O Pecado de Lígia escrita por Holanda


Capítulo 3
Um Coração Partido




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Lígia tentou se mover, mas para seu desespero, não estava funcionando, ela podia sentir um enorme peso sobre seu corpo, seu pânico cresceu até ela lembrar as palavras que Nick lhe disse no treinamento:

"Quando sentir que está perdendo o controle, use a respiração profunda, deixe o oxigênio acalmar sua mente e repita isso três vezes. Depois, é hora de pensar em uma nova estratégia."

Foi exatamente isso que Lígia fez, ela respirou fundo três vezes e reavaliou sua situação. Ela estava lutando contra a Medusa quando caiu  e desabou o palco sobre ela. 

Primeiro passo: avaliar seu estado. 

Ela parecia bem, podia mexer os braços e cabeça, havia espaço para respirar, mas uma amontoado de tábuas de madeira estavam sobre suas pernas, como não podia ver, Lígia apenas sentia o peso sobre si. Quando tentou tirar, sentiu bastante dor, ela se ergueu e empurrou seja o que era que estava a prendendo, a madeira rangeu e saiu, ela puxou as pernas e sentiu uma lesão no tornozelo direito. 

Ok, isso é ruim. — pensou consigo mesma. — Nada de pânico. Vou usar a injeção de néctar e vai ficar tudo bem. 

Lígia se deitou sentindo todo o seu corpo dolorido, sua mão foi para o cinto e ela puxou de dentro de um coltre um tubo, ela arrancou a parte de baixo e com um movimento rápido, atingiu sua coxa com a pequena agulha, ao apertar a parte de cima, o líquido amarelo foi jogando para dentro de seu corpo, logo se espalharia e ela ia se sentir melhor. 

Ela ficou lá imóvel esperando seu corpo se recuperar e tentando imaginar quanto tempo ela ficou desmaiada. Lígia lembrou de seu relógio, ela ergueu o braço e clicou no botão do meio e uma voz mecânica saiu do aparelho informando a hora e a Vinte duas horas de dezoito de abril. Aquilo significava que ela esteve inconsciente por cerca de oito horas. 

— Droga! Como é que isso deu tão errado? 

— Se eu fosse chutar diria que foi quando você resolveu trabalhar para Atena. 

Lígia se surpreendeu ao ouvir a voz responder sua pergunta feita em um sussurro. Era a voz de Medusa e estava perto, mas ela não sabia o quão perto ela estava. 

— Dá um tempo! — Ela ralhou e ouviu um riso debochado do monstro. 

— "Dá um tempo"? Que tipo de expressão é essa?

— É para dizer algo como "me deixe em paz"! 

— Curioso você quer que eu lhe deixe em paz quando foi você que invadiu meu esconderijo e tentou me matar com suas armas modernas horrorosas. 

Lígia sorriu para aquilo, ela não soube dizer se o motivo era porque achou engraçado a forma como ela falou com tamanha desdenha da modernidade ou porque estava de algum modo, orgulhosa de si mesma por ter acertado Medusa. Talvez fosse um pouco dos dois. 

— Tem ideia que eu levei horas tirando aqueles minúsculas esferas metálicas de todo o meu corpo? E nem sei se tirei tudo. 

Daquela vez Lígia riu bem alto da forma que ela falou das balas. 

— Você está achando isso engraçado, não é? Quando eu pôr minhas mãos em você, eu vou cortar sua cabeça ao meio. 

Lígia continuou rindo. 

— E por que você não vem fazer isso agora? 

Medusa não deu nenhuma resposta. 

— Não pode, não é? Não alcança! — Foi a vez de Lígia tirar sarro dela. 

— Semideusa maldita! Não pôde ficar escondida nesse buraco para sempre! Quando sair eu vou te matar! 

— Quando eu sair, eu que vou te matar! 

— Arrogante! Não poderia esperar menos de uma cria de Atena. 

— Minha mãe é Afrodite! 

— Oh! — A voz de Medusa ficou sarcástica. — Quer dizer que uma cria de Afrodite lutando por Atena? O que aconteceu? Se decepcionou com amor, foi? 

Todo o humor de Lígia sumiu no segundo que aquelas palavras foram ditas. 

— Isso… Is-Isso não é da sua conta. 

— Oh, parece que eu acertei. — Medusa riu e Lígia tentou fingir que aquilo não doía. 

 

~Três anos atrás, Norte da Catalunha, Espanha. 

 

Lígia estava ouvindo um zumbido muito forte em seus ouvidos, ela olhou em volta apenas para notar que ela estava de cabeça para baixo, a única coisa que a impedia de cair era o cinto de segurança que estava preso em seu tronco. 

O que estava acontecendo? 

