Um Segredo Entre Nós escrita por Emma


Capítulo 14
Quando continuamos insistindo em trilhar caminhos separados


Notas iniciais do capítulo

Eis aqui um capítulo onde começamos a ver o desenrolar do relacionamento de Robin e Lou Lou, e como está sendo essa nova dinâmica para Regina e ele. Falando nela, a advogada tá muito perdida sobre o que realmente tá sentido e o fato de não querer magoar Daniel. Sei que é ruim ler sobre outras duas pessoas numa fic OQ, mas eu tento me aproximar da realidade e na vida real funciona assim... Deixo vcs com a leitura agora ☺️



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“Eu não quero acabar com isso, não quero perder o controle, eu só quero ver as estrelas com você... Eu não quero dizer adeus, alguém me explique o porquê? Eu só quero ver as estrelas com você...”

The fault in our stars – Troye Sivan

 

 

Quando Robin saiu de casa aquela manhã se surpreendeu com o tempo. O céu estava limpo, quase sem nuvens e ostentava um sol brilhante. Estava frio, claro, afinal já estavam no fim do outono e era Nottingham. E convenhamos, quando não fazia frio na Inglaterra?! Por isso, quando o sol aparecia assim, quase como se sorrisse para eles, era sempre bem recebido. Principalmente depois da chuva que o recepcionou quando chegou em casa tarde passada e perdurou até noite alta.

Ele era uma mistura de melancolia e alegria, um contraste que o fazia rir de si próprio. Pensar em Louise o deixava assim. Alegre pelo simples fato dela existir e ser sua. E triste por ela estar a muitos quilômetros de distância e não poder abraçá-la um outra vez. Então, quando foi recebido por aquele clima tão cinza e bucólico, foi impossível não se sentir embalado pela tristeza. Partiu direto para casa combinando com David em vê-lo pela manhã seguinte no escritório. Precisava ficar um pouco sozinho.

Depois de tomar um banho quente, passou pela sala e pegou seu violão. Estava até desafinado pelo tempo que o havia deixado de lado. Começou tocando alguns arranjos aleatórios, depois mudou para melodias de canções que gostava e sabia de cabeça, quando se viu, estava com o caderno de composições aberto, escrevendo o que saia do coração quando sua mente viajava para sua filha. Era impressionante, fluía tão facilmente. Era uma coisa boba, mas foi o jeito que achou de deixar brotar seu amor. 

Olhando o que tinha escrito no papel, deixou seus dedos escorrerem pelo instrumento em busca de uma melodia que se encaixasse com o que estava sentindo. Ensaiou algumas vezes, satisfeito com o resultado. Talvez um dia cantaria para ela. Ficou ali, observando a chuva que caia pela varanda. Não era forte para ser considerada uma tempestade, mas era constante e intensa o suficiente para molhar quem se aventurasse sem um guarda-chuva. Sua mente viajou para Regina. Aquela sensação, era um pouco como se sentia. Seus sentimentos por ela estavam uma bagunça, mas já não era a tempestade desfreada do dia anterior. Ele ainda a amava, porém, ela tinha seguido em frente. Só o pensamento o destruía, porque seu amor continuava ali, constante, intenso, com a única diferença que não terminaria ao raiar do dia como aquela chuva. 

Antes, quando pensava nela, as sensações eram as melhores, agora, elas vinham trazendo dor. Mesmo que a tivesse perdoado, tinha certa mágoa. Estava ferido pela omissão de Louise, ainda que entendesse que tinham sido vítimas de uma armação cruel. E tinha o fato de Regina estar com outro. Não tinha direito, todavia, para ele, foi como descobrir uma traição. Queria tanto poder arrancar tudo o que sentia de dentro dele, porque seria difícil voltar para Paris, para sua filha e ver o francês engomadinho interagindo com elas como se aquele fosse seu lugar.

Ele se pegou escrevendo outra vez em seu caderno, testando outra melodia com a letra que havia escrito. Traduzia perfeitamente seus sentimentos por ela, o que aquela situação lhe passava e no fim, se sentiu um pouco melhor. A música sempre foi sua válvula de escape, quando tudo estava um caos, era para lá que ele corria e se liberava. Violão, o canto, o piano... Ah! Quanta falta sentia do seu piano. Ele precisava comprar um novo. Talvez um teclado, algo para voltar a tocar. Ele adorava, era uma coisa que fazia desde muito novo.

