Cathy

Como sentia falta da minha mãe, como na teoria estou morta, não podemos conversar nem mesmo por celular, já que podem estar ainda vigiando minha mãe, depois que conversamos ontem eu me senti mais leve e resolvi voltar para o internato e fiquei sabendo que a Maggie que estava com a Amy, que eu poderia ficar tranquila que a Amy havia dado uma desculpa para a mãe e só iria ver ela no dia seguinte, por isso eu pude ficar no meu dormitório descansando, quando deu a noite as meninas invadiram e me encherão de perguntas, principalmente o que eu e a Madeline conversamos em Catalão.

Lógico que não contei tudo, dei um breve resumo e falei que estava fora do internato na biblioteca, o que deixou elas mais tranquilas, expliquei da minha história com o Erick, o que realmente eu não sei o que sentir no momento, depois que todas ficaram satisfeitas, cada uma pegou seu canto e Amy veio deitar comigo, ainda bem que minha cama era grande haha. Mas o dia até que começou bem e até estava disposta para aturar a mãe da Amy, por isso me levantei cedo, tomei um bom banho e sai para acordar a Amy, já que estava morrendo de fome, já que não comi a noite.

— Acorda Amy, vamos tomar café, estou morrendo de fome – A mesma me olhou e quando vi que estava fazendo carinha de gato de botas, riu e foi tomar banho, assim que ficou pronta resolvemos ir na lanchonete, já que fomos no quarto das meninas e elas já não estavam e nem para nos chamar, que vacas.

— Eu não acredito que aquelas duas foram tomar café e nem nos chamaram

— Ai Cathy, vai ver aconteceu alguma coisa, relaxa, vem, vamos te alimentar – Eu revirei os olhos, mais fui de bom grado, pois realmente eu estava morrendo de fome, assim que entrei no refeitório vi que ele estava começando a encher, por isso fui direto nas minhas rosquinhas que já me esperavam.

— Doce Cathy? Sério?

— São rosquinhas Amy, rosquinhas, não se desperdiça rosquinha assim... – Antes que ela pudesse responder uma voz que reconheci imediatamente cortou.

—Deixe rosquinhas para mim querida, você é muito gulosa

— Rainha de Anatólia, o que faz a senhora tão cedo em um refeitório? – Escutei Amy, resmungar, tal mãe tal filha, duas viciadas em rosquinhas, o que me fez rir e dar de ombros.

— Descobri que aqui tinha rosquinhas e como a Rainha Amélia não come essas coisas logo pela manhã vim buscar aqui, não estamos no palácio e não queria mandar seguranças virem buscar, sendo que eu poderia vir – Ela deu de ombros e roubou duas rosquinhas do meu prato.

— Hey, são minhas

— Não são mais, vamos achar uma mesa, assim posso conhecer melhor a senhorita Amelie – Terminei de pegar meu café com Amy, rindo da minha cara de desagrado por ter só três rosquinhas agora, achamos uma mesa discreta e nos sentamos comendo em um silêncio confortável.

— Achei você querida, e vejo que está acompanhada de uma rainha – A mãe de Amy, tinha que vir estragar meu café da manhã? Ela fez reverencia para minha mãe e se sentou do meu lado. Do meu lado.

— Bom Dia Carmem, quer dizer mamãe, eu acordei cedo hoje e Cathy estava com fome, por isso viemos comer primeiro antes de te procurar para saber qual será a programação de hoje, encontramos a rainha aqui que nos deu a honra de fazer a companhia.

— A sim, entendi, bom Cathy e sua mãe? Você não tem? – Ah não, ela não vai fazer isso né? Antes que eu pudesse responder, minha mãe resolveu intervir.

— Senhora Carmem, me conte o que faz? – Amy, olhou para minha mãe agradecida e voltei a comer as minhas rosquinhas, antes que eu pudesse dar qualquer resposta que não deveria.

— Ah vossa majestade, sou chefe de um departamento do Hospital Frederico V, e passei minha vida dedicada à minha filha prodígio, que por sinal me deu muito trabalho, pois o pai dela era um homem muito ruim e sumiu no mundo.

— Que horror. . .

— Ah não se preocupe, não foi tão ruim assim, minha filha é minha companheira e muito obediente, sempre fomos só nós duas, ela vai ser uma excelente Cardiologista e se casar com um homem muito bom e de um dote muito grande, pois é o que dizem, os filhos são nossas aposentadorias e devem nos devolver tudo que demos a eles. . .

— Desculpa senhora Gutierrez, eu discordo de sua colocação

— A senhora é mãe rainha?

— Sim, minha filha infelizmente faleceu em um acidente trágico, mais tenho ela em meu coração, mas não concordo que os filhos nos devem alguma coisa, nós criamos eles para o mundo se eles voltarem é por que fizemos um bom trabalho e devemos incentivar eles a persistirem seus sonhos. . .

