Sky full of Stars escrita por Eyerelix


Capítulo 2
Eu te darei o meu coração


Notas iniciais do capítulo

EU NEM ACREDITO QUE TERMINEI A TEMPO! Pensem em alguém que passou o dia inteirinho finalizando a história, essa foi eu. Espero que vocês gostem, eu queria ter aproveitando um pouco melhor o plot, mas o tempo era curto e eu creio que fiz o melhor possível. Quem sabe mais pra frente não sai aquela long contando toda a história deles até aqui?



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    — Por que elas andam em bandos? — Naruto perguntou, irritado, enquanto olhava para o grupo de garotas que conversavam alegremente sobre o baile de inverno, que estava cada vez mais perto. — É sério, como é que eu vou ficar sozinho com uma tempo suficiente para convidá-la para o baile de inverno?

    Sasuke revirou os olhos e continuou lendo o livro sobre criaturas marinhas que havia pegado naquela manhã na biblioteca. Sabia que Hinata, que estava entre as meninas que conversavam perto deles, não queria pedir sua ajuda diretamente, mas o Uchiha não conseguia evitar ajudá-la. 

    — Achei que você iria convidar a Sakura. — Shikamaru disse, se espreguiçando e levantando do banco que estivera deitado durante a última hora. 

    — E eu achei que Sasuke ia convidar a Sakura. — O loiro disse, olhando para o amigo, que revirou os olhos novamente.

    — Eu já disse antes, mas parece que você é burro demais para entender. — Sasuke disse, fechando o livro e encarando os olhos azuis do Uzumaki. — Não existe nada entre mim e Sakura, Naruto. Nós somos amigos, fim. Ela sabe muito bem disso, você que é idiota o suficiente para não ir atrás do que quer. 

    — O sujo falando do mal lavado, em, Uchiha? — Ino, que parecia simplesmente ter aparatado ao lado do grupo masculino, disse sentando-se ao lado de Sasuke e fazendo com que ele soltasse um suspiro frustrado. — Mas, infelizmente, Sasuke está certo, Naruto. Você deveria ir falar com a Sakura.

    O loiro vacilou o olhar entre os dois sonserinos, assimilando lentamente as palavras até que, quando tudo fez sentido dentro da cabeça do grifinório, ele arregalou os olhos claros e se levantou em um pulo. Ino, pressentindo o que ele iria fazer, tentou impedi-lo, mas o Uzumaki foi mais rápido.

    — SAKURA! — Todo o pátio virou para encarar o rapaz que gritava, e a rosada apenas balançou a cabeça, sabendo o que o companheiro de casa faria. Sakura gostava muito de Naruto, podia até dizer que era apaixonada pelo escandaloso, mas, às vezes, o loiro exagerava demais na animação. — Você quer ir no baile de inverno comigo?

    A Haruno respirou fundo e caminhou até Naruto, que a olhava com expectativa. Ela o encarou, colocou uma das mãos na cintura e com a outra deu um tapa na cabeça do rapaz. 

    — Oe, Sakura, isso doeu! — O Uzumaki resmungou, passando a mão onde levara um tapa. 

    — Isso é pra você aprender a deixar de fazer escândalo com tudo! — Ela murmurou irritada, mas logo um sorriso se abriu no rosto bonito e o coração do loiro bateu mais rápido. — Mas sim, Naruto, eu aceito ir no baile de inverno com você.

    O loiro sorriu abertamente e abraçou a jovem, rodando-a pelo pátio enquanto os dois riam felizes. Hinata observava tudo com um sorriso aberto, completamente feliz pelos dois amigos. Sasuke, que os observava incrédulo com a cena que Naruto fizera - e estava genuinamente surpreso por aquilo ter funcionado, afinal - olhou para a melhor amiga e seu coração acelerou com o sorriso da morena. 

    Hinata era tão bonita que doía. 

    Parte de dele queria ter a coragem de fazer o que o amigo fizera, queria poder gritar que amava Hinata, abraçá-la no meio de todos, beijar-lhe os lábios rosados, ouvir a risada melodiosa sabendo que era ele o causador dela. Porém, Sasuke, infelizmente, não era corajoso como o Uzumaki, pelo menos não quando o assunto era a jovem de olhos perolados.

    — Você deveria ouvir as próprias palavras, Sasuke. — Ino disse, e o olhar que ela lhe direcionava era sério, quase preocupado. — Ou alguém vai fazer isso primeiro. 

    Sasuke respirou fundo e olhou para o livro que carregava, sabia que Ino tinha razão. Tinha visto como vários alunos de Castelobruxo olhavam para Hinata e, naquele momento, se lembrou de algo que Itachi havia dito para ele durante a viagem dos dois para o Egito. 

   

Você precisa agir, Sasuke, Hinata não vai te esperar para sempre.

