Meu querido sonâmbulo 2 escrita por Cellis


Capítulo 13
Minha querida casa


Notas iniciais do capítulo

Olá, melhores leitores desse mundinho, como estão?

Vamos lá, eu demorei mais do que esperava para trazer esse capítulo para vocês porque eu confesso que dei uma travada nele. É um capítulo bem emotivo e eu queria transmitir bem isso (espero que tenha dado certo kkkkk), então acabei levando um pouco mais de tempo.

Ah, além disso, ele está algumas palavras menor do que os que eu costumo trazer, mas há um bom motivo para isso. Esse capítulo é, na verdade, uma "preparação" para o próximo e vocês eventualmente vão entender o que eu estou dizendo kkkk.

Enfim, sem mais enrolações. Boa leitura!



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Andar por aquelas ruas um tanto estreitas e nitidamente afetadas pelo passar dos anos sem grandes manutenções provocava em Kim Namjoon um sentimento cujo qual ele não conseguia explicar com qualquer tipo de exatidão. Tudo soava extremamente estranho, já que, ao mesmo tempo que o Kim se sentia acolhido por aquele sentimento tão familiar de já ter pertencido àquele lugar — ainda que não se lembrasse daquela época — se encontrava completamente deslocado. Já tinha andado e muito por aquelas ruas, corrido e também brincado com alguns amigos de infância, mas simplesmente não conseguia se lembrar de nada daquilo. Sabia que tinha feito tudo aquilo algum dia porque sua família lhe contara, inclusive no passeio que a sua irmã mais nova tinha lhe levado para fazer assim que deixara o hospital na tentativa de fazê-lo se recordar de algo, mas aqueles dias pareciam terem pertencido a uma outra pessoa; a uma vida passada sua, literalmente. 

Namjoon não aguentava mais se sentir daquele jeito. E ele chegou a acreditar que conseguiria seguir em frente, um dia. Ao deixar o hospital após o acidente sem mal saber quem era mais, o Kim tentou manter em mente apenas os pensamentos mais positivos: começaria uma nova vida, poderia ter a chance de consertar possíveis erros do passado e, com um pouco de sorte, eventualmente conseguiria recuperar as suas memórias, mesmo que não fossem todas. Viveria aos poucos, cuidaria do joelho machucado para conseguir recuperá-lo o máximo possível e simplesmente esperaria que a vida lhe indicasse quais caminhos deveria seguir. Não guardaria rancores, não se deixar virar uma pessoa obcecada em encontrar o motorista que havia lhe arrancado todo o seu passado de si e não se vitimizaria como os outros provavelmente esperavam de si. 

E, depois de tantos anos seguindo fielmente todos aqueles mantras, Namjoon estava simplesmente esgotado. 

De que adiantava ter feito tudo aquilo? De que valia o seu esforço em começar uma nova e pacífica vida, sendo que aquele não quem ele realmente era? Pois o fato era que o bom-samaritano Kim Namjoon vinha se mostrando uma verdadeira fraude nos últimos meses, sendo essa acobertada por um outro tipo de falta de memória que também lhe acometia: a de quando ele dormia. 

Shinhye estava certa, muito provavelmente. Se ele estava coberto de sangue próximo a dois cadáveres e, em ambas as vezes, a mesma tinha visto aquela cena macabra com os seus próprios olhos, não havia muitas conclusões possíveis restantes — e ele não a julgava por ter escolhida a mais óbvia. Na verdade, quando ela o mandou embora do seu apartamento com lágrimas tímidas e cansadas acumuladas em seus olhos, Namjoon se viu ali um tanto desamparado. Desde o acidente, as pessoas ao seu redor costumavam pisar em ovos quando lidavam com ele, em especial quem tinha vivido de perto tudo o que aconteceu naquela época; mas Shinhye foi a primeira a quebrar aquele paradigma. E ela estava na sua razão quando decidiu não aceitar mais alguém como Kim Namjoon ao seu redor, afinal de contas, qualquer um teria feito o mesmo. O Kim, no fundo, estava apenas agradecido por ela ter nitidamente testado os próprios limites apenas para ajudá-lo, além de aliviado por ela aparentemente não ter ultrapassado nenhum deles de um modo cruel demais para não conseguir restabelecê-lo. 

