ok senhorita "sou a última a saber de tudo", vamo voltar para a cama? — Harry fez menção de se levantar mas a ruivinha correspondeu com um enorme bico que fez o coração do pai babão ss derreter.

— Mas eu não quero dormir. Eu quero saber mais… E o papai da vovó? Brigou com ela quando descobriu que ela beijou o vovô? — Ela perguntou, os olhinhos brilhando.

— Ok, acho que podemos ler mais alguma coisa. Deixe-me ver… 

Harry voltou a folhear o diário tentando encontrar mais uma de suas partes favoritas.

Goddic's Hollow, 1978

Hoje não foi um dia inteiramente ruim. Quer dizer, eu estou de castigo, provavelmente pelo resto da minha vida. Mas apenas comprova minha teoria de que James Potter é engraçado e corajoso. Ainda não acredito que ele realmente tenha feito isso.

Já era tarde quando Lily ouviu batidinhas em sua janela. Uma. Depois outra. E outra. Parecia que alguém estava jogando pedrinhas em sua janela? Ela se levantou deixando a cópia do livro de romance que lia sobre a escrivaninha e andou até a janela.

Assim que encostou o rosto no vidro pra tentar enxergar alguma coisa do lado de fora, ela viu, vindo em sua direção, uma pequena pedrinha redonda. Tapou a boca para evitar um grito e abriu a janela em seguida, projetando o corpo para fora.

— James! — Lily chamou sua atenção.

— Ah, deu certo. — Ele riu parado lá em baixo no gramado dos Evans. — Pelo menos não errei de quarto, pensa no estrago que seria…

— Você está louco vindo aqui uma hora dessas? — Lily diminuiu o tom com medo de acordar o pai. — Vá embora, nos vemos amanhã eu juro…

— Não, Lily, você não entende! — Ele continuava em pé no jardim sem mover um músculo. — Eu preciso falar com você. Agora. É importante.

Lily cruzou os braços duvidando muito que qualquer coisa que ele tivesse para falar fosse tão importante que não pudesse esperar a manhã seguinte. Porém, mesmo assim, ela fechou a janela e amarrou um robe por cima do pijama antigo que usava e desceu as escadas pé ante pé, evitando o máximo de barulho possível para não acordar seu pai. 

Abriu a porta da sala devagar e correu para o jardim encontrando James ali ainda parado. Ele a recebeu com um beijo caloroso. Já fazia quase um ano que James e Lily saiam e namoravam às escondidas. Ou tecnicamente, escondidos de seus pais, pois todos seus amigos e pessoas em quem confiavam já sabiam.

— O que é que você tinha para me falar de tão importante? — Lily riu, assim que o beijo se desfez.

— Eu te amo, Lily Evans. — Ele disse com um tom doce e baixo, quase que como um suspiro.

Lily travou. Nesse tempo todo eles nunca haviam dito “eu te amo” e naquela fração de segundos todos os momento que passara com James desde o dia que ela o conheceu passaram por sua cabeça.

— Você não precisa responder nada ok? — James a abraçou. — Eu só precisava lhe dizer isso…

— Eu te amo, James Potter. — Lily respondeu, suas palavras abafadas contra o peito de James.

— De verdade? — James levantou o queixo de Lily encarando seus orbes verdes brilhantes.

— James Potter está inseguro? Comuniquem os jornais… — Ela riu se esticando para dar um selinho no garoto. — De verdade.

Antes que James pudesse responder qualquer coisa, os dois ouviram um barulho e quando olharam para cima lá estava Sr. Evans abrindo a janela de seu quarto com a cara mais sonolenta possível.

— O que é que está acontecendo aqui? — Ele gritou lá de cima. — Lily?

— James, por favor…Só vai embora. — Ela pediu.

— Seu delinquente, isso é invasão de propriedade. Você não é bem vindo aqui! Vá embora antes que eu ligue para a polícia! — O pai de Lily continuava gritando. 

— Eu vou embora, mas ele não pode te tratar assim Lily… — James afagou os braços de Lily e lhe deu um beijo na testa. — Boa noite senhor Evans, não precisa chamar a polícia já estou de saída e não se preocupe, hoje nem você consegue se estragar minha felicidade…

James gritou de volta para o pai de Lily e saiu correndo. Lily podia jurar que viu ele dando alguns pulinhos no caminho para casa. 

— Lily Evans, para dentro! — Sr. Evans gritou ainda da janela e Lily massageou as têmporas enquanto voltava para dentro de casa, pronta para o esporro que iria encarar.

E bem, é óbvio que meu pai brigou e xingou até a minha oitava geração. Prometi que nunca mais veria James e agora estou aqui deitada na cama novamente escrevendo isso e com um enorme sorriso na cara. Eu amo James Potter. Não acredito que demorei tanto tempo para entender isso.