   

    O Uchiha não havia entendido o porquê daquela frase na época, mas, agora, olhando para Hinata, que o olhava com o mesmo sorriso maravilhoso no rosto, as coisas começavam a fazer sentido. As pequenas mudanças nas ações dela com passar dos anos, o modo como ela corava mais quando eles faziam algo que sempre fora comum a eles - como se abraçarem ou se tocarem, e como aqueles atos sempre demoravam mais do que o costume. O brilho dos olhos perolados toda vez que eles estavam direcionados a ele. O modo como ela deixara de falar sobre as qualidades do Uzumaki  no meio do quinto ano.

    — Puta que pariu. — Ele murmurou.

    — Finalmente você percebeu, não é mesmo? — A Yamanaka disse após soltar uma risada alta. 

    Sasuke apenas concordou com a cabeça, o coração batendo tão rápido que ele temia que ele saltaria de seu peito a qualquer momento. Ele observou atentamente Hinata, que voltara a conversar com as amigas. Ele sentia o quão feliz ela estava por Sakura, ela ria alegremente e ele teve a certeza.

    Hinata não amava Naruto.

    E, nesse exato momento, a morena escolheu para olhar para ele, e o que ele enxergou nos olhos claríssimos fez com que ele engolisse seco e percebesse o quão burro estivera sendo esse tempo todo.

 

***

       

    Ironicamente, Sasuke não havia conseguido nenhum tempo livre para conversar com Hinata desde o dia que ele finalmente percebera a verdade. E, quando finalmente parecia que eles estavam sozinhos para conversar, algum dos amigos aparecia com alguma nova ideia sobre a segunda tarefa. No fim, o dia da tarefa havia chegado e ele não conseguiu dizer o que queria. 

    O frio de dezembro era forte, e o Uchiha temia pela morena que teria que pular no lago quase congelando. Além do feitiço cabeça de bolha, eles haviam treinado algo para que o corpo dela se mantivesse aquecido, mas ele não podia evitar a preocupação de tomar conta de seu coração. Ele abraçou Hinata uma última vez antes dela pular na água, a apertando contra si o máximo possível. 

    Quando ela tirou o roupão grosso e amarelo que usava, ficando apenas com o maiô preto com o símbolo da Lufa-Lufa, o Uchiha engoliu seco e sentiu as bochechas esquentando. Hinata, percebendo aquilo, ia perguntar o que aconteceu, mas o som dos diretores se aproximando para iniciar a tarefa fez com que ela deixasse para lá e fosse para o lado de Kiba e Gaara. 

    O coração de Hinata batia descontrolado, o nervosismo ameaçando paralisar a jovem. Ela descobrira o ser que eles enfrentariam dentro do lago: um Kelpie, um demônio metamorfo aquático que atraía suas presas para água e depois as matava. No entanto, ao contrário do que acontecera na Floresta Proibida, o Kelpie seria uma forma de obter aquilo que eles deveriam encontrar e o feitiço certo era um feitiço de colocação, que colocaria uma sela mágica no animal e o deixaria dócil. 

    A Hyuuga treinara o feitiço no Kelpie em miniatura que ainda brincava em seu ovo, no quarto da morena, mas ainda assim temia não ter sido suficiente. Ela respirou fundo três vezes para se acalmar e olhou uma última vez para Sasuke, que sorriu, encorajando-a. 

    — VAI LÁ, HINATA! MOSTRE PRA ESSES DOIS QUEM É QUE MANDA! — Naruto gritou e ela riu abertamente. 

    — Lembrem-se, vocês têm uma hora. — Hashirama disse com um breve sorriso.

 

    Quando o som de início da tarefa explodiu da varinha da diretora de Castelobruxo, Hinata colocou os feitiços necessários em seu corpo e mergulhou na água. Felizmente, o feitiço que Sasuke havia encontrado, que protegeria seu corpo das temperaturas baixíssimas da água, estava funcionando e ela não sentia o frio congelante, somente a sensação gostosa da água em sua pele. 

    Ela se permitiu alguns momentos para observar o lago que tanto adorava de fora. O modo como os peixes nadavam tranquilamente, as cores únicas e as algas coloridas que tremulavam levemente. A Hyuuga achou ter visto os tentáculos da lula gigante, mas não ficou muito tempo ali para descobrir. Nadou em direção ao centro do lago com agilidade, buscando por sinais do animal que procurava. 

    De acordo com os livros, um Kelpie não gostava das profundezas, tampouco da superfície. Não tinha uma aparência fixa, mas cada um possuía uma forma favorita, que variava de criatura para criatura. Hinata lera que a famosa lenda do monstro do lago Ness, na verdade, era apenas um Kelpie que adorava assumir a forma de uma gigante serpente marinha. Levando todas essas informações em conta - que não a ajudavam de forma alguma - a jovem nadou até o centro do lago.

