Um Conto de Natal escrita por Loretha


Capítulo 1
Parte Um


Notas iniciais do capítulo

Em outros sites sou a MarianaD13 (Watppad) Espero que gostem!! Amanhã posto a parte dois. Boa leituraaa



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O fotógrafo esguio, de pernas compridas demais para o resto do corpo, suspirou pesado enquanto passava a mão na testa para secar o suor. Olhou para cima, como se pedisse um pouco mais de paciência e enfim ergueu a câmera novamente. Não era possível que aquele homem magricela suasse tanto no frio de dezembro como estava fazendo.

— Tudo bem, só mais algumas fotos, certo? — Pediu com a sua voz esganiçada — Você consegue relaxar?

Adrien Agreste apenas assentiu. Ele não conseguiria relaxar nem se tentasse com mais afinco, mas manteve isso para si. Natalie observava cada movimento seu com aqueles olhos frios. Gorila parecia uma estátua, parado de braços cruzados, com a carranca habitual. Adrien não conseguia sequer respirar sem se sentir sufocado. O vento frio da tarde congelava a ponta de seu nariz e fazia seus dedos doerem sob as luvas. O Papai Noel gorducho não facilitava em nada. Vivia coçando a barriga, onde o cinto preto da roupa apertava, e arrumando o saco vermelho nas costas.

— Bem, meu garoto, se você tem que aturar isso todo ano, eu tenho que dizer que você está na lista dos bonzinhos — Disse o velho, rindo um som nada parecido com o hohoho.

O garoto riu baixo, tenso, mas sorriu para a câmera quando ouviu outro suspiro exasperado do fotógrafo. As fotos de Natal já deveriam ter sido tiradas, mas as viagens à Londres e Tóquio no final da temporada de inverno atrasaram tudo. Haviam chegado em Paris no meio da manhã e foram direto ao parque para fazer as fotos e enviar o mais rápido possível para a edição. Ele torcia muito para que tudo ficasse pronto naquela tarde mesmo ou Natalie teria um treco. E ele também.

— Ótimo, terminamos — Disse o fotógrafo, começando a guardar o equipamento caro com a ajuda de sua equipe.

Natalie e Gorila se aproximaram, parecendo maiores com aqueles casacos acolchoados. A governanta entregou o cachecol azul que ele sempre usava. Não era tão quentinho como os de lã que tinha no guarda-roupas, mas era seu favorito e se ele o erguesse um pouco sobre a boca e nariz, cortava o vento frio.

— Obrigado — Disse ele, ajeitando o cachecol no pescoço. Olhou ao redor, claramente procurando alguém.

Como se seus pensamentos se materializassem, ele viu a menina correndo na neve, em sua direção. Adrien até tentou disfarçar o sorriso, mas sua boca se curvou para cima quase que num movimento involuntário.

Marinette diminuiu o passo quando viu Natalie voltar os olhos gélidos para ela. Sorriu educada. As bochechas estavam coradas do frio, os olhos azuis mar, brilhantes e alegres. Os cabelos eram uma confusão por causa da corrida. Adrien sabia que ela havia corrido até ali, porque Marinette sempre vivia correndo para todos os lugares.

— Oi — Ela disse quando se aproximou. Estendeu um copo da cafeteria favorita dele. Na outra mão, segurava uma caixa de presente — Trouxe chocolate quente. Como foi a viagem?

Por um momento, ele só conseguiu sorrir. Era tão bom ver Marinette.

— Oi — Aceitou o copo, apreciando o calor da bebida em suas mãos enluvadas — Foi boa, só estou um pouco cansado.

Natalie limpou a garganta, chamando a atenção. Adrien sentiu o rosto esquentar, percebendo que tinha esquecido dos dois observadores no momento que Marinette começou a falar. A menina também pareceu voltar a realidade, aprumando as costas, segurando firme a caixa que tinha em mãos.

— Seus fãs estão começando a aparecer, Adrien — A governanta apontou para a movimentação que começava a crescer — Você vai logo para casa ou...

Natalie olhou para Marinette, que olhou para ele, murchando um pouco.

