Stand By Me - Norminah escrita por concentrate


Capítulo 1
The Order


Notas iniciais do capítulo

História que já é publicada no Wattpad e Spirit!



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Todos precisam de férias, é uma coisa tão básica, faz bem à saúde e renova as energias. E era justamente isso que Dinah Jane Hansen estava pensando naquela manhã de sexta-feira. Ainda que estivesse em sua cama, se espreguiçando e admirando o céu pelas janelas de seu quarto, não tinha vontade nenhuma de levantar e ir trabalhar. Ela pensava em maneiras de se tele transportar e ir direto para algum lugar do mundo, onde pudesse respirar novos ares. Uma mulher em seus plenos vinte e oito anos, com uma vida fadada ao sucesso, sempre teve tudo ao seu alcance, mas não dava a mínima para a fortuna a qual era herdeira, estava cansada de ter que ir trabalhar, de segunda a sábado, sem descanso, e ainda ficar no encalço de sua mãe e amiga, para que buscasse alguém com quem dividir uma vida. Mas sendo cabeça dura com ela, não entraria em um relacionamento tão cedo. Ela olhou novamente para fora, suspirando.

New York em pleno inverno, era linda. Trazia consigo aquele ar de imponência e de cidade que nunca dorme, aquela muralha de concreto que realizava sonhos diariamente. Mas levanto em consideração todos esses fatos, para Dinah, era normal viver naquela cidade. Não tinha nada de tão especial, a não ser pelo Central Park, onde fazia seus exercícios. Se remexeu na cama, incomodada, precisava ocupar sua mente com coisas realmente relevantes. Mas pensando em seu último dia de “plebe”, ela levantou para se arrumar. O dia seria cheio, afinal, mesmo que fosse a grande CEO das empresas Hansen Plus Financial, tinha seus deveres como tal. Naquele mesmo dia, teria três reuniões na parte da manhã, o que ocuparia o seu tempo, impossibilitando-a de ir almoçar com sua mãe. A senhora Hansen, como alguns colaboradores da empresa a chamavam, era a proprietária majoritária da empresa, deixando nas mãos de sua filha mais velha, a presidência, logo após a morte de se marido. Pelo tempo que tudo ocorreu, certa de um ano, tudo estava nos eixos, Dinah sabia como presidir, sabia conversar e convencer. Dom esse, que herdou de seu pai.

Ela estava devidamente arrumada, como uma mulher de negócios deveria, e desceu as escadas de seu apartamento, encontrando sua mãe sentada a mesa, tomando café.

:— Mamãe, que surpresa, por que está aqui tão cedo? — Ela se aproximou da mais velha e a abraçou calorosamente.

:— Precisava ver a minha menina, antes que ela me abandone e vá viajar. — O drama era apenas pela saudade que sentiria da filha, nunca passaram tanto tempo longe uma da outra.

:— Ora, dona Milika, seu drama não tem fundamento, só vou tirar minhas merecidas férias. Desde que papai morreu, e você me colocou na presidência, eu não tenho folga. Preciso apenas espairecer, relaxar.

E isso era verdade, no começo, quando ainda estava no estágio de aprender como a empresa funcionava, ela ia aos fins de semana e ficava trancada em seu escritório, lendo e relendo os vários relatórios, contratos e papéis que estavam em pendência.

:— Você tem razão, eu acho que seu trabalho na empresa está incrível. Meu amor, Regina pediu que você ligasse para ela assim que possível, sua irmã está com saudade, afinal, você mal aparece em casa.

:— Pode deixar, eu ligarei. E por falar em Regina, como anda o projeto dela? A formatura é no final do ano, não é?