    Uma hora para encontrar o metamorfo, domá-lo e encontrar qualquer que seja o que ele esteja guardando. Respirando fundo, Hinata fechou os olhos e apenas sentiu. Procurou pela mesma magia que a atraía de dentro do ovo e, então, uma voz, a mesma voz que lera o poema pela primeira vez, começou a cantarolar uma canção antiga. Surpresa, a lufana abriu os olhos e o que encontrou fez seu coração bater descontrolado.

    Dois olhos gigantes, e dourados, a encaravam seriamente. Olhos que lembravam muito o pequeno Kelpie que nadava em seu quarto. O cantarolar ainda existia ao redor deles, mas Hinata temia fazer qualquer movimento. O animal possuía a forma de uma gigante serpente marinha e era uma das visões mais bonitas que a jovem já havia visto.

    A magia que ele exalava era quase atordoante. 

    A Hyuuga sentiu cada centímetro de sua pele se arrepiar, sentiu a forma como a água ondulava com os movimentos da serpente, que começara a nadar ao redor dela, como se decidindo se a lufana seria uma boa refeição ou não. Hinata tentava se lembrar do feitiço de colocação que deveria usar, mas a magia do animal anuviava sua mente, confundia tudo o que sabia. 

    Novamente, a criatura a encarou e Hinata teve certeza de que se afogaria de bom grado na profundeza dos olhos dourados do Kelpie. Era algo que a jovem nunca havia sentido antes, uma magia tão forte, tão selvagem e ancestral. Ele mudava de formas de acordo com a batida da canção e a jovem sentia que a criatura estava tão atraída por ela, quanto ela por ele.

    Fascinada, a jovem levantou uma das mãos em direção a criatura mágica e ele se fixou em um animal que era parte cavalo, parte serpente, dançando ao redor dela por alguns momentos, para depois esfregar o focinho na mão de Hinata, fazendo com que ela arregalasse os olhos e saísse do transe. A canção parou de tocar e finalmente, finalmente, ela se lembrou o que precisava fazer. 

    Rapidamente, conjurou o feitiço que colocaria uma cela mágica na criatura, que voltou a dançar ao redor dela. Hinata sorriu e montou no animal, passando as mãos pela crina que pareciam as algas coloridas que a jovem vira antes. Ela estava completamente fascinada e surpresa, já que o animal agira de forma diferente do que ela lera em todos aqueles livros. 

    Era como se o Kelpie gostasse da lufana. 

    Ela sempre se dera bem com criaturas mágicas, mesmo as criaturas que muitos julgavam serem apenas monstros. Itachi, uma vez, até chegou a brincar dizendo que não existiria um monstro que Hinata não pudesse amar. 

    Hinata sorriu com a lembrança e segurou firmemente as rédeas mágicas, subindo no animal e dando dois toques em seu flanco, espero que sua intuição estivesse certa e que ele a levaria para encontrar o que quer que fosse que ela precisava encontrar. O Kelpie avançou pelo lago, passando pela colônia de sereianos e indo além. 

    Entraram por uma caverna e a jovem precisou acender sua varinha para conseguir enxergar algo. Eles nadaram até o final e, então, emergiram, o feitiço cabeça de bolha se desfazendo. Hinata observou a caverna subaquática e, em seu centro, um pedaço de terra existia e nele uma pequena tocha brilhava junto a dois baús fechados. Ela desmontou do Kelpie, que se esfregou nela uma última vez e voltou pelo mesmo caminho que eles haviam feito.

 — Obrigada. — Murmurou e ela achou ter ouvido um breve relinchar. Com um sorriso, Hinata nadou até terra firme e respirou fundo o ar molhado da caverna. 

O feitiço que a protegia do frio começou a falhar e a pele clara começou a se arrepiar, correndo para perto dos baús, Hinata focou sua atenção em um deles. Mais exatamente, no que possuía suas iniciais. Ele era feito de madeira escura, brilhante e suas iniciais estavam escritas com tinta de um prateado tão puro que, se ela não soubesse melhor, diria que era sangue de unicórnio. 

Fascinada, Hinata passou os dedos delicados pelos dois H’s e, no momento seguinte, ela estava de volta ao ponto de partida, com os gritos dos amigos, o toque de um roupão quente sendo jogado em suas costas e o abraço de alguém que, pelo cheiro amadeirado, era Sasuke. Ela retribuiu o abraço, ainda zonza pelo que havia acontecido, e direcionou os olhos claros para o lago negro no momento em que o Kelpie que havia a ajudado, emergiu em sua bela forma de serpente marinha e logo mergulhou, sob os aplausos de todos os presentes.