— Adrien, eu entendo se você quiser ir para casa. Foi uma semana difícil com todos os eventos de fim de ano — Começou ela, quase atropelando as palavras — Eu posso ir na sua casa mais tarde, quando tiver descansado um pouco.

— O quê? Não, Marinette, está tudo bem — Ele sorriu, puxando delicadamente as mãos da garota para as suas. As luvas de ambos não os permitiu sentir o toque da pele, mas foi suficiente para fazer Marinette corar e sorrir tranquila. Ele voltou-se para Natalie — Eu vou com a Marinette.

— Às sete, se você não estiver em casa se preparando para o jantar, eu mesma venho te buscar — Falou, deixando clara a ameaça nas entrelinhas.

Os dois assentiram sérios. Natalie deu instruções para o fotógrafo, que terminava de guardar tudo, antes de sumir dentro da limusine que a esperava na rua. Quando Gorila deu espaço, se afastando uns passos para se manter em guarda atrás do casal, Adrien voltou-se para a namorada.

— Finalmente a sós — Anunciou, apertando levemente seus dedos nos dela.

— Não totalmente — Disse ela, olhando a quantidade de pessoas que sacavam celulares para pegar uma foto que fosse. Ela soltou sua mão da dele — Vem, vamos para a padaria antes que eu enlouqueça.

Adrien sabia que Marinette não gostava de tanta atenção, ela aguentava bem por ele. Ela sorria e acenava, mas nunca, nunca demonstrava afeto em público. Ele detestava isso, porque quando estava com ela, queria grudar na garota como um coala carente.

Com a ajuda de Gorila, evitaram maiores imprevistos com os fãs. Caminharam lado a lado, conversando pouco por causa do frio desconfortável que parecia congelar seus narizes e secar os lábios até doerem. O chocolate quente dividido mantinha os dois aquecidos por dentro, mas não durou muito.

O aquecedor da padaria da família de Marinette os cercou como um cobertor quentinho assim que entraram. Adrien suspirou aliviado, desabotoado o casaco enorme e o pendurando no cabide perto da porta. Então olhou a confusão que estava o ambiente.

A fila que se estendia na frente do balcão era enorme. Os pais de Marinette corriam para todos os lados. Os novos funcionários ajudavam como podiam, atendendo a pedidos, carregando doces nas formas, abanando o sr. Dupain quando ele parecia que ia sufocar.

— Mamãe, chegamos! — Marinette gritou da porta.

Ela ainda segurava a caixa numa das mãos e Adrien ficou curioso. Parecia algo importante.

— Oi, filha! Oi, Adrien! — A sr. Dupain-Cheng cumprimentou, esbaforida e sorridente — Podem subir, fiquem à vontade.

— Você precisa de ajuda? — Marinette perguntou, desviando de um funcionário com uma cesta de pães.

— Marinette, já concordamos em te dar uma folga — O sr. Dupain disse — Subam, subam e se comportem.

Adrien coçou a nuca, constrangido com o olhar que o pai da namorada lançou em sua direção. Sentiu a menina tocar seus dedos. Ela havia tirado suas luvas e ele quis tirar também. Gorila resmungou alguma coisa e Adrien soube que ele ficaria esperando no andar debaixo, aproveitando os doces que vez ou outra os Dupain-Chang ofereceriam todos sorrisos.

— O Gorila adora ficar na padaria — Adrien comentou, logo que começaram a subir para a escada do quarto de Marinette.

— Eu percebi logo no começo — Ela riu, — Ele nunca te deixa fora de vista, exceto quando está aqui.

— Eu acho que ele quer nos dar privacidade também — Ele entrou no quarto cor de rosa — Aposto que fica constrangido quando nos beijamos.

Marinette sentou-se na cama, as bochechas ganhando cor com o comentário. Apertou a caixa nas mãos, chamando novamente a atenção dele. Ela estendeu para ele, sem dizer nada, apenas sorrindo tímida.

— O que é isso? — Perguntou Adrien.

— Um presente de Natal, adiantado.

O garoto sentou-se na cama, ao lado dela e pegou a caixa. Os joelhos esbarravam um no outro, o que não parecia grande coisa, mas fazia o coração dele bater descompassado no peito. Desfez o laço azul, mas parou antes de abrir a tampa de papel cartão.