Ah Regina... Você me magoou tanto que eu não consigo entender como ainda posso te amar da maneira que amo! Juro que não queria mais sentir o que sinto, pois preciso deixar você ir... Nós dois... eu e você... não podemos mais acontecer, não depois de tudo... eu só... preciso aceitar isso e seguir em frente também.

Puxando uma respiração profunda, o loiro se levantou e fez um chá, enquanto a água fervia ele respondeu algumas mensagens de seus amigos, informando que só apareceria no escritório pela manhã. Um pouco antes do sol se pôr, estava se sentindo melhor, tinha voltado para o violão, entrado em uma vibe mais alegre e tocado Coldplay. Aquilo sempre levantava seu astral. Entretanto, seu humor só melhorou de fato quando ligou para Louise aquela noite. Ela estava tão feliz em falar com que automaticamente se sentiu bem. Aquela garotinha tinha poderes mágicos, constatou. Não era possível que não houvesse. Sorriu.

Eles conversaram por mais de uma hora, ela lhe contou tudo sobre seu dia na escola e depois com a babá, sobre o jantar delicioso que sua mãe tinha preparado e até a cor do pijama que ela tinha vestido. Robin ouviu atentamente, fazendo seus comentários e dando atenção a cada pequeno detalhe. Quando ouviu Regina informar que já era hora da pequena dormir, se despediram e desligou se sentindo mais leve. Acabou indo se deitar também e não muito tempo depois pegou no sono.

Pela manhã, abriu as janelas vendo que não havia nem resquícios da chuva da noite anterior, assim como de seu mau humor, tudo indicava que o dia seria lindo. Enquanto caminhava pela calçada, selecionou uma playlist indo em direção a garagem, depois olhou novamente para o céu. Era um insulto à natureza não aproveitar aquele clima e como sua casa não era tão longe do escritório, resolveu caminhar. Colocou os fones de ouvido e foi rumo ao seu local de trabalho.

Bons 20 minutos depois, Locksley abriu a porta do escritório distraído, cantarolando a estrofe de um dos sucessos de Stevie Wonder:

“Isn’t she pretty? 

Truly the angel’s best, 

Boy, I’m so happy...”

 

Estava tão envolvido com o que cantava que não percebeu todos os adornos pendurados no hall de entrada, só deu por si do que estava acontecendo ali quando ouviu em uníssono um:

— SURPRESA!!! – Jhon se apressou em ir até ele dando-lhe um abraço e dizendo:

— Parabéns para o mais novo papai do grupo! – Robin rapidamente tirou os fones e olhou ao redor. Todos os seus amigos estavam ali. Zelena e Ester inclusas. Tinha uma faixa de It’s a girl rosa com uma das fotos de Louise que havia enviado a ruiva no dia anterior, comida, bebida variadas, inclusive um champanhe que Will tinha estourado assim que ele entrou, presentes e mais alguns enfeites espalhados. 

Buscando o olhar da ruiva, ela sorriu dando de ombros, não lhe restaram dúvidas de que aquela adaptação de chá de bebê tinha sido ideia dela. Todos os outros vieram na sua direção e lhe deram um abraço múltiplo desajeitado e cheio de carinho, Robin sorriu feliz. Era muito bom tê-los.  Eles eram sua família, seu suporte.

— Pessoal, muito obrigado – agradeceu emocionado.

— Não chore e nem agradeça, os presentes são para nossa sobrinha – disse Zelena colocando um pãozinho doce na boca. O loiro riu.

— No final das contas, acabamos nos tornando pais juntos hein companheiro?! – acrescentou Will enquanto lhe servia uma taça do champanhe.

— Não são nem mesmo nove horas da manhã e você já está influenciando todos a beberem Scarlett?! – brincou Robin pegando a taça e agradecendo seu amigo.

— Que bela surpresa você nos trouxe em bonitão? – Ester lhe deu um abraço apertado, o melhor que conseguiu com sua enorme barriga.

