Procura-se uma esposa escrita por mjrooxy


Capítulo 7
Capítulo 6




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Naquela noite amena, Darcy e Lizzie foram jantar juntos. Afinal, depois do sucesso na reunião em que ambos enganaram perfeitamente os acionistas chineses, eles decidiram comemorar. Precisavam estipular os termos do acordo, já que aquilo não seria um casamento convencional e sim um contrato propriamente dito. Darcy, como era sistemático e metódico, tinha em mente todos os pontos a serem abordados após o jantar. Porém, quando avistou Elizabeth aproximando-se completamente deslumbrante, em um vestido preto, com uma fenda generosa na lateral de uma das pernas, ele quase esqueceu-se de tudo o que planejara até então.

"Bingley tinha razão, quem diria; Elizabeth realmente é muito bela e bastante interessante.", pensou e, no instante seguinte, ela lhe deu um beijo no rosto, obrigando Darcy a inalar seu perfume floral.

— Boa noite, Darcy. — disse ela e abriu um grande sorriso.

— Boa noite, Elizabeth. — ele retribuiu um pouco desconcertado.

Já que iria cumprimentá-la apenas com um aperto de mão.

— Se vamos fazer isso, temos que parecer mais íntimos, não acha? — Lizzie revidou, parecendo ler sua mente. — Ou presume que vão acreditar, se formos dois cubos de gelo um com o outro?

— Tem razão. — Darcy ponderou. — Você está incrivelmente linda. — aproveitou para entrar no clima.

— Obrigada, não quis fazer feio ao seu lado. — ela sorriu novamente e Darcy constatou que seria muito bom se a visse sorrir muito mais vezes.

— Você jamais correria esse risco. — objetou com segurança. — Eu fiquei bastante impressionado com sua desenvoltura com os chineses, eles ficaram quietinhos por vários minutos ouvindo-a falar, coisa que jamais consegui em todos esses meses de negociação. Aliás, minha intérprete anterior também se afobava um pouco ao lidar com eles.

— Darcy, eu lido com salas de quarenta alunos pra cima, não há nada que me bote medo. — Lizzie retrucou e foram seguindo em direção ao cupê preto.

— Por isso eu digo e repito; você foi minha melhor escolha. — Darcy abriu a porta para Elizabeth, que entrou prontamente, não antes de quase causar um ataque cardíaco no pobre homem.

Devido a fenda no vestido que deixava em extrema evidência sua perna bronzeada. Ele pigarreou, respirando fundo e deu a volta no carro.

— Acho que nenhuma outra mulher aceitaria esse tipo de proposta, mas como eu adoro sair da rotina. — Elizabeth afirmou, animada.

Inclusive; naquele momento, ela sentia-se muito bem ao lado de Darcy. Ele era bonito e imponente e, contrariando todas as suas expectativas até o presente momento, Darcy estava se saindo muito bem ao tratá-la com carinho e respeito. Lizzie até achara que ele morrera e fora substituído por algum impostor naquele período de tempo entre a entrevista e o jantar. Pois ambos foram conversando animadamente até o restaurante; além disso, vez ou outra sorriam e se olhavam com cumplicidade. Nem parecia que se conheciam há menos de um mês.

Aquilo era bom, refletiu Darcy.

Talvez não fosse tanta loucura aquele casamento. Já que Elizabeth mais parecia uma amiga de longa data do que sua noiva por contrato. Entretanto, uma coisa lhe atormentava, ela era bonita demais para ser considerada apenas uma amiga. Darcy, por sua vez, afastou o pensamento, jogando a imagem da perna desnuda de Elizabeth para um canto escuro da mente, e concentrou-se em ser um cavalheiro. Não queria desapontá-la, muito menos que Elizabeth voltasse atrás de sua decisão e cabia a ele certificar-se de que isso não aconteceria.