Ele apenas não podia mais continuar fugindo de si próprio e do seu passado. Estava sozinho agora e teria que aprender a lidar consigo mesmo sozinho, por mais que aquilo lhe assustasse; porque o mais aterrorizante seria envolver qualquer outro inocente naquela história. Contudo, haviam pessoas das quais ele infelizmente não teria escapatória se quisesse reencontrar o próprio passado e era justamente pelas mesmas que ele tinha arrumado as suas coisas e deixado Seul para trás, pelo menos de maneira provisória.  

Respirou fundo e continuou caminhando por aquelas ruas que pareciam querer que ele se lembrasse delas, mas que, ao mesmo tempo, eram capazes de assustá-lo de volta todo o caminho até a capital. Tratando-se de um bairro tão interiorizado dentro da atualmente tão grande Daegu, os contrastes que o Kim pudera reparar ao longo de sua viagem originada em uma Seul tão adiante do seu tempo, passando pelo centro recém-desenvolvido de Daegu para, só então, conseguir chegar na única área ainda ruralizada da província, não foram poucos — afinal de contas, mesmo gostando tanto da sua terra natal, já fazia alguns bons anos que não retornava para a mesma. 

Desde pouco tempo depois do acidente, na verdade. 

Pelo o que conseguia se lembrar da última vez que estivera ali, o pequeno bairro parecia ir na contramão de todo o progresso que vinha alcançando a Coreia nas últimas décadas. A paisagem já deveria ser aquela mesma antes até do Kim perder todas as suas memórias, pois ele conseguia notar que muita coisa ainda era idêntica há anos atrás: a venda de frutas ainda permanecia exatamente a mesma, as feiras ainda eram realizadas nos mesmos dias da semana e as residências mal tinham mudado as cores das suas fachadas. Tudo permanecia idêntico ao que sempre fora, com exceção do próprio Kim. Ele não fazia ideia de qual Kim Namjoon aquela pequena e familiar área rural conhecera no passado, contudo, era exatamente por isso que estava ali. 

Quando alcançou a pequena casa de madeira no fim da larga rua de terra, ele parou de caminhar por um minuto e respirou fundo. Tinha dado os seus primeiros passos naquele piso de madeira barulhento do interior da casa, dito as suas primeiras palavras sentado sobre a bancada de mármore da cozinha e aprendido a andar de bicicleta enquanto engolia poeira daquela rua não-calçada, ainda que não conseguisse se lembrar de nada daquilo —  era a sua casa, mas não era exatamente ele quem tinha crescido ali. Sabia daquilo tudo porque a sua própria família lhe contara depois do acidente, contudo, não sentia que tinha vivido aquelas experiências de fato.  

E era justamente para confrontar aquele Kim Namjoon que ele finalmente tinha voltado para casa. 

Por isso, ele respirou fundo novamente e alcançou a pequena cerca cinzenta que separava o quintal gramado da casa do restante da rua. Normalmente, o Kim Namjoon parado ali sentiria como se estivesse invadindo a privacidade da sua própria família se entrasse sem se anunciar antes, mas já havia passado da hora de mudar a sua visão sobre aquilo — afinal de contas, aquela também era a sua casa. Por isso, Namjoon apenas levantou o trinco do baixo portão de madeira e entrou, parando somente diante da porta para procurar as chaves da mesma no meio de toda a bagunça que tinha trazido consigo dentro da sua mochila. 

Porém, de repente, a porta se abriu sem que o Kim fizesse nenhum esforço e, pela mesma, ele viu passar a figura baixa e já grisalha de sua mãe. A mulher de cabelos curtos e postura relativamente elegante, por sua vez, vinha distraída com uma sacola de lixo pesada que juntara ao longo do final de semana e só percebeu a presença do filho quando trombou com a mesmo na própria varanda, assustando-se.  

— Namjoon?! — exclamou perplexa e pega de surpresa. Segundos de choque depois, ela largou a sacola no chão e levou ambas as mãos até o corpo do filho, apertando-o para ter certeza de que ele estava realmente ali. De repente, exibiu o sorriso mais largo que o Kim tinha visto nos últimos meses. — Meu filho! Não acredito que você voltou! 

