Nature and Gods. escrita por Lord JH


Capítulo 4
Entrega.


Notas iniciais do capítulo

Samanta fica encarregada de entregar pães para pessoas bastante importantes para a mesma.



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Era por volta das seis e meia da manhã quando Samanta finalmente escutou o canto do galo claramente.

O cheiro de pão e café quentinho já tomava conta da casa, o que revelara que o senhor Manuel Roy, pai de Samanta e comerciante local, já estava preparando tudo para abrir a padaria que ficava no térreo da bela e decorada casa da família Roy.

Samanta era a única filha do Senhor Roy, pois apesar da bela ruiva ter um irmão adotivo mais novo chamado Nilo, a mãe da mesma falecera poucos anos depois do nascimento de sua primeira filha.

Nilo era um garoto bastante magrelo e de cor parda, e que após ser adotado por Manuel Roy quando foi abandonado ainda bebê em sua vila, se comprometeu com sua nova família ajudando seu pai e a sua irmã a cuidar, gerenciar e manter a pequena mercearia e padaria da família.

Samanta então, logo após fazer sua higiene matinal, foi até o encontro de sua família na cozinha da padaria; onde pôde encontrar Senhor Roy e Nilo finalizando as encomendas de pães que teriam que ser entregues pela ruiva naquele dia.

— Oh, bom dia minha filha. Dormistes bem? Estou a separar pães para levar-te para monsenhor Kaleb e o bravo Oscar, que pediu pães quentinhos e com sementes de mostarda, as preferidas de sua jovem noiva. — Explicou o bigodudo senhor com um sotaque português bastante forte e olhos azulados mais fortes que o de sua jovem e bela filha.

— Lira... — Sussurrou Samanta em um tom quase inaudível. — Pode deixar pai, eu mesma levarei assim que acabar meu pedaço de bolo. — Completou a ruiva ao se servir de uma fatia deliciosa de bolo de trigo preparado no dia anterior pelo jovem e habilidoso Nilo.

— Obrigado, minha filha, o Nilo fará as entregas mais próximas, então peço para que tome cuidado no caminho daquela floresta; você sabe muito bem os boatos que remetem àquela região. — Agradeceu e alertou Roy, enquanto finalizava a separação de pães que a ruiva deveria levar até os seus destinos.

— Pode deixar, pai. Não sou mais uma garota ou adolescente assustada. Sou uma mulher adulta e forte. Não tenho medo de histórias sobre duendes e fadas. — Replicou e assegurou Samanta sem demostrar o menor interesses nas lendas e crendices do povo local.

Senhor Roy apenas sorriu com as palavras de sua amada filha, e ao desistir de falar mais alguma coisa, se dirigiu até o forno para vigiar o resto dos pães que estavam assando.

Samanta então finalizou a sua alimentação e ao pegar a encomenda de pães quentinhos, se pôs em direção à primeira casa que seria a pequena fazenda do Bravo Oscar.

Bravo Oscar era um rapaz moço, orgulhoso e bastante raivoso, o que lhe deu a adição da palavra “bravo” antes do seu verdadeiro nome.

Porém, não era a pouca paciência do rapaz que incomodava Samanta de ir até as terras e propriedades do mesmo, e sim a jovem e bela noiva do Oscar, a simpática e encantadora Lira; que se tratava de uma linda mulher loira, jovem e sorridente, sempre disposta a tratar todos bem e com uma voz tão doce e melódica que poderia fazer a ruiva ficar parada ouvindo-a falar por horas.

Samanta nunca fora discreta ou mentira sobre sua própria sexualidade, e apesar de já ter se envolvido com um único homem, a ruiva também já havia se envolvido com uma outra mulher, que naquele momento estava casada com outro homem.

— Ai ai, será que eu nunca encontrarei uma mulher apenas minha? — Sussurrou a ruiva para si mesma enquanto se aproximava das terras do Bravo Oscar.

Foi então que do meio de um conjunto de altas e frondosas arvores, a atenta ruiva escutou uma risada feminina, que por algum motivo especial, parecia bastante familiar para a mesma.

Então, tomada pela imensa curiosidade de descobrir há quem pertencia aquela risada, Samanta se aproximou daquele escondido local, e ao olhar por trás de um dos enormes troncos de salgueiro, avistou a pessoa que mais lhe trazia felicidade.

Lá estava Lira, vestida com uma roupa roxa bem leve e rindo como uma criança ria de uma piada bem contada.

A moça loira era o exemplo mais completo de perfeição que Samanta podia imaginar; nem mesmo Andreza, que fora a primeira paixão de sua vida, antes da tatuada que lhe deu seu primeiro beijo feminino entre outras coisas, poderia se comparar com a beleza e o calor que Lira trazia para a sua vida.

Os olhos azulados e o cabelo dourado pareciam pertencer à uma verdadeira princesa de contos de fadas.

“Minha princesa” pensara Samanta enquanto observava escondida a risada de sua adorada.

