Candy girl escrita por mjrooxy


Capítulo 2
Estranhamente familiar




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Ao chegarmos dentro da escola, eu simplesmente tentei puxar minha mão, mas era impossível. Naruto a segurava firmemente e tinha as bochechas levemente avermelhadas.

— Po-por que fez isso? - perguntei, sentindo meu coração completamente acelerado.

Naruto parou de frente pra mim, ainda segurando minha mão e proferiu, sem responder minha pergunta:

— Por que não se defendeu, Hinata?

— E-eu... Eu... - as palavras não saiam.

Afinal, nunca revidei os insultos.

— Eles estavam te humilhando, isso sempre acontece? - tornou a indagar e eu apenas fiz que sim com a cabeça.

— Por que não dá queixa à direção? Isso é totalmente errado! - exclamou exasperado e passou a mão livre pelos fios de cabelos dourados.

— De nada adiantaria... - respondi num fio de voz.

— Claro que adiantaria, ninguém tem que aguentar esse tipo de ofensa, muito menos você. - afirmou taxativo.

— Tu-tudo bem, não tem problema. - falei, sem olhá-lo nos olhos.

— Tem todos os problemas, Hinata. - devolveu no mesmo momento. - A partir de hoje, se alguém te ofender, vai se ver comigo.

Eu arregalei os olhos e senti até uma vertigem.

— Não precisa se preocupar. - protestei e minha voz soou ainda mais baixa.

— Hinata, você não pode deixar as pessoas te ofenderem dessa forma e ficar quieta. - ponderou e eu assenti, porque não sabia o que dizer - Promete que se acontecer novamente você vai se impor?

— E-eu não posso prometer isso. - aleguei sentindo meus olhos enxerem de água.

Naruto devia me achar patética, para sentir que precisava me ensinar a como me defender dos insultos.

— Você não é nada disso que eles disseram, tá bom? - Naruto afirmou e voltou a levantar meu queixo com o indicador. - Não fica triste.

Balancei frenéticamente a cabeça, sentindo às lágrimas escorrerem. Por que ele estava sendo tão bonzinho comigo, sendo que jamais havia me notado?

— De-desculpe. - pedi envergonhada e fiz menção de enxugar o rosto.

— Ei, não chora, por favor. - e tocou minha bochecha com o polegar. - Eu não quis ser grosso.

— Nã-não. - despejei olhando em seus olhos pela segunda vez, desde que entramos na escola. - É só que, nenhum garoto me tratou tão bem antes, além do meu irmão... - completei e até funguei, de tanto que chorava.

Que vergonha, eu era uma piada!

Foi nesse momento que aconteceu a segunda coisa mais inacreditável da minha vida, enquanto eu me debulhava em lágrimas, Naruto puxou-me para si, colando meu rosto em seu peito.

— Shiu... - falou, acarinhando meus cabelos. - Tá tudo bem, não precisa chorar.

Eu estava sonhado? Só podia ser, deveria ser aqueles sonhos lúcidos, no qual você planeja o que quer que aconteça, sabe? Não era possível. Naruto, de fato, estava me abraçando?

— Me belisca? - pedi envolvendo sua cintura.

— O que? - Naruto devolveu e me afastou um pouquinho, para olhar novamente pra mim.

— Isso é um sonho, não é? - insisti confusa.

Ele riu.

— Não é não.

— Ah meu Deus! - exclamei e tentei me soltar. - De-desculpe. - insisti novamente, com as bochechas queimando de vergonha.

— Por que está se desculpando, se foi eu que te abracei?

— Naruto e a estranha estão abraçados no pátio... - ouvi uma menina cochichando para a amiga e senti novamente uma vontade incontrolável de chorar.

— Vocês não tem o que fazer, além de ofender a Hinata? - Naruto perguntou, olhando para a garota que fez o comentário. - Que merda de educação recebeu, para tratar outra garota dessa forma? Ah, por falar nisso, eu conheço teu pai, pode deixar que vou contar pra ele, o tipo de coisa que anda fazendo na escola!

— Por favor, Naruto. - a menina suplicou, juntando as mãos em forma de prece. - Não conta nada, senão eu ficarei de castigo eternamente.

— Peça desculpas à Hinata.

— Eu? - a loira revidou, incrédula.

— Você mesmo, a menos que esteja vendo outra pessoa tão escrota quando você aqui. - Naruto sorriu de canto e eu senti minhas pernas amolecerem, ele estava me defendendo?

— Desculpa. - ouvi da garota, que mal me olhou nos olhos.

— Não ouvi direito, você falou muito baixo. - ele contrapôs.

— DESCULPA! - ela quase gritou e saiu pisando duro.

— Não precisava fazer isso. - aleguei, ainda nos braços de Naruto.

— Precisava sim. - afirmou resoluto. - Eu não sei porque, mas tenho a sensação de já te conhecer... - divagou e meu coração deu um solavanco, será que ele se lembraria? - Seus olhos me são tão familiares.

— Te-tenho que ir. - afastei-me abruptamente e saí correndo, sentindo meu corpo todo reagir com a proximidade que tivemos recentemente.

Aliás, por que não aproveitei por mais tempo? Eu sempre sonhei em ficar grudadinha em Naruto, como estavámos há poucos segundos; porém, quando mencionou meus olhos, eu simplesmente travei.

Sempre desejei que Naruto me reconhecesse, mas ele nunca o fez e hoje, do nada, isso iria acontecer, será? Ou eu estava, mais uma vez, me iludindo? Céus, eu não iria aguentar, tanto tempo esperando Naruto me notar. Agora, depois de sentir seus braços em volta de mim e seu carinho rarefeito em meu rosto. Eu sofreria ainda mais, lembrando de seu toque e do seu calor, sendo que, provavelmente, ele fez tudo isso por pena!

Ah, como era difícil ser eu...

Depois do que aconteceu, eu mal consegui prestar atenção na aula, permitindo-me divagar. Apenas acionei o piloto automático e fiquei o tempo todo lembrando das sensações gostosas que senti, quando Naruto estava tão pertinho de mim.

Ah, como eu queria repetir a dose, queria tanto, que cheguei a suspirar alto dentro da sala, chamando a atenção de alguns alunos para mim. Contudo, dessa vez não me importei. Naruto tinha me abraçado, acariciado meu rosto e, de quebra, disse que meus olhos eram familiares. Eu ainda não conseguia acreditar na sorte que tive, quantas meninas desejariam receber tal atenção e eu fui a escolhida. Pelo menos por enquanto, apesar do que Naruto afirmou, que não tinha namorada, eu bem sabia sobre Shion, a garota que estava sempre perto dele. Inclusive, ela também era modelo.

Era melhor eu voltar para a realidade rapidinho; porque, vejam bem, não nutria expectativas de que aquele evento tornaria a acontecer.

E, quanto maior a altura, pior era a queda. Por sinal, eu já não tinha mais para onde cair.

 


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