Emocionada, a senhora puxou o filho para um abraço apertado e repleto de saudades. Namjoon não se lembrava do calor do corpo da mais velha com a nitidez da qual um filho deveria se lembrar, mas imediatamente se sentiu acolhido pelo mesmo e a abraçou de volta. Permaneceram alguns segundos assim, até a Kim mais velha afastar o filho de si para fitá-lo dos pés à cabeça. 

— Você está bem, meu querido? — perguntou, analisando-o. — Céus, como você emagreceu! 

E aquela não era apenas mais uma típica preocupação de mãe. Namjoon estava, de fato, mais magro e até mesmo um tanto mais mal cuidado do que na época que ainda vivia ali. 

— É impressão sua, mãe. — o mais novo mentiu, sem jeito, já que sabia que sua mãe não acreditaria me si de qualquer jeito.  

— Tudo bem, vamos entrar e conversar direito lá dentro. — a mulher disse já puxando o filho para dentro da casa e planejando o que faria para alimentá-lo o mais rápido possível. 

— A senhora não estava levando o lixo para fora? — o Kim perguntou enquanto ria fracamente de toda aquela euforia da mãe. Pelo o que conseguia se lembrar, a mais velha sempre fora intensa daquele jeito, ainda mais se tratando do filho. — Deixa que eu levo.  

Dito isso, Namjoon carregou a sacola para o lado de fora da casa e logo os dois já estavam entrando juntos.  

Então aquele era o sentimento de voltar para casa, o seu antigo lar. 

O Kim ainda se lembrava da decoração da casa e tudo mais, obviamente, já que tinha morado ali depois do acidente por alguns meses, mas a familiaridade que o lugar emanava ultrapassava aquela recente barreira. Não lembrava, de fato, de ter vivido muitas coisas por entre aqueles cômodos, mas ainda se sentia extremamente acolhido pelo aroma de erva cidreira que vinha da cozinha e pela decoração em mogno da sala de estar. Pela primeira vez em muitos anos, ele estava se sentindo realmente pertencente a algum lugar e aquilo lhe permitia respirar um pouco mais aliviado.  

Sentou-se no velho sofá da sala e deixou a mochila cair no chão ao seu lado, olhando com atenção para cada pequeno detalhe que o rodeava e tentando gravá-los em sua mente do modo mais profundo e permanente que conseguia. 

Afinal de contas, fora obrigado a aprender a valorizar até mesmo aqueles pequenos detalhes.  

— Já faz um tempo desde a última vez que você voltou para casa... — a Sra. Kim iniciou trazendo uma caneca de chá recém-preparado para o filho. Ela costumava preparar a bebida sempre no final do dia, contudo, naquele dia em específico resolveu ferver suas folhas favoritas logo depois do almoço, como se já estivesse antecipando a chegada surpresa do filho. — Você me parece triste. 

Sem perguntas sobre como ele tinha passado, se estava comendo bem, onde estava trabalhando ou maiores rodeios: a Sra. Kim apenas sabia ler o filho mais velho com exatidão suficiente para ter ideia do porquê da sua volta tão repentina. Envolta para seu típico ar sutil e acolhedor, ela se sentou ao lado de Namjoon no sofá e o encarou pacientemente, apenas esperando que o filho lhe contasse o que quisesse, como quisesse e no seu próprio tempo. Sempre fora uma mãe extremamente compreensiva e que sabia respeitar honrosamente o tempo e as escolhas dos seus dois filhos, sendo que nem mesmo o acidente de Namjoon havia mudado aquilo.  

O Kim respirou fundo e encarou de volta a mais velha. Usava um vestido de um tecido grosso violeta e uma sapatilha cinza, estando até bem arrumada para quem estava apenas fazendo algumas tarefas domésticas antes da chegada do filho. Os cabelos curtos eram cheios e majoritariamente grisalhos, cujos quais ela não fazia a menor questão de esconder — na verdade, tinha muito orgulho dos fios acinzentados. 