— Você não imagina o quão surpreso eu fiquei minha cara – respondeu beijando sua bochecha e acariciando a barriga dela.

— Eu não posso nem mesmo imaginar como você deve estar se sentindo – acrescentou complacente, afagando seu ombro – Isso tudo é simplesmente uma loucura!

— Sim – concordou soprando uma risada – não me peça para explicar pois eu não teria como – desviou o olhar dela e mirou em direção a foto de sua filha na faixa pendurada na parede – mas quando me lembro do sorriso daquela garotinha ali, simplesmente percebo que independente do modo, ganhei na loteria.

Ester concordou com um aceno e passou a olhar para a imagem também, sorrindo em seguida.

— Ela é linda! Posso ver muito de você nela. Não tanto na aparência, porém, ela tem seu brilho, a sua essência, ela sorri com os olhos como você – Robin sorriu orgulhoso.

— Obrigada Ester, eu certamente estou apaixonado. Não sei como consegui deixá-la, meu coração ficou em Paris.

— Quando vai traze-la para que possamos mimá-la como se deve? – a ruiva pediu se intrometendo entre sua prima e seu amigo.

— Verdade! Amanda vai ficar feliz com uma nova amiguinha.

— Em breve. Ao menos eu espero, pois primeiro devo conversar com Regina a respeito e deixar com que Louise se acostume mais comigo.

— Claro, você tem razão. Nós só estamos ansiosos para conhecê-la.

— Logo, logo ruiva – piscou para ela, virando para a grávida e perguntando – e o pequeno aí dentro, quando vem?

— A qualquer momento. Já deveria ter nascido, porém o baby número quatro aqui está mostrando que será pior que Amanda. Eu tive falsas contrações duas vezes e fui parar no hospital, mas nada do bebê sair.

— Impossível uma criança mais pestinha que Amanda – os três sorriram com a colocação da ruiva. Era verdade. Se existisse, coitado dos pais.

A atenção deles foi voltada para Jhon, que havia uma taça de champanhe nas mãos e com um garfo, iniciou a fazer um rumor como de um sino. Robin fitou Ester que revirou os olhos, comentando que seu marido estava sempre pronto para discursar em qualquer ocasião e ele só não pegava o título de mais emocionado por causa de Locksley.

O loiro ia refutar quando foi convocado pelo grandalhão a tomar lugar ao seu lado e os outros dois amigos advogados se juntaram a eles. Jhon falou que agora todos eles eram homens de família, que a filha dele tinha chegado de surpresa, mas já era tão querida quanto qualquer uma das outras crianças e que estava muito feliz pois todos cresceriam juntos, e finalmente, que esperava que eles fossem tão amigos quanto eles eram. Quando terminou, Robin quis sorrir, porque assim como tinha constado Ester, ele estava com os olhos banhados. Era mais emocionado que seu amigo de fato.

Estava agradecendo o moreno quando Ester soltou um suspiro surpreso alto. Todos olharam para ela que segurava a barriga. O chão estava molhado. Sua bolsa tinha rompido. Jhon correu até ela animado. Todos os outros se olharam e riram juntos, aquilo certamente era algo que aconteceria em uma festa deles.

 

* * *

 

 

O mês tinha passado muito rápido, talvez fosse porque ela teve muitas coisas para resolver no escritório ou porque o tempo simplesmente voava como um pássaro livre pelo céu. O caso contra a firma de Robin estava suspenso a pedido da própria senhorita Blanchard, que havia prometido ao sr. Nolan não seguir com o processo até visitar o centro. Ela então se concentrou em outro caso, que devido a uma série de recursos estava perdurando além do esperado. E, durante aqueles dias que sucederam o encontro de Robin com Louise, ela tinha assistido a crescente interação entre pai e filha feliz. Eles estavam se dando muito bem, a cada nova vídeo chamada sua filha ficava ainda mais encantada pelo pai e era maravilhoso testemunhar aquilo.          

Como prometido, ele veio em todos os fins de semana. A pedido de Louise e aconselhada por sua terapeuta, ela esteve presente nos primeiros passeios deles, levando-os pelo centro, em alguns parques e deixando que Lou Lou lhe apresentasse cada um dos seus lugares favoritos em Paris.