— Ah mas se eu apoiasse essa desmiolada, ela seria uma artista de rua, sem futuro nenhum

— Ou uma artista muito famosa, pelo pouco que pude conversar com sua filha, ela tem uma luz própria, um brilho natural e te garanto que tem um futuro brilhante em qualquer curso que ela pretender seguir, seja como artista, ou médica

— A senhora perdeu sua filha, se ela ainda estivesse viva, não diria isso, pois não sabe como lidar cm uma adolescente e – Eu juro que tentei, juro, antes que Amy mandasse a mãe se calar eu bati a mão na mesa, chamando um pouco de atenção, mais não estava mais me importando com nada, só via vermelho.

— E você é quem para falar sobre isso? Você mal conhece a própria filha, você não sabe os medos dela, nunca passou noites em claro com ela tendo pesadelos, você não sabe o que é perder quem ama,, então não sente do meu lado e fale baboseiras, coloca na sua cabeça que Amelie é de maior e fará o que o coração dela mandar, você queira ou não, você goste ou não, ela não precisa da sua aprovação,  na verdade ela não precisa de ninguém. . . Ela entrou aqui  por mérito dela, por esforço dela, ela conseguiu pessoas que se importam com ela, não por que você mandou ela ser amiga de gente rica ou de alguma princesa, ela conquistou tudo até agora, por que graças a Deus ela tem um coração puro, não tem inveja, não é manipuladora e muito menos trata as pessoas como objetivos para conquistar algo. – Depois de despejar tudo isso, larguei meu prato e sai de lá o mais rápido possível, antes que eu simplesmente perdesse o resto da educação que fora me dada e batesse naquela mulher para ver se ela enxergava que a filha dela era um anjo e não merecia todo esse tratamento.

— Cathy? O que aconteceu?

— Nada Sophia, preciso ficar sozinha

— Nada disso, você está chorando e seus olhos estão escuros, o que a Carmem fez agora?

— Melhor você ir lá ver se a minha mãe não a matou, e acalmar Amy, eu realmente preciso ficar sozinha agora – E com isso continuei meu caminho sem mais nenhuma interrupção ou achei que não teria, quando o Erick me encontrou em um dos jardins da ala leste.

— Minha princesa, vem aqui

— Como me achou?

— Depois de 06 meses, eu acho que descobri quase todos os seus esconderijos, como me falaram que você não havia saído do internato e sua mãe disse que saiu correndo para o leste, imaginei que estaria aqui, pois ninguém vem para esse lado, só quando tem jogos. – Ele se sentou e me puxou para o seu colo, fui de bom grado, enquanto ele abraçava e sussurrava que tudo ia ficar bem e que seria só mais hoje e amanhã e logo tudo voltaria ao normal e eu não mataria mais ninguém.

— haha, difícil eu achei que ia pular no pescoço dela, até deixei minha rosquinha para traz

— hahaha, não seja por isso, trouxe mais para você minha princesa

— Príncipe herdeiro, você me conhece muito bem, já disse que te amo?

— Bom, faz um bom tempo que não me diz – Eu sabia aonde ele queria chegar, por isso deixei minhas adoráveis rosquinhas de lado e olhei para ele, sem pensar direito, dei um beijo que logo começou a esquentar e nos separamos quando o ar nos fez falta.

— Devo levar isso como um aceito suas desculpas?

— Príncipe herdeiro, eu deixei de comer para te dar um beijo, isso com certeza é um aceito suas desculpas

— Você não tem jeito mesmo, agora coma, pois precisamos voltar, sua mãe quer falar com você sobre algum baile que ela quer dar amanhã – Levantei a cabeça na hora, e até perdi a fome de vez

— O que??

— Eu não sei direito, ela só mandou te achar e quando tivesse mais calma levar você para o dormitório, que ela e minha mãe queriam dar uma festa amanhã como despedida para os pais. – Meu Deus, minha mãe deve ter enlouquecido, isso sim, por isso me levantei, dei mais uns dois ou três beijos no meu príncipe e seguimos para o dormitório encontrar minha mãe...

—Anne, bu işe yaramayacak (Mãe, isso não vai dar certo)

—Kızım, kimsenin bilmesine gerek yok, maskeli balo yapabiliriz (Filha, ninguém precisa saber, podemos fazer um baile de máscaras)

—Ve sence yönetmen yarın gece için her şeyi nasıl düzeltebilecek? (E como você acha que a diretora vai conseguir arrumar tudo para amanhã a noite?)

