Um Segredo Entre Nós escrita por Emma


Capítulo 4
Quando tentamos seguir em frente


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo na área galera, espero que vcs curtam. Sei que tem muita gente querendo matar a Regininha, não façam isso com minha filha, ela está tentando reconstruir a vida dela, lembrando que ela não sabe o que sabemos e eu tenho tentando mostrar o quão insegura ela é, até mesmo com o Daniel. Prometo que quando chegar o momento ela vai se retratar. Tem personagem novo na história, obrigada pelo apoio, tem sido um combustível, beijos e apreciem. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785742/chapter/4

Uma das coisas que Robin mais amava sobre Nottingham é que diferente de Londres, sempre tão cinza, ali ele conseguia apreciar o verde das florestas ao redor. A cidade era movimentada, muitos turistas circulavam por ali com intuito de conhecer de perto o lugar de origem do lendário Robin Hood. Mas, mesmo com toda agitação de um posto universitário, ele podia apreciar a natureza ao redor, principalmente agora que a primavera reinava, flores silvestres por toda parte, as árvores imponentes e gloriosas, movendo-se no ritmo da brisa fresca. 

O quintal da casa de Jhon não era muito diferente, amplo, bem arborizado e planificado com um paisagismo modesto, “arruinado” pelos brinquedos espalhados sobre o gramado e agora, enfeitado com balões, algumas decorações e mesas retangulares com grandes bancos de madeira.  

Suspirando feliz, pegou um copo com água e sentou-se em um banco ao lado de Ester. Jhon estava na frente da churrasqueira e Tuck ao seu lado, o ajudando a servir os pratos. O sol brilhava, a pequena Amanda, vestida como Marsha, corria feliz junto com seus irmãos, amigos e Will fantasiado de Urso. 

— Eles já cansaram você? 

— Blond hell Ester, você deveria ser canonizada por aguentar 3 crianças, uma gravidez e Jhon – sorrindo, ele limpou uma gota de suor que escorregou pela testa. A bela mulher deu uma gargalhada e o loiro entendeu porque seu amigo era perdidamente apaixonado por ela. 

— Você fala assim mas é apaixonado pelos meus filhos e sei que pelo meu marido também - sorrindo, ele concordou. 

— Pelas crianças sim, principalmente pela pestinha da Amanda, aquela fantasia lhe caiu perfeitamente, pois Marsha é a versão russa da sua filha. Mas Jhon, apesar de seus belos cabelos escuros, não faz meu tipo – desdenhou gentilmente franzindo o nariz. 

— Mentiroso!   

— Como vai o pequeno aí dentro? – Robin acariciou a barriga redonda, recebendo um chute do bebê. 

— Puxou ao pai, até demais, eu disse a Jhon que se esse garoto passar dos 4 quilos como o último, não vou deixá-lo sair aqui por baixo não, farei uma cesárea. 

— Teremos um outro garoto então? 

— OH GOD – ela arregalou os olhos diante da confissão – ROBIN LOCKSLEY não se atreva a contar ao meu marido!  

Ester e Jhon tinham um acordo. Só conheciam o sexo do filho na hora do nascimento. Entretanto, Robin descobriu que a gentil mulher de cabelos loiros sempre chantageava sua ginecologista até que ela lhe revelasse o gênero do bebê. 

— Eu sabia que você não resistiria e correria para saber o que era novamente. Coitado do meu amigo, o pobre homem não faz ideia de com quem casou – ele recebeu uma bela bofetada no braço pelo comentário. 

— Eu não sei porque fiz aquele acordo estupido com ele – Ester balançou a cabeça – Na primeira gravidez foi legal ficar imaginando o que seria, mas depois, tudo o que eu queria era descobrir o sexo e acabar com a ansiedade que me consumia. 

— Não se preocupe, se depender de mim ele jamais saberá - apertando seu ombro gentilmente, Robin lhe direcionou um sorriso compreensivo. 

Amanda chegou até ele ofegante, interrompendo o momento. Ela estava bastante suada, sua jardineira rosa suja com pedaços de grama pendurados. 

— Ei tio Robin, olha o que eu achei no chão perto da casinha da árvore – a pequena lhe estendeu um minúsculo passarinho.  

— Oh, ele deve ter caído do ninho – pegando o pequeno animal que piava assustado, Locksley o manteve protegido do aperto não intencional da menina – Vou acalmá-lo um pouco, depois nós vamos procurar a casinha dele e devolvê-lo a sua mamãe, ok? – Amanda concordou e ele beijou sua testa – Agora volte a brincar com seus amiguinhos e mostre ao tio Will porque nós apelidamos você de Marsha. 

A garotinha de 5 anos saiu correndo pelo quintal e Ester o encarava enternecida. Verificou o passarinho e garantiu que ele não estava machucado, enrolando-o em um guardanapo de pano que achou sobre a mesa, até que ouviu sua amiga: 

— Você é tão natural com as crianças, é um pecado que não tenha uma.  

— Minha querida, infelizmente a vida não é gentil com todos – olhando para a pequena ave prosseguiu – veja só esse indefeso passarinho, tão novo e já longe de quem ama. 