Era estranhamente satisfatório estar com eles, porque no fundo de seu ser, ela podia ouvir seu coração palpitando, lhe dizendo, batida após batida, que era assim que deveria ser, que Louise e Robin eram o par que comporiam sua família. Porém, não. Não podia ser! Pois, ela e Locksley não existiam mais, eles ficaram no passado. E todas as vezes que pensava assim, se sentia mal, porque se lembrava de Daniel. Ele estava lidando com tudo tão bem, sendo compreensivo e oferecendo todo o apoio disponível. Todavia, o que fazer com seu coração? Que insistia em traí-la e voltar-se para Robin? 

Tudo tinha se tornado ainda mais intenso após aquele mês, em vê-lo todo aquele tempo e gastar finais de semana saindo com ele, conhecendo-o novamente e recordando-se do ser humano incrível que ele era, descobrindo seu lado paterno, sua atenção, carinho e cuidado com a filha deles... era só... era demais. Estava em meio a um cabo de guerra, uma disputa incessante. Seu coração a puxava na direção de Robin como se houvesse qualquer sinal de que ela encontraria abrigo nele uma outra vez. Já sua mente lhe afirmava que seu namorado era a escolha certa, ela já tinha um refúgio ali, porque trocar aquilo que era tão confortável quando Robin já tinha deixado claro que a única ligação entre eles era Louise? Porque mesmo ainda insistia em pensar nisso?                                             

Então, quando Daniel perguntou se naquele fim de semana ela gostaria de ir ao interior de Paris com ele para conhecer sua mãe, Regina finalmente aceitou. Já havia combinado com Robin na sua última visita, que da próxima vez seriam só ele e Lou Lou. Sentia que ambos estavam prontos e mereciam um tempo apenas deles. Uma vez que sua filha estaria bem cuidada, por que não? 

Ela tinha passado a semana ansiosa e aflita. Como seria recebida por aquela senhora? Daniel lhe garantiu que não tinha o que temer, eles eram gente simples e seu interesse era apenas apresenta-las. Mesmo assim, a ânsia lhe roubou o sono aqueles dias. Enquanto terminava de empacotar algumas coisas da filha na mochila para o dia com Robin, seu namorado a abraçou por trás:

— Precisa de ajuda com alguma coisa? – ela sorriu para ele e depois deu uma olhada na lista, verificando os itens.

— Falta a escova de dentes de Lou Lou, você poderia pegar para mim por favor?

— Claro. Volto em um segundo amour.

— Obrigada – Regina continuou organizando tudo na bolsa quando Louise apareceu sentando-se ao seu lado na cama com uma carranca aborrecida muito divertida.

— Robin ainda vai demorar muito para chegar?

Regina sorriu condescendente, passando o dedo carinhosamente entre seus olhos, desfazendo o franzido que ali estava.           

— Baby, seu pai pega um avião para chegar aqui, pode ser que atrase um pouco. De todo jeito, ele ainda tem 20 minutos antes do horário combinado. Um britânico é conhecido por sua pontualidade filha. Daqui a pouco ele chega – ela piscou encostando sua testa a da filha, deixando um beijinho ali. Daniel entrou no quarto segurando a escova e ela a pegou agradecendo-o e colocando-a dentro uma necessaire com outros produtos. A campainha tocou e Lou Lou deu um salto, correndo até lá.

— Robin! – ela se jogou nos braços dele que a recebeu de bom grado, jogando sua bolsa de viagem no chão e tomando-a em seu colo – finalmente você chegou! Eu estava com tantas saudades! – a menina continuou agarrada ao seu pescoço, deixando um beijo em sua bochecha e recebendo outro em troca.

— Eu também estava morrendo de saudades suas lindinha! Pronta para o nosso dia inteirinho juntos? – Louise balançou a cabeça veementemente.

— SIM! – vibrou – Você vai me contar agora aonde vamos? Ou ainda é uma surpresa? – Regina apareceu na porta, sorrindo para a cena diante dela. Seu olhar encontrou o dela, devolvendo o sorriso. Ela estava vestindo jeans e uma camisa social branca e ainda sim parecia... incrível! Quantas vezes ele ainda ia se impressionar com o quão linda ela estaria cada vez que ele chegasse para buscar Louise?! Quantas vezes ele ainda conteria a vontade de dizer aquilo a ela? Talvez hoje não fosse um daqueles dias. As palavras: “você está deslumbrante” estavam escapando de seus lábios, quando o namorado dela apareceu um pouco atrás, lhe oferecendo um aceno e sorriso simpático ao qual ele quis revirar os olhos. Mas se apegando a sua educação britânica, ele acabou retribuindo.