Ela olhou para o lado, o homem que estava dirigindo o carro também estava como ela, de cabeça para baixo, preso pelo cinto e pingava sangue de sua cabeça. Lígia o reconheceu, era seu pai Fernando. Ela lembrou, eles haviam saído de carro à algumas horas de sua cidade Terragona, na costas e iam para Berga, mas algo atingiu o carro, depois Lígia não lembrava de nada. 

Com algum esforço, ela tentou desafivelar o cinto, foi quando ouviu seu pai acordar com um sobressalto e gritando, coisa que a assustou muito. 

— O que? O que é isso? O que está acontecendo aqui? — Ele gritou desesperado. 

Quase que imediatamente latidos ensurdecedores foram ouvidos e uma criatura pulou ao lado do carro, era quadrúpede, tinha pelos negros como a noite e duas cabeças de cachorro perversas e furiosas. 

— Monstro! Aaah! — Seu pai gritou e começou a tentar tirar o cinto desesperadamente. 

O cachorro monstruoso começou a atacar o carro capotado o fazendo balançar. Lígia conseguiu se soltar do cinto e caiu no teto, sua porta estava meio aberta e com a janela quebrada. Seria sua escapatória, ela tentou se esgueirar por ali, mas seu braço foi agarrado, Lígia se virou vendo seu pai a segurando. 

— Me ajude! Pelo amor de Deus! Você não vai abandonar seu pai? — Ele implorou, o cachorro continuou tentando abocanhar o carro amassando ainda mais a lataria. 

Lígia não respondeu, ela lembrou de todas as vezes que ele a machucou, todas as vezes que ele fez coisas feias com ela, todas as vezes que ele a fez se sentir culpada e suja. 

Ela sentiu seus olhos arderem e aquelas lágrimas tão odiosas voltarem. A raiva ferveu dentro de seu peito e Lígia puxou seu braço para longe do alcance dele. 

— Volte aqui, sua puta! — Ele tentou agarrar sua cintura e puxá-la para dentro novamente, Lígia lutou contra ele. 

— Não! Não me toque! — Ela acertou um chute no rosto dele o que o fez soltá-la. 

— Sua vadia! Volte aqui! — Ele gritou enquanto ela deslizava para fora do carro. — Não, pelo amor de Deus, volte! Me ajude! Sua ingrata! 

Seu pai ainda tentou, mas foi inútil, Lígia correu com todas suas forças pela estrada para longe dele, o monstro de duas cabeças conseguiu abrir um buraco na lataria do carro, a última coisa que ela ouviu, foi os gritos dele, mas Lígia não se atreveu a olhar para trás. 

Ela foi até onde pôde, mas o monstro depois de terminar sua barbárie, pulou em sua direção. Lígia sentiu o chão tremer com o impacto do salto do cachorro gigante e acabou tropeçando e caindo no chão. Tentou se levantar, mas suas pernas fraquejaram, ela se virou a tempo de ver o monstro pular em sua direção, suas duas bocas abertas com fileiras de dentes assassinos a amostra. 

Um grito reverberou pelo ar e ele não havia saído de sua boca, ela olhou a tempo de ver uma pessoa descendo do céu e pousando direto na sua frente, usava um uniforme tático cinza, como um soldado pronto para a guerra, com capacete, máscara, colete e braçadeira, uma arma de fogo estava em suas costas, e nas mãos, um escuro prateado e uma espada. 

O monstro atacou e a sua salvadora ergueu o escuro, os dentes bateram no metal fazendo um som horrível e pareceu perturbar os ouvidos do cachorro, ele tinha quatro orelhas afinal. 

A outra cabeça tentou atacar, mas logo a espada foi enfiada na parte de baixo de seu pescoço e Lígia viu faíscas elétricas azuladas começarem a sair da lâmina e eletrocutar o monstro-cachorro. O bicho se afastou urrando de dor. 

Lígia estava impressiona, ela reconheceu o uniforme de tanto ver na TV e na Internet. Eram os agentes da força especializada em combate a monstros, criada por Atena. Ela finalmente percebeu melhor o que estava acontecendo em sua volta, havia um helicóptero voando ali perto, outra pessoa vestida igualmente com a armadura moderna pulou de lá, tinha uma lança em mãos, ele caiu sobre o monstro-cachorro o atravessando com sua lança. 

Aquele não usava máscara ou capacete e Lígia soube que era um homem, tinha um cabelo moicano e uma barba muito mal feita e rala. Como um garoto que ainda não tem pêlos o suficiente. O rapaz gritou comemorando, mas o cachorro se sacudiu ainda furioso e totalmente dolorido. 

Nesse momento, o helicóptero abaixou e Lígia viu um rapaz loiro lá, ele estava atrás de uma arma que parecia uma besta tamanho gigante. 

