Crimsontale (cancelada) escrita por xNoiRx


Capítulo 1
Capítulo 1: Ruínas de um Mundo Monstruoso Parte I


Notas iniciais do capítulo

Essa história é uma idéia que tive faz um tempo, e realmente não sei se todos vão gostar dessa nova visão do universo de Undertale. Muita coisa mudou, mas certas coisas continuam iguais. Se estiver interessado, apenas siga adiante, meu amigo viajante.



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"Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha de volta para você."

Essa parte de uma das famosas frases de Nietzsche ecoava agora dentro de minha cabeça enquanto eu olhava para o único ponto de entrada ao subsolo daquele monte, que a tempos era assombrado por uma velha história do passado.
Escura como uma noite sem luar, tão funda que até mesmo eu poderia a chamar de infinita. Coisas que fariam uma pessoa normal gelar por minutos, mas que naquele momento, não preocupavam tanto a minha consciência. O que habitava em seu fundo, no entanto, era algo que em meu coração verdadeiramente semeava um sentimento que pendia ao medo.
Já li e reli diversos livros que contavam a história da guerra contra os Risæ, e por isso sei os perigos e o horror que lá embaixo me aguardam. Porém, eu ainda me pergunto uma única coisa. Será que estou realmente preparada para tudo isso? os verdadeiros heróis das histórias que minha vó sempre me contava, ganhavam pois nunca estavam realmente sozinhos, sempre havia alguém ao seu lado, os apoiando até o fim. Mas eu? eu não tenho mais ninguém com quem contar além de mim mesma nessa jornada. Meus pais já estão velhos demais para isso, sua magia está fraca e seus corpos também. Meus amigos? eles acham que estou louca por apenas querer salvar meu irmão... e quer saber de uma coisa? acho que estou mesmo.
Olho para trás, vendo um pouco da luz que vem do lado de fora, irradiando o máximo que conseguia dentro daquela escura caverna. Além da entrada vejo a natureza que floresce ao som do canto dos pássaros, mesmo com o frio sopro do inverno batendo em suas portas. Vejo minha vida, tudo aquilo o que irei deixar para trás aqui e agora, e que talvez, nunca possa ver novamente.
Volto a olhar novamente para o buraco, dando um pequeno suspiro e fechando meus olhos. Realmente não é como se nesta situação alguma outra escolha estivesse a minha frente não é? Leo está lá, sozinho e com medo, e eu não poderia simplesmente sentar aqui, esperando ele milagrosamente voltar. Eles me ensinaram isso. Me ensinaram a nunca ficar parada sem fazer nada. Onde quer que estejam agora, não posso os deixar decepcionados, não depois de tudo que fizeram.
"Aguente aí Leo, sua irmã está indo trazer você de volta para casa. Me espere. Por favor." em minha mente eu dizia.
Meus olhos se abrem de forma lenta, de relance dando mais uma olhada ao buraco profundo. Minha decisão agora já estava feita, eu não iria voltar atrás. Não, eu não poderia voltar atrás. Nunca poderia.
Pulo dentro do void que a minha frente aguardava, atravessando a escuridão em seu interior a uma tremenda velocidade. Meus longos cabelos castanhos balançavam junto a meu cachecol vermelho e minhas roupas enquanto eu caia, meus olhos fixados no que estava abaixo de mim. "Eu vou te encontrar Leo. Eu não vou deixar você sozinho de novo.", era o que em minha mente diversas vezes eu repetia para tentar manter minha calma naquela queda livre.
Me esforçava ao máximo em meio a todo aquele vazio escuro, tentando e tentando, até que finalmente, iluminado por douradas flores brilhantes, o fundo finalmente por meus olhos pôde ser visto.
As flores estavam aglomeradas no formato de uma cama, parecendo até que esperavam que alguém caísse naquele exato ponto, bem em cima delas. Mas bem, eu não iria arriscar neste palpite. Não mesmo.
Sem muito esforço, faço com que asas vermelhas feitas de magia surjam em minhas costas. Eu as bato com toda a majestade que conseguia imitar de um pássaro, para que assim meu corpo perdesse um pouco de toda sua velocidade antes de chegar ao chão. "Magia realmente deixa tudo mais fácil." penso, ao pousar suavemente sobre as flores brilhantes, que, diferentemente de outras que já vi, funcionavam de forma estranha, como uma espécie de cama elástica, amassando sob meu peso, mas logo voltando a seu estado normal. Acho que o pensamento de que elas serviriam como uma cama para quem aqui caísse não estava tão errado.

