Nosso Último Ano escrita por Sirena


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano-novo ♥
Ah, tô muito feliz pq teve um salto absurdo no número de acompanhamentos e comentários de sábado pra domingo, então muito obrigada a todos que estão acompanhando e comentando ❤️



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Uma puxou Harry pelo gancho, interrompendo a conversa dele com Audrey. Ela estava usando seu chapéu de capitã e tinha refeito as longas tranças da cor do mar.

O filho do Capitão Gancho não fez perguntas, embora estivesse claramente confuso enquanto a seguia para o meio do pátio, onde pararam, um de frente para o outro. Uma parecia nervosa e séria, os olhos soltando faíscas e um sorriso travesso brincando no rosto.

— O que foi? –questionou, arqueando levemente a sobrancelha e se perguntando se ela iria lhe dar alguma bronca ou algo assim. Não era comum receber bronca de sua capitã, mas também não era comum ela lhe dirigir aquele tipo de olhar.

O olhar de quem estava para aprontar.

— Eu já falei com o Gil, então tá tudo certo. – Uma parecia levemente nervosa, o que era preocupante, afinal de contas, era a Uma. — Eu ia fazer isso depois, mas não aguento mais esperar.

— Tá tudo bem? - ele perguntou, sem jeito.

Para se acalmar, Uma voltou a segurar e fazer carinho no gancho de Harry, aquele era um costume dela que o garoto realmente gostava. O fazia se sentir estranhamente próximo de sua capitã.

Sabia que haviam poucas coisas que podiam acalma-la, como ouvir as pessoas chamando-a pelo nome em vez de pelo horroroso apelido de Camarão, ou se sentar no trono que os piratas montaram para ela. E estar na restrita lista de coisas que acalmavam Uma, fazia Harry se sentir especial.

— É que... Talvez seja só por a gente não tá mais na Ilha, ou talvez eu esteja enlouquecendo, ou talvez seja alguma outra coisa... – ela hesitou, o deixando verdadeiramente preocupado. — Mas é que eu tenho pensado em... Te pedir em namoro.

Harry piscou chocado, seu gancho teria caído direto para o chão se Uma não o estivesse segurando.

— Então... – ela pigarreou, nervosa com o silêncio dele. — Eu to... Te pedindo em namoro. Se você não quiser, okay, nada vai mudar. Você vai continuar na equipe, meu imediato, o de maior confiança no navio. Eu só to fazendo isso porque acho que as coisas estão ficando sérias e eu na verdade quero isso porque... Eu gosto de você... Acho... – sua frase foi interrompida quando Harry a pegou no colo e girou dando risada.

— Isso é sério mesmo?

— Ah, é... É, sim. – ela garantiu entre risadas, Harry continuou rodando e rodando, jogando a cabeça para trás e rindo, o rosto adoravelmente corado e os olhos azuis encantadoramente brilhantes.

— Eu aceito! – ele riu a pondo no chão e segurando seu rosto entre as mãos como se segurasse a joia mais preciosa do oceano, e para ele era mesmo isso que acontecia. — Como eu poderia não aceitar namorar essa capitã-bruxa-rainha-toda-poderosa pela qual nutro o maior amor e lealdade dos sete mares?

Uma sorriu, revirando os olhos de um jeito que dizia "é, eu sei que sou tudo isso", ela estava tão radiante quanto seu imediato, embora não fosse tão exagerada quanto ele.

— Qual meu nome? – arqueou a sobrancelha, passando um dos braços pelo pescoço de Harry.

— Uma! – ele respondeu antes mesmo que ela encerrasse a pergunta.

— Isso. – sorriu ainda mais, puxando-o para um beijo.

Agora, mais do que antes, mais do que nunca, ele era dela. Inteira e unicamente dela.

***

Vendo de longe, Harry girando com Uma nos braços, Gil se lembrou da conversa que teve mais cedo com ele, antes do café-da-manhã, quando o garoto lhe perguntou como havia sido o encontro.

Harry ficara tão revoltado, a princípio Gil não entendeu porque, mas, ele logo fez questão de explicar.

— O cara fica com ciúmes por achar que a gente ainda namora e assim que descobre que não namoramos, te chama pra um encontro! Ele te dá essa pelúcia ridícula e de repente fala que está gostando de um garoto, mas você é burro demais pra sequer pensar que ele tá falando de você!