—Bana ve Amelia'ya bırak, sonuçta biz kraliçeyiz ve bir veda topuyla başa çıkabiliriz (Deixa comigo e com a Amélia, afinal somos rainhas e damos conta de um baile de despedida)

— Tanrım, daha sonra pişman değilim (Deus, que eu não me arrependa disso depois) – Me despedi deles, indo encontrar com as meninas, pois sabia que elas estariam preocupadas comigo, mais assim que achei elas quase voltei para trás, pois a mãe de Amy estava junto e conversando com o pai do príncipe Christopher e parece  que o rei estava muito interessado na mãe de Amy o que me fez revirar os olhos, ela deveria estar contando a história da pobre mãe solteira que deu tudo para a ingrata da filha. Respirei fundo e me aproximei de Maggie que estava ainda um pouco afastada. Assim que me viu ela me olhou aliviada por eu estar bem.

— Precisa de mais para me derrubar Mag

— Mais você deixou de comer haha

—Ai nem me lembre das minhas rosquinhas

— A rainha aproveitou hahaha

— Aquela ladra de rosquinhas

— Que bom que voltou ao normal, mas me conta que cara essa?

— Vamos ter um baile de máscaras amanhã e vim buscar vocês para irmos providenciar nossas roupas – Vi Maggie revirar os olhos, ela odiava vestidos, mais gostou de poder sair, mas antes de chamar as meninas virou de novo pra mim com a cara preocupada.

— Não precisa me olhar assim, eu estou pronta para mais um round com a Carmem hahaha

— Temia que dissesse isso, vamos lá – E com isso interrompemos a conversa, avisando que amanhã dariam um baile de máscaras e que teríamos que ir as compras, logo as meninas se animaram e já estavam planejando o que cada um vestir, mais antes que pudéssemos sair o príncipe Christopher me chamou o que achei estranho, pois não falava com ele.

— Sim príncipe?

— Minha querida, pare com esses termos, somos muito íntimos né, papai deixe me apresentar minha namorada a doce Cathy sobrinha da rainha de Russou – Oi? O que? O que ele bebeu? Como assim namorada? Mais antes que eu pudesse responder, Maggie veio ao meu socorro.

— Christopher, Christopher, deixa o príncipe Erick saber que você fica apresentando a namorada dele por ai hahaha

— O que? Filho, não estou entendendo mais nada, quando me ligou na outra semana, disse que já estava comprometido e abençoada pela rainha de Russou?

— Bom, acho que vocês tem muito o que conversar, como minha amiga acabou de falar eu já possuo um namorado e agora se me derem licença, preciso ir atrás do vestido perfeito. Majestade, príncipe – Fiz uma reverencia e deixei Maggie me tirar de lá, rindo da minha cara de chocada.

— Você entendeu alguma coisa?

— Não e você?

— Também não, mais acho que vou ter pesadelo com isso – E com isso rimos e fomos para o quarto se trocar, após quase 1h depois estávamos na terceira loja de vestidos, via que Amy não estava a vontade e sua mãe não parava de reclamar no ouvido dela, quando via os preços

— Tudo bem por aqui? Amy já escolheu seu vestido?

— Na verdade Cathy, acho que vou usar aquele que me deu mês passado, é bonito e posso até ver se não tem nenhum em outra loja para minha mãe e. . .

— Querida, já falamos sobre isso né? Vai escolhe um e você também Carmem, escolha um por minha conta, aceite como um pedido de trégua.

— Obrigada Cathy, vamos filha, iremos ficar linda, aquele rei lá gostou de mim, vou tentar conquistar ele e você pode tentar conquistar o filho e . . . – Deixei as duas procurando e me afastei, pois estava já me arrependendo da trégua, quando estava quase desistindo de achar qualquer coisa naquela loja bati o olho em um vestido lindo. Foi amor a primeira vista, peguei ele e fui no provador com a pequena Claire que por incrível que pareça havia achado um quase igual, rimos uma para outra e resolvemos dividir o provador

Era perfeito e nos coube direitinho, ficou magnifico, nos trocamos e rapidamente pedimos para a vendedora separar sem mostrar para ninguém, combinamos que seria nosso segredo.

— E ai meninas acharam?

— Sim mamãe, é lindo, mais é segredo, Cathy disse que só podemos falar no dia do baile – Claire estava adorando o segredo e correu para ajudar sua irmã a escolher um também me deixando com Morgan.

— Vejo, que se tornaram grandes amigas

— Não tem como não se apaixonar por ela Morgan, ela é incrível, conseguiu achar um vestido?

—Sim sim, só estou aguardando agora a adorável Carmem escolher um

—haha tenho até medo da escolha, bom vou ir ajudar a Amy

— Vai lá querida, você é uma excelente amiga, fico feliz que as meninas tenham você

— Obrigada Morgan, mais as vezes é mais elas que cuidam de mim do que eu delas

— É natural, a amizade de vocês é algo puro e verdadeiro, conte comigo para tudo, vocês são minha família agora – Abracei ela e corri para ajudar Amy que estava perdida com um monte de vestido na mão. . .