— O subsolo. - Digo em voz alta, mas ainda assim em um tom baixo o suficiente para que ninguém além de mim ouvisse. - Aqui é onde tudo começa.

Ando um pouco a frente, saindo de cima das flores douradas - que agora olhando bem, tinham também riscos claros de verde nas pontas de suas pétalas, o que as dava uma aparência bem bonita ao meu ver - para ficar sobre o chão rochoso. O lugar estava um completo breu - como era de se esperar - e tudo que se podia ver com clareza ali eram as pequenas flores atrás de mim, que brilhavam em uma bonita fusão padronizada de dourado e verde. Além de alguns cristais estranhos encrustados nas paredes ao redor.
Eu não poderia simplesmente começar a caminhar as cegas em um local como aquele, era algo bastante idiota de se fazer, até mesmo para aqueles realmente desprovidos de inteligência. Com isso em mente, decidi então por o meu pequeno conhecimento sobre magias de invocação a prova. Acho que já faz um tempo desde a última vez que fiz algo do tipo, mas não custava tentar não é?
Ajoelhada, com ambas palmas de minhas mãos encostadas no chão rochoso do lugar, eu iniciava o ritual de invocação. Iria invocar um familiar do tipo básico - não consigo invocar muito bem os outros tipos, então não é como se eu tivesse muita escolha -, que me ajudaria naquela situação. Precisei me concentrar um pouco, mas como era um ser bem fraco, não iria ser tão difícil assim de o trazer para esse lado.
Meus olhos estavam fechados e de minha boca agora saiam palavras arcaicas, que os antigos haviam criado para se comunicar com espíritos do outro mundo. Eu não podia ver, mas sentia o círculo avermelhado de passagem se formar a minha frente enquanto as palavras dançavam pelo ar. Ele queimava em chamas escaldantes, porém inofensivas, que giravam como um tornado ainda em formação. O ritual estava chegando a seu fim. Eu podia sentir tal coisa.
Quando recitei as últimas palavras necessárias para a invocação ser completada, de uma vez, meus olhos se abriram, focando-se na cena adiante. Não foi algo voluntário, mas sim forçado, como se aquilo que agora iria surgir diante de mim, quisesse que eu presenciasse sua chegada da forma mais atenta possível.
Do pequeno círculo antes formado, uma espécie de chama azulada agora começava a surgir, fagulhas de fogo sendo lançadas para os lados enquanto as chamas materializavam seu corpo pequeno. Não demorou muito para que sua forma completa ali aparecesse.
Era do tamanho de uma cabeça humana padrão, só que flamejante e perfeitamente esférica. Possuia um rosto cartunesco, com olhos redondos e completamente negros, que, naquele hora, me encaravam. Não possuía boca, mas não acho que ela precisasse de uma de qualquer maneira.
A criatura parecia curiosa sobre mim. Ela me rodeava, continuando a me olhar com aqueles seus olhos negros, que se pareciam com o céu obscuro da noite.
Seu corpo girava de forma lenta, indo e vindo, como se estivesse a deriva no vácuo do espaço. Eu apenas a assistia fazer isso, meus olhos cor de noz fixados em sua circunferência.
A chama chega mais perto, tão perto quanto mercúrio ficaria diante da face de nosso sol. Ela para, frente a meu rosto. Seus olhos se fecham, e a chama calmamente encosta na superfície de minha face, seu corpo estando naquele instante, virado de lado. Seu calor era leve, sutil como uma mão lisa. Ele transmitia uma boa sensação, uma que era reconfortante, e que agora passava a percorrer por meu rosto enquanto o foguinho sutilmente se esfregava contra ele.
Me peguei sorrindo de uma forma boba enquanto isso ocorria. Era algo inesperado, mas ao mesmo tempo fofo, acho eu. Um sinal de que apartir de agora, ela iria me ajudar em meu caminho aqui embaixo.

「 Contínua... 」


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado do que viu, e mesmo se não tiver, tudo bem, gostos são diferentes. Se for possível, apenas me diga o que devo melhorar.



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