Harry andava de um lado para o outro do quarto, gesticulando exageradamente com o gancho, quase derrubando coisas do lugar e quebrando objetos de decoração.

Gil encolhera os ombros, nervoso. Ele detestava quando Harry ficava tão transtornado assim, o fazia se lembrar das noites em que o pai andava daquele mesmo jeito e gesticulava com a espingarda daquela mesma forma, atirando em qualquer coisa que parecesse se mexer.

— Eu não sabia que precisava perguntar...

— Você precisa que te digam tudo que você tem que fazer? - Harry revirou os olhos, enquanto cruzava os braços. — De verdade, você é tão burro ou só se faz?

Gil havia preferido não responder.

E Harry havia optado por respirar fundo e sentar-se ao lado do amigo, na ponta da cama. — Qual é, Gil? Nem você é tão inocente! Qual o problema, afinal? Ele gosta de você e você sabe disso!

—... É do Jay que a gente tá falando, Harry, ele pode ter qualquer um desde sempre. Garoto ou garota, da Ilha ou de Auradon. Sei que devia ter raciocinado e perguntado quem era o garoto, mas na hora tudo que eu consegui pensar foi "ele gosta de outro, perdi." Eu sou só a cópia mal-feita do Gaston, entende?

— Isso não é verdade. - Harry resmungou, mexendo no cabelo do loiro com o gancho, em um raro gesto de carinho e consolo. — Eu tenho certeza que ele gosta de você.

— Por que acha isso?

—... Lembra quando a gente era criança e a Uma te explicou o significado do seu nome?

— Lembro. Ela disse que vinha de gill, que significa brânquias de peixe. - Gil suspirou tentando lembrar as palavras exatas que Uma usara na ocasião. — Disse que era o que fazia os peixes conseguirem oxigênio num lugar sem ar.

— É por isso que a Uma te quis na tripulação, mesmo depois de você ter se afastado da gente quando seu pai abriu a academia. - Harry deu de ombros. — E é por isso que eu quis namorar você, quando podíamos perfeitamente ter seguido com uma simples amizade com transas ocasionais.

— Você me namorou porquê o meu nome tem haver com peixe? - Gil arqueou a sobrancelha.

— Não, seu idiota! É que... Como foi mesmo que ela disso? Do mesmo jeito que peixes conseguem oxigênio onde não tem ar, você consegue ver esperança e alegria num lugar onde só existia maldade e vingança. - a voz de Harry soava como se tentasse explicar algo para uma criança. — Uma e eu precisávamos de alguém assim nas nossas vidas. É encantador, Gil. É o que faz as pessoas gostarem de você, provavelmente é o que fez o Jay gostar de você.

— As pessoas em Auradon também são cheias de esperança e alegria!

— Auradon é cheia falsidade, isso sim. - Harry bufou se levantando, totalmente sem paciência. — Aqui é melhor que a Ilha, mas, lá a gente pelo menos sabia que estávamos todos no mesmo barco. Aqui todos fingem ter uma vidinha perfeita e serem a bondade encarnada.

— É por isso que você vive conversando com a Audrey agora? - Gil questionou, mudando de assunto. — Tá tentando mostrar pra ela que estamos no mesmo barco?

Harry suspirou. — Figurada e literalmente.

— Como?

— Por causa daquela coisa toda com o cetro da Malévola, as pessoas estão sendo rudes com ela e... Eu pensei... Bom, navegar ajuda muita gente. Se não fosse por isso, você estaria hoje na Ilha, um verdadeiro primitivo, tirando pele de animais, carregando moças nos ombros e dando socos no Junior...

Deux. - Gil corrigiu, revirando os olhos. — O nome dele é LeFou Deux. Não Júnior.

— Nunca entendi porque não o chamamos de Júnior. - Harry bufou. — Ou de Segundo. Eu nunca consigo pronunciar o nome dele direito. Enfim, só tava pensando em convidar a Audrey a se juntar a tripulação. Ela precisa de um tempo longe dos holofotes e daquela vó rabugenta dela.

— Você não consegue pronunciar direito porque não sabe falar nem "um" em francês. E não sei se a Uma gostaria da Audrey na tripulação. 

