Namora Comigo? escrita por MJthequeen


Capítulo 1
Um


Notas iniciais do capítulo

Eai, gente? :)
Eu postei essa história originalmente em 2014, mas desde então a minha escrita mudou muito e evoluiu bastante! Por isso decidi reescrevê-la ♥
É uma shortfic de 3 capítulos, muito voltada para a comédia, então prometo algumas risadas ;)
Um agradecimento especial a todos os meus leitores que me acompanham desde antes de 2014 e que não desistiram de mim!! Agradecimento especial tbm para a @Fofarizey, o anjo que está fazendo minhas capas ♥
O próximo capítulo sai no próximo domingo ou no outro :D (eu trabalho numa escola e estamos em época de formatura, então n sei se vou conseguir postar dia 22 pq é a festa kkkk)
É isso!!!

Boa leitura~



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Curiosidade 23 — O número pode parecer pequeno, mas leva menos de 4 minutos para você decidir se sente algo romântico por alguém.

— Certo, é o seguinte: nossa família vai se reunir no sábado, entenderam? Sábado, não domingo ou segunda-feira. E eu juro que se vocês idiotas não acordarem antes das 9hrs, eu vou incendiar os quartos dos dois!

Era um dia quente de primavera e nenhum dos dois homens da casa queria ouvir a voz de Temari, que só faltava explodir de tanto nervosismo. Kankuro, que se abanava com um leque lilás e felpudo, roubado da irmã, revirou os olhos. Porque era a loira que dava ordens, se ele era o mais velho?

Gaara, que estava há dois assentos de distância do irmão e sem camisa, com gotinhas irritantes de suor escorrendo por suas costas, se levantou. Automaticamente, os outros dois olharam para ele como se ele fosse um grande inseto no meio da sala. Se levantar quando Temari estava dando seus sermões? Ele queria morrer, definitivamente. 

— Tanto faz, já tenho planos para sábado – disse, sem dar a mínima. Kankuro até parou de se abanar, em choque que o mais novo tinha mesmo dito isso na frente da loira assassina.

Como se não pressentisse o perigo que corria, Gaara quase saiu andando. Quase, porquê Temari o empurrou de volta pro sofá sem fazer esforço. Kankuro riu, mas logo seu sorriso sumiu porque Temari os encarava como se pudesse pular em seus pescoços à qualquer momento. 

— Olha aqui, irmãozinho, – havia um toque muito sutil de sarcasmo na voz dela – o que eu espero desse dia é que nossos tios, primos e agregados que ninguém convidou, pensem que somos uma família unida e feliz. – Ela voltou a andar de um lado para o outro, porém agora seus passos eram lentos e assustadores; para Kankuro, pelo menos. Então parou de andar de repente, de frente para Gaara, que continuava impressionado com a força dela. Temari cruzou os braços debaixo dos seios e seu olhar pareceu duas vezes mais irritado. – E se você ousar, na verdade só imaginar, em estragar esse dia, considera-se sem teto. – Seu tom de voz parecia um rosnando de um cachorro de rua. – E sem dentes, também. 

Kankuro se encolheu no sofá, deixando o leque subitamente de lado. Gaara encarou corajosamente os olhos da irmã, mas sua carranca não durou mais que 10 segundos, e logo ele também tinha engolido em seco. Sabia que Temari era capaz de cumprir cada palavra: aquela mulher era um Hitler em potencial. 

De repente ela desfez a cara de brava, sorrindo amavelmente. 

— Bem, é isso! – E se jogou no espaço do sofá entre os garotos, que suspiraram aliviados. Ligou a TV, sorridente. – Quem quer sorvete?

 

 

Era quarta-feira e Hinata Hyuuga estava atrasada para a escola pela primeira vez em meses. Isso porque Neji, seu primo mais velho e que já estava na faculdade, não podia levá-la de carro mais – o horário de seu  estágio tinha mudado de repente.

O problema, é claro, era que o caminho de sua casa para o colégio não era grande o suficiente para se pegar um ônibus, nem curto para chegar rápido andando. Talvez ela até tivesse chegado no horário, se não precisasse parar a cada 5 segundos para levantar as meias ⅝, cujo elástico tinha arrebentando na noite passada, e era peça obrigatória de seu uniforme.