— Eu queria muito que você conseguisse superar aquela garota Robin. Não é justo que um relacionamento tão curto tenha te destruído para o amor assim. 

— A nossa história foi curta sim, mas isso não a fez menos épica.  

— Juro a você, que ainda vou encontrá-la e fazê-la se arrepender por ter sumido! 

— Eu seria eternamente agradecido se você a encontrasse, mas saiba que ainda que Regina tenha desaparecido assim, eu tive minha parcela de culpa. Fui permissivo demais com minha mãe quando tudo aconteceu, demorei muito para procurá-la, dei o espaço que me havia solicitado e quando o fiz já era tarde demais... Estava tão apavorado com a perspectiva de perdê-la, já tinha sido cruel contar sobre a suposta traição, como eu diria sobre a gravidez de Marian? Fui covarde, fugi, quando deveria ter ficado plantado na porta do quarto dela até que conseguíssemos ter uma conversa decente, e não ter dado a impressão que não me importava e a deixado descobrir sobre o bebê que nunca existiu por outra pessoa – puxando uma respiração profunda ele desviou os olhos do pássaro, olhando para o céu - eu odeio que minha última lembrança seja dos perfeitos olhos castanhos dela me fitando com tamanha decepção.  

 - Meu querido – Ester apertou sua mão e Robin a encarou – tudo o que eu quero é vê-lo feliz, você tem tanto amor dentro de si, precisa dá-lo a outro alguém. 

— O problema é esse outro alguém me fazer feliz também. 

— Você merece uma segunda chance no amor. 

— Quem? Acho impossível isso acontecer. É com Regina todas as chances que eu gostaria de ter. 

— Esqueça Regina pelo amor de Deus homem! Acho que sei como te ajudar, vou apresentá-lo a uma pessoa – a grávida sorriu esperançosa e Robin a acompanhou, porém, desacreditado. 

 

* * *

 

Aquela noite primaveril em Paris soprava uma brisa fria, deitada em sua cama, Regina digitava a senha de sua conta Netflix no televisor, Louise dormia tranquila agarrada a ela debaixo das cobertas, era tarde, fazia semanas que não parava para ver uma de suas séries e hoje faria isso. Uma pequena maratona para descobrir que tipo de artimanha Annalise Keating estaria usando para vencer seus casos e mascarar as pistas dos homicídios que a rodeavam.  

Pelos menos era o que pensava. Seu celular tocou e a foto de Emma estampou a tela, sorrindo, aceitou a vídeo chamada. 

— Boa noite Rê - a imagem de sua amiga vestida em um roupão preto surgiu diante dela. A morena não reconheceu o lugar, parecia ser o quarto de um hotel chique.  

— Boa noite Emma. 

— Cadê minha sobrinha? 

— Dormindo – a advogada direcionou a tela do aparelho para o lado e sua amiga sorriu quando viu a menina deitada abraçada a mãe – ela me deu bastante trabalho para dormir, queria um pouco de chamego, como amanhã é sábado a deixei ficar por aqui.  

— Louise é incrível, está crescendo muito rápido, parece que cada vez que eu ligo algo mudou – o telefone mostrava outra vez o rosto da morena – Mas agora me fale sobre Daniel, como andam as coisas? 

— Vamos sair amanhã para um almoço, ele vai conhecer Lou Lou oficialmente. 

— Diga para ele poupar energia, porque essa menina vai dar uma canseira nele – as duas riram e Regina acenou – E quanto a vocês? 

— Ah – Emma viu um sorriso doce aparecer nos lábios da amiga – nós nos damos bem, ele é gentil e atencioso, eu sei que ele não quer conhecer Louise apenas por obrigação e bem... ele é bonito. Tem um sorriso que me encanta e me passa segurança. 

— Pelas fotos ele parece bastante atraente... E vocês já...? 

— My Gosh Emma! Você só pensa nisso? 

— Não, mas vamos lá, o cara é bonitão e você está em uma seca GRAN-DE minha amiga, então é claro que eu quero saber se vocês já foram para cama. 

— Emma – ela bufou revirando os olhos – estamos indo com calma. Nós já tivemos alguns bons amassos, mas ainda não fomos além.  

— Você está perdendo tempo, sexo é sexo Regina, o problema é que você romantiza demais as coisas – Emma desdenhou sorrindo – No seu lugar, eu não manteria o controle com um belo francês daqueles na minha frente! 

— Eu ouvi isso Emma Swan! – uma voz masculina conhecida foi ouvida de longe por Regina que hasteou uma sobrancelha em curiosidade. 

— Não me diga que você e Kilian estão de rolo novamente? – Mills afirmou mais que perguntou. A loira acenou com a cabeça e o tórax nu do homem apareceu logo atrás, inclinando-se ele acenou para ela – Por favor, parem com isso e se casem logo! Há quantos anos vocês estão nessa? 

O casal se olhou e ela estranhou a quantidade de seriedade naquele olhar.  

— Não me diga que vocês serão pais, porque pelas caras que fizeram eu pos... 

— Não é nada disso... Aliás, agora só falta isso... – ainda sem entender ela fitava os dois rostos cismada. 

