Quando ficou tarde, Aang e Zuko posicionaram seus sacos de dormir bem juntos um do outro e deitaram, dando as mãos.

— Então – disse Aang, olhando para o outro –, há quanto tempo você gosta de mim?

— Hmm… – murmurou Zuko. – Mais de um ano, talvez? – Ele deu um sorriso forçado.

— Mais de um ano?! – surpreendeu-se Aang. – Uau. E só contou agora?

— Eu tentei contar algumas vezes, ok? – defendeu-se Zuko. – Mas as palavras não saíam, até porque nunca fiquei sozinho com você por tanto tempo quanto nessa viagem.

— E se nossa viagem não acontecesse, até quando você pretendia esperar? – perguntou Aang, não em um tom acusativo, apenas curioso.

— Não sei… – disse Zuko. – Mas se você não fosse tão lerdo pra perceber as coisas, teria sido mais fácil.

O Avatar abriu a boca para protestar, mas percebeu que não tinha como discordar disso.

— É, de fato eu sou – concordou, sorrindo. – A propósito, você inventou aquela história de que gostava mais do caminho da direita, não inventou?

— Sim, obviamente – respondeu o Senhor do Fogo, dando risada. – Eu pretendia te falar naquela hora, mas aí chegaram aquelas aves e interromperam, e depois não consegui mais.

— Fico feliz que tenha conseguido agora – disse Aang.

— Eu também – disse Zuko. – Mas espera um minuto. – Ele fez uma breve pausa. – Você também podia ter me contado que gostava de mim.

— Podia – admitiu Aang. – Mas em minha defesa, eu comecei a gostar de você recentemente, há pouco mais de um mês. Ou pelo menos, percebi que gosto. Porque sempre te achei lindo e gostoso.

Aang sorriu, e Zuko corou e sorriu de volta. Os dois se beijaram.

— Eu também pretendia contar em algum momento da viagem – continuou o Avatar. – Mas naquele momento antes das aves, ficou evidente até mesmo pra minha lerdeza que você sentia o mesmo. Então fiquei esperando você contar.

— Nossa, isso foi cruel – disse Zuko. – Eu quase morrendo e você só esperando.

— Não sabia que você era tão exagerado – disse Aang.

— Não sabia que você tinha um lado cruel – disse Zuko.

Os dois riram.

— Você contou pra alguém? – perguntou o dobrador de ar.

— Sim – respondeu o dobrador de fogo. – Toph sabe. E ela quase me matava sempre que eu dizia que ainda não tinha conseguido te contar.

— Isso é bem a cara dela – contestou Aang. – Mas espera, então ela não–

— Ela não veio com a gente por causa disso? – completou Zuko. – Acredito que sim. E sou grato imensamente.

— Eu também, ela é uma amiga incrível! – afirmou Aang.

Após conversarem e se beijarem mais um pouco, os dois dormiram.