— Olá Regina – cumprimentou ainda mantendo a filha no colo.

— Oi Robin – ela acenou, depois se afastou indicando o homem atrás dela – Você se lembra de Daniel? 

— Hey, como vai?

— Tudo bem e você? 

— Melhor agora que estou com minha princesinha – Louise enrubesceu reforçando o abraço que dava no pai.

— Ela estava contando os minutos para você chegar também – Mills acrescentou divertida.

— Você ainda não me disse aonde a gente vai... – Louise chamou a atenção do pai, querendo roubar a surpresa que ele estava mantendo dela toda a semana.

— Ok senhorita curiosa, vou apenas te dizer que é um parque de diversões – o loiro fez mistério.

— Ah! Já sei, é a Disneyland Paris! Eu e mamãe já fomos lá com tia Emma – bateu palmas empolgada pela ideia de voltar ao seu parque preferido.

— Nope! Não é para a Disneyland que vamos Lou Lou. É um outro lugar – ele sussurrou em seu ouvido – que eu particularmente acho mais legal – ergueu as sobrancelhas nada modesto e Regina sorriu revirando os olhos – Bem, acho que podemos partir agora. 

— Sim, claro – Regina lhe estendeu a mochila e ele pegou colocando-a sobre um ombro – Qualquer recomendação?

— Não, sei que ela está em boas mãos – a morena lhe ofereceu um sorriso gentil e ele o devolveu. E como se recordasse de algo, adicionou – Só não caia nas histórias dela – apontou para Louise e estreitou os olhos para a mesma – e lhe dê tanto açúcar, ou essa noite ela fica com você! Ligue qualquer coisa, estaremos há quarenta minutos daqui se precisarem.

— Não deixarei essa senhorita me ludibriar – garantiu também espreitando o olhar para a menina que lhe deu um sorriso doce em troca. Sua linha de durão acabou-se em dois segundos. Regina suspirou balançando a cabeça divertida. Ele era caso perdido quando a filha fazia olhar de cachorrinho pidão – então não se preocupe com o açúcar. Se precisar eu ligo com certeza. Até mais tarde e façam uma boa viagem.

— Obrigada, vocês também – encarando Louise pediu – Agora venha aqui e dê um abraço na sua mamãe – ela abriu os braços, se ajoelhando e Lou Lou desceu do colo de Robin, lançando-se no abraço da mãe – se comporte e seja obediente com seu pai. Sentirei sua falta cada segundo que estivermos longe.

— Eu também mamãe. Te amo! – Louise beijou a bochecha dela.

— Eu te amo mais! – Regina distribuiu beijos pelo rostinho dela, mantendo-a um pouco mais no seu abraço. Por mais que confiasse que Robin era perfeitamente capaz de mantê-la segura, seu coração estava apertado em se separar dela. Seria a primeira vez desde que ela nasceu que estariam tão distantes uma da outra – Agora vai meu amor, seu pai está te esperando e não quero roubar nenhum minuto desse dia especial que ele preparou para vocês.

Louise mirou Daniel, que assistia tudo como um coadjuvante daquela história. Ele nunca se intrometia, sabia que não era seu lugar. Seu único objetivo ali era dar apoio a sua namorada e a menina, que veio em sua direção. Ele rapidamente se abaixou para ficar da altura dela:

— Tchau tio Daniel – começou a falar francês, o abraçando e depois sussurrando – cuide bem da mamãe pra mim,  bom? 

— Pode deixar Lou Lou. Tenha um bom dia com seu pai. 

— Merci!

 

 *  *  *                                                   



Locksley tinha alugado um carro no aeroporto mesmo, depois de acomodar Lou Lou na cadeirinha e garantir que o cinto estava bem travado, foi para o banco do motorista, programando o GPS na rota do parque. A garotinha observava tudo atenta, tentando pegar uma pista do local para onde estavam indo.

