Hungry Billy escrita por AuluaXingmi


Capítulo 1
Ódio ao escolhido


Notas iniciais do capítulo

Yo yo, depoisdever o jogo achei um pequeno plot perfeito..

Enjoyyy



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Alarme tocando, quarto extremamente bagunçado.

Meu quarto e mais um dia.

O telefone também toca, misturado com os ruídos da TV que parece nunca desligar. E essa família que parece nunca ligar para quem eu sou ou para o que eu estou fazendo desde que meu pai se foi.

Sempre fazem coisas sem mim, estou quase sempre sozinho em casa, eles realmente gostam muito de sair sem mim.

Todo mundo me odeia aqui, eu posso sentir isso.

Me movimento pela casa bagunçada, faz semanas que minha mãe não me visita e eu precisaria realmente limpar todos os papeis do chão antes que todos voltem e comecem a me odiar novamente.

O telefone finalmente para de tocar, aqui ninguém atende os telefonemas, não gostamos de cobranças e não temos um circulo muito grande de amizade, a TV alta como sempre, mas também fazem anos que as casas vizinhas estão a venda.

Nem os vizinhos querem ficar perto de mim, mesmo não fazendo nada de errado.

Todo o silêncio repentino depois que desliguei a TV me força a prestar atenção nos poucos móveis de casa. Havia uma carta em cima da mesa, a quanto tempo aquilo estava ali?

´´Conte para sua mãe o que você fez ontem.´´

Hmm... não poderia fazer isso. Se ela me amasse talvez se importasse em voltar para casa para me ver.

Não fiz nada de errado, eu sou o escolhido.

Rasgando a carta procedo em pegar todo o material que preciso para reformar o quarto que meu pai vai ficar quando ele voltar. Tem muito o que ser feito e eu não tenho ajuda de ninguém, como sempre.

Preciso de muita tinta. Gostaria de tinta vermelha mas ouvi falar que não faz bem para a visão e meu pai tem que se sentir confortável aqui.

Será branco, e vai ser lindo depois que eu conseguir arrumar tudo e conseguir alguém para me ajudar.

``Você precisa de mais.´´

Diz a voz do telefone que eu finalmente resolvi atender.

´´Sabe que o escolhido deve iluminar os caminhos de todos a sua volta para que possam  enxergar o verdadeiro propósito do criador.´´

Desligou, sem mais nenhuma palavra.

Por que todos me odeiam? Eu não quero seguir rumo de ninguém.

Arrumando o telefone no gancho volto a me arrumar decentemente para buscar a tinta, saindo de casa e caminhando calmamente sob a luz dos postes que iluminam fracamente a rua que começa a ficar escura.

Ninguém me cumprimenta, mas sinto que todos olham.

Todos me conhecem.

Mas todos me odeiam.

Caminhando até um posto onde uma única menina trabalha no turno da noite me conhece melhor que todos na cidade.

Ou seja, ela sabe meu nome.

—Você acha que pode chover esta noite? – A garota me pergunta, tentando puxar algum assunto com um olhar alarmante.

— Não pode, estragará minha nova pintura. – Digo sorrindo levemente, recolhendo as sacolas com meus produtos de limpeza.

— Esta reformando? Essas coisas fazem sujeira demais. – Ela tenta continuar a conversa. – Conheço um lugar que vende a tinta mais barata da cidade.

— Não será preciso, não tem o tom que desejo. – Ela concorda com a cabeça, murmurando algo. – Escute...

Ela volta a cabeça a mim, a única pessoa que ela conversaria aquela noite.

— És a única pessoa que trabalha por aqui?

— Oh não, tem um garoto que trabalha no turno da noite também, mas de finais de semana. – Ela informa.

— Entendo...

Pegando tudo de que eu havia comprado começo a fazer o caminho de volta, mas certamente teria de tranca-lo lá, não poderia deixar com que ele saia, ele tem que comer algo mas não consigo encontrar nada então o distraio reformando seu quarto.

Não tenho escolha, ele é o único que não me odeia.

As coisas me pesavam até a chegada á minha casa, onde distribuo todos os materiais pela casa bagunçada, um dia arrumaria isso, primeiro reformarei o quarto.

Colocando os materiais extras na caçamba da caminhonete começo a distribuir a tinta, era difícil... algumas eram diferentes das outras e era muito trabalho consegui-las a tempo de ele não me odiar também.

´´Eu sei o que você faz a noite, eu sei que é você, EU SEI.´´

O remetente da carta é ilegível, mas venho recebendo essas cartas há dias desde que meu pai foi embora de casa e levou minha família junto.

Sempre quis saber o motivo de eu ser o iluminado pelo Senhor e o grande escolhido para todo o plano de cuidar dele.

O telefone toca.

´´ Mais um dia, ele tem fome, você não faz o suficiente.´´

A voz eletrônica do telefone ecoa, a televisão já quebrara por algum motivo...

Ele parece feliz com a pintura do novo quarto, eu me esforço muito e jogo muita desse tinta suja fora, limpando o suor da testa volto a encara-lo ali, tudo aquilo faria sentido afinal, certo?

´´ Quem você pensa que é? Estúpido. ´´

A coleção de cartas que eu recebo esta me encarando, todos me mandam isso, deveriam ter pena de mim, estou sozinho e recebo ódio...

Vou cuidar daquele que me ama.

Juntando as coisas na caçamba da caminhonete volto meu caminho para perto do posto, um acampamento de jovens que todos os dias cantam alto, bebem e acendem as fogueiras.

Me lembra meu pai.

Paro a caminhonete, era madrugada então ele não me veriam fácil por lá, fiquei aproximadamente uma hora os observando. Foi tão divertido ver eles todos rindo e se divertindo com os amigos, casais faziam votos de amor e alguns deles deitados no chão para ver as estrelas, eram cinco.

Eram aproximadamente seis litros.

Felizes até que eu chegasse, eles também me odiavam, mas no final todos foram para casa comigo, sem nenhum ruído, nenhuma reclamação.

Ninguém os ouviu, os preservaria para que fossem meus amigos mas meu verdadeiro amigo me espera e ele tem fome.

Tudo será bonito para ele, eles são para ele, tudo é para ele. E como previsto, ele adorou os novos amigos.

´´Só mais um dia.´´


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha sido um leitura boa. Obrigadinha por ler ♥



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