Suspirou pela milésima vez, arrumando as meias e correndo para dentro do portão, torcendo para lá dentro estar mais fresco que ali fora – aquela era a primavera mais quente em anos!

Felizmente ela não parecia tão atrasada, pois vários alunos estavam para fora da sala ainda.

— Tenten! – chamou, chegando ofegante até onde a amiga estava, encostada no próprio armário. Parecia distraída com uma revista.

— Uau, você chegando tarde – disse, bem humorada. Hinata corou um pouco, abrindo o armário para pegar seu material. 

— Vou começar a vir a pé, o horário do estágio do Neji mudou. 

— Ah, não! Que saco – Tenten suspirou tristemente e, mentalmente, Hinata se perguntou se ela tinha suspirado com pena dela, ou com pena de si mesma por não poder mais ver seu primo com tanta frequência. Qualquer que fosse o caso, Hinata só sorriu. – Deve ser chato vir todo esse caminho sozinha. Quando sua irmã volta?

Hinata fechou o armário e começou a andar lado a lado com a amiga.

— Boa pergunta. Hanabi deve ter se encantado por Tóquio. – As duas riram, concordando que Hanabi deveria ter se encantado com os garotos, isso sim. Tenten ainda tinha a revista em mãos.

—  Então, olha só essa edição da Totalmente Girly que eu comprei mais cedo! – E mostrou uma página aberta para Hinata, que olhou interessada. – Ela vem com um teste e umas curiosidades sobre namoro que eu achei super interessantes. Olha só a décima primeira: "A grande maioria das pessoas já conhece o seu futuro cônjuge aos 15 anos de idade, embora ainda não saibam disso" – leu, em voz alta. – Quer dizer, estamos com 16 anos! 

— Então já conhecemos nossos futuros maridos?

— Bom, pelo menos é o que diz aqui! – ponderou a morena, colocando uma mão no queixo. – Ei, isso é meio assustador. Já pensou se meu futuro marido for, sei lá, o Lee?

Tenten fez uma careta e Hinata não segurou o riso.

— Ah, mas o Lee pelo menos é gentil! 

— Qual é, Hina, ele tem cara de que faria você usar um collant verde que combinasse com o dele. – Dessa vez Hinata também não escondeu a careta e ambas gargalharam juntas com o pensamento. – É melhor eu terminar essa revista depois. Ainda preciso grampear meu trabalho, espero que a Ino tenha trazido o grampeador dela.

Hinata deixou de andar, lívida. Tenten estava se referindo ao trabalho de história sobre o período feudal, a primeira aula do dia – mas o de Hinata tinha ficado no armário, ela percebeu agora. Ah, Asuma ia lhe matar se ela chegasse atrasada na aula, mas a morte seria muito mais dolorida se ela não entregasse o trabalho na hora! Ela realmente não gostava de história, então qualquer ponto descontado poderia prejudicar sua frágil nota final. 

Entregou a bolsa para Tenten, que quase perdeu o equilíbrio.

— Aqui, amiga, leva meu material, por favor! Eu esqueci meu trabalho no armário – disse, afobada, já se virando para voltar todo o caminho andado. 

Depois disso foi tudo um borrão para Hinata, pois ela saiu correndo pelos corredores, como se dentro do armário pudesse ter um bolo de chocolate fresquinho ou seu ator favorito sem roupa. Infelizmente, não havia mesmo nenhum dos dois, só o trabalho; ainda assim, Hinata o agarrou como se ele fosse o ator – ou o bolo. Só quando deixou de abraçá-lo, fechando o armário rapidamente, foi que percebeu como o corredor estava quieto e vazio.

Até sua respiração ecoou pelo lugar, como ondas sonoras de presença. Era fascinante e esquisito estar tão sozinha, já que seu colégio era sempre cheio. Só pôde ouvir sons quando chegou perto das escadas, conversas distantes, pois as salas começavam no segundo andar. Ela subiu alguns degraus, até sentir as meias escorregando por suas canelas. Suspirou, irritada, e parou para arrumá-las. Colocou a perna esquerda para trás, subindo a meia direita, e depois o contrário; ao fazer isso, porém, seu trabalho escorregou de seus dedos como sabonete; Hinata só pensou em pegá-lo, o problema foi que ela pisou em falso e se desequilibrou para trás. Fechou os olhos com força, preparada para a sensação de queda, mas essa nunca veio.

