Nosso amor é inevitável escrita por Maria Eduarda
Renê narrando: Estava em um bar local da cidade com alguns amigos bebendo quando vejo a Helena entrar e se sentar no balcão. Ela parecia muito mal. Peço licença e vou até ela
— Se continuar chorando desse jeito os rios vão encher rapidinho. Ofereço o meu copo a ela que pega e bebe um pouco
— Obrigada. Estava mesmo precisando de uma bebida. Diz me devolvendo o copo
— Conta pra mim o que aconteceu pra você está nesse estado
— Eu descobri uma coisa que me machucou muito hoje
— Você quer compartilhar? Talvez ajude você se desabafar com alguém. Me sento do seu lado
— Só se você quiser compartilhar o motivo da sua cicatriz. Diz pondo o dedo no meu peito
— Ok você me pegou nessa. Sorrio pra ela
— Eu sou esperta não acha?
— Sim muito. Se você precisar estou sentado ali naquela mesa com alguns amigos
— Espero que sejam só amigos mesmo. Não quero ter duas decepções como essa hoje. Diz bufando
— Não entendi o que quis dizer
— Você é gay?
— Não,mas não entendi qual o propósito dessa pergunta
— Seus amigos estão te esperando. Ela aponta com a cabeça pra mesa que eu estava antes e eles fazem sinal com a mão me chamando
— Até depois Helena. Sai dali e me sento novamente a mesa. Passei a observar ela. Helena estava de costas pra mim no balcão. Ela estava bem mal mesmo, não parava de chorar. Pela pergunta que ela me fez concerteza ela descobriu que o Renan é gay. Levanto da mesa e vou até ela novamente
— Eu caí e me machuquei
— O que? Ela pergunta confusa
— Minha cicatriz. Você não queria saber como eu consegui ela e porque nunca contei pra ninguém?
— Sim,mas eu não achei que você fosse me contar. A propósito por quê está me contando?
— Porque eu acho que está na hora de eu superar meus medos e além do mais eu confio em você. Ponho minha mão sobre a dela no balcão
— Então como eu estava dizendo, eu tinha 4 anos quando tudo aconteceu. Eu pedi a minha mãe pra sair com alguns amigos e fomos até uma colina que tinha há 2 quarteirões da nossa rua. Em baixo da colina tinha um riacho. Os meninos fizeram uma aposta boba pra ver quem conseguia subir até o topo da colina. Todos subiram e quando chegou a minha vez eu estava com medo,mas subi porque se eu não subisse todos iam ficar me zoando e pegando no meu pé. Quando eu estava subindo eu fiquei tonto e cai lá de cima. Tentei segurar em alguma coisa,mas não deu muito certo e eu acabei batendo a cabeça e caindo desmaiado na água. Quando eu estava dentro da água alguma coisa me mordeu ou me cortou. Eu não contei pra ninguém com medo de me chamarem de fracote. E foi assim que eu ganhei essa cicatriz e quase morri. Depois disso eu fiquei com trauma de escalada
— Nossa que história. Ela diz surpresa. Ah é só pra você saber eu não te acho um fracote
— Não?
— Não. Eu te acho muito corajoso e valente porque você passou por tudo isso sozinho. E além do mais essa cicatriz aí concerteza e porque você cortou e não deu ponto
— É eu não quis ir ao hospital porque eles iam querer comunicar aos meus pais. Mas agora é a sua vez. Eu já te contei o que você queria saber. Dou um gole na cerveja que eu estava bebendo
— Ok. Diz respirando fundo. Eu descobri hoje que o Renan é gay. Eu vi ele beijando um homem
— Nossa que chato
— Por quê você não me parece surpreso?
— Porque eu já sabia
— Por quê você nunca me contou?
— Porque não era eu que tinha que contar e além do mais ele pediu para que eu guardasse segredo
— A quanto tempo você sabe?
— Bom faz uns 4 anos. É se você quer saber ele está com esse rapaz a 6 anos ou seja desde quando ele tinha 20 anos. Ele ficou com você como hetéro durante 14 anos ou menos porque quando criança não conta
— 20 anos da minha vida jogado fora. Por quê que ele não me deixou pra você se ele ia fazer isso?
— Eu também não sei
— Tenho certeza que teria sido muito mais feliz com você. Ela se aproxima de mim e faz carinho no meu rosto
— Se estivemos juntos todos esses anos já estaríamos casados e com filhos
— Nossa que rápido você. Diz sorrindo
— Foram 20 anos Helena
— Mesmo assim éramos crianças a maioria dos anos
— É você tem razão. Mas deixamos de ser crianças há muito tempo já. Principalmente eu que tive que virar homem com 14 anos por sua culpa. Digo rindo pra ela apontando
— Minha? A culpa foi sua que foi grosso comigo. Eu não tenho culpa que o seu irmão foi tirar satisfações com você. Diz indignada rindo também. Mantivemos uma conversa tranquila e divertida. Não liguei pros meus amigos que estavam me chamando estava curtindo o meu momento com a Helena
— Bom Renê já está tarde eu tenho que ir. Diz olhando pro relógio
— Você está de carro?
— Não,eu vim a pé. Estava indo encontrar o Fábio em um restaurante que tínhamos marcado,mas fiquei mal depois que eu vi o Renan
— Então eu te levo pra casa. É só me dizer o endereço. Você mora sozinha né ou mora com seus pais ainda?
— Eu moro sozinha. Eu agradeço pela carona,mas não é muito longe daqui dá pra eu ir andando
— Já está tarde Helena eu nunca deixaria você ir embora sozinha. Ei o que foi? Pergunto depois dela começar a chorar e deitar em meu peito
— Eu só queria que o seu irmão fosse carinhoso assim. Eu nem sei como vai ser amanhã
— Não fique assim vai dar tudo certo e se não der você tem a mim. Pode contar sempre comigo. A abraço
— Desculpa te encher com esse assunto Re. Ela me abraça também
— Eu estarei aqui sempre que precisar. Vamos tomar uma cerveja antes de você ir? Pode deixar que eu pago. Digo depois dela levantar a cabeça pra me olhar
— Tudo bem acho que não tem problema já que você vai me levar embora depois. Ela se senta novamente. Me sento do lado dela
<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_200425_172501_386.sdoc-->
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!