Winx e a Fada sem Asas escrita por Maddu Duarte


Capítulo 8
Capítulo 8 - Eu sou Dragão


Notas iniciais do capítulo

Nós teremos 10 capítulos.



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Eu sou Dragão é composto pelo trio Tuyo.

 

Ela sabia que algo ressoava em seu ser, uma sensação conhecida e estranha ao mesmo tempo. Olhou para Ace, ou Andy, algo nele era estranhamente familiar, apesar de nunca terem se visto antes do primeiro ataque. Porém, não era nele que seus passos apresados iam, não. Apesar da transformação, voava rapidamente e em desvio de outras fadas até a diretoria, apenas para encontrar Faragonda tomando uma xícara de chá. 

O caos sempre fora inevitável. 

Entretanto, Bloom nunca fora de aceitar o inevitável. Sua personalidade de líder, forte e intuitiva a fazia respirar fundo em situações como essa. Precisava saber o que Aria escondia, o que Faragonda escondia. Precisava saber o que ninguém sabia. 

— Então, o que você está fazendo? 

— Você aceita um chá, Bloom? 

A garota jogou a xícara longe, irritada. Não era fruto de bons hábitos, mas era uma menina explosiva, talvez, fosse a chama de dragão que gritava dentro de si, a dor na pele por tudo que não fez, o aperto no peito que roubara o sol. 

— O que você está fazendo? — falou, pausadamente.  — Minhas amigas estão mortas, suas alunas estão mortas e Aria, ou Ariane, está lutando contra alguém que ela não quer lutar. Você não é uma pacifista, Faragonda, não tente nos enganar: o que está aprontando? 

— Estou eliminando um problema — falou, se levantando e olhando pela janela, com um pequeno mexer de dedos, alimentou a barreira que protegia Alfea e prendia os dois amantes em uma só bolha. Ariane era forçada contra o fim, enquanto sua foice era usada como escudo. Um movimento de Ace e ele seria perfurado, um movimento de Aria e ela teria seu pescoço quebrado. A briga não era entre alunos, não. 

Era entre dois assassinos. 

O olhar de Bloom caiu. 

— Vai deixá-la morrer — a voz saiu em um sussurro, deixando o corpo da menina esquentar. Como? Olhou para Faragonda, impassível, a mulher sempre corrigiu tudo com seu pó mágico e cuidou delas como filhas, porém, não parecia dar para trás ou ir para frente se for para defender sua real filha. 

— Eu tentei convencê-la a voltar, Bloom. Tentei convencê-la a se unir a nós, mas o ódio a dominou... e quando o ódio domina alguém, nós precisamos eliminar o ódio... e a pessoa. 

— Você está brincando?! Ela é sua filha. Criou ela como sua filha por anos, pediu para ser chamada de mãe, ela veio até aqui para nos salvar e...

— E trouxe o caos junto com ela. 

Os ombros da fada caíram. Não, Tinha que ter algo errado. Essa não poderia ser a diretora que a acolheu, que a protegeu, que a ajudou a encontrar sua essência. 

— Não me olhe assim, eu avisei para Ariane que Andy era um problema. Eu tentei mandá-lo para um lugar seguro e distante dela, eu tentei protegê-la...

Um barulho ressoou pelas paredes, a proteção fora quebrada e o corpo de Aria caiu, sendo pego por uma rede de morfix, que também foi jogada aos olhos de Andy, cegando-o por um tempo. Aisha estava na batalha, dessa vez, na linha de frente. Bloom, do alto da torre da diretoria, pôde ver a dor em seus olhos quando o rapaz a perfurou com uma estava que surgiu de seus pulsos. A energia dela foi sugada, pouco a pouco, segundo por segundo. O grito preso na garganta da líder não escapou, foi feito por Aria, que, apesar do pouco tempo, ainda estava presente. Ainda estava ativa. 

Ace, ou Andy, retirou a estava e empurrou o corpo da fada para trás, que cambaleou e olhou com cuidado para o semblante triste de Ariane. Está tudo bem, Bloom quase a ouviu dizer. Era algo típico de Aisha falar que estaria tudo bem, era algo típico de Aisha lutar pelo que acreditava. Ser forte. Ser mulher. 

— E todos aqueles que morrerão no processo? E todas que já se foram? 

— Bloom, na vida, nós precisamos dizer adeus. A inimigos... e a aliados. 

— Não! 

Gritou. Gritou tão forte que Grisella entrou, assustada, mas recebeu um olhar de repreensão e voltou ao seu estado natural. Colocou as mãos na boca e, aturdida, deu para trás. Como poderia? Olhou na janela, a briga de gigantes continuava, Aria não parecia desistir, mesmo com seu corpo marcado de pancadas, Ace também não estava perto de se cansar, até agora, apenas o pequeno fio de sangue da maçã do rosto escorria. Aria não tinha chance. Faragonda estava deixando-a para morrer. 

E isso doia de admitir. 