A Hyuuga sorriu abertamente e descansou a cabeça no peito do melhor amigo, deixando os batimentos cardíacos do Uchiha acalmarem o seu próprio. 

— Você está bem? — Ouviu Sasuke perguntar, mas, sem forças reais para responder, apenas balançou a cabeça afirmativamente, ainda se sentia zonza, sobrecarregada pela magia antiga que presenciara. Grata, sim, por ter terminado a tarefa sem nenhum grande imprevisto, mas aquela havia sido uma experiência única, difícil de ser digerida. 

Os olhos claros se voltaram para o baú, que estava repousado ao lado dos dois. Hinata estava curiosa. As duas tarefas não foram exatamente perigosas, tampouco foram extremamente fáceis. Ela se perguntava o que seria feito na terceira tarefa.

Contudo, felizmente, aquilo só aconteceria depois das férias de Natal. Ela se aconchegou nos braços do melhor amigo e sorriu, agradecida que, finalmente, teria tempo para descansar e passar com Sasuke. 



***

 

   

    O baile de inverno aconteceria em uma semana e Sasuke ainda não havia encontrado coragem para convidar Hinata. 

Eles estavam mais próximos, sentia isso, mas ainda assim nunca parecia o momento certo. Naquele dia, eles fariam uma viagem a Hogsmeade. As meninas estavam alvoroçadas com a escolha do vestido perfeito, mas tudo o que Sasuke queria era uma caneca de cerveja amanteigada para esquentar o corpo gelado pelo inverno rigoroso e talvez ajudá-lo a criar coragem para convidar a melhor amiga - por quem ele estava apaixonado há anos, além de, claro, campeã do Torneio Tribruxo - para aquele maldito baile.

O Uchiha não entendia o que estava acontecendo com ele, já que nunca fora tão covarde quanto estava sendo naquele momento. Sabia que Hinata sentia algo a mais, e que não amava Naruto, sabia muito bem de seus próprios sentimentos pela morena. Então, por que raios ele estava enrolando tanto?

— Está tudo bem? — A voz melodiosa de Hinata perguntou e ele virou para encarar a amiga, que o olhava preocupada. — Você parece meio… ansioso. 

Hinata estava linda. Na verdade, todos os dias ela estava linda, mas ali, no meio da neve branquíssima, com um suéter vermelho - que havia sido presente de Mikoto no natal passado - as bochechas coradas pelo vento e os olhos claros brilhando. Bem, Sasuke cogitou beijar Hinata naquele momento.

Mas, então, a voz estridente de Naruto se fez presente e ele bufou, irritado. O loiro os apressava para que chegassem no Três Vassouras logo, pois estava congelando naquele frio absurdo e precisava de algo forte para compensar a semana de provas terríveis que eles haviam tido.

— Eu só… — Ele começou, mas sem encontrar as palavras certas apenas suspirou, vendo a fumaça branca sair de seus lábios e balançou a cabeça afirmativamente. — Vamos antes que Naruto comece a fazer outro escândalo. 

Hinata sabia que algo não estava certo com o amigo, mas também sabia que não adiantava forçar para que ele falasse o que o estava afligindo. Conhecia-o bem demais para isso, então, apenas seguiu o Uchiha para o Três Vassouras e agradeceu mentalmente quando eles enfim saíram do frio. Ela retirou as luvas e o cachecol que usava, mas, antes que pudesse se sentar ao lado do melhor amigo, Ino a puxou de lado.

— Ino? — Perguntou, confusa, mas a loira continuou a puxar até que elas estivessem longe o suficiente da mesa que o grupo escolhera ficar.

— Antes de tudo, eu queria dizer que tentei fazer aquele paspalho tomar a iniciativa. — Os olhos azuis estavam sérios, levemente irritados. — Mas, aparentemente, aquele Uchiha é cabeça dura demais. Ou apenas covarde demais.

— Ino, o que você…

— Não, Hinata, me escute. Como a amiga mais próxima dos dois, estou cansada de ver vocês dançando ao redor um do outro, sendo tão óbvio o que vocês sentem, sem ninguém falar nada. — A Hyuuga arregalou os olhos com as palavras da amiga, eram realmente tão óbvios seus sentimentos por Sasuke? — Parece que vocês não querem ser felizes! 

Hinata começou a digerir o que a loira lhe dizia e começou a se sentir tão estúpida. Como é que o Cálice de Fogo havia a considerado digna de ser campeã quando nem mesmo enxergava algo que estava na sua frente o tempo todo? 

A Yamanaka, percebendo o tumulto que se formava dentro da amiga, colocou as duas mãos nos ombros da morena e sorriu. 

— Não se martirize pelo que passou. — A voz era gentil, quase maternal. — Apenas não deixe mais o tempo passar, ok? Se ele não vai tomar uma iniciativa, tome você.

