Os verdugos voltaram todos ao labirinto, não me importava quem estivesse atrás de mim, já estava decidida, iria entrar.
Era uma sensação estranha, parecia que você diminua gradativamente quanto mais entrava, as paredes do labirinto era exatamente grande, as luzes que os verdugos tinham me guiava para cada corredor.
  — Evy - Minho me chamava - Isso é loucura.
  Deixava ele sem resposta, e continuava seguindo aquela criatura que andava por um momento e por outros rastejava. Eles não pareciam estar se importando com o fato de eu estar atrás deles.
  O fim do labirinto não era simplesmente uma parede que te fazia voltar tudo, mas analisando bem parecia um penhasco, e o verdugo pulou, não esperei muito tempo para fazer o mesmo, Newt e Minho estavam quase chegando no corredor quando eu pulei.
  Não sabia onde aquele penhasco daria, mas sentia um cheiro estranho e forte ao mesmo tempo que me causava náuseas, meu corpo foi de encontro com o chão, e não fiz muita questão de levantar.
  — Pimpolha, você está bem? - perguntou aquela voz que me fez relaxar por alguns minutos.
  — Foi esse o lugar que você encontrou?
  — Não exatamente, vamos ainda temos que andar um pouquinho, e torcer para que o que aquela mulher me falou seja verdade.
  — Aé? O que foi que ela te falou Gally?
 — Que os verdugos iam ficar desativados por 24 horas a partir do momento em que eles chegassem aqui - ele parou por um instante - ficou com ciúmes meu amor?
  — Lógico que não Gally, só estava curiosa, agora para de enrolar e vamos logo.
  Ele riu, segurou em minha mão e me guiou até um lugar que me arrepiava conforme íamos mais adentro. Estava escuro, mas era possível sentir as paredes cobertas de óleo, alguns verdugos mortos no chão, o cheiro que me causava náusea estava mais forte, parecia combustível. Eu estava tão distraída que não tinha escutado o que Gally tinha me dito, mas ele pareceu agachar fiz o mesmo, mas logo escorreguei, era um túnel inundado por óleo, chegava a ser tedioso as voltas e voltas que ele dava, tinha a impressão de que aquele lugar estava mofado devido ao cheiro que mudou de repente. O túnel tinha chegado ao fim.
  Agora nos encontrávamos em uma sala grande, onde uma parte das paredes eram de vidros espelhados, e foi ali que eu percebi o quão acabada eu estava, não tinha mais nada de interessante, além do túnel que nos levava ao labirinto e mais nada.
  Me levantei com dificuldade, uma mulher surgiu do lugar espelhado, uma calça jeans simples e uma blusa branca com letras garrafais azuis escrita “CRUEL”. Ela tinha o cabelo castanho cortado milimetricamente na altura dos ombros, olhos escuros e o rosto sem algum tipo de expressão.
  — Bem vindo de volta, vou explicar algumas coisas superficiais para que vocês possam entender o motivo que fizemos tudo isso com vocês - esclareceu ela - Houve uma explosão solar e muitas pessoas morreram, outras sobreviveram e procurar a viver com esse fato, mas durante a explosão solar, havia um vírus que chamamos de Fulgor, e ele escapou do laboratório, muitas pessoas foram infectadas, então criamos esse experimento para procurar uma cura.
Agora minhas lembranças que eu tinha no labirinto começava a aparecer, tudo fazia sentido naquele momento. Meus pais, vírus, explosão solar, labirinto.
   — Eu entendo que é muita informação para a cabeça de vocês, mas vamos deixar claro que os experimentos do labirinto acabaram.
  Ela fez um sinal para que fôssemos a uma porta que até então era imperceptível por mim. Demos de cara com uma escada que nos levava para cima, assim que chegamos às luzes iluminaram o lugar. As paredes eram um cinza que me lembrava ao labirinto, o corredor era largo e possuía uma porta a cada dois metros de ambos os lados, no final era possível ver um espaço aberto, com vários lugares para se sentar.
  Entramos em uma das portas, tinha duas camas em perfeita arrumação, cheguei mais perto de Gally.
 — Quando eu acordei hoje, eu nem imaginava que esse dia iria acabar assim - sussurrei apenas para que ele pudesse escutar.