— Essa foi a primeira vez que eles disseram eu te amo, papai? — Lilu perguntou.

— Sim. — Harry respondeu calmo ainda fazendo carinho nos cabelos ruivos da garota. 

— Uau, eles tinham um amor escondido, como nos filmes! — A garotinha suspirou adorando todas as histórias que ouvia do pai. — Conta mais, conta mais… O vovô vai brigar com o pai da vovó? — Ela ainda estava curiosa. 

— Você tem que voltar a dormir mocinha, se não vai ficar com sono quando o Papai Noel chegar. — Harry disse pegando a pequena no colo, pronto para levantar.

— Mas papai, você não pode parar agora… — Lilu disse, a voz arrastada e os olhinhos pidões.

— Ok, só mais essa então. — Harry respondeu. Sabia exatamente qual parte do diário leria agora. Avançou até o natal de 1989 e limpou a garganta antes de começar a ler.

Godric’s Hollow, 1989

Eu estava bastante preocupada desde o começo do dia. Sabia que não tinha mais como esconder isso de James e nem de ninguém para se falar a verdade. Ontem quando combinamos de nos encontrar na praça do bairro, sabia que seria o momento certo para isso. 

Já passava da meia noite do dia 24 de dezembro quando após cear tranquilamente e sem trocar muitas palavras com o pai, Lily se esquivou pelas portas do fundo e fez o caminho que muitas noites fazia para encontrar James secretamente na praça do bairro. 

Ela se sentou em um dos muitos banquinhos de madeira esperando James, ele não era de se atrasar e por uma fração de segundo Lily ficou preocupada. 

— Lily! — Não demorou muito até ela ouvir a voz com a qual ela sonhava quase todas as noites a chamando. — Lily! Aqui, no coreto! — Ela se virou para encarar a figura de James perdida na escuridão da noite.

— O que você ta fazendo ai garoto? — Lily ria enquanto se aproximava de James. Subiu o degrau que levava ao coreto e tateou James no escuro. — Porque não acendeu a luz? — Perguntou.

— Lily, você é minha luz. — Ele respondeu dando-lhe um beijinho no rosto e então assobiou alto.

Foi apenas quando todas as pequenas luzes que natal que James havia pendurado por todo o coreto se acenderam que Lily enxergou uma silhueta que ela identificou como sendo Sirius próximo a uma das árvores dali. Tinha os dois polegares erguidos e uma tremenda cara de satisfação quando gritou:

— Boa sorte, Prongs! — Dito isso, Sirius se encaminhou até a sua moto na calçada e partiu. 

James e Lily estavam novamente imersos no silêncio. O coreto estava lindo daquela forma toda iluminada e Lily não parava de sorrir. 

— Boa sorte com o que, Prongs? — Ela perguntou dando ênfase na última palavra.

— Bem, é… — James gaguejou brevemente. — Você disse que também tinha algo para me dizer, o que era? — Perguntou. As bochechas coradas e a mão atrás da nuca, um clássico James envergonhado.

— Ora James, você armou tudo isso e vai me matar de curiosidade? Diga você primeiro. — Lily estava nervosa. Não sabia como contar o que precisava contar a James, então adiaria o máximo que pudesse.

— Ok. — James suspirou e limpou a garganta. — Bom primeiro eu, que queria passar um Natal com você… Sei que é difícil com toda a história de nossos pais, mas o Natal sempre foi o meu feriado favorito então, bem, eu queria passar ele com a minha pessoa favorita no mundo. — Ele se inclinou para beijar os lábios de Lily. 

— E segundo… Bem, desde o primeiro dia que eu te vi, perdida nessa mesma praça há quase dez anos atrás Lily Evans, que eu penso nesse momento aqui e agora. Eu te amo. Você faz meus dias mais felizes e eu sei que você me ama de volta e bem, isso é o que importa para mim. Então… — Quando ele se ajoelhou, Lily teve noção do que de fato estava acontecendo ali e rapidamente lágrimas tomaram seus olhos. James tirou uma pequena caixinha em formato de coração coberta por veludo vermelho e a abriu esticando-a em direção à garota. Um anel com uma pequena jóia vermelha, a cor favorita de Lily, brilhando dentro dela. — Lily Evans, você me daria a honra de ser minha esposa?

A ruiva levou as mãos à boca, trêmula. Não sabia como e nem o que responder. Seus olhos se encheram de lágrimas que agora rolavam livres por sua face e ela encarou James que permanecia ajoelhado. O silêncio da garota já beirava o desconforto então ela se obrigou a dizer algo:

— James… E-eu não sei nem o que dizer… — Lily gaguejou nervosa.

— Pode começar dizendo sim? — Ele sugeriu. — Ou não, também é uma opção. Mas eu torço para que seja sim. — James disse sem perder o bom humor.