Sem saber exatamente o que dizer, Hinata apenas concordou com a cabeça e elas voltaram para o grupo, com Ino sentando ao lado de Gaara e sorrindo abertamente para ele, que colocou um dos braços ao redor da loira. A Hyuuga sentou ao lado de Sasuke e olhou para o melhor amigo, notando cada pequeno detalhe do rosto que tanto adorava enquanto ele discutia algo com Kiba, que havia vindo junto a convite de Shino.

Hinata Hyuuga sentia-se uma idiota por ter perdido tanto tempo.

— Ei, Sasuke. — Ela o chamou, alto o suficiente apenas para que ele ouvisse. O melhor amigo virou para encará-la e ela corou com o brilho bonito que enxergou nos olhos escuros que tanto adorava e, antes de perder a coragem - ou retomar o juízo - ela continuou: — Você quer ir no baile de inverno comigo?

Hinata soltou uma risadinha quando viu a surpresa tomar conta do rosto masculino, mas que logo mudou para felicidade e um carinho tão grande que fez com que as bochechas dela ficassem vermelhas.

— Sim, Hyuuga. — Ele respondeu na mesma altura, apenas para que ela ouvisse, e colocou uma mecha do cabelo comprido atrás da orelha feminina. — Eu adoraria. 



***



Sasuke nunca duvidou da capacidade de Hinata Hyuuga em surpreendê-lo, ainda mais depois que ela o convidou para o baile, e não o contrário. Mas, o momento em que viu a jovem descendo as escadas para encontrá-lo, foi quase demais para o coração do pobre sonserino. Ele engoliu seco e ajeitou as vestes escuras pela centésima vez. O tempo parecia desacelerar a cada passo da Hyuuga e o jovem sentia-se hipnotizado. Aquela era a cena mais linda que Sasuke já havia presenciado. 

A princípio, o vestido de Hinata podia parecer simples. Era preto, de alças finas, com um decote discreto, mas, a cada movimento, pequenas pedras prateadas dançavam pelo tecido fino. Era como se Hinata tivesse pegado o céu estrelado e o utilizasse como vestido. Os fios longos caiam como uma cascata pelos ombros desnudos, os olhos claríssimos estavam destacados por um delineador escuro e os lábios... os lábios estavam pintados em no mesmo tom de carmim que brilhava no símbolo dos Uchihas e Sasuke nunca quisera beijar tanto a jovem quanto naquele momento.

Quando ela parou a sua frente, não pode evitar levar a mão direita ao rosto delicado e acariciar a bochecha macia, que ficara vermelha com o toque, com o polegar. Depois, pegou uma das mãos dela entre as suas e depositou um beijo entre os dedos finos.

— Você está incrível. — A voz profunda de Sasuke, e a sensação dos lábios dele em sua pele, levou arrepios a espinha da jovem, que sorriu timidamente. 

— Você também não está tão mal. — Ela tentou disfarçar o próprio nervosismo com uma piada, que incrivelmente arrancou uma risada do Uchiha. 

Sasuke ofereceu o braço para a jovem, que aceitou e, juntos, eles seguiram para perto dos outros dois casais, Gaara e Ino, Kiba e Shino, que conversavam suavemente esperando a hora de entrar no grande salão. Quando a música suave começou a tocar, Hinata sentiu o coração bater em nervosismo, mas o calor reconfortante de Sasuke ao seu lado a acalmou. 

— Você está linda. — Ino virou para olhar para os amigos. — Vocês dois estão.

Antes que algum dos dois pudesse retribuir o elogio, as portas do grande salão se abriram e eles foram recebidos com salvas de palmas. Sasuke teve que lutar o tempo todo contra a vontade de virar o rosto para encarar a beleza que era Hinata enquanto eles caminhavam até o centro do salão, onde os alunos fizeram uma roda e os aguardavam para a primeira dança.

Quando Sasuke colocou uma das mãos em sua cintura, Hinata pensou que iria desmaiar. Seu vestido, que fora escolhido com a ajuda de Ino, era aberto nas costas, o que permitia que ela sentisse o calor da pele do Uchiha na sua. A música começou, mas tudo em que ela conseguia focar era no melhor amigo e em como seus corpos se encaixavam, como os olhos escuros eram profundos e tão bonitos.

Ele a girou e era como se eles fossem feitos para dançarem juntos.

Para ficarem juntos.

Hinata sorria o tempo inteiro e o Uchiha estava tão perdido na beleza daquele sorriso que nada mais importava. Ele a trouxe mais perto de si e se amaldiçoou por não ter falado algo mais cedo, eles perderam tanto tempo sendo dois completos idiotas.

Mas não mais.

Não mais.