— Marinette, eu ainda nem... — Parou quando viu ela erguer os olhos em expectativa e balançou a cabeça.

— Só abre, Adrien — Tornou maior o sorriso, apoiando sua mão na dele.

Ele obedeceu, tirando a tampa da caixa e olhando o que tinha dentro. O papel brilhante vermelho, com bolinhas pretas brilhou sob a luz da janela. Debaixo dele, um cachecol de lã, preto com listras verdes.

Adrien sorriu meio engasgado entre um suspiro e uma gargalhada. Marinette havia contado, em um dos seus encontros no começo do namoro, que o cachecol azul tinha sido feito por ela, entregue sem nome e que Adrien havia se confundido. No começo, ele ficou chateado com o pai por ter deixado pensar que tinha sido presente dele, mas agora, um ano depois, ainda usava o cachecol porque tinha sido um presente dela.

— Não acredito — Ele riu alto, jogando-se de costas no colchão — Você é a melhor namorada do mundo!

— Se você diz, quem sou eu pra discordar? — Bateu em seu joelho, rindo com ele.

Adrien ficou de pé, enrolando o cachecol de lã sobre os ombros e ajustando no pescoço. Deu uma volta, sorrindo seu sorriso de modelo. Esperou Marinette responder, mas ela só ficou olhando para ele com um sorriso preguiçoso, feliz.

— Senti saudades — Estendeu a mão para ela, mas em vez de puxá-la, ele sentou na cama, sem soltar as mãos — Foram duas longas semanas longe da melhor namorada do mundo.

Marinette se inclinou para beijá-lo. Os lábios dela ainda tinha gosto de chocolate e ele adorou isso. Pensou que talvez nunca fosse se acostumar a beijar aquela boca, porque seu coração estava acelerado, suas mãos suavam e ainda havia o frio na barriga. Será que ela se sentia da mesma forma? Não era justo que só ele sentisse todo aquele rebuliço.

Ele aprofundou o beijo, ouvindo com prazer o suspiro que saiu dos lábios de Marinette.

— Crianças, eu trouxe croissants! — A voz do sr. Dupain fez os jovens pularem a quase um metro um do outro.

A cabeça do pai de Marinette apareceu na entrada do quarto. Se o sr. Dupain viu os beijos, não comentou. Ele entrou sorridente, o rosto sempre vermelho de trabalhar tanto tempo perto do forno, e deixou o prato de croissants na mesa de escrivaninha da filha. Parou com as mãos na cintura, olhando os dois, longe um do outro.

— Na minha época, os namorados ficavam mais juntinhos. Como pai, eu acho essa distância ótima — Ele riu e Adrien engasgou — Quando terminarem os croissants, desçam. Nós temos uma surpresa.

Depois que o pai desceu, Marinette ainda roubou alguns beijos de Adrien antes de abrir seu guarda-roupas. Puxou dois cabides e mostrou a ele.

— Certo, qual dos dois? — Perguntou sucinta — Se vou jantar na sua casa, tenho que estar digna de estar diante de Gabriel Agreste, não é?

Adrien bufou, apoiando as costas na cabeceira da cama.

— Você sabe que não precisa disso — Balançou a cabeça.

— Adrien, você sabe que, depois de você, seu pai é minha celebridade favorita, não sabe? — A menina franziu o cenho, ainda com os cabides à mostra — Sem contar que é o melhor estilista da minha lista.

— Você ter uma lista deveria me deixar preocupado? — Ele perguntou, fazendo bico.

— Então? Vestido vermelho ou...

— Sem dúvidas o vermelho — Adrien interrompeu, sorrindo brincalhão — Vermelho é sua cor.

Ela caminhou até o espelho, deixando sobre a cama o macacão preto que tinha terminado naquele mesmo dia. Apertou os lábios, analisando o vestido vermelho com atenção de uma estilista e por fim assentiu para seu reflexo.

— Estou nervosa — Olhou para o reflexo de Adrien no espelho — É a primeira vez que seu pai me convida para jantar na sua casa. Que convida a mim e minha família. Você não está nem um pouco preocupado?

