Faltava uma semana para o Natal, e a família Smoak-Queen ainda tinha muita coisa para fazer. Felicity estava ocupada com novos projetos para a Ciências Aplicadas Robert Queen, Oliver, juntamente com sua irmã e mãe, organizava uma festa natalina para os funcionários da Queen Consolidated, e seus filhos, Willian estava absorto com a temporada de basquete e Mia com a peça na escola, ela ia se vestir de anjo e seu papel era andar pelo palco batendo as assas.

Quando chegou a véspera de Natal, todos estavam mais calmos, eles estavam reunidos na sala de estar esperando Oliver trazer sua famosa gemada, antes que os convidados chegassem, foi quando Mia fez um pedido para seu pai.

— Papai, como você e a mamãe se conheceram?

— Essa história de novo, Mia? – William falou aborrecido.

— Hei, eu não me lembro.

— Will, deixe sua irmã em paz. – chamou a atenção Felicity.

— Foi perto do Natal, né papai?

— Venha cá. – Oliver puxou sua filha de cinco anos para o seu colo e começou a contar como ele conheceu a mulher que mudou a sua vida......

Oliver subiu as escadas que o levava para a plataforma B, poucas pessoas estavam saindo de Star City para Central City faltando apenas cinco dias para o Natal, mas ele precisava ir ver seus melhores amigos, já que Tommy e Laurel não podiam vir por causa da sua gravidez avançada, ele já havia cancelado várias vezes, mas ele sentiu que era o momento certo.

O trem chegou minutos depois, a pequena multidão aglomerada na plataforma entrou tranquilamente e Oliver resolveu procurar um vagão mais tranqüilo, assim que ele foi andando pelo corredor de cabeça baixa, inesperadamente colidiu com uma pequena loira, mas seguiu em frente até que foi abordado por ela.

— Com licença.

— Agora não, estou tentando ser discreto, então...

— Você derrubou isso. – a loira mostrou o celular em sua mão.

— Obrigado! – Oliver pegou o seu celular, que tinha caído sem perceber e guardo-o no bolso do casaco, depois passou a mão pelo pescoço envergonhado. – Desculpe-me!

— Não sou do tipo que se joga em alguém só porque é famoso. – de repente o trem deu um solavanco e a loira desconhecida acabou caindo em seus braços e Oliver a segurou soltando-a rapidamente, mas antes pode sentir o cheiro de morango que vinha dos seus cabelos. – Foi culpa do trem.

Ambos se separaram indo para lados oposto.

Felicity procurou logo um assento e sentou-se ao lado de uma ruiva.

— Meu Deus. É o Oliver Queen?

— Eu não me importo. – respondeu Felicity aborrecida.

— Claro, eu só, pensei que era ele. Nós vamos no casar um dia.

— Ele sabe disso? – Felicity bufou

— Ainda não. E teremos lindos bebês.

Felicity deu uma risadinha e nem se deu o trabalho em responder os devaneios da ruiva.

— Carrie Cutter.

— Como, o que disse?

— Meu nome, Carrie Cutter.

— Felicity Smoak.

Depois de algum tempo de viagem, Felicity resolveu ir ao vagão restaurante, ela precisava tomar algum café e se livrar de Carrie, que não parava de falar. Ela pediu desculpas e se levantou indo apressadamente antes que Carrie se convidasse para ir junto.

Oliver sentiu o estômago roncar um pouco, então resolveu ir até o vagão restaurante para comer alguma coisa, assim que ele se levantou da sua poltrona, a loira desconhecida vinha logo atrás.

— Só para você saber, eu não estou te seguindo.

— Eu não falei nada. – Oliver levantou os braços em rendição.

— Mas pensou.

— Você lê mentes?

Felicity revirou os olhos em resposta.

Quando ambos chegaram ao vagão restaurante só tinha uma mesa com dois lugares desocupada.

— Acho que teremos que dividir a mesa. – sugeriu Oliver

— Eu posso ficar no balcão.

— Bobagem. Podemos, talvez pedir uns waffles.      

— O que? Por quê?

— Para me desculpar corretamente, eu fui grosseiro e você só queria me devolver o meu celular.

Felicity olhou-o desconfiada, mas acabou cedendo e ambos se dirigiram a mesa.

— Oi, eu sou Oliver Queen.

— Eu sei quem você é, é o Sr. Queen.

— Não, Sr. Queen era o meu pai.

— Eu sei, mas ele se afogou, e você não, e eu vou parar de falar em 3,2,1 – Oliver riu e Felicity mordeu o lábio inferior envergonhada. – Felicity Smoak.

— Prazer Felicity Smoak. Então, o que vamos comer?

— Nada que contém amendoim, eu sou alérgica.

— Tudo bem, nada de amendoins. O que acha de Monte Cristo?

— Eu amo Monte Cristo.

O garçom anotou seus pedidos voltando minutos depois com a comida.

— Uau, você vai comer isso tudo? – Felicity perguntou apontando para a comida de Oliver.

— Sim, eu só peço o que posso comer, nunca desperdiço comida.

— Tipo, nunca?

— Para quem viveu numa ilha perdida sozinho, comida é um bem mais precioso.

— Desculpe-me, eu não devia ter falado isso.

