Voltou para a sala e não encontrou Alícia, se sentiu estranho por um segundo, até perceber que a toalha e a camiseta também não estavam lá. Ouviu um barulho vindo do banheiro e se sentiu tenso, como será que ela ficara com sua camiseta?! Paulo repreendeu esses pensamentos, ele não se importava em saber disso.

Alícia saiu do banheiro andando com dificuldade e encontrou Paulo parado com os braços cruzados no meio da sala, a morena rapidamente abaixou a cabeça, colocou os braços em frente ao corpo e nessas horas ela agradecia pela franja na testa, que lhe ajudava a esconder um pouco do rosto que já estava mais que vermelho. Aquela camiseta estava mais curta do que ela gostaria e ela não sabia o que fazer diante do olhar observador de Paulo, estava quase morrendo de vergonha.

Paulo esperou com certa paciência Alícia chegar até a sala e quando a viu chegando não conseguiu desviar os seus olhos, aquela camiseta havia ficado um pouco curta e o moreno podia ver as pernas brancas e torneadas de Alícia, o tecido fino da roupa também destacou a cintura fina e os seios um pouco fartos, as roupas largas escondiam praticamente tudo, e sabe Deus quando a veria assim novamente. Paulo sentiu certo orgulho ao ter certeza que tinha sido o único a ver Alícia com tão pouca roupa e com as suas. Ficou alguns segundos a observando, até que notou que a morena estava totalmente vermelha e apertava as mão com tanta força que parecia que queria quebrá-las, aquela garota realmente era diferente, outra garota em seu lugar, provavelmente estaria desfilando com a roupa do moreno em sua frente.

— Como está seu tornozelo?— Perguntou Paulo fazendo Alícia dar um sobressalto e encará-lo de maneira encabulada para logo depois voltar a fitar o chão como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

— Está melhor... – falou ainda olhando para o chão.

— Hum.. Eu tenho um kit de primeiros socorros aqui. – Disse calmo, a encarando.

— Não precisa, Paulo.. Eu..

— Venha cá! Sente aqui e me deixe ver isso. – Pediu, num tom que mais parecia uma ordem.

A morena chegou com dificuldade até o sofá e quando se sentou notou que Paulo não estava mais lá, se sentiu um pouco aliviada, mas logo seu alivio foi embora e deu lugar ao desespero, ao vê-lo chegar trazendo consigo o kit de primeiros socorros.

— Vou olhar isso. – Disse se sentando no sofá enquanto pegava o pé de Alícia e colocava em seu colo.

Alícia arregalou os olhos ao sentir seu pé sendo puxado.

— Paulo! O que você... – Dizia, enquanto tentava parar o moreno, que não deu ouvidos e colocou o pé dela em seu colo e começou a apalpar. – A-ai, não aperta assim... – reclamou ela, já sem saber o que fazer, se ele desse uma mínima olhada, com certeza veria a parte interna de suas coxas, talvez até a calcinha. Ela tentava se ajeitar e se cobrir da maneira que podia enquanto Paulo parecia estar concentrado em enfaixar seu tornozelo.

Alícia estava desesperada, quase tendo um enfarte de tanta vergonha, mas ao mesmo tempo estava confusa. Desde quando Paulo Guerra demonstrava preocupação com alguém? E porque estava sendo tão cuidadoso com ela? Porque primeiramente tirou ela da chuva e a trouxe ali? Ela não sabia as respostas, mas Paulo a estava surpreendendo, pelo que a morena se lembrava ele era tão frio e indiferente com outras pessoas quando estavam juntos.

“- Ele também tem um 'coração'!” - pensou ela com ironia.

Paulo percebeu que Alícia finalmente se aquietou, percebeu que ela o observava e se sentiu incomodado, ele também não sabia o que estava fazendo, não tinha a resposta para o 'porque' daquilo tudo... E a morena o estava deixando inquieto. Mas ele estava gostando daquilo, estava se sentindo diferente, com um friozinho no estomago, uma sensação boa.  Além disso, ele também estava adorando sentir a pele dela, por mais que fosse pouco contato, era tão lisa e macia como se lembrava, e por Deus como sentia falta de tocar a pele macia e sedosa da morena. E os dois ficaram longos minutos cada um perdidos em seus pensamentos.