Adrien pensou um pouco. Ele estava mais ansioso e feliz do que preocupado. Tudo bem que os pais de Marinette eram o oposto do seu pai. Gabriel era sério, centrado e, na maioria das vezes, insensível, enquanto os Dupain-Cheng eram alegres, brincalhões e caretas. Ele queria ver todos juntos.

— Não tem com o que se preocupar, meu pai vai se comportar — Adrien tranquilizou, brincando.

— E se... Meus pais, não sei, decidirem estampar um bolo com a cara do seu pai ou... Ou eles contarem piadas bobas e o Gabriel detestar?

— Ele não vai detestar, Bugaboo. Seus pais são incríveis.

Ela virou o corpo todo para ele, baixando o vestido.

— Eu tenho quase certeza que a surpresa que eles querem nos mostrar é uma foto nossa estampada nas camisas, porque minha mãe veio pedir uma foto.

Adrien riu de novo, levantando para pegar um croissant. Ele sentou na cadeira e começou a girar casualmente.

— Não vejo problema nenhum em nada disso. Talvez eles até inflem o ego do meu pai se fizerem um bolo com a cara dele.

Marinette revirou os olhos.

— Tudo bem, vou tentar não ficar pensando nisso até a hora do jantar. Inclusive, esqueci de avisar, mas minha avó veio passar o natal com a gente e pretende mesmo ir conosco — Esperou Adrien falar algo, então explicou quando viu que ele não iria dizer nada — Com isso, quero dizer que pode esperar ela colocar fogo na árvore de Natal enquanto canta uma música do Jagged Stone com uma guitarra imaginária.

— Eu já disse que amo sua família? — O garoto riu, mordendo o salgado.

***

As mãos de Marinette continuavam suando, não importava quantas vezes as passasse no tecido do casaco que usava por cima do vestido. Ela já havia tirado as luvas antes mesmo de chegarem diante dos portões da Mansão Agreste e agora, enquanto esperava a autorização para entrar, pensava seriamente em tirar o casaco para aliviar o calor do nervosismo.

Seus pais também pareciam tensos, sobretudo porque haviam discutido mais cedo com a avó da garota, que insistia em dizer que Marinette deveria passar um ano inteiro viajando com ela depois que terminasse o ensino médio. Ela tinha ouvido toda a briga do seu quarto, mas quando viu que os pais preferiam não comentar o assunto, fingiu que estava tudo bem.

O portão foi aberto com um rangido que nenhum portão de mansão deveria ter. O estômago de Marinette revirou, dando uma sensação de enjoo. Ela quis voltar atrás e recusar o convite, mas então, ainda de dentro do carro, viu quando a porta da frente se abriu e Adrien apareceu, sorridente, vestindo um terno que ela havia desenhado no começo do ano. O enjoo retrocedeu e ela sorriu, aliviada. Adrien estaria lá, então nada mais importava. Quantas vezes não tinha sonhado com aquele momento? 

Ela e sua família saíram da limusine, oferecida pelo próprio Gabriel, e se amontoaram na escadaria. Marinette se adiantou, subindo os degraus sorrindo para o namorado. Assim que se aproximou, ele a abraçou como se não a visse durante meses, não há apenas poucas horas.

— Que bom que você não desistiu de vir — Ele sussurrou em seu ouvido, ainda no abraço — Você está linda, Bugaboo.

— Obrigada — Respondeu sorrindo.

O sorriso vacilou em seu rosto quando viu o homem alto se aproximar com toda a sua seriedade. Gabriel se postou logo atrás do filho enquanto esperava os convidados subirem. Marinette soltou-se dos braços de Adrien e endireitou a postura.

— Boa noite, sr. Agreste — Cumprimentou como se ele fosse sua professora mais rude do fundamental — Agradeço muito o convite, espero que não se incomode que tenhamos trazido mais uma pessoa.

— De forma alguma, Natalie pode providenciar mais lugares à mesa — Gabriel disse. Sua voz não era rude, mas não era amigável.

— Esses são meus pais, Sabine e Tom Dupain-Cheng e essa é minha avó, Gina Dupain — Marinette apresentou, sem saber exatamente se deveria deixar Adrien apresentá-los ou se ela tinha feito certo.

Gabriel forçou um sorriso e Marinette ouviu a avó bufar atrás dela. Gina detestava interações impessoais e forçadas.

