Uísque. escrita por ohstony


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui estou com mais uma Stony para alegrar (ou trazer algumas lágrimas kk) a nós, cadelinhas desse casal.

Essa one se passa pós Civil War (Guerra Civil).

Boa leitura!



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Tony não sabia que horas eram. Ele estava sentado na sacada havia um bom tempo, acompanhado de uma garrafa de uísque e pensamentos. A lua estava alta no céu, mas com o tanto de luzes que havia em Nova York era difícil ver as estrelas, tampouco adivinhar que horas eram. A cidade estava tão movimentada ainda...

Ele gostava daquela movimentação, gostava de observar a cidade de cima e ver que mesmo com as diversas tentativas de acabar com o mundo, ele ainda continuava ali. E, se dependesse dele, continuaria por muitos anos.

A torre nunca esteve tão silenciosa quanto naquela noite. Estava vazia, apenas ele e a solidão naquele prédio enorme.

Ele não saberia dizer em que momento começara a chorar, mas lá estava ele. O grande Homem de Ferro, bêbado e triste. Afundado num poço lamacento e escuro, que parecia puxá-lo cada vez mais fundo.

Ele estava naquele poço desde que aquele dia.

Seu peito ainda doía com a lembrança. Dos olhos pesarosos de Steve, quando ele o deixara na neve e machucado na Sibéria, enquanto fugia com Bucky Barnes para manter o amigo protegido.

Não só o corpo de Tony se feriu naquele dia. Parte dele tinha ficado entre a neve, perdido naquela imensidão branca. Aquela parte que o mantinha vivo, aquele amor não correspondido mas que era motivo o suficiente para que ele acreditasse que algum dia poderia ser diferente.

Que algum dia ele poderia amar e ser amado de volta.

O celular antigo estava em sua mão, pesando muito mais do que verdadeiramente pesava. Os dedos coçando para ligar, para ouvir a voz dele. Depois de tanto tempo, era o que ele mais queria.

Suspirou em meio as lágrimas, tomando mais um gole do líquido âmbar que, depois de tantos anos, mal fazia cócegas em sua garganta. Descia como água. Admitia que tinha aumentado o consumo de álcool, mas ele não conseguia controlar.

O único momento que conseguia fingir que estava tudo bem, era quando estava tão embriagado que não se lembrava nem do próprio nome. Nesses momentos, havia aquele calor no peito. Aquele calor que ele tanto sentia falta, o sentimento forte.

Mas quando estava sóbrio, ele mal conseguia ficar em pé. A dor era sufocante, o vazio no peito. A solidão. Todos se foram e ele estava sozinho.

Ele sabia que isso aconteceria uma hora ou outra, Tony Stark não era a pessoa mais fácil de se lidar e um hora todo mundo ia embora. Todo mundo o deixava, por que esta era a sina dele.

Ficar sozinho.

Abriu o celular, vendo o único contato que estava gravado. Steve R. Ele deveria ligar? Parte dele queria, mas a outra, tão machucada, se negava a dar o braço a torcer.

Mas no fim, o número estava discado e a chamada estava sendo feita.

Ele nunca gostou de esperar, mas a cada toque parecia que seu coração iria saltar pela boca em antecipação.

Foi preciso cinco toques.

Tony?” A voz do outro lado da linha soou surpresa e afobada.

Aquela voz... Tony conhecia bem aquela voz. Ela estava em seus pesadelos, lembrando-o que ele nunca seria o suficiente para que Steve Rogers ficasse. Tampou a boca, abafando um soluço, enquanto Rogers continuava a chamar por ele no telefone.

Tony, fala comigo”.

Ele queria falar. Por Deus, como ele queria. Queria dizer o quanto o amava, mas não podia. Não podia. Simplesmente, não poderia esquecer tudo o que tinha passado. Não era tão fácil.

Tony”.

Steve conseguia ouvir o respirar irregular do outro lado da linha, abafado e distante. E a cada soluço que conseguia ouvir, seu coração se partia mais um pouco.

Se amaldiçoava todos os dias por ter feito aquilo com Tony. Por Deus, como ele se arrependia. Se pudesse, voltaria atrás. Evitaria toda a Guerra Civil, confessaria todos os seus sentimentos. Se ele pudesse, voltaria sem hesitar.

Só para poder ver um sorriso no rosto de Anthony novamente. Para que ele fosse o motivo daquele sorriso, como fora de muitos outros anos atrás.

Mas ele não podia. Não tinha uma forma de voltar no tempo e reparar todos os seus erros. Não se arrependia de ter protegido Bucky, mas se arrependia amargamente dos acontecimentos.

Todo o corpo de Steve Rogers exalava arrependimento e culpa.

Tony, por favor”.

Tony não aguentou e fechou o aparelho, encerrando a chamada. Achava que conseguiria aplacar aquela dor em seu peito se ouvisse a voz dele, mas ela parecia pior. Parecia latejante, lembrando-o de que nunca mais poderiam voltar a ser o que eram antes.

Ele terminou de beber o conteúdo do copo, enchendo-o mais uma vez com o uísque de cor escura enquanto olhava para as luzes de Nova York, embaçadas pelas lágrimas em seus olhos.

Ele iria beber, até que não pudesse mais.

Pois apenas na bebida, ele conseguia esquecer.


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