Sasuke não se importou que eles estavam no meio de uma celebração, no meio dos professores, alunos, diretores, não. Tudo o que importava era Hinata e que ele a amava. E ela o amava de volta, tinha certeza daquilo - mesmo que as palavras não houvessem sido ditas - porque enxergava aquele sentimento intenso e bonito dentro dos olhos claríssimos. O jovem sabia que os dele refletiam a mesma coisa. 

Quando encostou seus lábios nos dela, foi como se fogos de artifício estourassem em seu peito. Sasuke nunca havia sentido tanta felicidade em sua vida como nesse momento, sentindo o gosto único de Hinata. Os lábios carmins da Hyuuga pareciam ter sido moldados especialmente para os dele.

Sasuke estava em êxtase. E Hinata não estava muito diferente. A jovem sorria em meio ao beijo, inebriada com as sensações únicas que tomavam conta dela e pela felicidade que rugia em seu peito. Naquele momento, ela não se importou com a vergonha que era escancarar o que sentia no meio de toda escola, não.

Naquele momento tudo o que importava era Sasuke e o amor que eles levaram tanto tempo para descobrir, mas que era belo, tão mágico e ancestral quanto as magias mais antigas.

 

— Eu amo você. — Ele disse, encostando sua testa na dela e sorrindo abertamente.

— E eu amo você. — Ela respondeu e tomou os lábios do Uchiha mais uma vez.



***



Sasuke e Hinata pareciam querer compensar todo o tempo que passaram sendo dois idiotas. Os dias das férias Natal foram passados em meio a beijos roubados, abraços quentes, promessas amorosas e carinhos intensos. Quando as aulas voltaram, e a pressão com a última tarefa do torneio retornou com elas, o casal estava em uma felicidade indiscutível. 

Dentro do baú que Hinata recuperou dentro do lago, existia apenas dois objetos: uma pedra de um vermelho tão intenso quanto sangue e um bilhete que dizia apenas Sigam os passos daquele que sobreviveu. Muitas noites foram perdidas dentro da biblioteca até que eles descobrissem o que aquilo significava: a pedra era uma réplica - uma representação - da pedra filosofal e, aquele que sobreviveu, era Harry Potter.

 

Quando o dia da última tarefa chegou, Hinata sentia que, de todas as tarefas, era para essa que estava melhor preparada. Conhecia a história, sabia como Harry tinha recuperado a pedra filosofal e impedido que Voldemort a usasse para renascer. Sabia os desafios que os professores haviam criado para proteger a pedra.

Ela sabia. E, pela primeira vez, estava confiante. 

Eles estavam nos jardins da escola, em frente a cabana que um dia pertencera a Hagrid. Um pequeno palanque estava montado ali, e os alunos se reuniam ao redor dele, todos animados, apostando quem seria o grande vencedor e quais monstros mortais existiriam na última tarefa. 

— Como muito de vocês perceberam, o torneio desse ano foi levemente inspirado na história daquele que salvou o mundo bruxo de uma era das trevas. O menino que sobreviveu foi muito importante para toda a comunidade bruxa, nada mais justo do que honrá-lo neste aniversário de 200 anos da entrada do jovem em Hogwarts. — Hashirama disse de cima do palanque. — A última tarefa não seria diferente. Cada um de vocês irá entrar por um lugar diferente, mas o caminho será o mesmo. 

Hinata olhou para o grupo de amigos que torcia na multidão uma última vez e riu ao enxergar o grande cartaz que Naruto havia feito. O texugo da Lufa-Lufa estava pintado, assim como letras que diziam: HINATA BOTA PRA QUEBRAR.

— Mas lembrem-se que, dessa vez, o espelho não irá ajudá-los. — O diretor de Hogwarts disse, por fim, e levantou a varinha para o alto junto aos outros dois diretores. — O primeiro que tocar na taça, vence.

No momento em que o estouro que marcava o início da prova se fez presente, Hinata correu. Kiba e Gaara seguiriam por outro caminho, então, ela não sabia o que estava acontecendo com os outros. E não saberia até que os caminhos se cruzassem, sabe-se lá Merlin em qual momento. Foi só quando chegou a porta do terceiro andar que se permitiu alguns segundos para respirar e, quando adentrou a sala, não demorou muito para conjurar uma harpa mágica e fazer com que o enorme cão de três cabeças que guardava o alçapão dormir.

Primeiro o cão, depois o visgo do diabo. Seguidos pelas chaves encantadas - e nesse momento Hinata agradeceu todas as vezes que treinara quadribol junto a Sasuke - e o maldito xadrez de bruxo em tamanho real. 

Hinata não imaginou que seria justo ali - onde ela julgara que seria sua maior fraqueza - que encontraria um de seus adversários. Ali, no meio da tarefa, eles não eram amigos. 

E a lufana quase perdeu a cabeça para o ruivo de Koldovstoretz. 