— Então o que é? 

— Ontem, depois de conseguirmos uma conciliação quase impossível com uns clientes rivais há anos, fomos comemorar no Bellagio por conta deles. Estávamos a mais de um ano sem nos vermos, eu morando em Nova York, Kilian em Las Vegas... Ficamos bêbados e acordamos com isso – erguendo ambas as mãos esquerdas, eles estavam com uma aliança singela em torno dos dedos anelares. Surpresa, Regina arregalou os olhos e sorriu. 

— Vocês estão falando sério? Ficaram noivos? 

— Ai Regina – Swan bufou – Você é tonta ou o que? – saindo da frente do celular por alguns segundos, o rosto bonito e estampado com o habitual sorriso insolente de Kilian permaneceu na tela – Nós nos casamos na madrugada, em um daquelas capelas cafonas – ela mostrou-lhe a certidão “comemorativa” que eles receberam ao saírem do local. 

— Oh Deus – ela sorriu surpresa – não sei o que dizer... 

— Nem nós – Jones se expressou. 

— Passamos o dia olhando para esse bendito papel e tentando decidir o que faríamos. 

— E... — Regina os incitou a continuar. 

— E – ele respirou olhando para sua “esposa” – queremos tornar legal. Nos conhecemos há tantos anos, sempre estivemos juntos de certa forma, nos separamos esse tempo, porém... acabamos encontrando o caminho um para o outro. 

— Acho que nos amamos – eles quebraram o olhar, ainda sorridentes e Regina do outro lado da tela lhes devolveu um sorriso repleto de sinceridade. 

— Vocês se amam, tenho certeza disso. De uma maneira estranha, mas amam. Bem... sejam felizes! 

— Nós vamos oficializar com um jantar ou uma festa pequena, ainda estamos decidindo, queremos Lou Lou como daminha e você como madrinha. 

— Claro! Ela vai adorar e eu também. 

— Vou deixar vocês a sós - Kilian falou. 

— Não sem antes ouvir o que tenho para falar diretamente com você meu senhor – Regina estreitou os olhos fixando os azuis do homem a sua frente – Se você magoá-la, se trair a confiança dela, juro que vou xeretar sua vida até achar algo que possa usar contra você e destrui-lo. 

Assustado com a mudança de tom usada pela morena ele coçou a nuca. 

— Okay, prometo fazer meu melhor. 

— Acho bom – ela sorriu satisfeita. 

— Te conheci mais boazinha Regina. 

— “O mal não nasce Jones, ele é feito!” – ela acrescentou. 

 

* * * 

 

Os meses tinham passado numa velocidade que Robin não conseguiu computar, a primavera tinha ido embora, dando lugar ao sol que brilhava irradiando calor em todo seu esplendor. Locksley tinha vindo trabalhar pela manhã, era sábado, todavia precisava terminar a defesa de um caso, cuja audiência seria na segunda logo cedo. 

O celular vibrou e uma notificação de mensagem apareceu na tela, era Zelena perguntando se o encontro deles aquela noite estava de pé. Sorrindo, ele respondeu que sim. 

A ruiva muito bonita, era prima de Ester, a pessoa que ela disse ter para lhe apresentar no aniversário de Amanda. Duas semanas depois da festa eles tinham saído pela primeira vez, a conexão entre eles tinha sido boa, nada romântico, eles mesmo perceberam isso e alguns encontros depois tinha entendido o porquê, pois Zelena também tinha perdido um grande amor alguns anos atrás, seu noivo era militar e tinha morrido em combate. 

Desde então, os dois sempre saiam juntos, com a desculpa de que se continuassem conversando e se dando bem, quem sabe um dia não conseguissem levar o relacionamento além da amizade que crescia livre entre eles. Afinal, ninguém namora o inimigo certo? Tudo começa com uma bela amizade. Era o mantra deles. 

 

* * * 

 

A tarde correu lentamente, já passavam das quatro horas quando Robin saiu do escritório, encostando no bar e encontrando Will para beber uma cerveja antes de ir para casa se preparar para seu encontro. Como sempre seu amigo fez piada com ele, lhe dando uma cartela de preservativos e lhe dizendo para fazer bom uso da mesma. 

Por volta das nove da noite, ele e Zelena entravam em um pub não tão badalado do centro, sentando-se numa pequena mesa para dois mais afastada. Afim de ter um pouco de privacidade. Com o verão em pleno vigor, a cidade estava cheia de turistas, era quase impossível encontrar um lugar que não estivesse lotado, especialmente em um sábado. 

— Você está muito bonita hoje ruivinha. 

— Você também não é de se jogar fora. 

— Estou tocado com o elogio – o par fez o pedido e continuou alfinetando-se entre goles e mordidas. 

Quando Zelena estava começando a ficar melancólica pelo vinho, Robin sugeriu que eles pagassem e fosse dar uma caminhada. Aceitando a proposta, passaram no caixa e começaram a andar pelas ruas do centro de Nottingham, a ruiva era oriunda dali, amava a cidade e sempre fazia questão de mostrar a ele algum lugar inédito, mesmo que Robin insistisse que conhecia tudo, no fim sempre se surpreendia com algo novo que tinha deixado passar. 

