Bringin' On The Heartbreak escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Bringin' On The Heartbreak




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Oh can't you see?

You got the best of me

Whoah can't you see?

 

Essa história de amor não teve o final feliz ao qual ela tanto desejou ao longo daquele ano, mas teve o final necessário para que ela seguisse em frente, permitindo que seu coração pudesse amar novamente e ser amado.

As aulas de desenho eram as favoritas de Yayoi Uenoyama. Gostava de usar modelos como referência para os rascunhos, não era a melhor nessa técnica, mas estava apreciando sua evolução. Na manhã que conheceu Akihiko Kaji, a jovem universitária havia acabado de chegar atrasada. Perdeu a hora porque foi dormir tarde na noite anterior, após passar o dia todo no estúdio para um ensaio fotográfico. Assim que entrou, pedindo desculpas pelo atraso para o professor, Yayoi organizou suas coisas para iniciar o trabalho. Quando seu olhar direcionou para o modelo parado no meio da sala, ela sentiu os músculos do corpo tensionarem.

O rapaz loiro sentado na cadeira em cima de um palanque redondo, tinha uma expressão fastidiosa, como se estar parado naquela posição fosse um trabalho enfadonho. Yayoi iniciou o desenho no papel, riscando com lápis de forma rápida. Ela delineou o rosto, com traços grossos até o queixo, acentuando a ponta. O nariz, pequeno e longo era proporcional ao rosto, mas eram os olhos daquele modelo que mais a cativou. Eram profundos, intensos e ao mesmo tempo parecia que havia tanta história para contar.

Em um dado momento, diante de sua empolgação, Yayoi notou que ele a olhava. Seu coração pareceu bombar com mais vigor dentro do peito. E a partir dali seu ano mudou completamente. Ao final da aula, ele se aproximou e pediu para ver seu desenho.

— Ainda não está finalizando. — Disse, envergonhada.

— Eu gostei. — Ele comentou. — Você é muito boa, me fez parecer até bonito.

Yayoi sorriu.

— Você é bonito. — Ela corou levemente, desviando o olhar dos verdes intensos de Akihiko Kaji, como se apresentou em seguida. — Pode me chamar de Yayoi, Uenoyama.

— Uenoyama? Você é a irmã do Uecchi?

— Ritsuka? Você o conhece? — Ela se surpreendeu ao saber que Akihiko era baterista na nova banda do irmão.

— Vamos tocar semana que vem, por que não aparece? — Ele piscou e depois pegou a bolsa, despedindo-se.

Yayoi apareceu no show, e no seguinte, e em todos os outros. Estava apaixonada, era verdade, e não havia vergonha de demonstrar seus sentimentos. Mas algo estava errado, pois embora Akihiko fosse sempre gentil e até desse carona para ela, preocupado com sua frequência nas aulas e se estava bem, ele não demonstrava retribuir os mesmos sentimentos.

Voltando para casa, após uma tarde divertida no boliche, Yayoi apertou suas mãos ao redor da cintura de Kaji. Ela pousou a cabeça em suas costas, sentindo o cheiro gostoso de sua camisa. Não resistiu e, após descerem da moto, ela o beijou. Mesmo que o beijo tivesse sido correspondido, após sua declaração, Akihiko pediu desculpas por não poder dar em troca os mesmo sentimento que ela oferecia.

E mesmo tendo ouvido de sua boca que não havia retribuição, seu coração ainda alimentava a esperança, pois Yayoi não via onde estava errado. Não era bonita o suficiente? Não foi gentil o bastante? Não era atraente? Akihiko fazia elogios ao seu cabelo, ao seu gosto pela moda, mas não passava nunca disso. Os boatos sobre a vida leviana que Akihiko levava não a incomodava, nem um pouco. Yayoi estava perdida em seus sentimentos e não enxergava os sinais diante de seus olhos. Estavam todos lá.

Naquele verão, Yayoi entendeu melhor a forma como ele olhava para Haruki, como ele se davam bem e eram inseparáveis. É claro que o fato de serem da mesma banda influenciava muito a relação, mas seu coração buscava uma outra explicação. Ao final do show, Yayoi estava sensibilizada pela música que a banda havia tocado. Ela também não conseguia seguir em frente desde que seus sentimentos por Akihiko despertaram, estava caminhando em círculo e sempre acabava no mesmo ponto, sozinha.

Yayoi quis se despedir de Akihiko adequadamente, mas ele não deixou a casa de show. Poderia parecer algo óbvio para quem estava de fora vendo, mas para seu coração, esperar pelo amor parecia ser a coisa mais óbvia. Só que a espera estava ficando a cada dia mais longa e longa.

A jovem retornou para casa, sozinha, naquela noite, determinada a abandonar o passado, como o vocalista cantou naquela canção, ele sempre estaria dentro dela, mas agora era a hora dela seguir em frente.

— Pai, onde está a tesoura de cortar da mamãe?

— Acho que na gaveta da cozinha, a segunda.

Ela pegou a tesoura e suspirou.

— As vezes eu queria arrancar do meu peito esse sentimento. — Ela falou, com a tesoura na mão.

— O que disse? — O pai virou-se no sofá, olhando para trás. — O que vai fazer com essa tesoura.

— Cortar o passado e me livrar dessa dor.

— Cortar? O que vai cortar? — Ele se levantou preocupado, quando Yayoi ergueu a tesoura. — Abaixe essa tesoura, filha, vamos conversar.

— Não tem conversa, eu vou fazer.

— O que você vai fazer, Yayoi? — Ele piscou, aturdida, quando a filha começou a cortar o cabelo. — O que está fazendo... Yayoi, pare de cortar seu cabelo!

Quando o verão acabou, Yayoi retornou às aulas, ela se matriculou em várias disciplinas naquele período, buscando voltar toda a sua atenção para os estudos. Decidiu focar na arte digital e edição de vídeos. Em uma das aulas, encontrou-se com um dos amigos de seu irmão mais novo, ela se lembrava de seu nome por tê-lo assistido cantar e tocar no último show que foi.

Yatake se mostrou gentil ao ajudá-la com o computador, já que o programa que utilizava havia travado. Eles acabaram almoçando juntos naquela tarde, e no outro dia também. A conversa fluía muito bem entre eles, assim como os interesses em comum.

— Que tal ir a uma festa hoje? Ouvi dizer que vai ter bebida à vontade. — Take sorriu em sua direção.

— Parece divertido. — Ela concordou. — Pode me buscar em casa as sete?

— Claro! — Ele respondeu animado.

— Até mais então. — Ela o beijou no rosto rapidamente e se levantou, pegando sua bolsa e os livros.

Não foi imediatamente que tudo aconteceu, mas muito se deve pelo fato de Yayoi permitiu seguir em frente. O verão acabou, levando consigo a dor do coração partido. Agora sentia-se pronta para um novo amor.

 


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Notas finais do capítulo

Eu não queria que a Yayoi se tornasse aquela personagem empata foda que o fandom odeia sabe? To na expectativa de ver a autora mostrar como ela superou o romance, já que ta namorando agora com o Take ♥ e também vê-la dar apoio ao irmão a partir de agora. Gosto muito dos irmãos Uenoyama e quero ver os dois se ajudando ♥



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