Alguém a segurou, para seu espanto, pousando a mão delicadamente sobre sua cintura. Atônita, Hinata conseguiu sentir o tronco dele, mais alto, encostado em seus ombros, e se sentiu repentinamente quente. Seu coração batia incontrolável, dada a surpresa. Hinata respirou fundo, se acalmando, antes de virar para agradecer.

— M-Muito obriga… – se virava ela, ainda apoiada na pessoa. Ao ver quem era, no entanto, seu maxilar travou onde estava. Era Gaara no Sabaku quem tinha lhe ajudado, surpreendentemente. Tudo bem, ele era da classe dela, mas eles nunca haviam sequer trocado uma palavra; ele não era a pessoa mais falante do mundo, e ela era tímida demais. Além disso, Gaara era extremamente…

Bem. Mesmo quando ela estava bem ali, encostada nele, tão assustadoramente próxima e vermelha, ele continuava com o mesmo rosto impassível que ela já estava acostumada a ver há pelo menos dois anos, todos os dias durante as aulas. Estava perdida nos olhos dele, extremamente verdes, pensando como suas olheiras escuras marcavam o rosto branco, mas isso lhe dava certo charme, e como o ruivo do seu cabelo brilhava nas luzes claras do dia. Gaara realmente estava lhe segurando.

Ao perceber que ela não completaria a frase – e que já parecia estar viajando num mundo paralelo, hm –, ele a soltou com cuidado, os dedos passando nas laterais da camiseta dela, deixando-a fixa onde deveria ficar. 

— De nada – respondeu, dando às costas e subindo para sala.

Hinata ainda o observou desaparecer ao virar para a direita. Só depois de uns segundos se lembrou do trabalho e abaixou-se para pegá-lo, pronta para ir para a sala de aula. 

 

 

— Porra, eu sou muito azarada mesmo – Tenten comentou, encarando a janela de vidro.

— Tenten, olha a boca! – repreendeu Hinata, guardando seus sapatos sociais para pegar os de esporte. A Mitsashi sorriu sem humor. Ambas usavam uma camiseta branca fresquinha e bermudas vermelhas até o joelho, o uniforme da educação física.

— Desculpa… mas, qual é! Eu nunca faço nada na educação física com vocês, e todos esses dias estava um calor infernal, inclusive hoje – ela dizia, se aproximando de Hinata. Seus coques balançavam de um lado para o outro conforme as palavras saiam de sua boca. –, aí eu resolvo jogar vôlei só um pouquinho e o que acontece? O tempo fecha! – Exclamou, nervosa. Hinata riu nasalado, olhando através do vidro também. A pior parte era que era verdade. O tempo havia mudado de repente: havia nuvens cinzentas no céu antes azul e o vento soprava forte.

— Ainda não está chovendo, Ten. É só vestir o casaco, como todo mundo, e ir jogar. Quando começar a chover, a gente volta e joga xadrez, o que você acha? – Hinata explicou, sorridente, apontando todos os outros alunos que vestiam o casaco escolar por cima de suas roupas de esporte. Ouviu em troca um "odeio xadrez!", mas preferiu ignorar. De qualquer forma, mesmo se chovesse seria muito rápido, provavelmente.

Tenten vestiu o seu blusão como se fosse uma grande incômodo e então olhou para Hinata, que já tinha fechado seu armário do vestiário. 

— E você? – perguntou, vendo que a garota apenas prendia seu cabelo, ainda sem casaco.

— A Sakura derrubou suco nela ontem, sem querer, você se lembra? Coloquei para lavar – suspirou, se lembrando que ainda precisava lavar a dita cuja; obrigada, Sakura! Pelo menos ela não estava com frio. Tenten sorriu de canto, prometendo que elas ainda derrubariam tanto ketchup no uniforme da Haruno, que ela viraria um grande sanduíche cor de rosa!