Sentando-se no banco de um parque, com um sorvete de casquinha na mão, a mulher o encarou, enquanto ele olhava um grupo de jovens, distraindo-se e começando a vagar por um mar de lembranças. 

— Revisitando algum bom momento? 

Acenando ele sorriu: 

— Sim Zel, sim... Isso também acontece com você? Um cheiro, uma imagem, uma situação cotidiana tão comum, como aqueles jovenzinhos se beijando a luz das estrelas ali, te reportam a um momento feliz com seu falecido noivo? 

— Sim Robin, sempre.  

— Eu e Regina amávamos observar as estrelas juntos, nosso primeiro beijo foi em uma piscina, com as estrelas testemunhando o início do nosso romance. 

— Será que finalmente eu vou ter a honra de conhecer toda sua história com a famosa Regina? 

— Você já sabe. 

— Não, eu sei o contexto geral, quero saber o que realmente aconteceu entre vocês. O que ela fez que te deixou de coração partido? – segurando seu olhar por alguns segundos, ele se sentou ao lado dela. 

— Na verdade, quem pisou na bola fui eu, nós estávamos felizes, era tudo perfeito, aliás, quase, porque minha mãe não a suportava. 

— Por que? 

— Porque Regina não tinha sangue nobre. Eu estava para receber um título da cora britânica, depois que eu me formasse tudo ia ser oficializado, eu ia ser um Lord, mas para isso teria que me casar com Marian, ela faz parte da família real, sobrinha neta da rainha. Meus pais tinham orquestrado esse casamento desde que eu era muito pequeno. 

— Oh meu Deus Robin, como um advogado simples como você tem conexões com a família real? - perguntou surpresa – E me desculpe se te ofendi com o termo. 

Sorrindo, ele deu de ombros: 

— O sobrenome Locksley te diz algo? - os olhos da ruiva se abriram tanto que suas sobrancelhas quase tocaram o couro cabeludo. 

— Caramba! Eu pensei que era mera coincidência. Você também é um nobre! Como acabou aqui? Com todo respeito, fiquei curiosa – Zelena sorriu sapeca, estimulada pela história que ela lhe contava. 

— Meus pais, em especial minha mãe, nunca a aceitou. No dia da minha formatura, ela estava estranha e um tanto emocional, Regina sempre foi insegura, Eleanor fez pouco caso dela e foi o suficiente para desencadear uma série de medos, nós tivemos um pequeno desentendimento e depois foi ela embora. Estava me sentindo péssimo, tudo o que eu queria ela era ali comigo. Bebi como um condenado a morte e só me lembro de acordar nu com Marian ao meu lado na cama. 

— Oh Deus Robin – Zelena estava boquiaberta. 

— Exatamente, essa também foi minha reação. 

— Eu decidi que contar a Regina era o melhor, não poderia manter aquele segredo entre nós. Ela ficou arrasada, me pediu um tempo e espaço para pensar, mas depois daquele dia, eu nunca mais a vi. 

— Impossível! A garota não pode ter sumido assim Robin. 

— Ela soube que Marian ficou grávida dessa noite por outra pessoa – acrescentou. 

— Puta merda! Só vai ficando pior meu amigo – a essa altura Zelena já tinha se esquecido do sorvete que derretia e sujava sua mão. 

— Depois saiu nas principais colunas sociais da cidade que eu estava noivo de Marian, minha mãe quem anunciou. Quando decidi acabar com o circo que estavam fazendo da minha vida e a procurei para explicar, ela já não morava mais no campus, tentei na casa dela, porém seu pai não me deixou vê-la.  

— Eita! Espera aí então você é pai? 

— Infelizmente não, aliás eu queria, mas não com Marian. O bebê que arruinou minha vida, nunca existiu, armação barata para me fazer casar, ainda que eu tenha deixado claro que não faria, assumira a criança, não ela. Assim que descobri, mandei Marian aquele lugar e minha mãe também, renunciei tudo, cortei ligações e saí de casa sem dizer para onde estava indo. Talvez Eleanor saiba aonde estou, pois odeia perder o controle das pessoas que ela pensa amar, entretanto, nunca veio atrás de mim. Melhor assim. 

— Eu sinto muito, perder Ethan foi extremamente doloroso, mas sua história com Regina é quase uma tragédia grega.  

— Eu sei, eu sei... 

— É difícil deixar ir quando você sente que poderia ter sido muito mais né? – a ruiva o encarou com os olhos vidrados, depois de jogar o sorvete na lixeira ao lado – Olhando para minha vida, para tudo o que tínhamos planejados, é tão injusto, eu não consigo seguir em frente, porque sempre acho que ele vai voltar, já fazem 5 anos, ele nunca voltou e infelizmente preciso me conformar que nunca vai – Robin segurou sua mão, confortando-a — O amor machuca as vezes, de uma maneira diferente, senti isso na pele tanto quanto você. 

— E como machuca Zel, eu sei que a magoei profundamente, mas esse sumiço repentino fez parecer que ela não se sentia da mesma maneira. Meu coração ficou aos pedaços, errei, me arrependi e acredito que merecia uma segunda chance, ou ao menos ser ouvido. 

