Como se sentir amado escrita por Lux Noctis


Capítulo 1
O amor está nos pequenos gestos.




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Sentia o peso do cansaço sobre os ombros, respirava fundo enquanto mantinha os olhos fechados e os dedos da destra massageando da raiz ao dorso do nariz. O cotovelo apoiado ao braço da cadeira, a cabeça inclinada à frente. O dia havia se mostrado realmente cansativo, tantas coisas lidas que Naruto poderia jurar que o cérebro estava se liquefazendo e escorrendo pelos ouvidos. 

O toque na porta trouxe-o de volta ao momento, pigarreando para que a voz não soasse embargada pelo tempo que havia ficado em completo silêncio. 

—  Entra. 

—  Pretende virar a noite aqui? —  Shikamaru questionou-o ao abrir a porta, trazia em mãos uma bandeja com chá, servidos em duas xícaras baixas, mas largas o bastante para uma quantidade generosa do líquido quente. 

—  Ah não! Não seria bem recebido em casa se o fizesse. 

O sorriso alargou-se nos lábios, as marcas nas bochechas salientavam-se conforme a felicidade parecia se alastrar. Umedeceu os lábios quando a bandeja fora posta sobre a mesa, manteve os olhos atentos à cada ação tomada por Shikamaru, desde o depositar da xícara mais próxima à sua mão, até o modo como afastava os papéis e os empilhava ao canto da mesa. Assistiu-o atento enquanto os passos seguiam em sua direção. Notou quando ele se encostou em sua mesa, cruzando uma perna sobre a outra, olhando para fora, tomando uma das xícaras para si, soprando a fumaça para então tomar um gole. 

Eram pequenos detalhes, como aquele, que faziam com que Naruto se sentisse acolhido verdadeiramente! Que fazia-o se sentir amado, querido, importante para alguém. Era também aquela mão sobre seu ombro que subia por seu pescoço até o queixo e lhe tocava com esmero. 

Bebeu um gole, logo abandonando a xícara para segurar a mão de Shikamaru, levando-a aos lábios para um selar singelo. 

—  E você, acabou por hoje? —  Virou-se na cadeira, apenas para apreciá-lo de frente, puxando-o pelo braço, rindo com a cara de espanto dele ao cair sobre seu colo. 

—  Naruto… 

—  Hm? —  resvalou a ponta do nariz sobre o pescoço de Shikamaru, a pele levemente bronzeada e sempre tão convidativa a toques, a pequenos beijos, como fazia agora. As mãos seguiam desde às coxas ao quadril, uma massagem lenta, um carinho sensual. —  Vai me chamar assim de novo? Porque se sim, melhor trancar a porta. — Riu sabendo que Shikamaru vetaria a ideia de sexo na sala do Hokage, uma pena. 

Como esperado, recebeu um tapa, não forte, mas ainda assim um tapa no ombro. Mas tão rápido quanto o toque de implicância, veio também o beijo. Suave e sempre eficaz em lhe arrepiar inteiro quando os dedos esguios embrenharam-se em seus fios loiros enquanto os lábios de Shikamaru pressionavam-se aos seus. O polegar a lhe acariciar a bochecha fazia-o sorrir em meio à toda aquela intimidade. 

—  Isso é um sim, Shika? Não brinca comigo, sabe que eu sempre quis te foder em cima dessa mesa. —  O palavreado sempre fazia Shikamaru morder o lábio e menear a cabeça em negação. Talvez uma forma dele se controlar e lembrar de negar aos pedidos que Naruto lhe fazia em momentos mais inusitados, ao menos ali estavam sozinhos e ele não precisava esconder o rubor que sempre lhe tomava. 

—  Não. Isso é um: Vamos pra casa. 

Naruto sempre se sentiu especial quando com ele. Desde o primeiro abraço quando fora diferente… quando Shikamaru temeu perdê-lo. Lembrava-se também de ter se sentido especial quando, na época o amigo, lhe tocou o rosto e o olhou com a intensidade de um rasengan, espicaçando qualquer dúvida quanto ao que sentiam um pelo outro. Naruto lembrava-se de como o beijo havia sido brusco, nada de suavidade no primeiro beijo. Riu enquanto ele mantinha-se em seu colo, apesar de tê-lo chamado para partirem, permanecia ali, dedilhando seu tórax com as pontas dos dedos e lhe beijando o pescoço. 

Talvez as chances de conseguir algo ali fossem escassas? Sim. Isso o impedia de tentar? Não.

Deslizou a mão de modo lento, mas firme, apalpando as coxas de Shikamaru enquanto tomava seus lábios num beijo molhado e gostoso. Quando sentiu os fios sedosos, puxou o elástico que prendia aquele cabelo que sempre adoro segurar em meio aos beijos… e em outros momentos também. Não era preciso muito para que ficasse animado demais, Shikamaru era bom em atiçá-lo, em fazer com que o sangue corresse nas veias seguindo um caminho específico. Era ainda mais eficaz quando Shikamaru tinha o intento de seduzi-lo, como agora fazia ao mover o quadril contra o dele, ao suspirar ao pé do ouvido e lhe mordiscar o lóbulo. 

—  Vai me deixar louco assim, sabia? —  comentou quando teve os ombros massageados. A tensão de outrora se extinguia conforme tinha um pouco mais dos carinhos dele

—  Pode ter tudo isso e muito mais…

—  Mesmo? —  o sorriso safado, a mordida no lábio e a piscadela faziam parte da sedução de Naruto. 

—  Sim. Em casa. —  Foi um momento de surpresa, o suficiente para Shikamaru se afastar, dando a volta na mesa para colocar as xícaras na bandeja. —  Vamos, já está tarde. — A pausa veio com a espera. Shikamaru ficou inerte enquanto Naruto afastava-se de sua cadeira, dando a volta na mesa, prensando-o contra ela de modo que a pélvis resvalasse contra suas nádegas, entregando o que já sabia, Naruto estava excitado. —  Naruto… 

O clamor rompeu os lábios, as mãos apertaram-se à borda da mesa. Ouviu o riso fácil do outro, sentiu as mãos em seus cabelos e tão logo estavam presos. Recebeu de bom grado o beijo na nuca, agora livre dos fios, e uma mordida para marcar o que o aguardava depois. 

—  Em casa, não é? Vai precisar me compensar por fazer o nanadaime atravessar a vila de pau duro. 

Não era de fato uma reclamação, mas precisava esfregar na cara dele a verdade, já que estava impossibilitado de outras coisas. Quando deixaram o prédio, seguiram juntos até o lar compartilhado por apenas os dois, onde o chá poderia esperar, assim como o lámem que certamente seria preparado após um banho à dois. Com Shikamaru, Naruto finalmente se sentia amado. 


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