Depois disso elas saíram para a quadra aberta, com todo o restante da sala. Se começasse a chover – todos torciam para que não! – eles entrariam para o ginásio. Como esse já estava com duas classes tendo aula, o professor Gai só entraria em último caso – "vençam o frio com o calor da juventude!" ele dizia, animado, embora os alunos só usassem o "calor da juventude" para olhá-lo com desdém.

As duas garotas se posicionaram no mesmo lado da rede, para jogarem vôlei com Sakura e Ino, suas melhores amigas. Ino, a loira, jogava seu cabelo de um lado para o outro ao dizer que elas perderiam, enquanto Tenten fazia uma dancinha constrangedora de pré-vitória. Sakura e Hinata ignoravam as companheiras, se aquecendo entre risadas. A Haruno começou sacando, com uma força que só ela tinha, Hinata levantou, Tenten atacou e a Yamanaka conseguiu bloquear a tempo. 

Elas ficaram nisso por pelo menos meia hora, até que, repentinamente, o vento aumentou e, antes que todo mundo percebesse, a chuva começou tão forte que seria capaz de machucar. 

Hinata tremeu de frio, correndo para dentro como todos da sala, que começavam a se aglomerar entre exclamações de surpresa. Pelo menos todos eles tinham casacos, ela pensou, abraçando os próprios braços ao se ver ensopada e gelada. Sua camiseta era branca. Hinata resmungou, tentando entrar para o colégio entre a multidão que sua sala tinha se tornado na entrada. Foi quando Ino, que já estava lá dentro, retrocedeu, tentando sair.

— Licença! Me dá licença, meu Deus – dizia, impaciente, praticamente empurrando as pessoas. Hinata encarou-a, curiosa. – Licença! Eu preciso voltar, perdi minha aliança! – choraminga ela, com os lábios franzidos.

Hinata olhou para trás, onde a rede estava. Ino namorava há alguns meses com Kiba Inuzuka, outro colega da sala delas, e só Deus sabia como ela tinha enchido o saco de todo mundo com o papo de aliança. Era realmente importante para a loira e as amigas dela, mais do que todos, tinham ideia disso. 

A Hyuuga parou de tentar passar, voltando-se para trás. Já estava molhada, mesmo; um pouco mais não faria diferença. Sem realmente refletir sobre o que estava fazendo, Hinata saiu correndo em direção à rede, a chuva engrossando em sua cabeça. Quando chegou até onde Ino estava jogando, franziu a sobrancelha; precisava achar algo pequeno, um anel, entre as poças de água que já se formavam. Agachou-se, procurando o máximo que podia, pois sabia a importância da joia para a Yamanaka. 

Enquanto se agachava e procurava, no entanto, ela acabou escorregando e ralou o joelho profundamente. Xingando, Hinata encarou seu novo machucado com angústia e se apoiou para levantar – ao fazer isso, no entanto, sentiu um relevo na palma da sua mão. Não soube dizer se tinha sido sorte, mas o anel de Ino estava bem alí!

Aliviada, Hinata ficou de pé com certa dificuldade, por conta do machucado, mas contente de ter achado a aliança. Quando olhou para as portas abertas da entrada do colégio, a sala toda estava olhando na sua direção e acenando ansiosamente para que ela voltasse. Foi o mais rápido que pôde, ainda mancando, e mal tinha chegado à cobertura, foi recebida com um abraço extremamente apertado.

Sem se importar que ela estivesse completamente encharcada, Ino estava quase pendurada em seus ombros.

— Ai meu Deus! Obrigada, Hina, eu nem sei como te agradecer – choramingava a loira, ao ter o anel de volta em seu dedo. 

Hinata balançou a cabeça quando ela se afastou.

— Não foi nada – murmurou e repentinamente, com a Yamanaka mais afastada, foi que Hinata reparou em sua situação.

Além de encharcada, ela estava com uma única camiseta branca, que agora grudava constrangedoramente em seu tronco – todo ele. Isso incluía seu busto, cuja contenção estava sendo feita, veja só, por um sutiã muito pouco adulto, cheio de florzinhas e lacinhos coloridos. Argh. 