— Robin a traição é algo muito doloroso, você guarda o que tem de especial para aquele alguém e saber que a pessoa que você ama, com quem dividia sentimentos, conversas íntimas e até mesmo seu corpo, não guardou isso só para você é frustrante.  

— Você tem toda razão – ele abaixou a cabeça envergonhado, mas ela pegou seu queixo entre o indicador e o polegar sorrindo. 

— Não quis dizer que foi seu caso, você errou, mas foi sem consciência e foi sincero sobre isso. Você merecia sim a segunda chance que nunca teve. 

— Eu só... Só queria saber como esquecer alguém que nunca pude deixar de amar? É uma luta constante, eu tento arrancá-la do meu peito, mas meu coração insiste em trazê-la de volta toda vez. O que eu faço? O tiro do corpo? Se eu pudesse... Ao menos amenizaria a dor. 

Um silêncio se formou entre os dois amigos. Zelena fechou os olhos e suspirou, Robin se levantou e voltou a posição de quando haviam parado ali, em pé, porém agora, de costas para ela. Lembranças traiçoeiras cercaram a mente dos dois. 

— Se você descobrir a resposta, me diga por favor, pois tenho as mesmas dúvidas... – Zelena se levantou também, encarando tudo e nada ao redor deles. 

— Eu preciso seguir em frente Zelena – ele se virou-se para encontrar seus olhos – preciso arrancar Regina dos meus pensamentos, preciso voltar a viver ou vou enlouquecer. 

— Nós dois precisamos darling, só não sabemos como. 

— E se aprendêssemos juntos? – surpresa, a ruiva inclinou a cabeça e novamente sorriu intrigada para ele, com uma interrogação desenhada em sua expressão. 

Robin se inclinou na direção dela, Zelena não se afastou, eles se aproximaram tanto a ponto de sentir suas respirações tocando as peles e quando eles iam dar o próximo passo, ambos iniciaram a sorrir. Foi uma sensação estranha, apoiaram-se um no outro, envolvendo-se em um abraço desajeitado pelo movimento das risadas, findando por sentarem novamente no banco. 

— Que fracasso meu Deus, eu não consigo nem beijar outro cara. Maldito Ethan! – disse se afastando do abraço e enxugando as lágrimas de alegria que a crise de riso trouxe. 

— Não se preocupe, Regina fez pior comigo, esse tempo todo e não transei com ninguém. Eu me sentia culpado. 

— Sério? Você está há 5 anos sem levar uma mulher para cama? – assentiu um pouco envergonhado, se não fosse noite ela teria visto suas bochechas corando. 

— Você não existe Robin... Até eu já fiz sexo com um cara qualquer, estava bêbada no dia, não deixei ele me beijar, pois para mim isso é uma ligação séria, foi só por necessidade mesmo sabe... E você aí sendo um celibatário. 

— Eu não saí muito ultimamente, principalmente em busca de prazer. Você quer fazer sexo comigo só por necessidade? – ele brincou. 

— Apesar de você ser um cara muito atraente, acho que nós já vimos que funcionamos melhor como amigos. Mas talvez, se a gente encher a cara pode ser que dê certo – sorrindo, Robin negou, a relação deles estava ótima assim, ele não queria estragar aquilo, Zelena era boa companheira e o loiro só podia esperar que no futuro, ela encontrasse sua segunda chance no amor e ele também, esperançosamente, com Regina. 

 

* * * 

 

— Mamãe! Veja o que tio Daniel trouxe para mim... – Louise correu até a cozinha com uma embalagem nas mãos. 

— Lou Lou o que eu lhe disse sobre abrir a porta quando eu não estiver por perto? – Regina repreendeu a menina. 

— Desculpe mamãe, eu só queria ajudar, sei que não devo, mas eu ouvi a voz do tio Daniel e por isso abri. 

— Tudo bem, mas da próxima vez me avise pelo menos. 

— Algum problema? – o homem entrara sorridente na cozinha. 

— Não, só estava repreendendo Louise por abrir a porta sem minha permissão – Mills se inclinou abrindo o forno e puxando o refratário com uma lasanha que deixou Daniel com água na boca, quando ela colocou o recipiente sobre o mármore ele a envolveu por trás e beijou seu ombro. 

— Não brigue com a menina Rê, ela reconheceu minha voz após a batida e por isso abriu – ele continuou distribuindo beijos pela região e a morena relaxou com o toque. 

— Mamãe você nem deu atenção ao meu presente – Louise bufou, puxando a barra de seu vestido de verão de caimento levemente rodado. 

— Desculpe querida, o que você ganhou? – ela sorriu virando-se, mas sem sair dos braços do namorado. Desembalando o pacote, os olhos azuis de Louise brilharam em extrema alegria quando ela viu a caixinha com uma maçã mordida. 

— Tio Daniel... – empolgada, ela continuava abrindo a caixa. 

— Daniel – Regina repreendeu – eu não acredito que isso é o que eu estou pensando! 