— Sai do meio! — gritou o rapaz da barba rala pulando e rolando para longe. 

Ele disparou um virote que era tão robusto quanto a lança do rapaz anterior que atingiu o corpo do monstro e explodiu.  Lígia viu as parte do cachorro voarem, suas entranhas ficaram espalhadas pelo chão em um grande lago de sangue escuro que beirava ao preto. Um cheiro muito forte impregnou o ar. 

Lígia tossiu, de repente ela sentiu a aproximação de alguém, viu que era a pessoa com o escudo ainda no braço. Sua primeira reação foi tentar fugir, mas de repente a pessoa falou em espanhol. 

— Calma, calma, tá tudo bem agora. Você tá segura. Eu te garanto isso. 

Ela tentou se acalmar, a voz parecia gentil apesar de abafada pela máscara. 

— Deixe eu tirar isso. — O capacete foi removido revelando o rosto da garota, Lígia viu sua pele cor de oliva, o cabelo escuro ondulado nas pontas e olhos castanhos claros. — Eu me chamo Nicolle, mas todo mundo só me chama de Nick, como é o seu nome? 

— Você fala a minha língua? 

— Oh, sim, desculpe, é que eu passei a minha infância no México, espanhol é meio que minha segunda língua materna. 

Lígia sorriu e Nick lhe ofereceu a mão com o sorriso amistoso no rosto. 

— Lígia Bazán, é o meu nome. 

— Bom te conhecer, eu… — Ela se interrompeu e seu rosto ficou duro de repente. 

Lígia a viu colocar um dedo na orelha e depois se virou, foi quando as duas viram os dois rapazes de antes olhando os destroços do carro. 

— Entendi, deixa que eu cuido disso. — Nick se voltou para ela. — Então, Lígia, você vai ter de ser forte, ok? Antes de mais nada, saiba que você não está sozinha. O seu pai… Ele infelizmente não… 

— Eu sei… Eu… — Ela queria contar a verdade, mas… não conseguia, o que pensariam dela? Ia mandá-la para a prisão por deixar seu pai morrer? 

— Oh, tudo bem, eu sei que é difícil, todo nós passamos pelo mesmo, estamos aqui para de apoiar. — Nick a puxou para um abraço e Lígia se deixou abraçar, suas lágrimas começaram a correr descontroladamente e ela soluçou com o rosto enterrado no peito da outra garota. 

— Eu sei, eu sei, você tá segura agora. — Nick disse acariciando seu cabelo. 

Ela foi tudo para Lígia naquele momento. Não lembrava de ninguém lhe dando qualquer gentileza sem querer se aproveitar dela depois, parecia que todos só estavam interessados nela com segundas intenções. Pela primeira vez ela se sentiu realmente protegida e que alguém estava sendo sincero com ela. 

Ela foi levada para dentro do helicóptero e lhe fizeram muitas perguntas. 

— Quantos anos você tem? 

— Quatorze. 

— Tem família? 

— Uma tia que mora em Berga. 

O rapaz loiro foi anotando enquanto ela respondia em inglês. 

— Você sabe quem é sua mãe? 

Lígia balançou a cabeça em negativo. 

— Meu pai a chamou de prostituta de Valência. 

Eles todos se olharam. 

— Você sabe que todos nós somos semideuses, não é? Trabalhamos para Atena. — Nick disse em espanhol ao seu lado e passando um braço ao seu redor lhe dando um conforto. 

— Quem não conhece, vocês estão sempre nas notícias dos jornais. 

— Bom, porque  você também é! 

Lígia arregalou os olhos e se virou em sua direção surpresa. 

— Impossível. 

— Sua mãe é Afrodite, ela contatou Atena à alguns dias informando sua localização aproximada e que você estava em perigo. 

— Eu estava em perigo? — Lígia refletiu. — Eu vou conhecer minha mãe? Espera aí, a deusa do amor? Sério? Não é possível. 

— Todos nós ficamos em negação no início. — O rapaz loiro disse voltando para o inglês. — Eu sou Arthur, filho de Hermes, esse é Mark, filho de Ares. Estamos aqui no mesmo barco, quer dizer, helicóptero. 

Mark socou o braço dele. 

— Oh piadinha sem graça essa, cabeça de milho! 

— Ai, eu só estava querendo criar um ambiente mais leve para a garota. 

Os dois começaram uma discussão trivial, Lígia não entendeu bem, seu inglês não era tão fluente na época. Foi quando sentiu Nick se aproximando. 

— Tire um tempo para descansar. — Falou em espanhol. — Eu sei que é muito coisa, prometo que com o tempo, você vai conseguir assimilar tudo isso. — Ela lhe sorriu e Lígia acreditou totalmente no que aquela garota dizia. 