— Tá, tá. - Harry revirou os olhos colocando o casaco. — Vou procurar a Audrey agora, quero entrar no grupo de música.

— Eu vou comer. - Gil decidiu se levantando.

— Tá bom, mas... Você tem que falar com ele, Gil.

 

"Você tem que falar com ele." Eram as palavras que Harry repetia sempre que Gil saía do quarto e que sussurrava para ele sempre que o via perto de Jay.

Mas, como poderia? Por que aquilo era tão difícil? Certamente não poderia ser mais difícil do que fugir de casa e atravessar metade da ilha para chegar na Jolly Roger.

Quando se escondia atrás da perna do Capitão Gancho se sentia seguro, como se nada na sua vida tivesse mudado. Tudo ficava mais fácil, claro ainda tinham de roubar e a vida era um lixo. Mas, era um lixo protegido e caloroso como as chamas da lareira. Sua mãe costumava se sentar em frente a lareira para costurar, Gil gostava de se sentar aos pés dela e observa-la trabalhar até cair no sono. Dormir na Jolly Roger lhe passava a mesma calmaria.

O Capitão Gancho sempre foi carinhoso com ele, como se tivesse certa pena do garoto por estar naquela situação e tentava tratá-lo como um filho, mesmo que a relação do pirata com o próprio filho fosse meio complicada.

Como podia conseguir atravessar a Ilha a noite e subir sozinho num navio, quando tinha apenas sete anos, mas não podia falar pra Jay que gostava dele? Isso não fazia o menor sentido para Gil. E pensar sobre o chateava. O fazia se sentir fraco.

Se sentir LeFou. Era como o pai o chamava quando demonstrava qualquer fraqueza, quando agia de alguma maneira que fosse menos do que ele entendia como másculo.

Mas, com tantas coisas para estudar e provas para recuperar, Gil estava disposto a deixar esses pensamentos bem no fundo da gaveta de sua mente. Se focando no que era importante.

Fórmulas de matemática, de química, de física. Datas históricas. Movimentos artísticos. Tudo que era importante para que passasse de ano e pudesse ir naquela viagem com Jay.

“Você tem que falar com ele.” Não era só sobre gostar de Jay que Harry queria que falasse, era sobre aquela chance de repetência que ainda tinha de encarar.

Jay merecia saber.

Mas, Gil não sabia como contar.

Será que o decepcionaria? Não podia fazer isso! Não, não, decididamente não! Precisava dar um jeito nisso! Não conseguia nem lidar com a ideia de decepcionar Jay! Gostava demais dele para conseguir lidar com essa ideia.

Gil estava afogado nos próprios pensamentos, distraído do livro que devia estar lendo sobre a criação de Auradon enquanto andava pelo colégio. Se lembrou da conversa que teve mais cedo com a Uma, sua capitã sempre pareceu tão confiante, fosse navegando ou fosse indo pedir Harry em namoro. Como ela conseguia ser assim?

Ele voltou ao presente quando tropeçou numa pedra, já com dor de cabeça por tantos pensamentos e de tantas tentativas de ler o mesmo parágrafo sem conseguir se concentrar, resolveu que merecia um descanso.

Por isso, colocou o livro debaixo do braço e foi até o campo de treino de tourney, sabendo que àquela hora, os jogadores estavam treinando como loucos para o próximo jogo.

Totalmente suados e sexys.

É, o julguem, ele gostava de ver os treinos pela única e simples razão de que havia muitos rapazes bonitos em campo. Um em específico, muito mais atraente para seus olhos do que outros.

Jay se destacava em campo. Desviando e driblando na zona da morte com a mesma facilidade com que comia batata frita. Ele era rápido e derrubava os adversários antes que eles sequer pudessem perceber o que estava acontecendo. Em nenhum momento perdia o equilíbrio e suas manobras eram de longe as mais naturais em campo. Elegantes até.

O cabelo comprido estava com algumas mechas presas para trás. Usava  uma camisa branca com um colete azul por cima e os equipamentos de proteção. Lindo como sempre.

Alguns assentos na sua frente, também sentadas na arquibancada, Gil notou que havia algumas garotas, fazendo o mesmo que ele: admirando jogadores suados.

Achou graça disso.