— Você sabe que não é tão simples… — Lily começou, mas logo foi interrompida por um selinho de um James que acabara de levantar.

— Lily, na noite que nos beijamos pela primeira vez, eu lhe disse que você pensava demais no futuro. E não quer dizer que eu não pense, mas é que meu futuro é você. Vai ser eu e você onde quer que a vida nos leve, com nossos pais apoiando ou não, eu só preciso saber se é isso que você quer também…— Ele disse calmo. James sempre tinha aquele efeito em Lily, o de deixá-la sem chão, sem resposta.

— É óbvio que eu quero, James… Eu te amo. — Ela disse segurando a mão do rapaz que não estava ocupada com a caixinha da aliança. — Mas…

— Shhh. — James levou sua mão entrelaçada à de Lily até os lábios dela, indicando que não continuasse a frase. — Então, Lily Evans, você me dá a honra de ser minha esposa?

— Sim. — Ela disse por fim, vendo o garoto deslizar a aliança pelo dedo anular de sua mão esquerda. Lily envolveu o pescoço de James, puxando-o para si e selando seus lábios em um beijo calmo e terno. Ela estava tão radiante quando as luzes de Natal ao seu redor e definitivamente aquele estava sendo o melhor Natal de sua vida.

— Sua vez. — James disse assim que se soltaram guiando Lily pela mão para que andassem e se sentassem à beira do coreto, como no dia em que se conheceram

— Bom, já que estamos formando uma família… — Lily disse tocando a pedra do anel em seu dedo com um sorriso bobo no rosto. — O que você me diria se eu lhe contasse que já somos uma família de três?

James demorou alguns segundos para que seus cérebro fizesse algumas sinapses e entendesse de fato o que ela havia acabado de lhe contar.

— Lily! É sério? Você está falando sério? — Ele se levantou com a emoção sem conseguir ficar parado, andando pelo coreto.

— Sim. — Lily disse tímida, mordendo o lábio inferior. — Pelas minhas contas deve fazer dois meses no fim do mês.

— O que? E porque não me disse antes? — James perguntou. Estalava as mãos nervosamente. 

Ele claramente havia passado dias, talvez semanas preparando-se para o momento em que pediria Lily em casamento, mas nada no mundo o prepararia para aquele momento. Lily estava grávida. Eles teriam um filho. Aquelas duas frases rodavam em círculos por sua cabeça, tentando entender tudo que estava acontecendo. 

— Eu comecei a desconfiar há algumas semanas e então comprei um daqueles testes de farmácia e bem, pelo que entendi das instruções deu positivo… E eu não paro de vomitar… — Lily destrambelhou a falar, nervosa. James a puxou, levantando-a e envolvendo-a em seus braços.

— Você não precisava ter passado por isso sozinha, Lils. — James depositou um pequeno beijo em sua testa.

— Está tudo bem, vamos ao médico semana que vem e você pode vir conosco papai. — Ali foi a vez de James chorar. Lágrimas rolavam por seu rosto e ele não conseguia parar de beijar todo o rosto de Lily e de dizer que a amava.

— E você já contou para seu pai? — Ele perguntou, tocando no ponto que nenhum deles gostaria de mencionar.

— Não, eu não sei como ele vai reagir… Tenho medo de que ele tente nos manter ainda mais longe…

— Lily, eu sei que ele é seu pai, mas você já tem vinte anos, um emprego e agora um noivo e um futuro bebê… — James começou a falar de forma calma e tranquila, tentando manter Lily tranquila. — Ele não pode mais mandar em você e bem, se ele não aceitar, fugimos…

— James! — Ela o repreendeu.

— Estou falando sério Lily. Eu prefiro fugir dessa cidade e deixar tudo para trás a nunca mais ver você ou nosso filho… — Ele acariciou os cabelos de Lily. —  Vamos fugir! Hoje!— James afirmou animado com a ideia. — Eu tenho algum dinheiro guardado. Podemos ir para Londres, começar nossa vida, nossa família na capital. O que me diz?

— James… — Seu tom era baixo e receoso. Não sabia como lidar com aquilo.Parte dela iria para qualquer lugar com James, mas a outra parte sentia pena do pai. 

— Só, pensa nisso ok? Eu vou pra casa arrumar tudo e hoje às seis da manhã te espero aqui. Se você não aparecer eu entendo que preferiu ficar, mas saiba que eu não vou deixar de enfrentar seu pai. Eu não sei mais viver me escondendo, eu não sei mais viver sem você Lily.

— Ok. — Foi tudo o que ela conseguiu responder. 

Se despediram com mais alguns beijos e algum tempo depois Lily estava de volta em casa. 