Ele queria tanto poder se lembrar melhor dela. 

— Mãe, no que eu queria me formar antes do acidente? — o Kim perguntou, não desviando completamente do assunto.  

Por um momento, a Sra. Kim foi pega de surpresa. Depois de acordar do coma, Namjoon perguntara o mínimo possível sobre a sua vida antes do acidente e, algumas semanas depois, não demonstrava mais o menor interesse em saber quem era ou tinha sido. Por isso, a mais velha estranhou a pergunta de primeira, mas resolveu que apenas daria ao filho o que ele queria. 

Afinal de contas, ele parecia estar realmente precisando daquilo.  

— Na verdade, você queria ser bombeiro. — respondeu, sorrindo. — Era o seu sonho desde que você tinha seis anos de idade.  

— E por que eu escolhi ser bombeiro? — Namjoon questionou um tanto surpreso pela escolha do seu antigo eu.  

— Foi nessa época que nós o levamos à praia pela primeira vez. A sua irmã tinha quase um ano e o seu pai achou que seria uma boa ideia nós aproveitarmos o feriado do final de ano passando alguns dias na praia. — aos poucos, o sorriso nostálgico da mulher foi se desfazendo. — Nós nos descuidamos por um minuto por causa da sua irmã e, quando vimos, você tinha simplesmente desaparecido. Aquele foi um dos piores dias da minha vida... 

Depois do dia do acidente. 

— E o que aconteceu depois?  

— Nós acionamos os bombeiros e eles logo começaram as buscas. — contou. — Duas longas e angustiantes horas depois, acharam você em um quiosque já na divisa com uma praia vizinha a que nós estávamos. Você estava chorando muito e disse para o bombeiro que o encontrou que se perdeu de nós quando correu atrás da sua bola de vôlei e, por isso, começou a andar pela faixa da areia nos procurando.  

— Então... — o Kim murmurou. — Eu queria ser bombeiro porque fui salvo por um quando era criança?  

A Sra. Kim voltou a sorrir. 

— Exatamente. — respondeu. — Você disse que era a profissão mais nobre que já tinha visto em toda a sua vida. 

— Até que o acidente aconteceu. — Namjoon completou, sério. — Mesmo se eu me lembrasse do meu antigo sonho, eu não poderia realizá-lo por conta do meu joelho. Nenhum bombeiro seria capaz de salvar ou ajudar alguém estando debilitado...  

De repente, a Sra. Kim apenas encarou o filho e permaneceu em silêncio durante um longo minuto. Namjoon parecia perdido dentro da própria mente e, por fim, sua mãe finalmente soube do que se tratava aquela visita. 

— Você ainda sente alguma vontade de seguir esse sonho? — a mulher indagou, por fim, e o Kim apenas balançou a cabeça de forma negativa. — Então ele não é mais o seu sonho, meu filho.  

Namjoon franziu o cenho e fitou a mãe, confuso. 

— Como assim? 

Com carinho, a mulher se virou para o filho para encará-lo melhor e cobriu como pode as grandes mãos dele com as suas próprias, seus dedos finos e gastos abraçando as mãos já tão calejadas de Namjoon pelas tarefas diárias e repetitivas da cafeteria.  

— Dói em mim dizer isso, mas você não é mais o Kim Namjoon que foi até os seus dezenove anos de idade. Por isso, você não deveria viver preso a ele. — a mulher disse com o máximo de calma e doçura em sua voz. — Você pode escolher viver às sombras de um passado do qual você sequer se lembra mais ou, por um outro lado, pode simplesmente ignorá-lo. Você pode ter, meu filho, algumas semelhanças e gostos parecidos com o meu antigo Kim Namjoon, mas você não precisa tentar ser ele se não quiser.  

— E se ele fosse uma pessoa muito melhor do que a que eu sou hoje? — Namjoon indagou e sua mãe pode sentir sua voz trêmula. — E se eu atualmente estivesse fazendo mal às pessoas e simplesmente quisesse voltar a ser como eu era antigamente, ainda que eu não me lembre de nada? 