— MEU DEUS! – Louise vibrou quando o último lançamento do Ipod touch apareceu em seu campo de visão acompanhado por um headphone – e ainda são azuis AAAAAAAAAAAA... 

— Claro, eu sei que você não é uma garota que gosta muito de “rosa” – Louise correu e abraçou as pernas dele. 

— Obrigada tio, muito, muito, muito, muito obrigadaaaa – ele a ergueu do chão e beijou sua bochecha. 

— Espere só até você ver quais são os álbuns que eu me atrevi a baixar – devolvendo-a para o chão, ela ligou o aparelho e começou a mexer entretida. 

— Daniel você não deveria ter lhe dado isso. Ela só tem cinco anos! 

— Regina, por favor, eu sabia que ela queria, já vi ela te pedindo várias vezes, vamos lá, veja a alegria no rosto de sua filha. 

— Como se já não bastasse Emma, agora tenho você também para estragar minha filha – bufando um sorriso ela o abraçou – foi muito gentil de sua parte, mas este é um presente caro e eu não quero incomodá-lo, crianças são assim, pedem o tempo todo e nós precisamos aprender a dizer não. 

— Digamos que foi um presente de natal então. 

— O natal ainda está muito longe! 

— Parece que o Papai Noel se antecipou esse ano por aqui – ela bateu de leve no seu peito e bicou seus lábios no exato momento em que Lou lou encontrou os álbuns. 

— MA – ela pausou – MAE! Tem todos, você ouviu?! TO-DOS os álbuns do Coldplay – ela saltitou de um lado para o outro – Tio Dani obrigada de novo, você é o melhor! Eu queria que você fosse o meu pai – Daniel sentiu o corpo de sua namorada tensionar ao seu lado – Será que eu posso ligar para tia Emma e dizer que ela não precisa mais me dar isso de presente? — a morena apenas acenou e a filha saiu correndo pela porta da cozinha com seu presente nas mãos. 

— Me desculpe por isso Daniel, eu... – ele pegou suas mãos e a puxou para um abraço, beijando sua testa. 

— Tudo bem, quem não adoraria ser o pai de uma garotinha tão linda?! Ainda mais com a bela mãe que ela tem. Ela é só uma criança e sente falta de um pai. 

Suspirando ela o encarou. 

— Eu sei, obrigada por ser tão gentil e atencioso, Louise só tinha isso do meu pai e agora você apareceu em nossas vidas, agindo tão carinhosamente conosco e ela vê você me beijando, sendo inteligente como é eu devia imaginar que ela associaria, vou conversar com Lou Lou depois. 

— Regina, não me importo que a menina me veja como uma figura paterna, eu estou nisso a longo prazo – as batidas do coração dela aceleram, metade em alegria e a outra metade em desespero – mas eu gostaria muito de saber quem é o pai de Louise e porque ela não tem contato com ele. Não quero me apaixonar pela ideia de ter uma filha para depois tê-la arrancada de mim. 

— Eu lhe devo isso, entretanto peço que espere acabarmos o jantar e eu colocar Louise na cama, essa é uma história que mexe com minhas emoções muito intensamente. 

— Claro linda, tudo bem. 

 

* * * 

 

Regina tinha colocado Louise na cama e agora vinha caminhando pelo pequeno corredor do apartamento de dois quartos. Daniel a esperava sentado no sofá da sala, ela sentou ao lado dele e o homem se inclinou beijando sua têmpora.  

— Acho que lhe devo uma conversa, não é? – Mills o olhou e deu um sorriso sem emoção. Percebendo seu namorado respondeu: 

— Apenas se você quiser, você não me deve nada e eu não quero estragar seu humor, nossa noite foi tão agradável – ele bicou seus lábios. 

— Preciso concordar – Regina se inclinou contra ele e relaxou em seus braços – Lou lou dormiu emocionada com o presente, só pude tirar o headphone quando ela já estava bem adormecida – o casal sorriu se lembrando das reações da menina. 

Daniel decidiu começar por uma zona calma, sua namorada havia recostado em seu peito, ambos subiram as pernas para o assento do sofá e ela seguiu brincando com os dedos deles quando o moreno iniciou: 

— Porque Louise gosta tanto de Coldplay? Tem haver com o pai dela? – ela suspirou, mas percebeu que era uma ótima forma de contar sua história e sorriu quando boas memórias vieram a sua mente. 

— Talvez eu seja a maior culpada – ela riu novamente – sempre amei a banda e por coincidência ou não, o pai dela também. Acho que conhecíamos todos os álbuns, podíamos ouvi-los por horas sem enjoar, passei minha gravidez inteira escutando e depois que ela nasceu, era só eu por uma música que Louise se acalmava, os anos foram passando e ela só foi ficando mais apaixonada, como você pode comprovar. 

— Sim – os lábios dele se esticaram em um riso enquanto se lembrava da reação da menina ao perceber as músicas no Ipod – E como você conheceu o pai dela? 

— Apesar de ser sexta-feira, eu era um pouco nerd, ia ficar em casa estudando, tinha feito um intercâmbio em Paris por algum tempo e tranquei a faculdade por um semestre. Com conteúdo de sobra para pôr em dia somados as provas e seminários eu não pensava em outra coisa, mas minha colega de quarto insistia em me arrastar para uma festa – ele gentilmente a interrompeu.  