Porém, quando a ruiva achava que não poderia se encantar mais naquele momento, Lira parou de rir e se levantou velozmente antes de dar uma rápida rodopiada e dizer — Aí Grirlley, só você mesma para me fazer rir tanto assim. Eu até gostaria de ficar mais um tempo aqui, mas logo o pão vai chegar e o Oscar exige que nós comamos juntos. —

Naquele momento Samanta se sentiu chateada ao relembrar que a loira já era noiva de um homem que prometera fazer o casamento deles no dia do seu próprio aniversário (Narcisista!), porém a ruiva ficou mais confusa ainda ao notar que aparentemente não havia ninguém ali além de Lira e dela mesma; o que levou a jovem entregadora a formular uma pergunta.

— Com quem você está falando? — Perguntou Samanta em voz alta sem querer.

A bela Lira então se virou bruscamente e ao perceber que estava sendo observada pela atenta ruiva curiosa, sorriu gentilmente e falou — Sam, que bom que você chegou. O Oscar já estava ficando agoniado lá na casa, e então eu decidi vir aqui conversar um pouco com as arvores. Eu sei que parece loucura e talvez seja, mas me acalma bastante e me deixa mais feliz. — Finalizou a loira com palavras tão doces e melódicas que quase fizeram a ruiva esquecer o motivo de estar ali.

— Não é loucura! — Falou Samanta de imediato. — Eu também gosto de falar com o Sarlozi, que é o cão sabujo lá de casa. Então eu acho que tudo bem em falar com arvores sim. — Completou a ruiva corando de vergonha por fazer aquela particular revelação.

— Hihihi... — Riu Lira baixinho ao perceber a vermelhidão na bochecha da Roy. — Você fica muito fofa quando cora, sabia? —

Aquelas palavras quase fizeram o coração de Samanta parar, e por mais que a ruiva não conseguisse pensar em como proceder diante de tal elogio, um sorriso de pura felicidade se abriu nos lábios da Roy, o que fez com que Lira apenas ficasse mais contente ainda com as suas palavras.

— O-obrigada. — Agradeceu Samanta totalmente sem jeito e envergonhada depois do claro e generoso elogio proferido pela loira que era a princesa dos sonhos de sua vida.

— Hihihi.... Por nada. Agora que já sabemos um pouco mais sobre as manias uma da outra, que tal levarmos os pães até o senhor faminto lá dentro? — Perguntou Lira com uma voz tão doce e suave que Samanta quase deixou cair a cesta com todos os pães dentro.

Porém, ao se lembrar que teria que encarar o Bravo Oscar, há quem Samanta odiava profundamente, a ruiva percebeu que seria melhor evitar aquela situação desagradável e ao entregar os pães com sementes de mostarda para Lira, falou — Agradeço a oferta, Lira, mas ainda tenho que entregar os pães da casa de Kaleb, então, se milady permitir que eu me vá... —

Lira então transformou seu sorriso em uma expressão mais séria, e ao pegar os pães que recebera das mãos delicadas, porém habilidosas da ruiva, falou — Tudo bem. Eu espero que você faça uma entrega segura então. — E ao se despedir apenas com um singelo aceno de cabeça, foi em direção a casa onde aguardava o seu noivo.

— Se cuida... — Sussurrou Samanta baixinho antes de prosseguir o seu caminho até a mansão de Kaleb.

Então, ao finalmente chegar na casa de seu velho e melhor amigo, Samanta logo avistou o forte Pedro e o jovem e magro Luiz, juntos e sentados em frente à pequena cabana de madeira do talentoso Pedro, que era o jardineiro, lenhador, carpinteiro e marceneiro da mansão.

— Bom dia Pedro, bom dia Luiz. Vim trazer o pão de vocês. Aproveitem enquanto ele ainda está quentinho. — Falou a ruiva ao pegar um dos pequenos pães e jogar para o garoto Luiz que o agarrou com uma precisão perfeita.

O forte Pedro então deu mais uma golada em sua caneca de café quentinha que estava segurada em sua mão esquerda, e ao perceber como o garoto mudo e magrelo ao seu lado devorava o pão sem calma alguma, falou — Muito obrigado, roja Sam. Eu até à convidaria a entrar na mansão para encontrar seu velho amigo Kaleb, mas como o mesmo está com visita e ainda deve estar dormindo, não acho que você encontrará alguém além do Thomas, acordado lá dentro. —

Samanta então se atentou as palavras ditas pelo forte e parrudo lenhador e ao entregar os pães para o mesmo, perguntou — Visitas é? E quem está visitando o nosso ilustre amigo? —

O forte Pedro apenas abriu um sorriso sínico e discreto em seu rosto e ao apontar para um carro preto que estava do lado de fora da mansão, falou — Digamos que o vidente do carro preto está de volta por aqui. —

Samanta então olhou para o carro que Pedro apontara, e ao perceber que o veículo era o que pertencia ao famoso vidente Alejandro Luz, a ruiva sorriu e falou — Bem, ao menos a noite de alguém foi animada. Mas sem problemas, outro dia eu passo aqui para zoar com a cara daquele riquinho mimado. Então até lá, até a próxima rapazes! — Completou Samanta ao se despedir dos dois empregados e retornar para casa pelo mesmo caminho que viera.     

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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