Bokuto esperou o treino acabar para falar com Akaashi. Estava ansioso, nervoso em como iria contar tudo ao outro. Pior, e se ele não gostasse dele também? Só pensar na possibilidade o deixava cabisbaixo.

Havia muitas variáveis a se considerar, o time era uma delas. Se seu amigo não tivesse sentimentos recíprocos, a dinâmica entre eles seria prejudicada. Bokuto jamais se perdoaria se estragasse tudo para sua equipe por conta de uma paixão…, todavia era de Keiji que estava falando, certo? Keiji sempre valia a pena, não é?

Com isso em mente, aguardou próximo ao vestiário até que o levantador saísse do banheiro. Quando o moreno o viu, arqueou as sobrancelhas, contudo nada disse de imediato. Bokuto estava estranho há dias, deveria ter paciência.

— Bokuto-san? Quer treinar por mais tempo? 

— Ah! Não! Podemos ir andando? Quero conversar com você…

Ok, isso era muito mais estranho que o habitual. Mesmo curioso, Akaashi apenas assentiu em concordância. Suas casas eram próximas, então era comum irem juntos. O que não era comum era o silêncio desconfortável por parte do capitão. 

— O que você queria conversar? — Perguntou.

— Hm… bem… eu estava conversando com Kuroo no treino de hoje — Murmurou em voz baixa — contei a ele que estava sentindo coisas estranhas.

— Que tipo de coisas? 

— Eu achei que estava doente, sabe? Mas ele me garantiu que não…

— Não acha melhor procurar um médico? 

— Um médico não vai me ajudar, Akaashi. — Finalmente encarou o levantador, seu rosto estava ruborizado — Eu estou apaixonado.

Akaashi o encarou surpreso, a boca abrindo levemente de surpresa. Afinal, ele não esperava escutar algo assim. Percebendo que Bokuto sentia-se perdido, aquele era o momento de ser o que sempre foi, o suporte de seu capitão.

— Você contou para essa pessoa? — Questionou de forma cuidadosa.

— Eu não sei bem como dizer — o tom de voz era característica do emo mode. — Ele é tão incrível! Eu sou legal também, mas ele é bom demais para mim…

— Ele? — Por essa Akaashi não esperava.

— Sim. É um problema?

— Claro que não, Bokuto-san. Amor é amor.

— Eu gosto de você, Akaashi. 

Akaashi estava sem fala pela segunda vez naquele dia. O silêncio se perpetuou por alguns minutos, sendo interrompido apenas pelos passos dos dois. Bokuto encarou aquilo como rejeição. Para ele, Akaashi era gentil demais para dizer em sua cara o que estava pensando. 

— Bokuto-san-

— Tudo bem, Akaashi. Você não precisa retribuir nem nada e-

— Eu também gosto de você.

— Quê? — Arregalou os olhos em descrença, desacreditando totalmente na cena que se desenrola à sua frente — Você também gosta de mim? 

— Sim. — Akaashi sorriu.

— Tipo gostar de querer estar comigo?

— Eu não estou sempre com você, Bokuto-san? 

— Gostar de beijar e abraçar? — Bokuto parecia uma criança que recebia um presente de natal, os olhos brilhando, contendo-se no lugar, quase vibrando de emoção.

— Sim, gosto muito de você. — Akaashi tocou a bochecha do mais alto. — Pretende me beijar quando?

— AGORA! — Bokuto gritou, depois sorriu desculpando-se. Aproximando-se selando os lábios. Afastaram-se e Bokuto se viu mais apaixonado, quando vislumbrou as bochechas rubras do moreno. — Agora você é meu namorado?

— Sim, Bokuto-san. Agora sou seu namorado. 

Bokuto estava feliz, ele estava apaixonado. Não era nenhum problema de saúde como arritmia, era só um amor doce que florescia em seu coração.