— Deixe-me adivinhar... Essa amiga era Emma? – Regina sorriu confirmando. 

— Sim Dani, ela mesma. A festa era na irmandade onde o pai de Lou Lou morava, ele já era um veterano do último ano de direito, adorava dar festas e curtir a vida, tinha dinheiro e esbanjava como podia. 

— Não acredito que minha garota esperta foi se apaixonar logo pelo playboy? – ele brincou. 

— Eu achei que ele era mais que isso sabe? Porém eu vi o quanto estava enganada – um sorriso aguado apareceu tão rápido quanto sumiu de sua face –  Nós nos conhecemos ali naquela festa, ele era divertido e muito bonito, me chamou para sair e eu lhe dei meu número de telefone, trocamos mensagens e no sábado da outra semana fomos ao nosso primeiro encontro. As coisas entre nós aconteceram muito rápido, nunca tinha me apaixonado daquela maneira antes. Não era uma garota boba, mas era uma garota cheia de sonhos, nós dois na verdade. Éramos muito novos e não pensávamos nas consequências, eu não era experiente, Robin foi meu primeiro e único homem, não podia imaginar que uma coisa como aquela – ela apontou na direção do quarto da filha e sorriu – pudesse acontecer comigo, quando de repente, “BUM”, eu me descobri grávida... Nós tivemos momentos incríveis, fomos felizes – ela fechou os olhos, grata por ele não poder ver a expressão em seu rosto ao reviver algumas das doces lembranças que tinha com seu antigo amor, uma corrente elétrica passou por seu corpo, a traindo e revelando o quanto tudo ainda era muito forte para ela – Entretanto, como tudo tem um porém, a mãe dele me odiava, tinha certeza eu era uma golpista... Isso já era para me ter feito desconfiar que não daria certo. 

— Então ele descobriu e achou que você era mesmo uma golpista e por isso não assumiu a menina? 

— Não, a confusão é bem maior. A família tinha arranjado uma noiva para ele. Haviam sido prometidos desde crianças. 

— Isso é sério? – Daniel perguntou desacreditado. 

— Sim, patético e arcaico. No fim, Robin e eu tivemos uma pequena discussão, ele bebeu e levou a dita noiva para cama. 

— Minha nossa Regina! – exclamou surpreso. 

— Eu fiquei arrasada quando ele me contou, me senti sem chão, vi todos os sonhos que havia construído com ele irem pelo ralo, tinha planejado contar sobre o bebê aquele dia... Nós estávamos noivos quando tudo isso aconteceu. 

— Sinto muito linda – o homem se curvou-se até alcançar a cabeça dela e beijar seus cabelos, acariciando seus braços. 

— Eu o mandei embora do meu quarto e da minha vida, só que Emma me fez ver que ele havia errado sim, porém merecia uma segunda chance ou ao menos saber sobre nosso filho. Eu ponderei e no fim concordei, afinal tínhamos que decidir como faríamos. Marquei uma conversa e adivinha quem ele mandou no lugar? A mãe e a “noiva”. Elas foram lá para mandar um recado dele, de que nosso compromisso terminava ali porque ele seria pai, mas do filho de Marian. 

— Oh chérie, eu sinto muito – ele a abraçou mais forte, virando-a em seguida para poder encará-la e ouvir o final da história. 

— Eu nem contei sobre o meu bebê... para que?! Depois de alguns dias a mãe apareceu no meu quarto, me falou coisas horríveis, perguntou quanto eu queria para me livrar do “problema que eu tinha arrumado”, que já tinha feito aquilo outras vezes em nome de Robin. 

— Regina – ele a fixava surpreso – então o pai de Lou Lou não sabe que ela existe? 

— Não – respondeu insegura fixando o olhar em seus dedos – depois do episódio com a mãe de Robin, contei aos meus pais que mesmo não estando felizes em ter a filha de 20 anos grávida, me ajudaram com tudo, inclusive me sugeriram a mudança para Paris e também me fizeram prometer que eu não manteria contato com Robin. 

Daniel permaneceu em silêncio por alguns segundos, apenas observando-a e processando a história, muito chocado e tentando absorver tudo o que ela lhe contara. Certamente estava compadecido por todo sofrimento ao qual sua namorada tinha passado, porém, sabia que era injusto alguém não saber que tinha um filho, era direito daquele homem.   

— Regina – a voz dele saiu tão suave naquele momento que parecia um acorde musical – eu imagino o quão doloroso foi tudo pelo qual você passou, ninguém merece ser enganado assim, mas meu amor – erguendo o belo queixo dela, ele segurou seu olhar – você não acha que esconder Louise do pai foi um erro?   

— Eu penso nisso sempre, principalmente pelo fato de que em alguns anos, a desculpa que eu uso vai se tornar insustentável, eu... eu não sei o que fazer – Daniel conseguiu ler todo medo dentro dos olhos castanhos que o olhavam apreensivos. 

— Por que você não o procura? 