Olhando melhor, notou que havia ainda alguns meninos prestando atenção no treino das líderes de torcida que ocorria ao mesmo tempo, nas laterais do campo.  Era estranhamente bom saber que não era o único que ia para lá para se distrair do estresse do dia-a-dia na escola admirando gente bonita.

Depois de alguns bons minutos, Jay percebeu a presença do loiro nas arquibancadas e fez um coração com as mãos na sua direção. Alguns bancos abaixo, as meninas deram risada pensando que era para elas.

Gil virou o rosto, levemente corado, mas em seguida pensou que era bem mais provável que o coração fosse para as garotas e não para ele, então voltou sua atenção para o livro. Deu uma folheada e parou num capítulo sobre a criação da Ilha.

Aquilo era levemente mais interessante do que os capítulos sobre a criação de Auradon e a divisão de poder do reino unificado. Havia também capítulos sobre as brigas entre reinos e outras coisas. Mas, era mais fácil entender quando se tratava do lugar em que ele nasceu e cresceu. Era um terreno conhecido, conhecer a história por trás de tudo que havia visto era até que divertido.

Ele ignorou o apito que anunciava o final do treino, e os risos dos jogadores que saíam se empurrando amigavelmente, trocando tapinhas nos ombros.

— Oi! – Jay o cumprimentou com um soquinho no braço, se sentando ao seu lado. Ele arfava, se pelo treino puxado, por ter subido as arquibancadas até onde Gil estava correndo tanto quanto suas pernas permitiam ou por ambos, era difícil de responder. — Gostou do treino?

Gil fez que sim com a cabeça abaixando o livro. Ele sentiu uma repentina vontade de falar.

Normalmente era quieto, tinha que ser quieto. Era filho do Gaston, nem a própria Fada Madrinha podia prever as besteiras que falaria se ousasse abrir a boca. Mas, tudo que ouvia era voz de Harry falando de novo e de novo na sua cabeça: “Você tem que falar com ele.”

Sim, ele tinha.

E seu coração estava acelerado com a ideia, mas, se sentia subitamente preparado.

Se Uma podia pedir Harry em namoro, Gil podia dizer que gostava de Jay.

— Você tá fedendo! - reclamou empurrando Jay de leve.

— E com fome! Ei, já que você tá sempre ocupado demais para sair, que tal se a gente almoçar juntos?

— A gente meio que já faz isso.

Jay revirou os olhos. Tinha certeza que Gil sabia que não era disso que estava falando.

— É, com todo mundo. Mas, eu estou falando de só nós dois. Podemos almoçar nas mesas do pátio invés de no refeitório.

— Parece... Legal. – sorriu em concordância. — Mas, por favor, toma um banho antes, porque sério...

— Depois eu que não to desacostumado com o jeito antigo. A Ilha fedia cem vezes mais do que eu!

— Tenho quase certeza que não!

Jay o empurrou antes de descer e rumar para os chuveiros do ginásio, deixando Gil para trás.

O loiro franziu os lábios e começou a roer as unhas, tentando clarear a mente. Pensou que devia planejar o que ia dizer, mas decidiu que era melhor não. Era tudo sobre sentimentos, se tentasse pensar iria tentar racionalizar, se fizesse isso daria errado.

Em Auradon, quando se tratava de sentimentos, as pessoas só escutavam seus corações e falavam o que viesse. Gil decidiu que essa era provavelmente a melhor forma de fazer o que estava pensando em fazer porque... O número de gente que achava amor verdadeiro em Auradon era bem alto.

Então, se apoiando nos bancos, foi para trás das arquibancadas.

Queria mesmo fazer isso? Tinha certeza de que estava pronto? Qualquer que fosse a resposta, ele decidiu que podia conviver com aquilo.

Se encostou, coçando o queixo.

— Gil?

— Aqui, Jay. – falou quando o moreno quase passou por onde ele estava. — Banho rápido.

— Fome grande. – ele respondeu simplesmente. — Vamos lá?

Jay já estava para lhe dar as costas, mas Gil segurou sua mão, o puxando de volta para ali.

O sol os alcançava por entre as arquibancadas e o cheiro das árvores e flores os alcançava. Gil adorava o cheiro das flores e gostava de como ali parecia um bom lugar para aquilo, era bonito e ensolarado, mas também era escondido o bastante para que o momento se mantivesse particular e ninguém os vissem ou ouvissem.

