Ele passou o tempo todo olhando para as próprias mãos, não conseguia olhar para outro lugar.

Permaneceu ao lado do pai o tempo todo, os dois com semblantes parecidos, mesmo sabendo que a doença da mãe era incurável, que era apenas uma questão de tempo, ele não conseguia não sentir aquela dor, aquela raiva interminável, as unhas curtas cortavam a pele, ele não conseguia entender por que a vida tinha de ser daquela forma.

A vontade de gritar, de quebrar tudo, simplesmente parecia mais forte que ele, ele não conseguia entender como o pai conseguia reagir tão arrefecido, eles não trocaram muitas palavras desde que a mãe morreu.

As lagrimas simplesmente não saiam, ele sentia o desespero e a dor consumi-lo mais ele não conseguia externar, ele não conseguia deixar sair.

As flores em volta do tumulo da sua mãe eram em sua grande maioria, rosas, eram as flores favoritas dela, entre todas as flores, dois buques chamavam a atenção, um buque de rosas negras, presente dele e do seu pai e um par de lírios brancos.

Ele sentiu a mão dele ser entrelaçada, daquele jeito tão dela. Ele não precisou olhar e nem conseguiria, as lagrimas começaram a cair.