Intense escrita por Mari o carti


Capítulo 1
Uma última lágrima


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevi isso no início de 2.019, por mais que seja uma históriazinha pequena e rápida continuo tendo um enorme carinho por ela, por isso resolvi compartilhar também nesse site que ainda estou aprendendo a mexer. Felizmente sou flop e posso errar sem ter medo de julgamentos desnecessários.



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Eu não sei ao certo quando me apaixonei por você, ou o que me fez te amar. Talvez fora o jeito que o seu corpo mexia enérgico com aquela música famosa daquele artista qualquer, enquanto sua voz rouca e embargada cantarolava versos de uma outra canção junto com os olhos fechados e um sorriso assustador ― que, na minha opinião chegava a ser dramático ― e suas lágrimas de pura angústia e tristeza, escorrendo por suas bochechas coradas.

E, quando percebemos que sabíamos segredos demais um dos outro já era tarde demais. Hoje vejo que eu não conseguiria viver sem você, até porque, eu sei de cor todos os seus defeitos e amo cada um deles. Certo, algumas vezes eu odeio alguns, mas não é sempre. Não me culpe por isso! Você tem um ego horrendo e eu sei que irá se fazer de inocente ao ler esse texto, mas eu não me importo com suas reações, já sei como será cada uma delas.

E é com toda certeza que afirmo que, quando você leu "horrendo", "ego" e "você" na mesma frase já revirou os olhos e sorriu de lado, logo abrindo a boca em um círculo e levando a mão direita ao peito, fazendo uma feição sôfrega. Já pensou em atuar? Em um teatro ou uma novela, talvez? Não? Fica a dica. E agora você pensa se deveria parar de ler, porque acha que não é obrigado a ler uma calúnia como essa. Não é assim que você diria? Eu sei.

Se quer saber, eu amo o jeito que você escreve, menos os erros, porque eu sei que todo mundo erra, mas qual é a dificuldade de colocar um espaço depois de uma vírgula? Bom, voltando a parte em que eu te elogio para não ter que escutar suas reclamações mais tarde, eu amo o jeito que você faz um texto cheio de palavras difíceis ― que eu desconheço a maioria ― junto de uma teoria completamente estruturada e bem contada ( coisa que eu, aparentemente não sei fazer ) e logo depois encerra com as palavras mais vulgares e grosseiras que me fazem rir alto, mesmo sabendo que não deveria. Mas, é sério, quem é que faz uma redação de três páginas que exalam melancolia e sofrimento sobre os Judeus e os campos de concentração e, no último parágrafo termina chamando Hitler de "menininha adolescente mimada de filme americano", e logo depois cinco linhas cheias de xingamentos em italiano que eu me recuso a transcrever?

Mesmo que você seja noventa e nove por cento idiotices, tenho que te agradecer por todas as vezes em que você me disse mentiras bonitas me olhando nos olhos com a profundidade do oceano. Se eu tenho que passar o resto da minha vida ao seu lado, ao menos vamos fazer isso direito, certo? Aos poucos eu consigo decifrar o seu olhar intenso, e vamos percebendo que chorar de vez em quando é bom, então, só por hoje, me deixe chorar uma última lágrima e eu juro que será a última. E, mesmo sabendo que isso é uma bela mentira, concorde comigo.

Porque eu sempre acho que te conheço, e no mesmo instante você se transforma graciosamente enquanto eu observo aplaudindo.

Porque eu me despeço de você todo dia.

Porque eu choro sempre que você vai embora.

Porque eu quero chorar.

 

 

 

 

Então, só por hoje, me deixe chorar uma última lágrima.  


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