Sem perceber, Hinata levou os braços na direção dos seios, tampando-os com o rosto muito vermelho. Nesse momento Gai, o professor, começou a gritar que ela deveria ser levada imediatamente para a enfermaria; o sangue escorria do joelho até a canela dela. Tenten veio em seu apoio, mas antes que conseguisse passar o braço por Hinata, alguém colocou uma blusa de frio, completamente seca, em cima dos ombros dela.

Hinata olhou para o lado, imaginando ser Tenten, mas deu de cara com o mesmo garoto que havia lhe ajudado de manhã. Gaara parecia indiferente outra vez, mas suas íris rodaram para baixo, e já não era possível ver a roupa íntima da Hyuuga. 

Ela piscou, sem conseguir agradecer. Estava da mesma cor dos cabelos dele, tão vermelha que seria difícil descrever. Conseguiu ouvir Tenten agradecendo por ela, além de diversos murmúrios indefinidos dos seus outros colegas de classe, mas Hinata não conseguia prestar atenção neles, pois seu joelho doía de forma aguda. A Mitsashi, percebendo sua agonia, tentou se aproximar mais uma vez para apoiá-la; foi, de novo, interrompida.

— Posso levá-la. – Não era uma pergunta, Hinata percebeu de lábios entreabertos. Ele estava simplesmente informando sua decisão, sem brechas para que Tenten, ou ela mesmo, discutisse. 

Num segundo, ela estava no chão – no outro, sentiu uma mão espalmada de forma segura em suas costas, o outro braço atrás do joelhos; ela foi erguida estilo noiva.

A Hyuuga arregalou os olhos, observando o maxilar dele com mais atenção do que era necessário. O perfume forte e masculino dele a rondava profundamente; era quase um crime!

Quando percebeu que já estavam longe das outras pessoas – Tenten vinha do lado deles, caminhando em silêncio – Hinata murmurou, esperando que ele conseguisse ouvir:

— Obrigada.  

 

 

Hinata teve autorização para continuar na enfermaria, mesmo depois da enfermeira ter cuidado do seu ferimento. Se secou com uma toalha e esperou Tenten trazer seu uniforme, para que ela se trocasse – Gaara tinha lhe deixado na maca e saído, sem dizer uma palavra. Ela ficou deitada e, quando deu por si, tinha acordado de uma soneca. 

Além do cobertor quentinho, outra coisa tinha lhe aquecido durante aqueles minutos: continuava vestida com a blusa de Gaara, que batia abaixo do seu quadril e cobria suas mãos. Antes de levantar, após ter dado a terceira aula, Hinata levou a manga até o seu nariz e suspirou; porque o cheiro de amaciante e perfume tinha que ser uma combinação tão boa?

Tenten veio buscá-la para a terceira aula e Hinata foi recebida com muitos questionamentos se estava mesmo bem, enquanto Ino continuava repetindo que ela era uma super-heroína ou coisa assim. Sem perceber, Hinata amarrou a blusa de Gaara na cintura, como sempre fazia com a sua. 

A aula correu sem imprevistos; o machucado dela já não a incomodava e, sinceramente, a Hyuuga já tinha até se esquecido dele. Enquanto isso, como ela tinha pensado, o tempo realmente voltou a abrir lá fora; o calor secou lentamente as poças do pátio e das quadras. Hinata só percebeu que a aula tinha acabado quando Tenten se despediu lentamente, bocejando, e desejando melhoras para o joelho – ela tinha curso todo fim de tarde, o que significava que não podiam ir juntas.

Ela se levantou, debilmente, e jogou todos os cadernos dentro da bolsa, procurando o celular sem realmente prestar atenção. No bolso que ela guardava o aparelho também ficava seu chaveiro de vaquinha – ela mugia quando você apertava no meio! – com a chave de casa. O problema, dessa vez, foi que ela não estava lá! Hinata procurou muito, até tirou as coisas de dentro da mochila, checando todos os zíperes existentes. Tateou a camiseta e a saia do uniforme, mesmo não tendo bolso, só para suspirar de frustração logo depois. Ah, não! Ela se abaixou e procurou no chão, tomando cuidado com o joelho; só uma coisa se passava em sua mente: teria que ligar para Nej vir buscá-la no colégio e passar a noite no apartamento dele, já que seu pai havia viajado e lhe deixado sozinha. O pior era que não tinha muita ideia de que horas a aula do primo acabava.