— Ela vai sobreviver — como se lesse seus pensamentos, a diretora falou. — Ele não pode matá-la, estão ligados. Então, quando os dois estiverem fracos... irei mandá-los a um lugar em que o ódio poderá ser bem aproveitado. Não sou o monstro que Ariane prega, Bloom.

— Errado. 

— O quê?

— Você é exatamente quem ela prega. Por que a salvou? Por que a salvou se agora vai deixá-la morrer? 

— A salvei pois tinha esperança! 

Uma parede de terra subiu para proteger Aria de mais um ataque, dessa vez, Flora apareceu escondida entre suas plantas, prendendo o inimigo pelos braços, dando tempo para a foice da bruxa acertar seu estômago. Os dois gritaram, um sentindo a dor do outro, precisavam ser espertos, quando o rapaz se soltou — e isso foi rápido, porque, afinal, ele era o único e melhor mego forçado da dimensão mágica —, olhou com ódio para Flora. Resolveria depois. 

Primeiro, domaria uma certa canção. 

— Ariane era uma bruxa formidável, mesmo aos 5 anos. Movimentava o ar, fazia coisas com as mãos... imaginava-mos que poderia ser útil para a dimensão mágica, mas sua destruição se tornou mais forte a medida que o tempo passou e não sabíamos o que fazer, mantive-a segura o máximo que pude, mas aquele garoto apareceu. Ele é a culpa por essa chacina! 

Flora continuou chamando suas plantas, impedindo os socos de Ace de alcançar Aria, qeu parecia lutar como se sua vida dependesse, acertando chutes e domando o ar com graça e força. Juntas, fizeram o nariz do rapaz sangrar e ele cambalear para trás. Mais um pouco. Só mais um pouco. 

— E se ela sobreviver? E se ela viver? Você a deixará livre? 

— É claro. Ela ainda é minha filha, me dói... toda essa... situação. 

— Nesse caso, a farei viver. — E quebrou a janela da torre, voando fora e atacando o inimigo, escutando um sonoro não vindo de Ariane. Foi como a bruxa esperava, Ace inalou o fogo do dragão e o domou, revertendo seus efeitos na própria esposa. 

— Eu não quero te machucar, Aria. — Ele parecia sincero em suas palavras. — Você odeia esse lugar, eu só... quero acabar com esse seu maldito bloqueio. Quando acabarmos com esse lugar, você será livre, terá suas memórias, você poderá viver em paz. Então, por que está lutando contra mim? 

Não acredite nele, Bloom implorou. 

— Eu até acreditaria nisso, benzinho. O problema... é que você mexeu com a minha famílai! — E as nuvens negras que se formaram no ar trouxeram os raios de volta ao chão, quase acertando Bloom e Flora, que se protegeram com magia. — Vamos, Andy, eu sei que você não é assim... é tudo culpa da chama do dragão. 

Culpa da chama do dragão, Bloom escutou. Então, lembrou do óbvio. 

Ela era a chama. 

— Nesse caso, acho que quero o divórcio — ele pronunciou, atirando uma bola negra no abdomem de Aria, que berrou. — É uma pena, nós poderíamos ter sido tão felizes... 

— Chega! — Bloom gritou, aproximando-se do casal e afastando Ariane, escutando um sonoro "se afaste", porém, não obedeceu. — Você quer lutar com alguém? Lute comigo. 

— Uma fada? Sério? O que foi? Sua bondade máxima te impede de... — E antes que ele terminasse, uma pancada de areia foi jogada em seu rosto pela fada da chama do dragão. O semblante sério de Bloom parecia, mais que nunca, mortifero. Flora tirou Aisha do lugar da briga, e correu até Aria, implorando para que ela se afaste. — Eu vou acabar com você.

— Não se eu acabar com você primeiro. 

E o corpo dele esquentou. 

Primeiro, foi como se estivesse carbonizando, gritou de dor ao sentir o poder fugindo, ela também gritou. Sentiu a mesma coisa que sentiu com Valtor, os pesadelos retornando, o medo retornando. Ainda seria capaz de ser uma fada quando tudo acabasse? Ou seria obrigada a retornar para Gardenia? Olhou para trás, o semblante de Flora era choroso e a menina parecia entender tudo que estava ocorrendo. O dragão de fogo que se formou entre os dois olhou para sua portadora, as asas sumiram e seu corpo começou a descer aos chão. 

Eu te amo, sussurrou. 

Eu também, a amiga comentou. 

E quando os dois cairam, eram apenas meros humanos, a chama do dragão havia se extinguido. 

Para todo o sempre. 

*

Acordou em sua cama assustada, havia tido um sonho estranho, com fadas, monstros, e havia também três bruxas ancestrais... E uma garota do sol. Sua mãe a chamou, nervosa, estava atrasada para as aulas.

Em Gardenia, a cidade em que vivia, Bloom respirou fundo, pegou sua bicicleta, e foi à faculdade.

 


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Notas finais do capítulo

Esse não é o final.
Mas vocês podem me matar.



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