Little Angel escrita por TC Nagahama


Capítulo 13
Capítulo 13 - Parabatai


Notas iniciais do capítulo

Alec finalmente tomou coragem para procurar Magnus e Jace.



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Jace tinha passado por três cirurgias complicadas que deixariam qualquer mundano com sérias sequelas. 

Ele certamente estava se recuperando numa velocidade absurda com a ajuda de Catarina e também, agora, de Magnus. Porém, ainda não estava 100% ou sequer perto disso.

Ainda tinha seus braços engessados, e um suporte que abraçava quase que totalmente seu tronco e mantinha sua coluna em seu devido lugar, e só isso seria o suficiente para deixar qualquer adulto maluco, que dirá então uma criança pequena.

Ele se irritava por não poder mexer os braços direito, de não poder sentar sem ajuda, ou deitar, ou levantar, mas principalmente de não poder abraçar seu Fofinho.

— Como se sente hoje, Jonathan? - o médico perguntou ao olhar seu prontuário.

Jace, emburrado, decidiu ignorar o médico.

O médico trocou um olhar divertido com Magnus e começou os testes de reflexo que o menino passou com louvor.

— Para de fazer cosquinha! - Chutou a mão do médico que levantou as mãos e, rendição.

— Então, doutor? Quando podemos ir?

— Olha, eu nem acredito. Eu realmente achei que ele ficaria com sequelas terríveis, mas ele está excepcionalmente bem. Ele aparentemente não perdeu nenhum movimento, os reflexos estão ótimos. 

— Isso é bom, não é? Podemos ir para casa.

— Sr. Bane, a recuperação dele é um milagre. - O médico falou um tanto assombrado, e Asmodeus abafou uma risada sarcástica com a mão.

— Entendo, mas quais são os próximos passos? Ele certamente estará mais confortável em casa. - Magnus perguntou, tentando manter o rosto sério, enquanto seu pai fazia caretas de tédio atrás do médico.

— Bom, se ele não forçar nada e descansar muito acho que até posso liberá-lo. — Disse e Asmodeus levantou as mãos, ainda atrás do médico, para o alto num claro sinal de “Até que enfim”.

— É claro. Sem peraltices até segunda ordem.

— E quero vê-lo aqui semana que vem.

— Certamente. - Magnus concordou com um sorriso e acompanhou o médico até a porta. — Você não consegue se conter, não é?

— Humanos são muito chatos. - Deu de ombros.

— Era chato mesmo. - Jace concordou e Asmodeus levantou o punho perto da mão do menino, que levantou o braço dando um soquinho camarada.

Mas até Magnus não podia deixar de concordar com eles, realmente já estava na hora de irem embora.

 

***

 

No fim, após se checarem com Catarina como deveriam proceder, e serem obrigados a conjurar uma cadeira de rodas para Jace, finalmente foram para casa através de um portal.

Obviamente que a cadeira de rodas era só algo para facilitar a vida do menino nos primeiros dias, evitando que se esforçasse demais.

Não que ele ligasse para ela, porque depois de passar por tudo o que passara nos últimos dias ele não aceitava ficar em outro lugar que não no colo, e não era nem um pouco confortável uma criança com um suporte nas costas, que mais o fazia parecer um robozinho, deitada no seu peito demandando carinho.

E por um lado, isso era até bom porque servia de distração para Magnus que não tinha tempo para pensar na traição de Alec.

Mas a distração só durou até o começo da noite, quando seu loft foi invadido.

— Olha, Magnus. Eu sei que você anda meio cheio de coisas ultimamente, mas eu realmente preciso de ajuda para encontrar a Camille. O Raphael anda me seguindo e até a minha mãe ele anda ameaçand… - Simon falou de forma apressada assim que botou o pé no loft, mas estancou assim que viu o estado do menino. — Mas o que aconteceu, padawan?! - Ele correu para o lado do menino que logo quis levantar para ficar perto dele. — Alto lá. Você pode levantar? - perguntou ao menino. — Ele pode levantar? - perguntou ao feiticeiro. — Quem é você?

— Isso é obra da Clave. Ele pode levantar, mas é melhor não ficar andando por aí. - Apontou para a pequena cadeira de rodas próxima ao sofá. — E esse é o meu pai.

— Pai do Magnus? Que legal. Nem sabia que ainda era vivo. Eu achei que ele tinha uns 800 anos. Muito prazer em te conhecer. - Simon acabou o puxando para um abraço quando Asmodeus lhe cumprimentou.