— Tudo certo filha? – ele virou-se para observa-la.

— Sim papai! – Robin sempre se emocionava quando ela o chamava assim. Louise ainda estava se acostumando e usava muito mais seu nome que a palavra “papai”. Mas quando a usava, seu coração se aquecia como na primeira vez.

— Quer escolher a trilha sonora da nossa pequena road trip?

— Eu tenho a playlist perfeita no meu Ipod – ela alcançou sua mochilinha menor que havia portado com alguns itens pessoais, brinquedos e seu eletrônico, selecionando a dita playlist e dando-o ao pai.

Robin observou. Eram músicas realmente boas, a maioria Coldplay. Ele riu, comentando:

— Você é minha filha mesmo. Ótima escolha!

Louise sorriu orgulhosa, pedindo:

— Aperta o play e pé na estrada – ele teve um flashback nostálgico ao ouvir as palavras da menina. Lembrando-se de suas viagens de final de semana com a mãe dela na época da faculdade. Era exatamente isso que ela dizia quando eles estavam acomodados no automóvel. Ele suspirou espantando a memória e dizendo a filha:

— Seu pedido é uma ordem senhorita Mills-Locksley! – ele pegou seu Ray-ban no compartimento onde o havia deixado, colocando-os. Sem ver que Louise havia feito o mesmo em um movimento sincronizado ao seu, liberando a música em seguida. Deu partida e se preparou para sair do estacionamento, dando uma olhada para a filha pelo retrovisor. Sorriu ao ver que ela também usava um par de óculos de sol e balançava a cabeça no ritmo da melodia de Adventure of a lifetime. Ele adorava aquela menina. Da cabeça aos pés. A cada novo encontro, ele se apaixonava por algo de diferente. Lou Lou era incrível e ele se sentiu tão abençoado por ser o pai dela, que estava ali, encarando-a pelo retrovisor como um bobo.

— Tudo bem Robin? – ele sacudiu a cabeça, rindo de si próprio.

— Tudo bem sim princesa. Pronta?  

— Yeah! – a garotinha levantou os dois braços para cima e logo em seguida a primeira estrofe soou – eu amo essa!

— Eu também! – Robin comentou e os dois começaram a cantar o verso seguinte juntos:

 

“Turn your magic on — to me she'd say

Everything you want's a dream away

Under this pressure, under this weight

We are diamonds...”

 

E assim a viagem seguiu. Com pai e filha felizes cantando a playlist inteirinha juntos, rindo e se divertindo. Quando enfim chegaram a sua destinação, quarenta e dois minutos depois, Lou Lou vibrou feliz ao ver a entrada do parque já do estacionamento.

— Robin, você acertou em cheio! Eu amo esse desenho, vi o filme com a mamãe e não sabia que tinha um parque aqui.

— Eu adorava Asterix e Obelix quando tinha sua idade. Pensei que poderia ser uma boa ideia, fico feliz que você tenha gostado Lou Lou.

— Eu amei! Obrigadinha – o loiro se apressou em tirá-la da cadeirinha e pegar tudo o que fosse necessário. Inclusive a autorização que Regina o havia dado para poder circular com a filha sem problemas. Precisava colocar como prioridade o reconhecimento de paternidade de Louise, facilitaria tudo. Conversaria com a morena quando voltassem. Locksley a colocou sentada em seus ombros, assim ele não corria o risco de perdê-la em meio aquela multidão de gente.

— Pronta para uma nova aventura ao lado do seu papai?

— Sim! – Robin levantou a mão e juntos eles fizeram um “high five”, selando mais um novo capítulo da bela história que estavam construindo juntos. 


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Sei que foi um capítulo pequeno, mas é pq estou iniciando a transição para essa nova parte da fic, que tbm já aponta para o desfecho. Queria também mostrar um pouco do desenvolvimento da relação de Robin e Louise, já que sei que é pelo qual vcs tanto aguardaram. Espero voltar logo com mais deles pra vcs. No próximo iconheceremos a mãe de Daniel, ela é um amor abrirá os olhos de Regina pra muitas coisas... Até a próxima e não deixem de me dizer o que acharam. Beijos



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