Entrelaçados escrita por Pink U


Capítulo 1
Capítulo Único - Entrelaçados


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores ♥
Tentei muito escrever uma long para esse desafio, mas esse mês foi simplesmente impossível para cima de mim... Queria participar de qualquer jeito (mesmo sem tempo algum e nunca tendo escrito algo do gênero antes) então resolvi dar um jeito com os pequenos trechos que tinha mesmo; desde já, desculpa qualquer coisa!
Anyway, boa leitura ♥



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Ryuga Dougai era um cavaleiro de luz, um herói encarregado de combater os horrores que se escondiam nas sombras, um Makai Knight e não era qualquer um, era o portador da armadura dourada, era Garo em pessoa. E cá estava ele, ajoelhando no chão de mármore negro da sala do trono de um horror autonomeado rei – o pior de todos os monstros com quem já cruzou espadas –, Jinga.

Tal monstro encontrava-se sentado em seu trono na pose mais presunçosa e, ao mesmo tempo, elegante possível; pernas cruzadas, mãos ocupadas brincando com sua espada, um sorriso arrogante nos lábios e um olhar penetrante completamente fixado em Ryuga. O cavaleiro rezava para que dito sorriso se fosse e que aquele olhar se tornasse escuro, orava para que Jinga se cansasse daquela brincadeira nefasta e lhe desse um fim logo, mas ele sabia que nada daquilo aconteceria... O monstro era um caçador e a cabeça de Ryuga era o prêmio que ele queria pendurado em sua parede; quando o cavaleiro se entregou e baixou a cabeça ele conseguia sentir o olhar raivoso de um predador descontente com um caçada que lhe foi negada e tal olhar só podia dizer uma coisa: Jinga o manteria inteiro até se satisfazer, lhe daria mais tempo.

Essa era a exata base do plano de Dougai, tempo. Ele jogaria seu tão respeitado título aos ares, ajoelharia aos pés do monstro e viveria como um herói covarde aos olhos de todos até o fim de seus dias para comprar tempo para o resto do mundo. Antes de tomar tal decisão, tinha cogitado ir ao encontro de seus amigos e tentar desesperadamente criar um plano junto deles para colocar um fim naquele pesadelo, mas temia que tudo aquele esforço seria inútil e só daria um fim a tudo que ele amava naquele mundo mais cedo do que deveria. Outra opção para sua miserável situação era enfrentar Jinga de frente, sem reforço e sem um plano; mata-lo ou simplesmente morrer tentando... O que condenaria o resto do mundo precocemente do mesmo jeito caso falhasse.

Não. Anos, semanas ou segundos, ele sabia que – por todos que estavam na linha de destruição do castelo móvel lá fora – valeria a pena. O cavaleiro se venderia por míseros instantes caso dito ato pudesse salvar pelo menos uma pessoa no final. E Jinga sabia disso – o que não mudou sua faceta desgostosa quando encarou sua tão adorada presa se entregando tão de boa vontade – e, por isso, tinha tudo mais que pronto; possuía uma coleira mais que pronta para fazer com que Ryuga permanecesse ali de joelhos.

Ele se martirizava um pouco por sua escolha, não era nenhum avido seguidor de amor ou relacionamentos no geral, mas o cavaleiro gostaria de conhecer a pessoa do outro lado do invisível fio vermelho em volta de seu dedinho – queria proteger e amar essa pessoa assim como fazia com todos os fios amarelos e azuis que lhe conectavam com família ou amigos... Mas se entregar assim aos pés do monstro era proteger quem estava do outro lado desse fio direta ou indiretamente, então ele o faria.

"Garo ou Ryuga?" Perguntou-lhe o monstro com um tom debochado e um olhar curioso enquanto cruzava suas pernas ainda sentado em seu trono.

O cavaleiro não entendia o porquê de tal pergunta e muito menos do que deveria responder para manter aquele maldito sorriso nos lábios de Jinga, afinal, estava ali para entretê-lo e, para isso, estava mais que determinado a esconder qualquer olhar raivoso ou comentário sarcástico.

"Por que você..." Disse tentativamente Ryuga, mas o tempo que ficou calado de joelhos no chão lhe secou a garganta, em consequência, sua voz saíra minimamente como um sussurro rouco que Jinga prontamente decidiu ignorar.

