Talvez é uma palavra muito forte se pensarmos bem.
Há tempos que não escuto uma palavra de incentivo a vida.

Porém um sopro gélido tocou meu pescoço, mostrando que você ainda está aqui.

Não é mais tão forte e não tão doloroso. Permanece no fundo, adormecido e não pretendo acordar de novo esse sentimento de desespero.

Mais que uma vez, fiquei paralisada pelos meus próprios pensamentos, tentando fugir de quem eu sou, para realmente me importar com o que acontecia. Porque não me contou o que acontecia no fim de tudo?

Qual a certeza que tenho? Uma palavra amiga talvez?

Você havia levado consigo toda a beleza do mundo, e eu cai em queda livre, por mais de 2 meses.

Depois que eu ganhei asas não precisei mais cair e finalmente esse sentimento de culpa parou de me atormentar. Mas você saberá algum dia?

Não tenho mais medo da queda livre, tampouco de outros lugares.

Meus olhos se abriram para outras coisas, outros tempos, outras pessoas!

Se você soubesse o que se passou em minha alma nesse tempo sendo torturada pelo vento gélido tocando meu pescoço, porém esse sopro demonstrava que você já não estava aqui, que você não poderia mais me ajudar.

Então tive que aprender pela primeira vez a viver por mim...

No começo doeu tanto que faltava ar em meus pulmões, mas eu aprendi a respirar...

Doeu tanto que meu peito quase rasgou-se no meio, aprendi a controlar o que eu sentia...

Sabendo que você não voltaria por mim, tive que aprender a estar sozinha, mas não tão sozinha quanto imaginava...

Aliás minha imaginação, depois que você se foi, me deixou ainda mais doente.

Optei por não me deixar imaginar, você voltar...

Optei por não deixar nada muito escancarado...

Sua falta deixou um buraco no meu peito, nada substituiu, se bem que eu tentei...

Agora entendi que nada precisa tampar o buraco no meu peito, deixa ele bem aqui...

Só preciso seguir em frente...

Não é porque alguém deixou de viver que não há mais beleza na vida.

Eu só preciso continuar.