— Ah, ele é bem mais velho que eu. - Magnus comentou ao ajudar Jace a ficar em pé apoiado no sofá e foi buscar sua cadeira.

— Sério? Quantos anos?

— Alguns milênios. - Respondeu vagamente. — E um pouco mais porque o tempo ainda não tinha sido inventado ainda.

Magnus levou a cadeira até o menino, que ainda observava o vampiro que parecia mais confuso do que nunca, e decidiu apresentá-los devidamente.

— Simon, esse é o meu pai, Asmodeus, Príncipe do Inferno, senhor de Edom. Pai, esse é o Simon, mas pode chamar de Sheldon ou qualquer nome com S que ele responde.

— Olá, Simon.

— Eu abracei o capeta?

— Basicamente. - Magnus revirou os olhos e levantou a sobrancelha quando sentiu uma mudança de energia na porta de entrada.

Assim que a porta abriu, ele a empurrou com uma energia vermelha, batendo na cara de quem tentou entrar.

— Magnus, a gente precisa conversar. - Veio a voz de Alec, do outro lado da porta.

— Vá para o inferno.

— Quer carona? - Asmodeus ofereceu, tentando ser solícito.

— Não se mete, pai. - Vociferou para o pai, que levantou as mãos.

— Por favor, me deixa explicar.

O vampiro ficou ali sem saber o que fazer. Era uma situação muito desagradável ficar ouvindo discussão de um casal próximo e amigo.

— O Jace está bem?

— Eu tô bem. O Fofinho também!

— Ouviu? Ele está ótimo. Agora vá embora, Alexander.

— Por que ele não entra? Ele tá bravo comigo? - Jace perguntou para Magnus, com cara de choro.

O feiticeiro só respirou fundo e abriu a porta.

Alec ia cumprimentá-lo, mas repensou quando viu os olhos dele brilhando amarelos. Achou melhor primeiro ver o menino.

Travou quando viu o estado de Jace.

Sentiu um aperto tão grande no peito e seus olhos queimavam tanto que se não fosse a audiência que tinha, teria caído no chão chorando copiosamente. 

Andou até o menino e se abaixou, ficando a sua altura. E levou sua mão acariciando o rosto do menino.

— Sinto sua falta. - O menino falou em voz baixa para o shadowhunter que encostou sua testa na dele, como fez inúmeras vezes quando ele ainda era um adulto.

Magnus queria que ele fosse embora logo dali, mas nem ele teve coragem de impedir o momento dos dois.

Alec pegou a mão direita de Jace e a segurou delicadamente entre as suas e recitou:

Suplique-me para não deixar-te,

ou que volte de seguir-te;

Para onde quer que fores, eu irei,

E onde ficares eu ficarei;

Seu povo será meu povo,

e seu Deus será meu Deus,

onde quer que morras morrerei eu,

e ali serei sepultado.

Faça-me assim o Anjo, e outro tanto,

se outra coisa que não a morte me separar de ti.” 

— Com runa ou sem runa, você é o meu parabatai e eu te amo.

O menino sorriu ao ouvir aquilo. Não lembrava de ninguém ter lhe dito isso.

— Eu também. 

Alec abraçou o menino com todo cuidado que pôde, devido ao suporte em suas costas, e Jace apoiou o rosto em seu ombro.

—  Cara, isso foi lindo. - Simon comentou, enxugando uma lágrima e quebrando totalmente o clima.

O shadowhunter piscou furiosamente, e se afastou do menino, claramente encabulado.

— Fica quieto, Sheldon. - Magnus disse, ainda observando Alec com uma expressão nada amigável.

— Você não vai embora, não é? Eu não quero que você vá. - Jace perguntou ao ver a expressão de Magnus.

Alec olhou o feiticeiro que suspirou e se afastou irritado, indo preparar um drink. Asmodeus seguiu o filho. 

Simon hesitou um pouco, fez um carinho bagunçando o cabelo de Jace.

— Acho melhor voltar outra noite. - O vampiro comentou dando um sorriso sem graça e acenando antes de sair.

— Ficarei com você sempre que puder. - Prometeu Alec, tirando o menino da cadeira quando se sentou no sofá, depositando-o em seu colo.

Jace então contou todos os detalhes e pessoas que conheceu no hospital, e ele falava tão rápida e animadamente que Alec mal conseguia falar um “Hummm”. Era quase um monólogo, mas estava tão aliviado de poder ouvi-lo que se limitou a abraçá-lo.


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