— Porque se passaram 5 anos e eu não sei nada sobre ele! Além de que ele se mudou para a Inglaterra e tem outra família. Eu não quero ver isso. 

— O que você não quer ver? - Daniel perguntou confuso.  

— Dani... – Regina suspirou segurando as lágrimas – por mais cômico que pareça, vê-lo feliz com uma família vai acabar comigo... Um pouco antes de vir embora, eu tinha aquela pequena chama de esperança de que Robin faria algo, de que viria até minha casa me procurar, ou pararia o avião como naqueles filmes românticos estupidos – balançou a cabeça por imaginar tamanha bobagem – Eu o amava e não podia acreditar que ele havia brincando comigo daquela maneira, que havia desistido de mim, de nós e do futuro que planejamos pelo conforto que a família lhe oferecia. Ele tinha prometido que renunciaria tudo por mim e acabou escolhendo o caminho mais fácil. 

— Realmente sinto muito por tudo o que ele fez você passar linda, ele foi um covarde – encarando-a, ele segurou as laterais do seu rosto e trancou seus olhares – mas também acho que seria bom você começar a pensar em procurá-lo para falarem sobre Lou Lou – ela tentou desviar seus olhares, entretanto, Daniel não deixou, pois tinha algo a acrescentar – preciso que você saiba que não precisa fazer isso sozinha se não quiser. Eu estarei contigo, pois tudo o que mais quero é um futuro ao seu lado. 

— Você sabe que um futuro comigo inclui uma garota de 5 anos de gostos caros, não é?! – Regina descontraiu, pois, a conversa estava tomando um rumo perigoso. 

— Vale a pena, vocês duas valem qualquer esforço. Eu tenho 33 anos Regina e a ideia de ser uma figura paterna não é mais algo distante. 

 - É muito bom saber disso – ela envolveu os braços pelo pescoço dele e o beijou rapidamente – mas eu peço para irmos devagar e ver aonde chegaremos, ok? 

— Se é assim que você quer tudo bem – ele pegou uma de suas mãos e beijou o dorso, fazendo carinho com o polegar em seguida – todavia eu sei exatamente para onde desejo ir – a veracidade das palavras dele a atingiram e ela suspirou. 

— É muito cedo para você dizer essas coisas e me fazer promessas Daniel, temos só alguns meses juntos... 

— Eu preciso confessar algo... – sorrindo ele buscou novamente os enfeitiçantes olhos castanhos que ela possuía – Eu a amo Regina, realmente a amo, desde quando coloquei meus olhos em você eu fiquei encantado, não me importo que te amar me traga uma linda garotinha de olhos azuis, seria um presente e não um fardo. 

— Eu... eu não sei o que dizer – ainda chocada com a declaração, Regina se questionava a respeito do que sentia. Ela estava atraída pelo charme e bondade dele, com certeza. Mas já tinha evoluído para amor? “Oh céus!”. 

— Você não precisa dizer que sente o mesmo se não sente. Eu entendo – ele entendia, porém, agora que sabia que talvez ela não correspondesse à profundidade do sentimento dele pelo que sentia por outro cara, não podia negar que o ferira um pouco. Se afastando ele beijou a cabeça dela – É melhor eu ir, já está ficando bem tarde – Daniel conseguiu sorrir e levantou-se do sofá, Regina continuava atordoada em seus pensamentos, tentando reagir de alguma maneira – Tchau minha linda – o homem caminhava em direção à porta da sala quando a ouviu chamar seu nome. 

— Dani – a morena estava de pé em frente ao sofá, os olhos dela estavam vidrados e ele internamente se amaldiçoou por talvez ser o culpado das lágrimas dela. Parado há poucos metros de distância ele a esperou falar alguma coisa – Me desculpe, eu lhe disse que essa história bagunçava minhas emoções, Robin me fez tantas promessas e o não cumprimento delas me magoaram muito, eu aprendi a me blindar. Ainda estou aprendendo a amar de novo, seja paciente comigo, por favor. 

Quebrando os passos que os distanciavam ele mais uma vez segurou o rosto dela entre suas mãos, os polegares limparam duas lágrimas que desceram pelas bochechas, os olhos dele sorriam tanto que afastou o medo que ela sentiu de quase o perder. 

— Eu esperarei o tempo necessário, como eu disse, eu entendo – ele deu um beijo na testa dela e se despediu novamente – Amanhã eu venho buscar você e Louise para darmos uma volta no centro, pode ser? – Descendo as mãos do rosto dela, ele se afastou, despedindo-se uma última vez com um selinho. 

 

“Há rumores sobre esse outro cara 

Você faz o que fazia quando estava comigo? 

Ele a ama como eu amava? 

Você se esqueceu de todos os planos que fez comigo? 

Porque, amor, eu não esqueci” 

That should be me 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O Robin é muito apaixonado né? Ai filho, pq tão gado assim? hauahua A Regina também é apaixonada por ele, está tentando com Daniel, mas o coração ainda bate forte pelo loiro. Gostaram da Zelena? Esse foi um capitulo de transição, logo, logo esse reencontro sai. A propósito... Alguém tem um palpite? Como vcs acham que vai ser?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Segredo Entre Nós" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.