A ruiva passou grande parte da madrugada acordada. Não conseguia dormir e virava de um lado para o outro na cama. Em seu coração ela queria fugir com James, ir viver sua vida, mas tinha medo de magoar seu pai. Depois de muita reflexão, decidiu arrumar uma pequena malinha. Era hora de tomar as rédeas de sua própria vida e sair dali com James era a primeira maneira de fazer aquilo.

Quando já passava das cinco da manhã, Lily desceu as escadas devagar e deixou um bilhete que há pouco havia escrito para o pai pregado por um imã da geladeira. Pela primeira vez na sua vida, ela sentiu-se corajosa e pronta para aquilo. Atravessou o corredor até chegar a sala mas antes de chegar até a porta, a luz do abajur ao lado do sofá se acendeu.

Era seu pai ali sentado. Lily o olhou apreensiva, congelando em sua posição.

— Ele vai te roubar de mim também, não é? — Ele disse por fim.

— Pai… — Lily começou.

— Já não basta a sua mãe, que morreu deprimida quando tivemos que nos mudar às pressas graças aos Potter…— Ele sacudia a cabeça em negação. Lily não sabia dizer se ele estava bravo ou chateado. — Eu vou perder você, minha filha, para um Potter também…

— Pai, você sabe que isso não é justo… — Lily se aproximou do pai, tentando conversar com ele.

— Eu sei Lily. Eu sei que vocês se encontram às escondidas, eu sei que é pedir demais mas não vai, não me deixa aqui sozinho Lily, eu sei que você pode gostar dele, mas ainda acho que você pode gostar de outra pessoa no futuro, quando entender que essa família não presta…  — Lily sentou no sofá ao lado do pai e ele pegou suas mãos, não parando de falar.

— Pai… — Lily chamou a atenção dele. — Eu estou grávida. E noiva do James.

O silêncio se instaurou na casa. Seu pai não se movia. Ela deu um tempo para que ele se acostumasse com a ideia e então voltou a dizer.

— Eu não preciso ir embora pai. Mas o senhor precisa entender que eu e James nos amamos e vamos formar uma família, quer o senhor queira ou não. Então, será que o senhor pode aceitar a família da sua filha e do seu futuro netinho? — Lily dizia cada palavra com cautela. O pai ainda permanecia calado.

— Só promete que você não vai se afastar. — Ele disse por fim. — Eu posso aceitar tudo, menos você longe de mim, minha princesa.

— Eu prometo papai. — Lily se inclinou para abraçar o pai, sorrindo. Ainda não acreditava que aquilo estava de fato acontecendo.

— E que essa criança não vai ter aquele sobrenome horrível. — Ele disse ainda abraçado à filha.

— Ok, vamos trabalhar isso. — Ela disse rindo, enquanto uma lágrima lhe escapava pelos olhos. Lily esperou por muito tempo para finalmente se entender com o pai. E agora sabia do que as pessoas falavam quando diziam que crianças traziam a esperança de volta. 

Essa manhã eu de fato me encontrei com James e depois de nove anos, estávamos os três novamente naquela praça: eu, meu pai e James. Por um momento achei que eles iriam se matar, mas até que correu tudo bem. Pela primeira vez eu tive um vislumbre da minha família completa e foi incrível. Para uma noite que começou com pura apreensão, acho até que terminou tudo bem, certo? Volto outro dia com mais detalhes sobre a convivência entre esses dois. 

— Quer dizer que você estava lá dentro da barriga da vovó quando o vovô pediu ela em casamento? — Lily Luna perguntou deslumbrada.

— Sim. — Harry respondeu rindo. 

— Uau papai, isso é tão romântico. — A pequena balançava os pés sorrindo. — Eles eram um casal lindo não é papai?

— Sim filha, seus avôs eram incríveis. 

— Tem mais alguma história? — Lilu perguntou ainda animada, mas logo fechou os olhos e fez uma careta quando ouviu a voz da mãe lhe chamar do pé da escada.

— Lily? — Ginny tinha um tom rígido e ao mesmo tempo curioso, se é que aquilo era possível. — Te procurei no quarto e você não estava, tomei um susto. — A ruiva andou até o sofá, estendendo os braços para pegar a filha no colo.

— Desculpa, mamãe. — Lily Luna respondeu. — Eu estava ouvindo as histórias da vovó que papai estava contando… — Sua frase terminou em um longo bocejo.

— É mocinha, quero ver ficar acordada agora quando o Papai Noel chegar… — Ginny saiu da sala carregando a filha no colo para levá-la de volta à cama.

Harry sorriu com a cena. Ele também tinha a própria família e mesmo que sentisse falta de seus pais às vezes, como nas manhãs do dia 25, sabia que eles também haviam sido muito felizes e que ainda eram, não importa onde estivessem.

fim.


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Notas finais do capítulo

Escrever essa fanfic foi uma desafio e uma emoção, mas ela foi feita com muito carinho. Espero que gostem.



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