Eram como se agulhas fossem fincadas em seu cérebro, e ficava mais forte a cada segundo que passava. Ela tinha poucas lembranças, todas confusas demais para tentar entender, mas ela sabia que nada estava em seu estado normal.
Tinha acordado em uma maca hospitalar, em um quarto branco, sozinha e com dor. Ao andar pelo hospital notou algumas lâmpadas falhando e a completa ausência de pessoas. Era estranho. Hospitais geralmente tinham enfermeiras e médicos circulando pelos corredores frequentemente, mas ai estava ela, completamente só.
A dor de cabeça era a mais forte, mas não era a única. Faixas cobriam algumas partes de seus braços e haviam curativos nas costas. Seus músculos reclamavam ao menor movimento e demoravam muito para obedecer aos comandos, como se ainda estivessem adormecidos.
O elevador a sua frente tinha a letra x piscando de cor vermelha no visor é o botão não obedecia ao seu chamado então ela continuou seu caminho à procura das escadas. Percebeu então que não tinha olhado pela janela, ela estava coberta por persianas fechadas. Seria noite? Estaria ela agindo corretamente em sair daquele quarto sem supervisão? Aquela situação não parecia comum, então ela resolveu não se importar com as regras hospitalares, afinal, aquela instituição provavelmente estaria descumprindo várias ao deixar uma paciente sozinha em um hospital vazio.
Ela não se atreveu a abrir nenhuma porta. Talvez tivessem outros pacientes adormecidos, como ela estava antes.
Finalmente! As escadas. As luzes naquela região piscavam bastante. Ela sentiu um arrepio. Se sentiu boba por temer aquela situação clichê de filme de terror barato. A dor continuava lá, firme e forte.
Seguia sinalização dos andares fielmente. Acabou que ela estava no décimo andar, então tinha uma grande maratona de escadas pra descer, apoiada ao corrimão devido a frequentes tonturas.
Quando chegou ao térreo e, portanto a recepção, se deparou com uma cena grotesca. Dois corpos largados no chão, sangue ao redor deles, objetos quebrados por todo lugar. Pela enorme porta de vidro ela pode ver uma parte da calçada do hospital. Haviam carros abandonados, alguns pegavam fogo, as lojas do outro lado da rua estavam abertas e pareciam estar no mesmo estado da recepção do hospital.
Tentou entender a situação, mas sua mente não estava no lugar certo. Reparou que um dos corpos no chão era de um segurança, ele não tinha conseguido sacar sua arma. Ela então tirou o coldre do defunto e adaptou ao seu corpo. Ao sair do centro médico tentou se preparar para todo tipo de situação.