— Venham, vamos sentar um pouco perto da lareira ou vocês vão congelar — Adrien abriu espaço para que saíssem da neve que começava a cair em flocos finos.

Entregando os casacos a um empregado bem vestido, seguiram para uma sala enquanto mantinham conversas educadas entre si. Adrien e Marinette andaram atrás devagar, ganhando espaço. Ela deixou o casaco quentinho com o rapaz da entrada, grata por Adrien segurar sua mão, numa tentativa de aquecer o suor que parecia ter congelado na palma.

— Eu tô realmente feliz que você não tenha desistido de vir — Ele depositou um beijo de lábios quentes na bochecha fria dela. Marinette suspirou feliz — Acabou que minha tia e meu primo chegaram hoje, sem aviso prévio e vão ficar até o Natal.

Marinette estancou, olhando Adrien sem esconder a surpresa. 

— O seu primo? — Perguntou, mesmo sabendo que ele só tinha um.

— Sim, o Félix.

— O Félix, tipo, britânico, idêntico a você, mas malvado?

Adrien assentiu, dando de ombros com seu sorriso despreocupado. Marinette se sentiu mal por ficar surpresa. Félix era um pouco arrogante e presunçoso, mas era parte da família do seu namorado. Não importava que ele tivesse feito uma brincadeira boba numa das viagens de Adrien à Londres, quando ligou para ela no meio da noite fingindo ser um Adrien em perigo. Ela havia ficado preocupada só até coçar os olhos sonolentos, enquanto já calçava os sapatos para ir até a Mansão Agreste, e notar que não era seu namorado na chamada de vídeo.

— Certo, você poderia ter mandando uma mensagem…? — Marinette meio perguntou — Só para eu, você sabe, vir preparada.

— Não precisa se preocupar, Natalie organizou todos os lugares na mesa de forma que tudo saia sem imprevistos.

— Antes não tinha minha avó, nem sua tia e o Félix.

— Vem, você está congelando — Adrien chamou, segurando sua mão.

No momento que o casal entrou na sala da lareira, todos os olhares caíram sobre eles. Marinette tentou dar um passo para trás, nervosa, mas Adrien sorriu complacente e ela relaxou um pouco.

Sua família, acomodada num dos sofás caros próximos a lareira, parecia totalmente fora de lugar, com seus suéteres natalinos coloridos contrastando com a sobriedade nas roupas dos Agreste, que pareciam mais adequadas ao ambiente da mansão, em suas cores neutras, do cinza ao preto e ao branco. 

Gorila mantinha guarda ali do lado, sério e imóvel como uma estátua. Natalie estava sentada numa poltrona, a coluna tão ereta que Marinette sentia dor por ela. Gabriel e a cunhada dividiam um sofá de dois lugares, sentados como se fossem entrar num debate presidencial um contra o outro a qualquer instante. Félix estava encostado casualmente no braço do sofá onde a mãe estava. Marinette não deixou de pensar o quanto aquelas pessoas pareciam da realeza.

Félix estalou a língua, fazendo Sabine se sobressaltar ao lado do marido. O loiro riu e levantou-se, caminhando até onde Adrien e Marinette haviam parado.

— Essa é a famosa Marinette Dupain-Cheng! — Ele estendeu a mão, um sorriso maldoso, nada parecido com qualquer outro de Adrien, desenhava seu rosto — É um prazer finalmente conhecer você… pessoalmente.

Adrien continuou segurando a mão dela. Ele estaria do seu lado o tempo todo, então ela tinha que relaxar.

— Olá, Félix — Aceitou o cumprimento, sorrindo tímida.

Era desconcertante o quanto eles se pareciam, ao mesmo tempo que eram tão diferentes. 

— Ah, ela é tão adorável! — A tia de Adrien apareceu atrás do filho, sorrindo tão alegre que Marinette sentiu a tensão nas costas diminuir um pouco mais — Olá, Marinette, meu querido Adrien falou tanto de você quando esteve em Londres que sinto como se já a conhecesse.

Ela sorriu para o garoto ao seu lado, feliz com o comentário. Talvez a família de Adrien não fosse tão complicada assim.


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