Com os passar dos dias, ela tentou se adaptar a sua nova vida junto dos outros semideuses, Atena criou um pequeno cidade que funcionava como um centro para suas operações, um lugar onde mortais, semideuses e deuses viviam com cooperação. Foi lhe ofertado diversas opções para aprender e profissão para exercer. 

Mas ela já tinha algo em mente. 

— Treinar? Você quer ser uma agente de combate? Sério? — Nick indagou parecendo surpresa. 

— Acha que eu não sou capaz. — Lígia falou sem conseguir esconder o desapontamento. 

— Não! Não! Eu acho que você é muito capaz de fazer qualquer coisa que você queira. — Nick colocou uma mão em seu ombro. — Só me surpreendi porque você é uma pessoa muito gentil e empática, não esperava que escolhesse ser agente de campo. 

— Mas é isso que eu quero!

— Tudo bem, eu vou te ajudar e te apoiar em tudo que você quiser. — Nick disse sorrindo.

O coração de Lígia acelerou, conforme os meses iam passando e ela ia convivendo quase todos os dias com Nick durante o treinamento, ficou claro para ela o que estava sentindo.

— O que você faz quando está gostando de alguém? A chame para sair! — Vanessa falou com tranquilidade, Lígia havia ido pedir conselho para ela que também sendo uma filha de Afrodite e bem mais velha, parecia ser a melhor escolha para se pedir um conselho.

— Mas ela é tão incrível, por que ia se interessar por alguém como eu?

— Oh, minha querida. — Vanessa falou com ternura. — Nós somos filhas da deusa do amor, nós podemos ter quem nós quisermos. Acredite em mim, é um poder nosso, quando estamos interessados em alguém, imediatamente nos tornamos interessantes para os olhos daquele que queremos. Vá por mim, não há com que se preocupar, vá até essa pessoa que você gosta e a chame para um encontro.

Foi isso que Lígia fez. Ela foi até o complexo de apartamentos abater a porta de Nick, estava nervosa até o osso e não ajudou quando a semideusa filha de Zeus atendeu usando nada além de um short bem curto e uma regata branca.

— Lígia? Que surpresa, entra ai. — Nick convidou e ela entrou. — Tá quente hoje, não é? O Hélio podia dá um refresco? — riu da própria piada, mas Lígia estava tão nervosa que não a acompanhou.

— Quem diria que o verão era tão quente no sul do mediterrâneo. — Ela comentou.

— É mesmo… que uma soda de limão? Eu mesma fiz.

— Você fez? 

— Sim, agora eu tenho um máquina que pode gaseificar bebidas, preparei um refresco de limão e… prova um pouco! É melhor do que refrigerante e milhões de vezes mais saudável! 

Ela encheu um copo colocando vários cubos de gelo e entregou a Lígia que experimentou.

— É muito bom mesmo.

— Então… O que devo a visita? — Nick perguntou de bom humor.

— Eeeh, eu… eu queria…

— Hum? Não estou entendendo?

— Eu estava querendo… — Lígia se aproximou um passo sentindo seu coração bater feito um louco.

— Nick, quem é que tá aí?

Lígia se virou para ver a pessoa que vinha se aproximando pelo corredor na direção delas. A garota branca de cabelo ruivo cacheado molhado como se tivesse acabado de sair do banho, usava um vestido solto e leve.

— É Lígia, ela veio almoçar conosco. Não é Lígia? Você vai almoçar com a gente, não é? Eu vou fazer pizza vegetariana! Prometo que é uma delícia. — Nick falou sorrindo.

— Eu… — Ela ficou sem palavras e viu como Brigit se aproximou casualmente de Nick pegando um copo de soda, depois foi na direção da cozinha.

— Nisso não tenho o que reclamar. — falou a filha de Apolo. — Realmente a comida da Nick é muito boa, o que eu tenho de agradecer por isso, porque se fosse depender de mim.

— Estaríamos comendo fast-food todos os dias. — Nick completou a frase dela. — Eca! Nojento! 

— Não podemos comer uma besteirinha uma vez? — Brigit se encostou na bancada.

— Não!

— Oh, como você é chata, céus! — A filha de Apolo revirou os olhos. — Então, Lígia, você tá parecendo meio pálida, tá se sentindo bem?

Lígia deu um passo para trás.

— Qual o problema? — Nick soou preocupada. 

— Você queria conversar com a Nick sozinha? Eu posso sair. — ofereceu Brigit.

Seus olhos correram rapidamente entre as duas, estava claro como o sol.

— Não era nada demais. — Lígia disse lutando para manter sua voz firme. — Eu tenho de ir agora! Desculpe! — Ela correu na direção da porta e saiu rapidamente sem ao menos fechá-la, não deixaria ninguém vê-la chorar. 


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