O restaurante em que Darcy fizera as reservas, era um dos mais chiques de São Paulo, por sinal. O local era muito bem frequentado e isso não passou despercebido pelos olhos atentos de Elizabeth, que agradeceu mentalmente pelo vestido novo que Jane lhe dera. Falando em Jane, a irmã de Elizabeth quase infartara quando Lizzie lhe segredou sobre o casamento iminente com Darcy. Apesar dos termos peculiares da união, Jane ficara bastante encantada. Ela até alfinetara Elizabeth, alegando que nos tempos antigos, casamentos nesses termos, em algumas das vezes, terminavam em amor.

Comentário que fez Lizzie rir de colocar a mão na barriga, não corria esse risco. Aquela união era completa e absolutamente profissional, era como ajudar um amigo, não tão amigo assim, vai. Já que eles não se conheciam profundamente. Contudo, Elizabeth sentira-se solidária ao desespero de Darcy, ao analisar seus motivos para lhe propor tal acordo. Lizzie tinha certeza de que um homem daquele, em hipótese alguma, se apaixonaria por alguém como ela.

Não que se considerasse inferior, isso jamais. Porém, vendo como Darcy era sério e analítico, chegou à conclusão que seu espírito livre e expansivo, por certo o assustaria. Isso quase sempre ocorria com outros pretendentes também. Por este motivo, Elizabeth decidira focar na vida profissional, pois alguns homens eram deveras frustrantes e ela estava cansada deles.

A carreira, sem sombra de dúvidas, era mais promissora e lhe dava bem mais prazer do que meia dúzia de elogios e um convite de ir para a cama ao final da noite.

— Você está silenciosa, não gostou do restaurante? — Darcy, que afastara a cadeira para ela sentar-se, questionou um tanto preocupado.

— Não, que isso. — Lizzie tratou de disfarçar. — Só estava pensando em algumas coisas, esse restaurante é maravilhoso!

— Que bom que gostou, Elizabeth. Queria escolher um lugar especial para o nosso primeiro jantar romântico. — ele brincou, arrancando um sorriso de Elizabeth.

— Esse é o espírito. — ela objetou. — Está aprendendo rápido. Porém, acho que já pode me chamar de Lizzie, pois Elizabeth é muito formal.

Darcy assentiu:

— Lizzie. — e pronunciou o apelido, degustando cada letra, como se fosse uma saborosa sobremesa.

— Está vendo? Não é tão difícil. — ela sorriu.

— Está sendo bem mais fácil do que eu imaginava, se eu soubesse que seria assim, teria pedido sua mão em casamento no dia da sua entrevista. — Darcy descontraiu e Elizabeth sorriu grande em resposta.

— Que bicho te mordeu, Darcy? — ela o provocou. — Você sabe fazer piada!

Ele riu, constrangido.

— Você está me subestimando, Lizzie. — disse ele, olhando-a nos olhos. — Eu não sou tão sério assim!

— Não me diga? — ela revidou. — No dia da minha entrevista, você se quer deu abertura para qualquer piadinha, sabe o quanto isso é torturante para mim? Eu fui com umas dez em mente, disposta a quebrar o gelo, só que você não me permitiu usar nenhuma!

— Perdoe-me, eu realmente estava mais sério do que nunca naquele dia. — Elizabeth assentiu. — Eu não sabia o que fazer e minha intérprete havia saído de licença, enfim.

— São águas passadas, agora me diga. Quando iremos nos casar, meu amor? — Lizzie sorriu, vendo que o garçom aproximava-se deles naquele mesmo momento e ouvira sua pergunta.

No entanto, Darcy congelou ao ouvir a palavra amor sendo pronunciada de forma tão singela e sentiu até um frio na barriga. Realmente era bastante tentador ser chamado daquela forma por uma mulher tão sedutora.

Foco, Darcy. Foco!

Darcy obrigou-se a lembrar de que tudo aquilo era premeditado, que não eram um casal em si e jamais viriam a ser. Para sua segurança, ele não poderia esquecer-se disso em hipótese alguma, ou estaria em maus lençóis, ou seriam bons?

 


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