Hinata já começava a imaginar maneiras de arrombar a porta tendo a força de um filhote de gato, quando um mugido chamou sua atenção. Ergueu a cabeça na hora. Sim, um mugido, vindo do chaveiro que o garoto segurava, encostado ao batente da porta da sala. Ela o encarou perplexa, ainda ajoelhada no chão, seus olhos pouco acima da altura das mesas. 

— Gaara… – murmurou, observando-o balançar o objeto, as chaves fazendo o barulho mais irritante. 

— Tem seu nome – ele explicou, olhando bem para a vaca onde, com letras pequenas e cor de rosa, estava escrito "Hyuuga". – Eu não te vi descer, então imaginei que ainda estivesse aqui. 

Ela ficou de pé outra vez e andou até ele, as bochechas corando quase que automaticamente. Quase suspirou de alívio quando ele devolveu o chaveiro. A vaquinha mugiu outra vez, mas nenhum dos dois ligou. 

— Muito obrigada! Onde ele estava?

— Acho que a Mitsashi deixou cair quando trazia sua mochila para a sala – explicou, dando de ombros. Ao observar os ombros dele, Hinata se lembrou de que ainda estava com o casaco de Gaara. Ela o desamarrou muito depressa.

— D-Desculpe, esqueci de te devolver. Obrigada… De novo – e se mexeu, desconfortável, pois de repente o perfume dele tinha a invadido outra vez. Gaara colocou a blusa, mesmo não estando frio.

— Não se preocupe. 

Hinata balançou a cabeça, torcendo para aquele momento esquisito acabar, e se virou para guardar o chaveiro em seu devido lugar. O Sabaku ainda ficou alguns segundos parado na porta, observando-a em silêncio, mas se virou de repente para ir embora. Hinata, ao perceber o movimento, olhou imediatamente para as costas dele e esticou o braço.

— G-Gaara, espera! – Chamou alto e, logo depois, ficou assustada com os seus próprios reflexos. Gaara olhou-a, sobrancelha arqueada. Ela não sabia muito bem o que queria dizer, na verdade, só que algo tinha acabado de se passar em sua cabeça.

O fato era que o ruivo tinha lhe ajudado o dia inteiro, mesmo que eles só trocassem uma palavra ou outra e, mais do que gratidão, Hinata sentiu que deveria recompensá-lo de alguma forma. – Você… – A voz dela ecoou na classe; só agora havia reparado que estavam completamente sozinhos. – B-Bom… Você me ajudou muito hoje, então se tiver alguma coisa que eu possa fazer por você, como agradecimento, por favor, me diga. – E encarou-o timidamente, esperando alguma resposta. 

Acreditava que ele não fosse pedir nada – o que poderia querer dela? Talvez que fizesse a lição dele, mas isso não seria difícil, então ela não se importaria. Gaara, no entanto, estava parado e incrivelmente quieto; hã… mais do que o normal. Era um silêncio diferente. Algo parecia se passar em sua mente, um impasse que estava claro no modo como ele franzia e desfranzia a sobrancelha.  

Pareceu demorar uma eternidade, até que ele finalmente disse:

— Então… Eu posso te pedir qualquer favor, certo? – perguntou, agora totalmente de frente para ela. Hinata piscou com o movimento repentino. Alguma coisa no jeito como ele tinha dito aquilo fez sua barriga ter pequenos espasmos de nervosismo. Ele a encarava fixamente.

— Q-Qualquer coisa que estiver ao meu alcance…

— Namora comigo?

 


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Notas finais do capítulo

Nesse drive vcs podem ler a versão original!! Os capítulos vão ser adicionados junto com os daqui :)
https://docs.google.com/document/d/10a0vqcYcdeecrYNaDYeKN8rtOj7_6bg7njGbt6AzsSQ/edit?usp=sharing

Eu terminei uma shortfic SasuHina hoje! Não tem nada a ver com essa, mas se alguém quiser ler haaha
https://fanfiction.com.br/historia/751194/Apartamento/

É isso, até a próxima!!



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