"Garo ou Ryuga?" Perguntou de novo o horror em um brado impaciente.

Ryuga Dougai se colocou para pensar; ele não sabia aonde Jinga queria chegar com isso, mas o monstro lhe parecia interessado quando notou que o cavaleiro resolveu refletir sobre sua questão, logo, Ryuga estava salvo por hora. Os pensamentos do herói lhe levaram as milhares de vezes que humanos e horrores o chamaram por seu nome ou por seu título, tentou achar uma resposta dentro de si, mas era fútil porque tudo aquilo era maior que ele.

"Ah..." Suspirou em realização o cavaleiro e ergueu os olhos a Jinga determinado e com sua resposta na ponta da língua. "Garo."

"Deixe-me adivinhar... Isso tudo é maior que você – maior que Dougai Ryuga—; é o último sacrifício de um herói e é por todos os vivos palácio à fora, então que seja o último martírio de 'Garo', não é?" Disse arrogantemente Jinga com pequenos intervalos para seu riso cheio de desdém enquanto levantava do trono escuro e caminhava lentamente, quase que arrastando os pés, na direção de Ryuga.

O cavaleiro dourado mordeu os lábios sem saber se estava nervoso consigo mesmo por deixar Jinga lê-lo tão facilmente ou com o monstro por fazê-lo como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Se antes ele estava determinado a esconder seu ódio, agora seu plano tinha ido para os ares porque tal ira lhe tornou irracional e desafiador o que fez com que o cavaleiro endireitasse a postura e encarasse de volta o horror em sua frente, esperando e continuando daquele jeito o quanto fosse necessário para tirar aquele maldito sorriso que habitava o rosto de Jinga desde que tudo aquilo começou.

"Bem melhor." Sussurrou o monstro quando viu a cólera deixar de se esconder atrás dos olhos de Ryuga. "Você acaba de ser promovido; não mais 'Garo, o cavaleiro dourado'. Desse momento em diante será conhecido como 'Garo, o cãozinho'... Meu cãozinho."

O olhar desafiador de Ryuga se tornou esbugalhado e curioso, mas a realização lhe atingiu com tudo quando notou que as mãos de Jinga traziam algo escuro com detalhes em prata – quando Dougai notou o que o objeto era, ele quase desejou que fosse simplesmente a espada costumeira de Jinga a caminho de cortar seu pescoço, mas não –; Jinga trazia enrolada entre os dedos uma coleira.

Em sua surpresa Ryuga não reagiu e Jinga com muita facilidade e em um movimento célere prendeu o acessório em seu pescoço; notou que a gargalheira lhe caiu como uma luva – quase como se tivesse feita sob medida para ele – enquanto Jinga passava seus firmes braços envolta de seu pescoço afim de fechar a peça.

"Uma medida de precaução... Para que não fuja por aí." Indicou Jinga para o controle em sua mão. "E para que nunca se esqueça de seu lugar." Completou em seu típico sorriso arrogante.

Ryuga baixou os olhos.

"Você nem sequer tentou. Mas eu não o culpo, afinal, para que insistir em lutar por algo que você não quer ganhar?" Sussurrou Jinga ao pé do ouvido direito de Ryuga aproveitando a proximidade que se encontravam. "Diga o que quiser, Garo; tente se convencer que seu lugar não é aqui, de joelhos na minha frente... E falhe miseravelmente."

Dougai Ryuga riu de si mesmo acompanhando a risada estridente de Jinga ao perceber que, talvez, a coleira que o monstro colocou em volta de seu pescoço fosse obsoleta, afinal, ele tinha quase certeza que o fio vermelho enrolado em seu dedo mindinho que supostamente lhe conectava com sua alma gêmea era o mesmo fio que dava voltas em seu pescoço pronto para o privar de ar – ou da vida – quando Jinga desejasse.

O cavaleiro resolveu tornar-se um bom cachorrinho.


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Notas finais do capítulo

Bem, corrido e sei lá, mas espero que tenham gostado ♥
Anyway, muito obrigada por ler e por dar uma chance para "Entrelaçados"! Se quiser me deixar feliz pode comentar um ''Gostei'', um ''Não gostei'' ou um ''Lhamas são legais'' :v ~mas só se quiserem -q



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