Sutra do Lótus escrita por Nena Lorac


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

"Ame Ni Mo Makezu" (Não se deixe abater pela chuva)
Por Miyazawa Kenji



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Talvez exista informações que as pessoas desconheçam sobre esse gentil garoto do interior. Mesmo que ele pareça muito simples de ler.

Algumas coisas da cidade grande eram muito complicadas de se compreender. Tudo ocorria em decorrência de algo incomum para fazer outra coisa estranha. Sistemas muito sofisticados, para uma mente simples e humilde, e todas essas coisas não entrariam tão fácil na rotina. Mesmo tendo alguns meses de trabalho, as coisas ainda eram difíceis. Mas mesmo a mais complicadas das questões, era resolvida com alguns poucos sorrisos e sentimentos verdadeiros.

Observar cada um da Agência para tentar assimilar melhor toda essa realidade se tornou um hábito secreto. Talvez não tão secreto para certas pessoas hiper inteligentes daquele lugar, mas talvez, o resto nem imaginava que ele pudesse ter tal discernimento em relação às outras pessoas.

Não mentia sua personalidade amável, mas também não era alguém ingênuo. Preferia tratar as coisas de forma honesta para obter os melhores resultados, pois se resolvesse agir de forma indiferente e assustadora, talvez aquelas pessoas que contribuíam para o seu trabalho, além de medo, estariam mortas de fato. Pretendia ter amigos colaborativos, como gostava de falar.

Se agisse dessa forma tão diferente, talvez seus companheiros da Agência tomassem outras medidas em relação a ele. Não queria se sentir um monstro de novo. Só queria sentir o ar puro por mais tempo, conviver com as pessoas, poder ajudar sempre que pudesse, contribuir o máximo que podia com a sociedade... fazer todo o oposto que sempre lhe foi dito.

Naquele pequeno vilarejo, mesmo tendo certa liberdade, sempre foi vigiado. Sempre fora alvo de pessoas que o enxergavam como uma coisa demoníaca. Era um objeto útil quando convinha. Vivia a maior parte do dia confinado, e era forçado a comer sempre para que sua habilidade ficasse contida, e acordado só quando era necessário sua ajuda.

Tinha ideias vagas do que considerava um lar, raras lembranças agradáveis de quando vivia no campo. Sempre era alguém em que as pessoas não confiavam e tinham medo.

Sua família tentava tornar a sua vida o melhor possível, mas aquela pequena cidade os forçava a colocar aquele pequeno garoto em situações ruins.

Quando o Presidente Fukuzawa o resgatou daquela vilarejo, foi um enorme alívio, sabendo que poderia viver fora de um quarto. Poderia realizar seu sonho de recomeçar, de poder contribuir de fato com as pessoas sem ser visto como um monstro, foi o que lhe garantiram.

E ao descobrir que existiam pessoas tão diferentes e excepcionais iguais a ele, aqueceu seu coração. Mas pretendia nunca contar como era sua relação, de fato, com seu vilarejo, e fez um acordo com o Presidente para que isso se mantivesse oculto das outras pessoas da Agência. E mesmo após esses anos difíceis, ele ainda queria contribuir para aquele vilarejo. Queria ajudar, para afirmar para todos que ele podia ser muito melhor do que um monstro. E que a liberdade que tinha ganhado iria fazer valer cada segundo.

E todos os dias, ele começa indo para o centro da cidade, ignorando totalmente os horários de Kunikida, procurando quem pudesse ajudar.

Só queria viver todos os dias seguintes desse jeito...


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Notas finais do capítulo

"Kenji se converteu ao Budismo Nitiren depois de ler o Sutra do Lótus." (Wikipédia do autor Kenji Miyazawa)
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"Existem duas formas de se interpretar o Sutra do Lótus: por meio da leitura literal ou substancial. A leitura literal é a interpretação do Sutra do Lótus do ponto de vista de Shakyamuni e de Tiantai. E a substancial é a interpretação desse sutra pelo buda Nichiren Daishonin a partir de sua própria iluminação." (http://www.seikyopost.com.br)
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"O sutra foi denominado Sutra de Lótus porque o lótus simboliza a unidade de causa e efeito, especificamente a causa de aspiração pelo iluminamento (estado búdico) e o resultado de alcançá-lo, pois o lótus é a flor que floresce e gera sementes ao mesmo tempo. Também simboliza a pureza do estado búdico, florescendo em meio às vidas comuns do mesmo modo que a flor de lótus floresce na água lamacenta da lagoa. [...] O maravilhoso Dharma do Sutra de Lótus é que todos os seres vivos, percebam isso ou não, têm a capacidade de se tornar iluminados. Todo mundo, sem exceção, pode descobrir a perfeita sabedoria e a grande compaixão que reside nas profundezas da vida. O Sutra de Lótus também ensina que a vida de um buda transcende nosso modo normal de pensar e ultrapassa os limites do nascimento e da morte." (https://www.nichiren.or.jp/portuguese/)



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