A irmã mais nova de Dinah, estava terminando sua faculdade de arquitetura, e por essa razão, elas mal se viam. Regina era o porto de apoio da loira, o alicerce, a irmã que ela poderia contar até os segredos mais sórdidos. Ambas se davam muito bem. Regina foi a que mais sentiu a morte do pai, eram grudados, e para ela, foi como perder o maior herói da sua vida. Estava noiva de um homem correto, que a amava e respeitava, Trevor, era engenheiro e incentivava Regina em tudo. Até certo ponto, Dinah sentia inveja da irmã, por estar com a vida profissional, amorosa e pessoal tudo em ordem. Pois ela era um fracasso quando se tratava de amor.

:— Está tudo bem, ela já está perto de finalizar. Trevor quer leva-la para um cruzeiro para o mar mediterrâneo quando se formar, como presente.

:— Acho ótimo, eles estão prestes a se casas, e precisam desse tempo juntos, a sós.

:— E você?

:— O que tem eu?

A loira sabia quais eram as intenções da mãe com aquela pergunta, mas preferiu deixar passar e esperar pelo que viria.

:— Quero saber quando vai me apresentar uma pessoa, desde que você terminou o noivado com Nela, não teve mais ninguém.

:— Não preciso de ninguém na minha vida mamãe. Estou muito bem assim.

Dando-se por vencida, Milika sabia que sua filha não daria o braço a torcer. Era cabeça dura o suficiente para deixar esse lance de amor como última prioridade. Era muito concentrada em seu próprio mundo, deixando coisas importantes para trás.

:— Minha filha, hoje teremos uma reunião com o pessoal da Alemanha, referente ao nosso tão esperado projeto, quero que você esteja pronta para finalizar essa parceria.

:— Já está tudo pronto mamãe, Ally me ajudou a redigir o contrato, só falta a assinatura de ambos os lados.

Ally era a advogada da empresa, e a melhor amiga de Dinah. Ambas se conheceram na faculdade, enquanto Allyson estava em direito, Dinah estava em economia. Foi um tipo de amizade à primeira vista. Allyson estava casada com William, e claro, Dinah foi madrinha.

:— Perfeito, então vamos? Não quero me atrasar, gostaria de estar presente na reunião, se for um problema para você.

:— Claro que não mamãe, você ainda é dona da empresa.

Saíram entre conversas amenas e várias ideias para as futuras aquisições ou serviços da Hansen Plus Financial. Elas se davam bem, uma verdadeira relação de mãe e filha, como deveria ser.

Os saltos de Dinah iam batendo contra o piso de carvalho e faziam um barulho agudo baixinho. Já chegava a hora do almoço, e seu estomago roncava, precisava sair para almoçar, mas teria que esperar Allyson, já que a baixinha estava terminando de redigir um documento importante. A loira foi em direção a sua sala, informando a secretária que poderia sair para almoçar quando desejasse.

:— Vamos DJ? — Allyson entrou afobada na sala, com a mão no peito.

:— Não precisava correr, calma mulher. — Dinah ria da situação, mas estava com fome o suficiente para deixar as piadas de lado.

:— Onde vamos?

:— Vamos naquele restaurante aqui na outra rua, a comida é divina.

:— Eu estava pensando, para onde você vai viajar? Não me falou nada sobre isso.

:— Califórnia, pelo menos, lá está mais quente que aqui.

:— Isso eu tenho que concordar, e bem, você precisa desse tempo, não é? Já faz tanto tempo que não tira férias, já estava achando que você seria uma velha louca por trabalho.

:— Credo Allyson, posso ser louca, mas não workaholic. Quer dizer, eu gosto de vir para cá, mas não ficar enfurnada no escritório o tempo todo, só pensando em contratos.

Ambas riram, e era notável que amizade ali era verdadeira, uma cuidaria da outra. E assim almoçaram entre risos e piadas.

***

Já era quase sete da noite quando a loira desligou seu computador e estava se arrumando para sair. Aproveitou bem o dia com sua mãe e Ally, iria ficar duas semanas fora, e sentiria saudade.

Suas malas já estavam prontas e estavam no carro, aguardando para serem despachadas para a Califórnia. Seu destino era uma praia calma e sem muito movimento, Laguna Beach, era simplesmente o melhor local para passar as férias. Disso, ela tinha certeza, fez a escolha certa, no momento certo.

