Nosso amor é inevitável escrita por Maria Eduarda


Capítulo 14
Capítulo 13




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Renê narrando: Estava em um bar local da cidade com alguns amigos bebendo quando vejo a Helena entrar e se sentar no balcão. Ela parecia muito mal. Peço licença e vou até ela

— Se continuar chorando desse jeito os rios vão encher rapidinho. Ofereço o meu copo a ela que pega e bebe um pouco

— Obrigada. Estava mesmo precisando de uma bebida. Diz me devolvendo o copo

— Conta pra mim o que aconteceu pra você está nesse estado

— Eu descobri uma coisa que me machucou muito hoje

— Você quer compartilhar? Talvez ajude você se desabafar com alguém. Me sento do seu lado

— Só se você quiser compartilhar o motivo da sua cicatriz. Diz pondo o dedo no meu peito

— Ok você me pegou nessa. Sorrio pra ela

— Eu sou esperta não acha?

— Sim muito. Se você precisar estou sentado ali naquela mesa com alguns amigos

— Espero que sejam só amigos mesmo. Não quero ter duas decepções como essa hoje. Diz bufando

— Não entendi o que quis dizer

— Você é gay?

— Não,mas não entendi qual o propósito dessa pergunta

— Seus amigos estão te esperando. Ela aponta com a cabeça pra mesa que eu estava antes e eles fazem sinal com a mão me chamando

— Até depois Helena. Sai dali e me sento novamente a mesa. Passei a observar ela. Helena estava de costas pra mim no balcão. Ela estava bem mal mesmo, não parava de chorar. Pela pergunta que ela me fez concerteza ela descobriu que o Renan é gay. Levanto da mesa e vou até ela novamente

— Eu caí e me machuquei

— O que? Ela pergunta confusa

— Minha cicatriz. Você não queria saber como eu consegui ela e porque nunca contei pra ninguém?

— Sim,mas eu não achei que você fosse me contar. A propósito por quê está me contando?

— Porque eu acho que está na hora de eu superar meus medos e além do mais eu confio em você. Ponho minha mão sobre a dela no balcão

— Então como eu estava dizendo, eu tinha 4 anos quando tudo aconteceu. Eu pedi a minha mãe pra sair com alguns amigos e fomos até uma colina que tinha há 2 quarteirões da nossa rua. Em baixo da colina tinha um riacho. Os meninos fizeram uma aposta boba pra ver quem conseguia subir até o topo da colina. Todos subiram e quando chegou a minha vez eu estava com medo,mas subi porque se eu não subisse todos iam ficar me zoando e pegando no meu pé. Quando eu estava subindo eu fiquei tonto e cai lá de cima. Tentei segurar em alguma coisa,mas não deu muito certo e eu acabei batendo a cabeça e caindo desmaiado na água. Quando eu estava dentro da água alguma coisa me mordeu ou me cortou. Eu não contei pra ninguém com medo de me chamarem de fracote. E foi assim que eu ganhei essa cicatriz e quase morri. Depois disso eu fiquei com trauma de escalada

— Nossa que história. Ela diz surpresa. Ah é só pra você saber eu não te acho um fracote

— Não?

— Não. Eu te acho muito corajoso e valente porque você passou por tudo isso sozinho. E além do mais essa cicatriz aí concerteza e porque você cortou e não deu ponto

— É eu não quis ir ao hospital porque eles iam querer comunicar aos meus pais. Mas agora é a sua vez. Eu já te contei o que você queria saber. Dou um gole na cerveja que eu estava bebendo

— Ok. Diz respirando fundo. Eu descobri hoje que o Renan é gay. Eu vi ele beijando um homem

— Nossa que chato

— Por quê você não me parece surpreso?

— Porque eu já sabia

— Por quê você nunca me contou?

— Porque não era eu que tinha que contar e além do mais ele pediu para que eu guardasse segredo

— A quanto tempo você sabe?

— Bom faz uns 4 anos. É se você quer saber ele está com esse rapaz a 6 anos ou seja desde quando ele tinha 20 anos. Ele ficou com você como hetéro durante 14 anos ou menos porque quando criança não conta

— 20 anos da minha vida jogado fora. Por quê que ele não me deixou pra você se ele ia fazer isso?

— Eu também não sei

— Tenho certeza que teria sido muito mais feliz com você. Ela se aproxima de mim e faz carinho no meu rosto

— Se estivemos juntos todos esses anos já estaríamos casados e com filhos

— Nossa que rápido você. Diz sorrindo

— Foram 20 anos Helena

— Mesmo assim éramos crianças a maioria dos anos

— É você tem razão. Mas deixamos de ser crianças há muito tempo já. Principalmente eu que tive que virar homem com 14 anos por sua culpa. Digo rindo pra ela apontando

— Minha? A culpa foi sua que foi grosso comigo. Eu não tenho culpa que o seu irmão foi tirar satisfações com você. Diz indignada rindo também. Mantivemos uma conversa tranquila e divertida. Não liguei pros meus amigos que estavam me chamando estava curtindo o meu momento com a Helena

— Bom Renê já está tarde eu tenho que ir. Diz olhando pro relógio

— Você está de carro?

— Não,eu vim a pé. Estava indo encontrar o Fábio em um restaurante que tínhamos marcado,mas fiquei mal depois que eu vi o Renan

— Então eu te levo pra casa. É só me dizer o endereço. Você mora sozinha né ou mora com seus pais ainda?

— Eu moro sozinha. Eu agradeço pela carona,mas não é muito longe daqui dá pra eu ir andando

— Já está tarde Helena eu nunca deixaria você ir embora sozinha. Ei o que foi? Pergunto depois dela começar a chorar e deitar em meu peito

— Eu só queria que o seu irmão fosse carinhoso assim. Eu nem sei como vai ser amanhã

— Não fique assim vai dar tudo certo e se não der você tem a mim. Pode contar sempre comigo. A abraço

— Desculpa te encher com esse assunto Re. Ela me abraça também

— Eu estarei aqui sempre que precisar. Vamos tomar uma cerveja antes de você ir? Pode deixar que eu pago. Digo depois dela levantar a cabeça pra me olhar

— Tudo bem acho que não tem problema já que você vai me levar embora depois. Ela se senta novamente. Me sento do lado dela
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