A Hyuuga nunca poderia dizer que era boa em xadrez de bruxo, mas conseguiu derrotar Gaara de alguma forma para seguir seu caminho. Talvez, quando ela saísse dali, seria uma boa mandar uma coruja agradecendo Itachi por insistir tanto que ela jogasse com ele. Antes de continuar, Hinata mandou um aviso de sua varinha para garantir que alguém viria prestar socorro ao russo, ou provavelmente Ino a mataria por deixá-lo naquele estado.

Ela seguiu para o que sabia ser a penúltima sala. Não se surpreendeu quando as duas portas, a que a levava para frente e a que retornara para o xadrez, foram consumidas pelo fogo. Hinata parou em frente a grande mesa, onde várias garrafas repousavam e um pergaminho, contendo o famoso enigma de Severus Snape, a esperavam. Ela estava grata que eles não tinham um tempo fixo para terminar a terceira tarefa, porque sabia que aquele enigma levaria mais tempo do que gostaria, estando tão esgotada da partida de xadrez.   

 

O perigo o aguarda à frente, a segurança ficou atrás,

Duas de nós o ajudaremos no que quer encontrar,

Uma das sete o deixará prosseguir,

A outra levará de volta quem a beber,

Duas de nós conterão vinho de urtigas,

Três de nós aguardam em fila para o matar,

Escolha, ou ficará aqui para sempre,

E, para ajudá-los, lhe damos quatro pistas:

Primeira, por mais dissimulado que esteja o veneno,

Você sempre encontrará um à esquerda do vinho de urtigas;

Segunda, são diferentes as garrafas de cada lado,

Mas, se você quiser avançar, nenhuma é sua amiga;

Terceira, é visível que temos tamanhos diferentes,

Nem anã nem giganta leva a morte no bojo;

Quarta, a segunda à esquerda e a segunda à direita

São gêmeas ao paladar, embora diferentes à vista.



Não existia magia nenhuma ali, apenas lógica. E, quando finalmente a jovem decifrou a garrafa que a levaria em frente, a menor de todas, notou que seu conteúdo já estava pela metade, significando que Kiba já havia conseguido passar por ali. 

Respirando fundo, Hinata tomou o que existia na garrafa - torcendo para que não tivesse se enganado - e sorriu quando as chamas da porta a sua frente desapareceram. Ela seguiu pela porta, encontrando uma sala ampla, com tochas brilhando nas paredes e a taça tribruxo imponente no centro. Ela correu em direção a taça, mas a figura de Kiba jogada no chão chamou sua atenção. 

Era como se ele estivesse dormindo, mas um arrepio sinistro subiu pelo corpo da jovem e foi ali que ela sentiu. A temperatura caiu como no inverno mais rigoroso e o fogo que brilhava nas paredes foi se apagando um por um enquanto uma criatura flutuava na direção dos dois. 

Por um momento, o coração de Hinata se preocupou, pois, o que quer que isso fosse, parecia demais com um dementador. No entanto, ela sabia que eles nunca usariam aquilo no meio da escola, então, usou todo o conhecimento que ainda lhe sobrava para descobrir o que era o manto que chegava cada vez mais próximo de si e de Kiba, que ainda estava desacordado no chão. 

— Pense, Hinata, pense! — Murmurou para si mesma, listando tudo o que sabia, porém, a jovem não foi rápida o suficiente, duas mãos sinistras passaram a subir por seu pescoço, apertando suas vias aéreas e impedindo que ela respirasse.

O desespero passou a tomar conta da lufana na mesma proporção que o ar desaparecia de seus pulmões. Ela não conseguia imaginar o que aquela criatura seria, ou qual feitiço deveria usar, por isso focou toda a energia que ainda restava em suas lembranças mais felizes.

As últimas semanas com Sasuke.

O dia em que sua mãe lhe dera o seu colar favorito.

 

Naquele momento ela desejou que tivesse treinado um pouco mais de feitiços não verbais, porque não sabia se conseguiria pronunciar as palavras necessárias. A criatura apertava cada vez mais seu pescoço e ela sabia que, se conseguisse sair dali, ficaria com a marca dos dedos horrendos na pele clara. No entanto, apesar disso, as memórias continuavam a voltar a sua mente. Aquecendo-a e afastando o frio das mãos gélidas.

 

A magia selvagem que sentira junto ao Kelpie dentro do lago negro.

A primeira vez que Sasuke dissera que a amava.

O primeiro beijo deles.

 

— Expecto patronum. — De alguma forma ela conseguiu sussurrar as palavras, que tomaram o resto do ar que ainda lhe restava, e uma corça brilhante explodiu de sua varinha, afastando a criatura do pescoço delicado - deixando Hinata respirar - para depois correr pela sala, imponente e bela, expulsando a criatura do local.