— Fazendo mal às pessoas? — a Sra. Kim repetiu, confusa. — Você jamais faria isso. Sendo antes ou depois do acidente, eu conheço o meu filho melhor do que qualquer um para poder afirmar que ele jamais machucaria ninguém. 

— Mas eu machuquei, mãe... — Namjoon sussurrou com a voz embargada. As lágrimas começavam a embaçar os seus olhos e ele não sentia mais o direito de encarar sua própria mãe nos olhos, então instintivamente abaixou a cabeça. — Eu tentei negar, tentei achar uma explicação, mas eu simplesmente não consigo mais. Eu... tenho certeza de que fiz algo de ruim a alguém. 

A mãe do Kim permaneceu em silêncio durante alguns segundos apenas observando o filho. Ele parecia estar sofrendo tanto, talvez ainda mais do que na época logo após o seu acidente, quando viveu os momentos mais confusos e angustiantes de toda a sua vida. A Sra. Kim sentia o próprio coração se partir em milhares de pedaços infelizes ao ver o filho daquele jeito, além de uma enorme vontade de acolhê-lo em seus braços e protegê-lo de todo o restante do mundo, mas sabia que aquilo não seria o suficiente para ajudá-lo. Namjoon já era um homem com a sua juventude consolidada e os seus problemas, por piores que pudessem ser, não seriam resolvidos tão facilmente como quando ele tinha dez anos. Por isso, a mulher apenas o segurou pelo queixo e, gentilmente, o ergueu de volta até que os seus olhos voltassem a se encontrar. 

— Kim Namjoon. — ela o chamou, séria. — Eu não sei o que está acontecendo e você não precisa me contar agora, se não estiver pronto. Contudo, meu filho, eu tenho certeza absoluta de que conheço você, do que é capaz e as coisas que jamais faria. Por isso, não importa sob quais circunstâncias, eu posso afirmar com toda certeza do mundo que você jamais seria capaz de machucar alguém. 

Dito isso, Namjoon apenas encarou a mais velha sentindo um turbilhão de pensamentos e sentimentos diferentes bagunçarem a sua mente. Estava esgotado, havia passado o dia inteiro se martirizando com as palavras que tinha ouvido de Shinhye e, ainda que relutasse a acreditar naquilo, todas as circunstâncias apontavam para que ela estivesse certa. Contudo, naquele momento, ouvindo palavras tão cheias de certeza e confiança em si vindas da sua própria mãe, era impossível que o Kim não acabasse cedendo para a dúvida. E se a mais velha estivesse certa? E se houvesse uma explicação razoável para tudo o que tinha acontecido, o suficiente para inocentá-lo? 

E se ele não fosse, de fato, um assassino? 

Aquela possibilidade tão remota acendeu no interior do Kim um fio de esperança que ele há muito acreditava ter se partido de vez. Instintivamente, as lágrimas quentes extravasavam todo o cansaço e o caos que vinha consumindo Namjoon por dentro e molhavam as suas bochechas de uma forma um tanto descontrolada. O choro do filho terminou de despedaçar o coração da Sra. Kim e a mulher o puxou para um longo e acolhedor abraço, tentando tomar para si aquela toda aquela dor que ele sentia através dos soluços do mais novo. 

— Você é meu filho, querido. — a mãe sussurrou em seu ouvido, calma. — Não importa o quão perdido você possa se sentir, nunca se esqueça de que você é e sempre será Kim Namjoon, o meu filho. 

Os soluços de Namjoon não tinham um ritmo certo e, entre um e outro, ele conseguiu expressar em palavras pelo menos parte da sua angústia.  

— E se eu tiver realmente machucado alguém? — questionou a mais velha enquanto molhava o vestido da mesma com suas lágrimas. 

Porém, ao contrário do que ele esperava, o Kim viu pelo canto dos olhos embaçados um pequeno sorriso afável surgir nos lábios da mãe. 

— Então, você ainda será o meu filho.  


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? No último capítulo tivemos um vislumbre do passado da Shinhye e agora demos uma espiada no do Namjoon também (mas ainda vem mais por aí).

Nossos protagonistas não se encontram há dois capítulos agora, mas isso mudará bem em breve!

Enfim, não deixem de me contar o que acharam! Nos vemos em breve ♥



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