— Eu... Tava pensando em... Antes a gente conversar.

Jay uniu as sobrancelhas, confuso.

— Que?

— Eu quero conversar.

—... Okay, sobre o que?

Gil sentia que estava com a boca seca, ele adoraria um copo de água naquele instante. Mas, não podia sair correndo para buscar e depois voltar. Então, precisava respirar fundo e tentar controlar o sorriso. Precisava tentar mostrar um mínimo de seriedade para que Jay percebesse que falava sério.

— Eu... – engoliu em seco. — Eu acho que gosto de você, Jay. - droga, pensou assim que terminou de falar.

"Acho? Acho? De onde veio esse acho? Idiota!" Gil quase bateu na própria testa. Onde estava Harry para levá-lo para longe dali e colocá-lo pra fora da escola como fazia quando dizia algo idiota no restaurante da Úrsula? Gil se colocaria pra fora se pudesse!

Jay cobriu a boca discretamente, tentando disfarçar um sorriso.

— Que bom. Também gosto de você.

Gil balançou a cabeça de um lado para o outro em negação.

— Não, não, eu estou falando tipo... De querer sair com você, passar o tempo com você, beijar você e talvez até namorar com você...

Jay não pode mais evitar dar risada, o nervoso do garoto enquanto falava era tão adorável que chegava a ser engraçado. Gil se retraiu, com medo.

Os olhos escuros e sedutores perceberam o temor do loiro e mais do que rápido, Jay buscou se controlar, segurando as mãos de Gil entre as suas, com o máximo de carinho que foi capaz.

— Desculpa, não tem graça... É que... – Jay precisou engolir o riso novamente e respirar fundo. — Eu entendi quando você falou. E gosto de você do mesmo jeito.

O loiro arregalou os olhos e puxou as mãos em choque. Abriu e fechou a boca antes de concordar com a cabeça.

— Ah, então okay. Era só isso mesmo. Vamos almoçar? – estava para sair, quando Jay o segurou.

— Ei, calma aí, Gil... A gente não pode acabar o assunto assim!

— Não pode?

— Acho que não pegaria bem. – Jay comentou semicerrando os olhos e dando de ombros.

— É, acho que não. – Gil concordou voltando para perto de Jay e olhando em volta sem graça enquanto se espreguiçava, o rosto quente. — Então...

Jay deu um sorriso, achando graça da vergonha repentina de Gil e de suas bochechas coradas que sentia tanta vontade de apertar, mas, não era momento pra isso e rapidamente o puxou pela cintura.

Gil respirou fundo, passando as mãos pelo pescoço antes de segurar o rosto do moreno, se sentia meio tímido, mas, encorajado.

A última coisa que viu antes de fechar os olhos, foi o enorme sorriso de Jay.

Então, seus lábios se encostaram, primeiro de leve, depois com mais força. Sentiu as mãos de Jay firmes a sua volta e enrolou os dedos no cabelo escuro dele. Era gostoso. O jeito que os lábios dele faziam os seus formigarem era uma delícia. Era até melhor do que uvas e do que chocolate! Seu coração estava mais acelerado que o mar bravo!

Quando se afastou, Gil deixou uma palavrinha escapar por entre os lábios:

— Uau.

Jay deu risada, subindo as mãos para o rosto de Gil e o beijando de novo. Estava ansioso por isso, imaginou como seria por um bom tempo e agora era real. Estava acontecendo e ele não se daria ao luxo de parar de beijá-lo quando havia acabado de começar.

O beijo era tão doce, tão suave, tão bom... Ele estava apertando o corpo de Gil... Ombros, cintura e teria descido as mãos um pouco mais se o loiro não tivesse se afastado.

— Okay... Agora a gente pode ir comer?

Jay franziu os lábios. Sua fome havia até mesmo passado com aquilo. Mas... É, era inegável: comida era importante.

— Certo, vamos. – sorriu, segurando a mão de Gil e entrelaçando os dedos aos deles.


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Notas finais do capítulo

Esse cap teve de tudo um pouco, né nom? Teve a Uma e o Harry sendo lindos, teve uma conversa fofa do Harry e do Gil, e principalmente, finalmente teve o que estávamos ansiosos: o beijo do nosso casalzão principal e foi fofo ♥



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