A Hyuuga encostou a testa no chão, assim que seus joelhos encontraram a pedra fria quando caiu das mãos assustadoras, respirando fundo e tão exausta que gostaria de deitar ali e dormir. Mas sabia que não podia, então, se arrastou da melhor forma que podia até Kiba, verificando se o brasileiro respirava e então, segurando o amigo com firmeza, disse o feitiço que trouxe a taça voando até eles.



Quando os dois apareceram no meio dos expectadores, com Kiba ainda desacordado e Hinata com as marcas escuras no pescoço, além de todos os arranhões ganhados durante o xadrez, Hashirama temeu o pior. Temeu que o final do tornei de 94 houvesse se repetido, mas, ao correr em direção aos dois campeões, percebeu que o peito do Inuzuka se mexia, podendo respirar aliviado.

— HINATA HYUUGA É A VENCEDORA! — O diretor de Hogwarts gritou e todos ao redor deles gritaram e comemoraram.

Hinata, que estava a poucos segundos de desmaiar de exaustão, apenas sorriu e a última coisa que viu antes de apagar foi seu namorado correndo em sua direção.

 

***

 

    — Achei que fosse dormir para sempre, Hyuuga. — Sasuke disse no momento em que ela abriu os olhos. Era uma tentativa de brincadeira, mas Hinata sentia toda a preocupação na voz do namorado.

    — Quanto tempo eu dormi? — Ela perguntou e estranhou a voz, seca e rouca, que saiu de sua garganta. 

    — Uma semana. — Ino, que estava do outro lado de sua cama, disse. — Você nos deu um baita susto…

    — MAS VOCÊ GANHOU, HINATA! — Naruto, como sempre o escandaloso, gritou e Sakura, que estava ao lado dele, deu um tapa na cabeça do loiro. 

    — Esse não é o importante agora, paspalho. — A rosada disse, olhando irritada para o grifinório.

    — Parece que eu tenho uma dívida muito grande com você, Hinata. — Kiba disse com um sorriso de lado, coçando o cabelo castanho, como se estivesse sem graça. — Salvo duas vezes… Aquela criatura me pegou de surpresa no final, se você não tivesse aparecido…

    — Você teria feito a mesma coisa. — Hinata disse suavemente e estendeu a mão para pegar a garrafa d'água e beber um longo gole, hidratando a garganta seca e dolorida. — Obrigada por… por estarem aqui. Por se preocuparem. Por tudo na verdade.

Todos resolveram falar ao mesmo tempo, o que fez com que Shizune, a enfermeira, saísse de sua sala e expulsasse todos, dizendo que a jovem Hyuuga necessitava de paz e tranquilidade. Antes de saírem, cada um deu um abraço desajeitado em Hinata e Sasuke, sendo o último, depositou um beijo singelo nos lábios rachados.



Demorou mais três dias para que a lufana finalmente tivesse alta e que a festa da vitória realmente acontecesse. Hinata nunca havia recebido tanta atenção em sua vida, o que fez com que ela ficasse sobrecarregada com aquilo rápido. Sasuke, percebendo aquilo, arrastou a namorada para o local favorito dos dois: a árvore em frente ao lago negro.

Ele sentou encostado no grande tronco e a colocou no meio de suas pernas, a cabeça feminina repousando tranquilamente no peito do Uchiha. A Hyuuga se permitiu fechar os olhos, aproveitando aquele pequeno momento de tranquilidade.

Quando embarcou no expresso de Hogwarts no inicio do ano letivo, esperava um ano tranquilo, um em que ela pudesse focar em seus estudos para o N.I.E.M.s do próximo ano. Contudo a vida gostava de surpreender Hinata e tudo o que ela não esperava aconteceu: se tornara campeã do torneio tribruxo, além de vencer a competição, e começara a namorar seu melhor amigo. Ela se permitiu um sorriso, apesar de toda a adrenalina, aquele havia sido um ano memorável, especial.

Único.

Hinata não sabia muito bem o que aconteceria no próximo ano, ou mesmo na próxima semana. Aquele era um caminho desconhecido, um que ela nunca caminhara antes. Porém, quando Sasuke a abraçou e beijou seus lábios de forma carinhosa ela soube que, por mais assustador que aquele caminho pudesse parecer ele estaria com ela.

 

E tudo ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

Então? O enigma das poções é um enigma que só tem no livro da Pedra Filosofal (e achei muito triste não ter ido pro filme)

Arê, espero que você tenha gostado dessa ideia maluca!
Para os leitores de NITA, agora vou poder sentar, organizar as ideias e terminar o próximo capítulo. Finalmente minha vida esta entrando nos eixos. Não desistam de mim ok?

Um beijo enorme e um 2020 muito iluminado.



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