Finitos escrita por Lady Murphy


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Para os que chegaram agora, mais um capítulo. Espero que gostem.
Para os que acompanham a algum tempo, tive que revisar esse capítulo. Estava um pouco incomodada com o diálogo. Mas não se preocupem, nenhum acontecimento foi mudado. Apenas algumas falas foram reescritas para serem mais coerentes com a situação. Desde já, obrigada por sua leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785621/chapter/2

Com o anel ainda nas mãos, abaixado sobre seus joelhos, Peeta observou incrédulo sua namorada por alguns segundos. O que estava acontecendo? Em um instante, ele estava gritando uno e no outro com um +4 à sua frente. A reação surpresa de Katniss era compreensível, mas a imediata negação ao seu pedido havia pegado Peeta desprevenido. Ele havia sido tão presunçoso ao ponto de nem ao menos considerar esse cenário?

— Eu não posso me casar com você, Peeta. Me desculpe. – Katniss falou, pondo as mãos sobre os braços ainda estendidos dele, forçando-o a levantar de sua posição. Quando seus pés se firmaram no chão coberto de grama, Peeta teve uma sensação repentina de gravidade zero. Um frio incomum na barriga, mas não de um modo bom.

— Peeta, fale alguma coisa, por favor. –  Os olhos suplicantes de Katniss arrastaram Peeta do estado de estupor no qual ele estivera por mais do que alguns minutos. Limpando a garganta, ele se forçou a buscar as palavras que pudessem expressar sua confusão induzida pelo ‘não’ dela.

— Eu não entendo. O que foi isso? – Seus esforços anteriores não tiveram muito sucesso pela pergunta coxa. Quando Katniss apenas se manteve calada, ele continuou, aproveitando a oportunidade dada pelo silêncio dela.

— Como assim você não pode aceitar meu pedido, Katniss? Eu pensei que estivesse interpretado as coisas de maneira correta. Estávamos bem, não estávamos?  – O veludo da pequena caixa vermelha ainda repousava na palma de sua mão. O tecido que algumas horas atrás era um contato agradável, naquele instante, se assemelhava aos galhos espinhosos que roçavam as pernas de sua calça em algumas caminhadas no parque.

— Sim, Peeta. Mas não se trata disso. Estarmos em um bom momento não significa que devemos dar um salto tão grande como esse. Quero dizer, como você sabe se está pronto para se prender a alguém agora? – A voz dela saiu trêmula, mas suas palavras pareceriam frias para Peeta.

— Me prender? É isso que você acha que é um casamento? Uma espécie de prisão? – Ele imaginou que havia deixado isso bem claro nos anos em que estavam juntos. Peeta nunca apreciou a ideia de um relacionamento baseado no controle. - Katniss, eu quero ter uma vida com você. Ter uma casa e filhos com você.

Ele assistiu a expressão de Katniss mudar. Seus belos olhos cinzentos refletindo a tempestade que ele imaginou que estivesse dentro dela naquele instante.

— Isso não é sobre você, Peeta. É sobre mim. Você tem essa visão idealizada sobre uma vida perfeita, com uma casa perfeita e seus filhos perfeitos. E não sei se posso suprir suas expectativas. – A antiga calmaria do parque que havia inspirado Peeta durante o caminho, estava sendo gradualmente substituída em sua cabeça por batidas frenéticas como as que acompanhavam os teclados elétricos nos shows de rock que ele costumava ir.

— O quê? Eu não sou um adolescente, Katniss. Sei muito bem distinguir a fantasia da realidade. Não estou exigindo que mude quem você é, nem nada disso. Na verdade, você ser você é o principal motivo pelo qual te pedi em casamento para começar. – Peeta falou exasperado. Em que momento seu pedido se transformou em um debate em que ele tenta convencer Katniss a se casar com ele? Isso é deprimente.

— É exatamente disso que estou falando. Somos pessoas diferentes. Com experiências de vida opostas. Você tem a referência de seus pais que se conheceram quando ainda jovens, casando-se como manda as leis de Deus e criando os filhos em um lar de amor e cuidado. Enquanto que eu tive que aguentar toda aquela merda da minha mãe, e... - Ela se interrompeu, passando as mãos pelo rosto e limpando as lágrimas solitárias que escorriam ali.- Isso não vai funcionar entre a gente.

Peeta estava confuso demais para pensar seriamente sobre a implicação das palavras de Katniss ou sobre ela parecer tão quebrada quanto ele. Sua boca estava seca e mesmo que parecesse que não havia nada que pudesse ser dito para convencê-la, ele temia que aquela discussão terminasse em um futuro incerto para eles.

— Mesmo negando agora, nada garante que não irá se ressentir de mim quando eu não puder dar nada do que você quer. Não consigo fazer isso, Peeta. Eu realmente gosto muito de você, mas por algum motivo, sempre soube que tínhamos uma data de validade.  – Seu pai sempre lhe disse que homens não choram. Porém, naquele instante, ele não queria ser nada além do que um garoto chorão no colo da mãe.

— E porque você só me diz isso agora? Porque esperar até que eu te pedisse em casamento? Foram dois anos, Katniss. Não lhe faltaram oportunidades. – Ele não pode evitar a mágoa em sua voz.

— A parte otimista de mim pensou que poderia fazer dar certo. Mas acho que esse é o momento em que eu saio da minha pequena bolha. – As lágrimas de Katniss impulsionaram as dele e Peeta praguejou por ser tão fraco.

— Então, isso é você me dizendo adeus? – Peeta perguntou mesmo que a resposta já estivesse clara no rosto pálido dela. Ela assentiu.

Alguns minutos depois, quando Katniss desapareceu entre as árvores, Peeta se recostou no banco em frente ao lago, e imaginou que aquele seria um bom lugar para assistir o sol nascente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Grata.
Se houver algum erro ortográfico ou de coesão, perdão. Eles acabam passando reto na revisão.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Finitos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.