Suas mãos suavam de ansiedade, o momento chegou, de se sentir livre, por duas semanas. Sem ninguém encher sua mesa de papel, e ficar ligando de cinco em cinco minutos em seu escritório. Que Deus abençoe essa viagem, pensou ela.

Mas Dinah estava longe de ter uma viagem “abençoada” como pensou que teria. As coisas acontecem tão rápido e de maneira tão desproporcional, que abala até as estruturas mais rígidas. Seu destino foi traçado a partir do momento em que decidiu viajar, e ali, olhando para a janela do carro, ela não sabia, teria as melhores férias da sua vida.

:— Me leve para o aeroporto, Dane.

:— Sim senhorita.

Seu motorista deu partida, enquanto ela se despedia, momentaneamente, de New York. Seu corpo estava se definhando a cada dia, e precisava se recompor, Ally, sua maior incentivadora, estava preocupada com a saúde da amiga, achando que ela teria uma estafa a qualquer momento, e para isso, sugeriu as férias. Aceitas de bom grado. Não deixaria o tempo passar, aproveitaria até o último minuto.

Os prédios foram ficando cada vez mais longe, enquanto chegava no aeroporto. E cada vez mais perto, o coração da loira dava saltos de felicidade.

:— Dane, cuide de minha mãe, ela está em suas mãos. Confio em você.

:— Claro, senhorita Hansen, farei o possível.

Ela confiava nele, e sabia que podia contar com o mesmo. Sua mãe não era muito adepta de se cuidar em público, por confiar demais nas pessoas, mas a filha sabia que não era assim que funcionava.

Dinah caminhava em direção ao portão de embarque, puxando sua mala juntamente com a mala de mão, pensando que coisas incríveis poderiam acontecer durante esse pequeno período.

— Acredito que nada acontece por acaso, então, deixe acontecer. — Ela ia falando consigo mesma.

***

O desembarque no aeroporto foi tranquilo, todos foram rápidos na retirada das malas, para o alivio da loira, que estava louca para ir para o hotel. Preparar suas roupas no guarda roupa e ir para a praia.

Pegou todos os pertences e colocou em uma bolsa de praia, mesmo que fosse seu primeiro dia no local, não iria desperdiçar a chance de pegar um sol e se bronzear com aquele sol maravilhoso.

:— D...desculpe, estava distraída.

:— Mas que diabo é isso. — Dinah em sua pior versão se tornava uma mulher raivosa, sem escrúpulos, determinada e sem medo de ferir quem quer que fosse. Ela se abaixou, para pegar suas coisas, que ficaram espalhadas pelo chão. :— Não presta atenção por onde anda?

:— Me desculpe, eu não vi você.

Sua rispidez não tinha cabimento, mas foi mais forte que ela. Terminou de arrumar a bolsa e se levantou, limpando sua saída de banho, suja de areia.

:— Ok, vamos esquecer esse “esbarrão”.

Ela levantou os olhos para olhar a pessoa que a havia derrubado, e teve um sobressalto, momentâneo, e a beleza da outra encheu os olhos da loira. Obviamente, com um encontro como esse, ambas não estavam à vontade.

:— Desculpe, de verdade, você se machucou?

:— Oh, não. Não se preocupe.

:— Me chamo Normani.

:— Dinah, prazer. — Apertaram as mãos, e o choque que ocorreu ao se tocarem, não passou despercebido, mas seria ignorado.

:— Esta aqui de férias? Desculpe a indelicadeza, eu também não conheço nada por aqui. — A morena foi logo se desculpando, pois viu nos olhos da outra, que estava perplexa com a ousadia de sua pergunta.

:— Sim, passar duas semanas longe de tudo, é necessário as vezes.

:— Verdade.

O silencio que se seguiu, estava longe de ser constrangedor, era de reconhecimento.


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