— Não está tudo bem!

— Não está tudo bem, Oliver. Você ficou desaparecido por um tempo, sem ninguém, numa ilha perdida e deve ter passado fome. Foi insensível de minha parte fazê-lo lembrar disso.

— No tempo em que fiquei desaparecido eu não estive sempre na ilha.

— Onde você estava?

— Hong Kong. E andei pensando muito recentemente sobre o meu tempo lá. As escolhas que eu tive que fazer.

— Esse tempo parece que foram cheios de um monte de porcaria.

— Desculpa. Só estou um pouco fora da minha zona de conforto. – Oliver passa a mão pelo rosto nervoso. – O tempo todo em que estive longe, eu nunca pude confiar em alguém completamente. E quando isso se estende por um tempo você para de enxergar as pessoas como pessoas. Você as vê como ameaças ou alvos. E quando eu voltei para casa, eu não sabia como desligar essa parte de mim.

— Eu sinto muito, Oliver. – Felicity coloca sua mão sobre a dele.

— Você é a primeira pessoa que contei sobre isso.

— Sério?

— Sim. Eu não consegui contar para a minha mãe e nem minha irmãzinha, eu simplesmente não conseguia.

“Senhores passageiros, daqui a alguns minutos estaremos em Central City”, o maquinista anunciou no alto falante.

— Bem, chegamos ao fim. – constatou Felicity.

— É, chegamos. – Oliver lamentou. – Felicity. Você quer sair para jantar comigo?

— Eu não quero entender tudo errado, mas você está me chamando para um encontro? Um encontro de verdade? Um encontro, encontro?

— Cla.. Quer dizer, a implicação do jantar é que você ...

— Normalmente sou eu que falo em frases fragmentadas.

Oliver riu sem jeito e sentiu seu rosto queimar enquanto Felicity o olhava na expectativa.

— Você quer sair para jantar comigo?

— Quero. – Felicity balançou a cabeça positivamente.

— Italiano? Todo mundo gosta de comida italiana.

— Sim, eu gosto de comida italiana.

Então, ambos trocaram os números de telefones e combinaram de jantar no dia seguinte.....

— E foi assim Mia.

— Será que eu também vou encontrar o meu amor verdadeiro, papai?

— Um dia, Mia, um dia.

A campainha tocou e os primeiros convidados chegaram.

A festa de Natal da família Smoak-Queen chegou ao fim e Oliver e Felicity se despediram dos últimos convidados, seus filhos já estavam dormindo há horas.

Felicity puxou seu marido em direção as escadas e antes que eles subissem o primeiro degrau Oliver a puxa para trás.

— Quer se casar comigo?

— Eu já respondi essa pergunta. – Felicity levanta a mão direita mostrando seu anel de noivado e sua aliança de casamento e sorri.

— Felicity Meghan Smoak-Queen, você me fez o homem mais feliz do mundo. Eu te amo.

— Oliver Jonas Queen, eu também te amo, e sou a mulher mais feliz do mundo.

Na manhã de Natal, Mia desceu correndo as escadas para abrir seus presentes. Alguns minutos depois, William e seus pais descem para se juntar a ela.

Os presentes fizeram o maior sucesso, e Oliver foi preparar seus famosos Monte Cristo para sua família.

Quando eles estavam reunidos em volta da mesa, Felicity sentiu-se enjoada e correu para o banheiro mais próximo.

— Baby, está tudo bem? – Oliver bateu na porta do banheiro preocupado e esperou sua esposa abri-la.

O trinco foi girado e a porta abriu lentamente, Felicity colocou a cabeça para fora e viu nos rostos de seus entes queridos a preocupação, Mia tinha lágrimas nos olhos, William estava com os olhos arregalados e Oliver esfregava os dedos em sinal de preocupação.

— Eu estou bem.

— Fe.li.ci.ty

— Vamos para a sala.

Felicity puxou Mia para os seus braços e enxugou suas lágrimas com beijos, então apertou a mão de Willian passando-lhe segurança. Ela esperou que todos estivessem sentados, mas antes que ela disse algo foi interrompida por Oliver.

— Sei porque você tem agido de modo estranho.

— Sabe?

— Sim.

— Eu ia te contar. Tem tanta coisa acontecendo ....

— Planeja viajar a trabalho?

— Não.

— Não?

— Não. Oliver, Will e Mia, a nossa família terá um novo membro, eu estou grávida!

— Grávida?

— Sim. – Felicity balançou a cabeça positivamente e seus olhos se encheram de lágrimas.

— Eu vou ser uma irmã mais velha?

— Sim, meu amor, você será uma irmã mais velha.

Mia começou a pular de alegria e Oliver puxou sua esposa para seus braços e a beijou.

— Will, está tudo bem? – perguntou Oliver ao ver seu filho mais velho em silêncio.

— Só estou processando.

— Tudo bem!

Oliver orou em silencio agradecendo a Deus por ter feito aquela viagem de trem, ele olhou para sua esposa e filhos e se sentiu o homem mais feliz do mundo.

— Feliz Natal, marido!

— Feliz Natal, esposa!

Felicity acariciou a barriga feliz, havia uma nova vida crescendo dentro dela, ma nova perspectiva se abrindo para sua família.